Isso não é um Top 10 de fim de ano – Séries

Televisão terça-feira, 11 de dezembro de 2007 – 1 comentário

Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.

Tem coisa mais clichê do que listinhas no último mês do ano e, pior, fazer uma lista (ou duas) de séries é muita dor de cabeça, afinal o calendário de séries norte-americanas (99% das séries) é dividido em temporadas que, normalmente, vão de setembro de um ano á maio do ano seguinte. Sendo assim, vale o que rolou neste ano, sendo temporadas terminadas em maio ou recém iniciadas, agora, em setembro, vocês que se virem para entender!

Claro que para as piores temporadas de séries não valem as que eu já considero hors concurs como, Smallville (que me desculpem os fãs), Ghost Whisperer e Men in Trees, somente para citar três.

PIORES TEMPORADAS DE 2007

9 – 24 Horas 6ª Temporada
Depois de uma temporada excepcional, Jack Bauer merecia melhor sorte em sua volta da China. O personagem continua fodão (incluindo a interpretação de Kiefer Sutherland), mas a trama que iniciou de maneira explosiva (literalmente) não soube evoluir os arcos da temporada e, no final das contas, houve uma reciclagem de tudo o que a série apresentou nestes anos, familiares de Jack atrapalhando sua vida (e não é o caso da gostosa de sua filha, a atriz Elisha Cuthbert), invasão terrorista na C.T.U. (lugar mais desprotegido em solo americano), abundância de terroristas (ainda está faltando um representante venezuelano) e até a personagem mais querida dos fãs, a nerd/irritadinha Chloe, perdeu seu charme com a participação de seu marido chato.

8 – C.S.I. Miami 5ª Temporada
Um motivo qualificou a presença de C.S.I. Miami aqui, o episódio que se passa em nosso país é de um constrangimento ímpar (Rio, primeiro episódio da 5ª temporada), e nem estou falando de problemas óbvios como a geografia absurda do Rio de Janeiro (muito bem fotografado na série) e a facilidade de encontrar pessoas fluentes em inglês para dialogar com os personagens, mas sim do absurdo da trama. Ainda faz um sucesso inexplicável nos EUA.

7 – Bionic Woman 1ª Temporada
Aposta alta da NBC para esta temporada, já considerada um fracasso pelos baixos índices de audiência (devendo ser cancelada em breve, provavelmente isto não ocorreu devido á greve dos roteiristas). Assisti a dois episódios e posso dizer que a série não me conquistou, parece um xerox de Alias (que eu adorava, diga-se de passagem) com toques de ficção, a heroína é apagadinha e o que se salva na série é a vilã da atriz Katte Sackoff (Starbuck de Battlestar Galactica).

6 – Heroes 2ª Temporada
O que falar desta fall season (temporada de outono, que pode virar a segunda temporada definitiva caso não termine a greve dos roteiristas), se o próprio criador da série reconheceu os absurdos das escolhas das tramas. Assim como ocorreu na temporada inicial o arco se mostrou ineficaz frente aos absurdos das tramas (como a amnésia de Peter Petrelli) e a adição excessiva de novos personagens (como os irmãos latinos chato e chatonilda), nem mesmo a subtrama épica de Hiro, personagem mais simpático, funcionou. Ao final sobrou muita expectativa de uma série mais comentada do que elogiada.

5 – Vanished 1ª Temporada
A praga que assolou a temporada 2006/2007 foram as séries contínuas, no rastro do sucesso de Lost, que no entanto, devido a baixa audiência foram canceladas com os mistérios não sendo muito bem explicados. Vanished mostrava os bastidores de uma investigação do sequestro da esposa de um senador, na metade do caminho mataram o protagonista (o que nunca tinha presenciado numa série) e o roteiro dos episódios restantes (13 ao total) foi uma bobagem sem sentido algum. Cancelada!

4 – Six Degrees 1ª Temporada
Outro exemplo de série contínua, aqui um drama de J.J. Abrahms sobre a teoria de seis graus de separação, com um elenco cinematográfico, com nomes como Hope Faith, Campbell Scott, Jay Hernandez, Bridget Moynahan, Erika Christensen, a série não conseguiu em seus primeiros episódios prender a atenção devido as pontas soltas do roteiro, não havia uma trama em si, as ocasionalidades dos encontros dos personagens eram muito fracas. Teve onze episódios produzidos, cancelada!

3 – The Nine 1ª Temporada
Mais um exemplo do fracasso das trama contínuas, aqui se mostrava os eventos referentes a um assalto a banco, onde, bandidos e reféns ficaram presos por horas. Na série, optou-se por uma narrativa desconstruída mostrando eventos após o resgate dos reféns, concomitantemente, aos eventos dentro do banco durante o assalto. Não teve nem os 13 episódios exibidos na tevê, cancelada!

2 – Drive 1ª Temporada
Exibida durante a mid-season (meio da temporada, entre março e abril), Drive tinha uma trama que misturava a corrida maluca com toques de conspiração e muitas perseguições automobilísticas, no entanto, muito mistério e pouco conteúdo derrubaram a série com uma fraca audiência, teve seis episódios produzidos. Cancelada!

1 – Hidden Palms 1ª Temporada
Com dois anos esperando para ser exibida na tevê, percebe-se o porquê depois de assistí-la, Hidden Palms era a volta de Kevin Williamson na tevê (criador de Dawnson’s Creek), misturando uma trama teen com um misterioso assassinato o que se viu era um emaranhado de situações constrangedoras, personagens e situações clichês e um gancho muito fraco, teve oito episódios produzidos. Cancelada!

Melhores Temporadas de 2007

7 – Friday Night Lights 1ª Temporada
Supresa este drama teen sobre futebol americano que estreiou na temporada passada apresentando uma trama bastante forte e com persongens bastantes reais, algo difícil em séries teens. Destaque para o treinador Taylor e sua esposa, que se voltam para Dillon, no Texas, onde irão treinar o time local (único divertimento da cidade pequena), Dillon Panthers. Filmado de maneira “câmera na mão”, Friday possui um texto acima da média que vale ser conferido, já está em sua segunda temporada no Sony.

6 – Ugly Betty 1ª Temporada
Comprovação do talento para contar uma história que os americanos possuem, pegaram um conceito de novela venezuelana de sucesso mundial e conseguiram adequar ao seu modelo de série (no caso, comédia com toques de drama). O exagero toma conta dos personagens (principalmente os vilões) e das situações, mas tudo de forma engraçada e debochada, a série ri de seus personagens e de si mesma, além disso, a atriz America Ferrara está um encanto como a feiosa Betty, auxiliar do editor de revista de moda Mode. Está sendo exibida pelo Sony.

5 – Pushing Daisies 1ª Temporada
Pra mim melhor surpresa entre as novas séries, acho seu conceito de fábula encantador, Pushing Daisies, conta a história de Ned, um fazedor de tortas, que faz as vezes de um investigador particular com uma habilidade interessante e única: ele consegue fazer os mortos voltarem á vida apenas com um toque seu e ao tocar novamente em seu corpo, volta a perder a vida. Ele usa desse seu poder para resolver os casos, ele ajuda as vitimas a identificarem seus assassinos. Com um humor peculiar, uma narração em off irresistível, Pushing Daisies, encanta pelo seu visual rebuscado lembrando obras cinematográficas de Tim Burton.

4 – Prison Break 3ª Temporada
Depois de uma segunda temporada cambaleante, os roteiristas voltaram ás origens, fazer a trama se passar dentro de um presídio, claro, que a escolha por um presídio no Panamá facilita a estruturação de desordem que ocorre por lá. Agora, Scolfield precisa fugir do presídio para salvar a vida de sua namorada e sobrinho, sendo que não mapas para ajudá-lo, além disso, também estão presos o agente Mahone, T-Bag e Bellick. O maior atrativo de Prison Break (que nunca foi muito verossímil) é a constante adrenalina das situações limites na série.

3 – Damages 1ª Temporada
Destaque da tevê a cabo americana nesta temporada, Damages conta com nada mais nada menos que Glenn Close no elenco deste suspense de tribunal (sem nenhuma cena no mesmo) sobre uma conspiração envolvendo um processo de funcionários que perderam suas aposentadorias devido a quebra de uma companhia. Se você acha que parece complicado, te digo que piora, em poucos momentos (acho que no último episódio) conseguimos discernir quem seria o suposto vilão ou a suposta mocinha na trama, um texto que levanta ambigüidades como poucas vezes eu vi numa série. Como uma boa trama nunca é demais, Damages garantiu uma segunda temporada com um incrível gancho deixado no episódio final. Ainda, inédito por aqui mas pertence ao canal FX americano (provavelmente será exibido pela Fox daqui).

2 – Grey’s Anatomy 4ªTemporada
Depois de uma temporada cambaleante, Grey’s Anatomy sacudiu a poeira (com a saída de dois personagens) e deu a volta por cima, mesmo sendo uma série bastante dramática (sei que isso é coisa de tanga) é indiscutível o bom roteiro de Shonda Rhimes no desenvolvimento dos personagens e das situações (claro que acho a protagonista Meredith uma chata e o casal George e Izzie, intragável, mas tude bem), sempre uma metáfora para a vida dos médicos do Seattle Grace. Além disso, a trilha sonora é um show a parte e as atrizes Chandra Wilson (dra. Bailey) e Sandra Oh (dra. Yang) garantem o elenco com ótimas performances.

1.2 House 4ª Temporada
Everybody Lies, com esta frase icônica, Dr. House sempre nos diverte e demonstra o quanto um personagem consegue ser trabalhado seriamente numa série muito bem escrita, nesta quarta temporada, o divertimento é garantido com a seleção para os novos auxiliares de House (reparem que uma meia dúzia dos candidatos terá seu momento nos futuros episódios), além disso, sua antiga equipe volta aos poucos para nas histórias para fechar o excelente elenco coadjuvante (junto com Cuddy e Wilson) da série que, certamente, renderá ainda muitos prêmios á Hugh Laurie.

1.1 Lost 3ª Temporada
Mesmo tendo aqueles episódios solitários em 2006, os episódios corridos de 2007 foram o que de melhor Lsot apresentou até agora, acrescentando dois excelentes personagens, Ben e Juliet, e se perdendo em outros (Paulo, Nikki, Rose e Bernard), Lost ainda é um vício difícil de desagradar, quando mais se pensando no que ocorreu no último episódio, agora, também saberemos o que ocorreu depois de alguns personagens saírem da ilha. Com o número de episódios definidos (16 por temporada, serão mais três) a partir de fevereiro saberemos quem são os tripulantes do resgate que Ben tanto não queria que chegasse á ilha, a volta de Michael, o que será mostrado nos flashforwards e mais um milhão de respostas que os fãs esperam ansiosamente.

1.0 Dexter 2ª Temporada
Graças a internet, os fãs de downloads já puderam conferir o final da temporada de Dexter (que será exibido somente dia 16). O que dizer de uma série que consegue desenvolver, ainda mais, seu personagem central, um assassino sob um código de ética, Dexter teve seus momentos de abstinência (excelente exemplificação para os sentimentos de Dexter, colocá-lo no narcóticos anônimos) e conheceu sua madrinha, Lila (a inglesa incendiária), que viria a ser sua perdição. O arco narrativo era o envolvimento do FBI na caça ao próprio Dexter (já que foram descobertos os corpos na marinha onde Dexter os desovava), e este se esquivando de todas as maneiras possíveis além de descobrir mais sobre o passado de seu pai, o mentor do código de Dexter seguia. Elenco e texto impecáveis (somente no final há uma entrega óbvia do roteiro), mas que não arranha a excelente segunda temporada de Dexter (que deve estrear por aqui somente em 2008).

Quer mais dicas e comentários sobre as outras tantas séries, toda terça-feira a coluna Sit.com, deste que vos escreve, tenta mostrar o que tem de interessante e curioso no universo dos série maníacos
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Guilty Pleasure – Filmes Catástrofes

Primeira Fila sexta-feira, 07 de dezembro de 2007 – 3 comentários

Não sou muito fã de expressões estrangeiras que acabam virando referência para determinados assuntos, mas GUILTY PLEASURE se encaixa perfeitamente no sentido que é insinuado atualmente, tanto para filmes como séries, é algo que você gosta, mas não assume para ninguém porque iria “queimar seu filme”.

Todos temos predileção por estilos de filmes, tanto que gosto não se discute, como já diz o ditado, no entanto, quem nunca gostou de uma bomba e escondeu de outras pessoas sua predileção para não ficar com fama de mau gosto, ou que só assiste porcarias?

Particularmente, meu guilty pleassure são os velhos e famosos filmes catástrofes, não perco eles nem em reprises. Desde os anos 70 (auge do gênero), com filmes como Inferno na Torre, Terremoto, Aeroporto 74 e O Destino de Poseidon, contando com grandes produções, os filmes catástrofes desta época possuíam grande destaque no meio por contarem com nomes consagrados (e oscarizados) no elenco.

Irwin Allen, “mestre dos desastres”, criador de Inferno da Torre e O Destino de Poseidon, dizia que “enquanto existirem seres humanos neste planeta, haverá tragédias na vida real; as pessoas os chamam de filmes-catastrofes, mas na realidade são filmes de grandes aventuras com elementos de tragédia e crise”. A grande questão neste gênero é que, na verdade, todos filmes se repetem como numa fórmula, são personagens, normalmente, famílias ou casais com questões pessoais a serem resolvidas que são apanhadas pelos eventos trágicos (inundação, fogo, tempestade, ou invasão de animais e/ou alienígenas, etc.), e tentam em meio ao senso de sobrevivência resolver estas questões pendentes entre eles.

O gênero que andou sumido nos anos 80, voltou com força total na década passada com a grande qualidade de efeitos especiais disponíveis, assim mudou-se um pouco o enfoque, o elenco apesar de contar com atores conhecidos já não é tão imprescindível assim, na verdade, os efeitos ganham destaque em produções de grande orçamento (os blockbusters).

Foi uma verdadeira invasão de filmes nos anos 90 em diante, temos desde o eficiente Twister, O Dia Depois do Amanhã, Mar em Fúria, Titanic, Independence Day, O Núcleo, a refilmagem recente de Poseidon e uma disputa entre os estúdios por temáticas similares: Armageddon (“I don’t wanna close my eyes…”) e Impacto Profundo (que pra mim possui o melhor elenco desta retomada com nomes como Maximilian Schell, Vanessa Redgrave, Robert Duvall e Morgan Freeman) disputavam o título “Melhor Catástrofe envolvendo um Meteoro em Colisão com a Terra”; Inferno de Dante (Pierce Bronsnan e a sumida Linda Hamilton) e Volcano (Tommy Lee Jones) disputavam o título “Melhor Vulcão em Erupção prestes a destruir uma Cidade”.

Como tudo em Hollywood é cíclico, atualmente, os filmes catástrofes deram um tempo devido os custos altos das produções e as bilheterias não corresponderem ás expectativas (vide o fracasso de Poseidon). Aproveite este momento confissão e diga nos comentários (mesmo que anonimamente, não se envergonhe!) que filmes ou gênero você tem vergonha de assumir que não perde de maneira nenhuma?

Filmes cabeça

Primeira Fila sexta-feira, 30 de novembro de 2007 – 6 comentários

Você já deve ter estado numa situação onde um grupo de pessoas discute um filme específico (se você tiver amigos e ver filmes), e cada uma possui uma visão diferente para os acontecimentos do mesmo, você pensa o que eu estou fazendo aqui, este filme é muito ruim não entendi nada nele e estes loucos estão procurando explicações para o que ocorre em cena enquanto eu só queria comer pipoca e dar uns amassos na gatinha.

Pois bem, há um variedade de filmes obrigatórios de serem assistidos pois os mesmos viraram referência do que se chama FILMES CABEÇA, ou também filmes cult, volta e meia alguém pode fazer um comentário sobre o mesmo e você ficar boiando, loser. Claro que você pode argumentar que não gosta de filmes que não tenham menos do que 10 cadáveres ou cenas de lesbianismo, porém, lhe afirmo que vez ou outra vale a pena “viajar” nas imagens, sons e atores de determinados filmes, esquecendo o lado racional e lógico de tudo o que nos cerca, como se fosse uma experiência sensorial.

Para você saber do que estou falando aqui uma listinha básica da série como dar um nó na cabeça ou mesmo, não acredito que eu assisti este filme e não entendi nada:

CIDADE DOS SONHOS: Ninguém atualmente faz filmes mais sem pé nem cabeça do que David Lynch, desde os anos 80, Lynch nos brinda com perólas como Veludo Azul e, sua mais popular obra, Twin Peaks (afinal quem matou Laura Palmer? virou febre mundial). Em Cidade dos Sonhos, todos os ingredientes da obra peculiar de Lynch estão presentes: personagens bizarros e misteriosos, anões, mafiosos/bandidos e uma incrível incompreensão do que é real ou sonho/ilusão. Além disso, há Naomi Watts em início de carreira e, até, cenas de lesbianismo (viram é possivel unir dois gostos diferentes). Lynch é mestre em criar filmes cabeça, afinal, sua narrativa dificilmente é linear (como a maioria dos filmes atuais), Lynch brinca com flashbacks, delirios, sonhos e, ainda, modifica a ordem cronológica das cenas sem avisar o telespectador anteriormente, portanto, temos um “nó neurológico”.

Naomi Watts nos seduz e confunde em Cidade dos Sonhos

MAGNóLIA: É uma pena que Magnólia seja mais reconhecido pela famosa “chuva de sapos” (literal), porque afinal as pessoas sempre tentam encontrar explicações para eventos que simplesmente servem de simbolismo dentro da trama? Na verdade, o filme é um épico (até mesmo na duração, são três horas) sobre os dramas humanos como a relação de pais e filhos, tendo em sua narrativa mosaico (são mais de dez personagens interligados de alguma maneira) um roteiro forte e impactante que não cede para a fórmula “final feliz”. Além disso, Paul Thomas Anderson filma a fantástica cena que representa o clímax do sofrimento vivido por todos, que acabam se unindo ao cantar uma mesma música, Wise Up (de Aimee Mann, responsável pela trilha). Se você ainda quer teorizar sobre a chuva de sapos, há muitas interpretações que vão desde um evento ao “acaso”, como os mostrados no início do filme, há uma intervenção divina (prestem atenção em determinado momento do show de auditório aparece um cartaz no público com os dizeres Exôdo 8:2, onde se encontra uma referência á rãs). Mistéééério!

É um pássaro, é um avião…

Amnésia: Christopher Nolan (hoje mais conhecido por Batman Begins), exibiu todo seu talento de diretor num grande exercício de lógica e técnica narrativa, afinal, a história começa no que deveria ser a última cena e termina na sequência que deveria aparecer no ínicio do filme. Cada cena de Amnésia se inicia com o final da cena seguinte (hein?). Depois de sofrer um trauma, Leonard (Guy Pearce) passa a ser incapaz de se lembrar de fatos que acabaram de ocorrer em sua vida, porém, precisa descobrir o assassino da sua mulher, para isto começa a tatuar informações no seu corpo para informá-lo já que, em seguida, irá esquecê-las. Mesmo sendo uma trama simples sobre vingança a maneira como Amnésia é montado cria um verdadeiro quebra-cabeça no formato de um filme, imperdível.

Não esqueça de anotar o nome do filme

Obviamente, a lista poderia ser maior com títulos como Donnie Darko (de Richard Kelly), Preso na Escurisão (de Alejandro Amenabar), Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (de Michel Gondry) entre outros, mas, já serve de aperitivo para você se entrosar com os filmes mais confusos/incompreendidos dos últimos anos.

Californication

Sit.Com terça-feira, 27 de novembro de 2007 – 2 comentários

Sendo exibida pelo canal Warner (terça ás 22hs.), está no terceiro episódio, Californication chama a atenção pelo conteúdo sexual poucas vezes visto num seriado americano (talvez esteja no mesmo nível do sempre polêmico Nip/Tuck). Claro que por ser exibido na tevê á cabo americana facilita a presença de cenas de sexo, bundas, seios, bebedeiras e consumo de drogas sem haver maiores problemas com a censura.

A primeira coisa que chama a atenção na série é a presença de David Duchovny, reconhecido como o crente agente Fox Mulder na inesquecível série Arquivo X, interpreta de maneira cínica e despojada Hank Moody, escritor de um livro só (one hit wonder) que virou um filme idiota nos cinemas. Californication Hank Moody (Duchovny) é um escritor que se esforça para conseguir criar sua filha adolescente, Becca e continua apaixonado por sua ex-mulher Karen (Natascha McElhone, Ronin e Solaris), enquanto tenta relançar sua carreira após ter um bloqueio criativo. Sua obsessão com a honestidade e seu comportamento auto-destrutivo — bebidas, drogas e relacionamentos — estão ao mesmo tempo destruindo e enriquecendo sua carreira.

Para quem não conhece as ousadias da série, logo na primeira cena do primeiro episódio, Hank aparece adentrando numa igreja e ao se confessar a freira, esta lhe diz: “Na maioria dos casos eu recomendaria cinco Ave Marias e dez Pai Nossos, mas acho que o que você está precisando é um boquete.”, não preciso dizer mais nada. No entanto, ao decorrer dos episódios nota-se que o tom provocativo da série diminui para retratar a personalidade auto-destrutiva de Hank, sempre a procura de uma nova idéia para seu livro e a tentativa reconquistar sua ex-esposa, enquanto isto não acontece, ele vai bebendo, cheirando e comendo as mulheres que surgem pelo seu caminho.

Além de Hank Moody, Californication possui alguns personagens de apoio bem utilizados pela trama, como o agente literário de Hank, Charlie Runkle (Evan Handler, ator de séries como Sex and The City), envolvido com uma descoberta sexual de sua secretária; e mesmo, a ninfeta Mia Lewis (Madeline Zina, a garotinha da série The Nanny), de 16 anos, que se envolve com Hank, sem ele saber, sendo ela a filha de Bill, namorado de Karen (olha a situação!).

Quem for assistir Californication pela putaria pode parar agora, depois destes episódios iniciais (tendo a temporada 12 episódios), diminui a porra louquice do personagem pois Hank tenta de inúmeras maneiras reaver sua família. Seu relacionamento com Becca é muito bem retratado pelos roteiristas através de diálogos carinhosos e com cumplicidade entre os dois. Um dos melhores episódios mostra o relacionamento de Hank com seu pai, através de flashbacks, que muito explica o comportamento destrutivo de Hank.

Mesmo assim com seu humor cínico e alta voltagem sexual ao final da temporada fica-se com uma sensação de vazio, como se os roteiristas não soubessem justificar as transformações e escolhas dos personagens (por vezes, moralistas), mesmo assim, o saldo é positivo.

Franquias continuam em alta

Cinema domingo, 25 de novembro de 2007 – 4 comentários

Como se já não bastasse a greve dos roteiristas (tem reunião nesta segunda, 26, para uma negociação e término da greve, cruzem os dedos), que impede notícias sobre os futuros filmes a serem produzidos, quase tudo o que é e foi divulgado nesta semana são notas de continuações de filmes, é quase um fênomeno social! Vamos a elas e não se perca na contagem.

1. Anjos e Dêmonios: ou O Código da Vinci 2, a produção estava prevista para estrear agora em 2008, mas devido a greve dos roteiristas foi adiada para 2009, o filme baseado no livro de Dan Brown conta outra aventura de Robert Langdon (Tom Hanks) desta vez no Vaticano, especula-se que a atriz Naomi Watts (O Chamado e King Kong) também participe do filme.

2. James Bond 22: recorde númerico, James Bond 22, novamente Daniel Craig, além da suposta bondgirl latina a ser escolhida parece ter escolhido o vilão, o ator francês Mathieu Amalric, pouco conhecido por aqui, mas presente em filmes como Munique, Reis e Rainhas e O Buquê. A direção fica a cargo de Marc Foster (diretor, eclético, de A Passagem, A Última Ceia e, do futuro, O Caçador de Pipas) e a estréia está prevista para o final de 2008.

3. Arquivo X 2: esta na verdade é mais uma especulação do que nota, Lance Henriksen, ator que interpretava Frank Black na série Millenium (que eu adorava por sinal), pode encontrar-se novamente com os agentes Mulder e Scully, segundo o próprio ator. Acho pouco improvável que isto ocorra neste próximo filme mas… da trama sabe-se apenas que é uma história independente que levará a relação entre os agentes Fox Mulder e Danna Scully a direções inesperadas.

4. Jornada nas Estrelas 11: J.J. Abrams (de Lost, Alias e Missão Impossível 3) parece ter fechado a escalação de seu filme, que irá mostrar como o Capitão Kirk (agora, Chris Pine de Sorte no Amor) e o Sr. Spock (Zachary Quinto, o Sylar de Heroes) se conheceram na Academia e a primeira missão da tripulação da Enterprise. Além destes nomes, esta semana foram divulgadas a participação de Clifton Collins Jr. (de Capote e Dirt), como um comparsa do vilão (Eric Bana, de Hulk) e Jennifer Morrison (da série House).

Sylar roubou as orelhas de Spock

5. Premonição 4: eu avisei que são continuações para todos os gostos. O diretor Davod R. Ellis, de Serpentes a Bordo e Premonição 2, foi convocado a dirigir esta nova sequência ainda sem previsão de estréia, contando com um novo grupo de adolescentes que fogem da Morte, há ainda uma idéia do estúdio de realizar o filme em 3D (isto ainda existe).

6. Riddick 3: o diretor David Twohy (de Eclipse Mortal e A Batalha de Riddick) confirmou a intenção de realizar um terceiro longa com o personagem de Vin Diesel, devido ao sucesso dos filmes em dvd, diz o diretor que seria um projeto independente (significa que a Universal não tem a mesma idéia), e com isto, o orçamento seria bem menor. Alguém tem a impressão de que este filme pode ser um fiasco, afinal de contas, uma ficção científica necessita de um mínimo de dinheiro somente para os efeitos especiais, além disso, Vin Diesel não deve participar de graça.

7. Velozes e Furiosos 4: além dos citados Vin Diesel e Paul Walker retornarem á franquia, surgiu o nome de Jordana Brewster, tembém do primeiro filme, para retornar como interesse romântico de Walker. Sobre a trama, se é que isto interessa, há uma especulação envolvendo o personagem de Walker indo atrás de um traficante de heroína para livrar da prisão após ter acobertado a fuga do personagem de Vin Diesel, e ainda por tabela, livrar este também de prisão.

8. A Múmia 3: previsto para estrear em agosto próximo, A Múmia 3, reúne brendan Fraser, John Hannah, Maria Bello (substituindo Rachel Weisz), Jet Li e Michelle Yeoh. Dirigido por Rob Cohen, o filme se passa durante uma expedição a tumbas proibidas na China, Rick O´Connell (Fraser) desperta a múmia de um antigo imperador chinês, amaldiçoado por uma feiticeira (Michelle Yeoh, na foto).

9. O Exterminador do Futuro 4: a grande notícia da semana foi a escalação de Christian Bale (de Batman Begins e Os Indomáveis, onde foi parar a estréia deste filme que era para este final de semana?), para o quarto filme da franquia, rumores dizem que Bale não interpretará nem John Connor nem um novo Exterminador, é um personagem novo. A direção ficou a cargo de McG (de As Panteras e Somos Marshall) e a trama se passa no período pós-guerra, no qual as batalhas nucleares entre humanos e máquinas destruíram as grandes cidades (não esquecendo que a série The Sarah Connor Chronicles estréia agora em janeiro pela Fox e, se passa entre os eventos do segundo e terceiro filme).

10. Indiana Jones 4: a Paramount divulgou o título oficial do filme aqui no Brasil, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal e sua estréia está prevista para 22 de maio de 2008, lançamento simultâneo com os Eua.

Overdose Faroeste: Retrospectiva na Telona

Primeira Fila sexta-feira, 23 de novembro de 2007 – 0 comentários

A cada nova década surge sempre a discussão do porquê o faroeste não consegue sobreviver em Hollywood como um gênero, possivelmente os super-heróis e as aventuras forradas de efeitos especiais á base de computação gráfica impedem que isto ocorra. Mesmo assim, o faroeste ressurge sempre com um novo ciclo de filmes como o que está ocorrendo neste ano.

O cinema western, gênero clássico norte-americano (mesmo que outros paises tenham produzido faroestes, como a Itália com os western spaghetti), popularizado como faroeste, velho-oeste ou mesmo bang-bang, teve seu auge nas décadas de 40 e 50, após isso se tornou um gênero de produção bissexto, a cada nova década produções são realizadas para manter o espírito do faroeste vivo (sem muito sucesso comercial, salvo raras exceções) ou tentam reinventá-lo (como em Os Imperdóaveis).

O cenário clássico dos filmes é o Oeste americano (óbvio), desde o périodo que precede a Guerra Civil Americana (aquela do Sul escravista contra o Norte industrial) até a virada do século XX. É o tempo da ocupação de terras; do estabelecimento de grandes propriedades dedicadas á criação de gado; das lutas com os índios e a sua segregação; das corridas ao ouro na Califórnia; da demanda das terras prometidas (como o estabelecimento do Estado do Utah, pelos mórmons) e da guerra no Texas.

O gênero foi praticamente fundado em 1903 com The Great Train Robbery, de Edwin S. Porter, na época do cinema mudo. Foi desta maneira até o final da década de 20, depois disto houve até o surgimento de cowboys cantores como Gene Autry e Roy Rogers (Rei dos Cowboys). Na década de 30 diretores como Cecil B. de Mille (de Os 10 Mandamentos), que dirigiu o épico Jornadas Heróicas, e John Ford (mestre do gênero), responsável por No Tempo das Diligências (com o mais famoso cowboy da história, Joh Wayne), foram os destaques com produções que atraiam a atenção dos grandes estúdios para o gênero.

John Wayne: personificação do cowboy americano

Na década de 40 o tema que dominou o gênero nesse período foi dos bandidos célebres, cujo primeiro grande sucesso foi Jesse James (mesmo personagem interpretado por Brad Pitt que estréia nesta semana), de 1939, de Henry King, que iniciou uma grande quantidade de adaptações da vida de bandoleiros famosos do oeste, como Billy the Kid, Belle Starr, Calimity Jane, os irmãos Dalton e Younger. Uma Cidade que Surge, de Michael Curtiz, abre caminho para o tema “xerife que limpa a cidade infestada de bandidos”, enquanto que Consciências Mortas, de William A. Wellman, sobre linchamentos, é o western de tese social. O drama psicológico penetra no oeste com Sua Única Saída, e Golpe de Misericórdia, ambos de Raoul Walsh. Entre os westerns mais importantes da década estão os de John Ford, Sangue de Heróis, O Céu Mandou Alguém e A Legião Invencível; Rio Vermelho, de Howard Hawks (outro mestre do gênero), e Céu Amarelo, de William A. Wellman.

Em 1950, Flechas de Fogo, de Delmer Daves, é o primeiro a apresentar o índio como herói, numa tentativa de análise social, como Assim são os Fortes, de William A. Wellman. O épico é representado nesse período por Caravana de Bravos e Rio Bravo, ambos de John Ford. No campo psicológico, O Matador, de Henry King e Matar ou Morrer, de Fred Zinemann. Outros westerns importantes dessa década foram Os Brutos Também Amam, de George Stevens; Rastros de ódio, de John Ford; e Onde Começa o Inferno, de Howard Hawks.

John Ford, cineasta símbolo do faroeste

Já na década de 60, o faroeste ja apresenta sinais de cansaço, o que normalmente ocorre com “filmes fórmula”, há comédias como Butch Cassidy e Sundance Kid, de George Hill. A Violência é refletida no filme Meu ódio será sua Herança, de Sam Peckinpah (outro mestre). Nesta década surge os famosos western-spaghetti na Europa com filmes como Por um Punhado de Dólares, de Sergio Leone (outro mestre). Após estas décadas, o faroeste entrou num período de hibernação mas, a cada nova década alguns filmes tentam ressuscitar o gênero junto ao público.

Na década de 80, houve em Hollywood exemplos típicos do saudosismo do gênero com Silverado, de Lawrence Kasdan, e Cavaleiro Solitário, de Clint Eastwood (que tem seu nome ligado diretamente com o faroeste por ter surgido no gênero e, décadas depois, surge dirigindo este representante do western-spaghetti). Na década de 90, anos do politicamente correto, houve uma releitura do papel dos índios na época, passaram de vilões á vítima em Dança com Lobos, de Kevin Costner, e do pistoleiro solitário despojado de glamour e do heroísmo típico em Os Imperdoáveis, novamente de Clint Eastwood. Porém, nesta década, houve a bobagem As Loucas Aventuras de James West, misto de comédia com faroeste, com Will Smith e Kevin Kline, uma vergonha para o gênero.

Nestes últimos anos alguns títulos passaram em branco como Cavalgada com o Diabo, do chinês Ang Lee, Desaparecidas, de Ron Howard, e O Ílamo, de John Lee Hancock. No entanto, os maiores sucessos foram de filmes que utilizam a geografia do gênero como pano de fundo para tramas que envolvem a sexualidade dos cowboys (O Segredo de Brokeback Mountain, de Ang Lee) ou mesmo, questões sociais (Três Enterros, de Tommy Lee Jones).

Nesta semana e nos próximos meses, quatro produções chegam ao cinemas utilizando os dogmas do gênero ou sua geografia nos seguintes filmes: Os Indomáveis, de James Mangold; O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, de Andrew Dominik; Onde os Fracos não têm Vez, dos irmãos Coen; e There Will Be Blood, de Paul Thomas Anderson.

Estréia prevista para fevereiro

Overdose Faroeste: Na Telinha

Sit.Com terça-feira, 20 de novembro de 2007 – 2 comentários

O gênero faroeste ou western ou, simplesmente, bang-bang viveu na televisão nos anos 50 e 60 seu apogeu, nas minhas procuras foram mais de 80 séries do gênero nestas duas décadas. Claro que algumas se destacaram mais e estão no consciente coletivo (de quem tem mais de 50 anos, óbvio) e outras por terem sido adaptadas em recentes produções cinematográficas (Hollywood sempre inovando!).

Quando levantei alguns seriados fui logo comentar com o meu pai (pertencente ao grupo dos acima dos 50) quais daquelas séries tiveram alguma relevância por aqui, ele me indicou algumas bastante entusiasmado (momento nostalgia) e, por incrível que pareça, quando estava atrás de uma abertura sempre comentada nos textos que li, ele, de longe, reconheceu á qual série pertencia. Veja abaixo se você reconhece ou alguém perto de você:

Bonanza (1959) é a mais conhecida série faroeste da tevê. Foram 431 episódios divididos em 14 temporadas, sendo a primeira do gênero colorida, com mais três telefilmes feitos décadas depois para contar a história da família Cartwright e o Rancho Poderosa. No entanto, Gunsmoke – A Lei do Revólver (1955), pode não ser tão reconhecido por aqui mas, durou 20 temporadas com 635 episódios. Outros exemplos de faroestes televisivos são: James West (1965) (que foi adaptado de maneira pavorosa naquele filme medonho de Will Smith), Bat Masterson (1957), O Homem da Virgínia (1962), Maverick (1957) (adaptado de maneira divertida nos anos 90 com Mel Gibson e Jodie Foster), Durango Kid (1945), Chaparral (1967), Daniel Boone (1964) e Zorro (versões de 1950 e 1957)

Em comum, assim como ocorre com os filmes, nas séries de faroeste há espaço para pistoleiros destemidos, bandidos fora-da-lei, cavaleiros honrados e bravos que, normalmente, procuram vingança ou justiça em ambientes desérticos, ranchos ou cidadezinha distantes dos grandes centros. Notem como é um gênero especificamente masculino, quase não há mulheres em papéis de destaque, quase sempre elas são retratadas como mães e donas-de-casa. Isso se modificou com a série Dra. Quinn – A Mulher que Cura (1993) exibida por aqui pelo SBT, na série, que teve 6 temporadas com 147 episódios, a Dra. Quinn (Jane Seymour) é uma médica que lutava contra o preconceito no interior de uma pequena cidade do oeste americano.

Deadwood, uma das tentativas de ressuscitar o gênero na TV

Nesta década, o gênero passou a ser bissexto, poucos produções se arriscaram a incursar na televisão (que vive o momento suspense criminal), com exceções como Deadwood, elogiada produção da HBO, teve 3 temporadas, com Timothy Olyphant (de Hitman), Ian McShane e Molly Parker, mostrava o poder e a corrupção na cidade do interior da Dakota do Sul. Outra produção da tevê á cabo americana foi a minissérie Into the West, com produção de Steven Spielberg, mostrava aventuras do Oeste Americano sob a ótica de duas famílias, uma de brancos e a outra de nativos indígenas.

Já as séries que tentaram se arriscar ao modificar a estrutura clássica do gênero como Peacemakers (2003), que misturava faroeste com investigações forenses, claro, de maneira bastante artesanal não agradou a audiência e foi cancelada com apenas 9 episódios. Mexendo mais no gênero foi Joss Whedon (criador de Buffy e Angel), que levou o gênero faroeste para o espaço, literalmente, criando a saga intergaláctica Firefly. Utilizando todos os tipos e temas do faroeste, a série não teve retorno em audiência, foram apenas 14 episódios, mas já é considerada uma série cult, tanto que ganhou em 2005, um filme exibido nos cinemas retomando a história da série, Serenity.

Uma pena o cancelamento precoce, a série era muito boa

A Maldição do Oscar

Primeira Fila sexta-feira, 16 de novembro de 2007 – 4 comentários

O que os atores F. Murray Abraham (Amadeus), Louise Fletcher (Um Estranho no Ninho), Rita Moreno (Amor, Sublime Amor) e Brenda Fricker (Meu pé Esquerdo) têm em comum, além de você provavelmente não conhecê-los? São atores que receberam o prêmio máximo do cinema americano, o Oscar, e depois disso simplesmente viram suas carreiras escoarem para o anonimato. Ou seja, foram atingidos pela Maldição do Oscar.

prêmio ou provável maldição?

Eu sei que é uma lenda mas, como toda invenção, é inspirada em fatos reais. Se a mémoria não colabora para exemplificar e tentar entender o que aconteceu com os atores citados acima, fica mais fácil observar, hoje em dia, os recentes vencedores do prêmio, que particularmente, parece atingir com mais afinco as atrizes.

No mês passado com a estréia de Invasores, Nicole Kidman (linda e excelente atriz), viu seu nome apontado como mais uma atriz a ser perseguida pela Maldição. Desde seu Oscar pelo drama As Horas, Kidman rodou nada mais, nada menos que 8 filmes (sem contar a estréia no mês que vem de A Bússola Dourada), sendo que nenhum foi um sucesso de bilheteria e seu melhor projeto para mim foi o suspense A Intérprete, os demais foram Cold Mountain (onde foi ofuscada pelo Oscar de Renne Zellweger), Revelãções (chato…), Mulheres Perfeitas (sem graça), Reencarnação (chatíssimo), A Feiticeira (engraçadinho mas ordinário) e A Pele (bizarro). Daqui a pouco, Kidman vai receber somente a alcunha de ex-mulher de Tom Crusie.

Nova vítima da Maldição

Outro exemplo recente fácil de citar é Halle Berry, ganhadora merecidamente pelo difícil papel em A Última Ceia, Berry viu seu nome ser estampado com sucesso somente na cinessérie X-Men, quando protagonizou seus projetos os filmes foram fracassos memoráveis como em Na Companhia do Medo (que dia destes estava passando em três canais da tevê a cabo ao mesmo tempo e, pior, o filme é ruim), Mulher-Gato (fundo do poço hehehe, rendeu o prêmio Framboesa de Oura para a atriz), A Estranha Perfeita (suspense chinelo com Bruce Willis) e As Coisas que perdemos Pelo Caminho (inédito no Brasil mas, nos Eua passou em branco, drama em que atua com outro vencedor do Oscar, Benicio Del Toro – poderia citá-lo por aqui também).

Nos casos acima, como os prêmios são recentes, pode-se imaginar que as atrizes fizeram os papéis pelos cachês que deviam estar em alta logo após a premiação. Mas no caso de Marisa Tomei que acabou virando piada em Hollywood.

Um dos casos mais curiosos da Maldição

Além das previsões sobre os premiados, os especialistas sempre se perguntam: quem será a Marisa Tomei da vez? A atriz americana, de 41 anos, ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por Meu Primo Vinnie (1992) em uma disputa difícil contra estrelas como Miranda Richardson, Vanessa Redgrave e Judy Davis. Apesar de Marisa Tomei ter protagonizado vários filmes depois do prêmio e, inclusive, ter sido indicada em 2002 na mesma categoria por Entre Quatro Paredes, sua carreira não tomou o rumo esperado. Tomei teve, inclusive, que suportar a piada maliciosa que circula em Hollywood de que ganhou o Oscar porque o apresentador Jack Palance (já bastante velho) não conseguiu ler “Vanessa Redgrave” no envelope e repetiu o último nome da lista de indicadas.

Mas nem só de atrizes que se faz esta Maldição, entre os atores isto também acontece, querem um exemplo de ator, ainda conhecido, mas que vive de projetos infelizes: Cuba Gooding Jr.. Após seu Oscar, por Jerry Maguire, Cuba se envolveu em projetos com nomes conhecidos como Melhor é Impossível (com Jack Nicholson), Amor além da Vida (com Robin Wiliiams) e Instinto (com Anthony Hopkins) depois disso foram filmes de segunda ou pior categoria, Na Sombra do Crime (nem eu lembro), Neve pra Cachorro (onde quem recebe mais destaque são os cães husky siberianos), Cruzeiro das Loucas (comédia idiota), Resistindo as Tentações (comédia religiosa com Beyonce), Meu nome é Radio (drama edificante para ele tentar ganhar um Oscar novamente, não deu), Fim de Jogo (hein?) e Norbit (onde serve de coadjuvante para Eddie Murphy, coitado!).

versão de calças de Marisa Tomei

Claro que são muitos os fatores que podem levar estes atores a verem suas carreiras naufragando em Hollywood, pode ser desde os produtores não quererem contratá-los porque terão que pagar salários milionários pois estes recém receberam a estatueta ou mesmo que continuem trabalhando, simplesmente, intepretam papeís ruins e filmes idem.

Resenha – Planeta Terror

Cinema quarta-feira, 14 de novembro de 2007 – 13 comentários

Filmes EXPLOITATION: Filmes produzidos com pouca ou nenhuma preocupação em termos de qualidade ou de mérito artístico, mas tendo em vista, outrossim, um lucro rápido, habitualmente através de uma grande pressão nas vendas e de técnicas de promoção baseadas na enfatização de um qualquer aspecto sensacionalista dos mesmos como violência e sexo.”

Espero que quem for assistir PLANETA TERROR saiba, no mínimo, um pouco deste projeto do diretor Robert Rodriguez, como por exemplo, que ele faz parte de uma obra conjunta com Tarantino (seu filme A Prova de Morte estréia em março) homenageando um gênero típico dos anos 70, exploitations (ler quadro acima).

Na verdade mais do que homenagear, Rodriguez brinca com os clichês do gênero, tanto é que em nenhum momento o filme assusta como um filme de terror sobre zumbis, no entanto, as referências são muito divertidas, como em determinado momento o filme ser interrompido pela falta do rolo seguinte, e quando volta á imagem percebe-se que seqüências do filme foram perdidas, ou a fotografia cheia de riscos como se o filme fosse velho.

Lhes apresento: Cherry, a stripper em ação

Além disso, os personagens formam uma galeria bizarra, temos desde uma stripper, Cherry (a gostosura da Rose McGowan, que um dia já foi namorada de Marilyn Mason!) com uma metralhadora no lugar de uma perna, o suposto herói El Wray (Freddy Rodriguez), que já teve um affair com Cherry, um médico obsessivo e sua esposa, também, médica (Josh Brolin e Marley Shelton), o tenente vilanesco de Bruce Willis e a participação de Quentin Tarantino (perdendo algumas coisas em cena!).

Se não for levado a sério, PLANETA TERROR, consegue divertir como uma brincadeira rápida, bizarra e estapafúrdia para adultos, além é claro, de ter em cena Rose McGowan.

Até Fergie aparece no filme

Greve dos roteiristas! Alerta vermelho para os série maniácos

Sit.Com terça-feira, 13 de novembro de 2007 – 9 comentários

Se você é como eu e estudou num colégio público já deve estar mais do que acostumado a ouvir falar em greves e, inclusive, chega um momento que a considera normal todo ano. Já nos Eua isto é sinônimo de revolta e muito, mas muito, dinheiro perdido. Pois o sindicato dos roteiristas (que representa todos os roteiristas da televisão e cinema) entrou em greve na segunda passada exigindo um acordo quanto ao pagamento de direitos pelo lançamento de filmes e programas de TV em DVD e sua distribuição por internet, telefones celulares e plataformas portatéis, ou seja, novas mídias que representam o futuro.

A última vez que isto ocorreu foi em 88 e foram 22 semanas de paralisação, a grande questão é que para o cinema esta paralisação não é muito incoveniente durante algum tempo, afinal os filmes possuem pré e pós-produção de anos, sendo assim, os filmes que serão lançados no ano que vem devem estar todos devidamente filmados em fase de finalização.

Já no universo televisivo, a questão se complica, os famosos talk-shows (espécie de programa do Jô, com melhores piadas e entrevistados) já estão paralisados pois dependem da presença diária (cobrindo os eventos do dia e da semana) dos roteiristas para formularem os programas. Já os malditos reality-shows ou são colocados no ar já devidamente terminados (como os programas de competição estilo Survivor e Amazing Race) ou não dependem de um roteiro pronto sendo, atualmente, improvisados pelos seus apresentadores como no programa Dancing with the Stars, que é exibido ao vivo toda semana.

greveestudioThe New Adventures of Old Christine, Two and a Half Man, Rules of Engagement, How I Met your Mother, The Office, Back to You, ‘Til Death e a dramédia Desperate Housewifes já esão paralisadas. Normalmente, nesta altura do ano as séries já estão com uns 10 a 15 episódios finalizados (sendo que a TV já exibiu de 5 á 7 episódios de cada série), então a grande questão atual é saber por quanto tempo a greve durará? Até porque os atores também estão apoiando a causa e já não gravam mais os roteiros finalizados de suas séries.

Algumas das novas séries desta temporada como sitcom Carpoolers, da ABC, por exemplo, tem os roteiros de todos os 13 episódios encomendados pelo canal prontos. Cane, da CBS, também. A dúvida é se quando a greve terminar estas séries receberão a encomenda de novos episódios ou não, pela audiência baixa das séries é bem provável que sejam canceladas.

Dos programas que já estão sendo exibidos alguns podem sofrer mudanças como Heroes, a série está prevista para entrar em intervalo no dia 3 de dezembro (11ª episódio da segunda temporada), encerrando o segundo capítulo da saga, chamado Generations. Comenta-se que as cenas finais do episódio foram reescritas no domingo anterior a greve, preparadas para que, caso a greve avance mais semanas, esta pausa se transforme no final definitivo da segunda temporada. Se a temporada já está sofrível imagina se terminaram de maneira abrupta?

Os fãs de Lost também tiveram uma notícia horrível e assustadora na semana que se passou. Comentou-se a hipótese da quarta temporada (prevista para estrear em fevereiro de 2008) estrear somente em 2009. Mas nada está definido oficialmente e a série tem até o momento 8 episódios prontos (de 16 previstos). O canal tem algumas opções: adiar a estréia da série ou estrear a série assim mesmo, interrompendo a exibição após estes oito episódios.

Já a Fox anunciou oficialmente: a estréia da sétima temporada de 24 Horas fica adiada até o final da greve. Segundo o canal, a série só irá ao ar quando for possivel transmitir todos os seus 24 episódios sem interrupções. Uma má notícia mas justificável pelo formato da série, imaginem um episódio terminar quando Jack está descobre uma reviravolta na trama (como sempre acontece) e, simplesmente, tivermos que esperar por semanas ou meses para saber do que se trata, complicado né? No entanto, para as séries do mid-season: Terminator: The Sarah Connor Chronicles, New Amsterdam, Canterbury´s Law e The Return of Jezebel James, todas com episódios já gravados, estréiam em janeiro, independente da greve.

Com programação diferenciada, os seriados de TV paga serão menos afetados com a greve, já que são filmados com bastante antecedência. Na FX, a primeira parte da quinta temporada de Nip/Tuck já tem todos seus roteiros prontos. O último ano de The Shield também. The Riches não terá problemas se a greve terminar até dezembro. Já Dirt deverá sofrer atrasos.

Um dos representates dos roteiristas, Damon Lindelof, criador de Lost, fez um interessante artigo para o jornal The New York Times sobre o tema. Um dos trechos diz:

Eu estou irritado porque eu sou acusado de estar sendo mesquinho pelos estúdios que estão sendo mesquinhos. Eu estou irritado porque minha mesquinhez é justa e razoável: se dinheiro está sendo gerado porque meu produto está na Internet, então eu tenho direito a uma pequena parcela. Os estúdios gananciosos, por outro lado, estão se escondendo atrás do argumento cínico e falso de que não estão fazendo nada pela Internet — que o streaming e o download de nossos programas é puramente promocional. Sério?

Seis semanas é o período crítico para que a greve dos roteiristas se resolva. Depois de seis semanas os estúdios podem alegar force majeure – literalmente, motivos de força maior – para justificar absolutamente tudo: cancelamento de contratos e projetos, demissões, re-negociação de salários (até mesmo para diretores e atores). Alguns acreditam que os cartolas não tem a menor pressa em retomar as negociações exatamente porque preferem esperar pelas seis semanas para ver “o circo pegar fogo”.

A questão é complicada e delicada, mas, obviamente que com a entrada de novos tipos de mídia quem realmente tira proveito financeiro deles são os produtores e estúdios, enquanto isso, os roteiristas ficam prá trás mesmo sendo de vital importância para a indústria.

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