Californication

Sit.Com terça-feira, 27 de novembro de 2007

Sendo exibida pelo canal Warner (terça ás 22hs.), está no terceiro episódio, Californication chama a atenção pelo conteúdo sexual poucas vezes visto num seriado americano (talvez esteja no mesmo nível do sempre polêmico Nip/Tuck). Claro que por ser exibido na tevê á cabo americana facilita a presença de cenas de sexo, bundas, seios, bebedeiras e consumo de drogas sem haver maiores problemas com a censura.

A primeira coisa que chama a atenção na série é a presença de David Duchovny, reconhecido como o crente agente Fox Mulder na inesquecível série Arquivo X, interpreta de maneira cínica e despojada Hank Moody, escritor de um livro só (one hit wonder) que virou um filme idiota nos cinemas. Californication Hank Moody (Duchovny) é um escritor que se esforça para conseguir criar sua filha adolescente, Becca e continua apaixonado por sua ex-mulher Karen (Natascha McElhone, Ronin e Solaris), enquanto tenta relançar sua carreira após ter um bloqueio criativo. Sua obsessão com a honestidade e seu comportamento auto-destrutivo — bebidas, drogas e relacionamentos — estão ao mesmo tempo destruindo e enriquecendo sua carreira.

Para quem não conhece as ousadias da série, logo na primeira cena do primeiro episódio, Hank aparece adentrando numa igreja e ao se confessar a freira, esta lhe diz: “Na maioria dos casos eu recomendaria cinco Ave Marias e dez Pai Nossos, mas acho que o que você está precisando é um boquete.”, não preciso dizer mais nada. No entanto, ao decorrer dos episódios nota-se que o tom provocativo da série diminui para retratar a personalidade auto-destrutiva de Hank, sempre a procura de uma nova idéia para seu livro e a tentativa reconquistar sua ex-esposa, enquanto isto não acontece, ele vai bebendo, cheirando e comendo as mulheres que surgem pelo seu caminho.

Além de Hank Moody, Californication possui alguns personagens de apoio bem utilizados pela trama, como o agente literário de Hank, Charlie Runkle (Evan Handler, ator de séries como Sex and The City), envolvido com uma descoberta sexual de sua secretária; e mesmo, a ninfeta Mia Lewis (Madeline Zina, a garotinha da série The Nanny), de 16 anos, que se envolve com Hank, sem ele saber, sendo ela a filha de Bill, namorado de Karen (olha a situação!).

Quem for assistir Californication pela putaria pode parar agora, depois destes episódios iniciais (tendo a temporada 12 episódios), diminui a porra louquice do personagem pois Hank tenta de inúmeras maneiras reaver sua família. Seu relacionamento com Becca é muito bem retratado pelos roteiristas através de diálogos carinhosos e com cumplicidade entre os dois. Um dos melhores episódios mostra o relacionamento de Hank com seu pai, através de flashbacks, que muito explica o comportamento destrutivo de Hank.

Mesmo assim com seu humor cínico e alta voltagem sexual ao final da temporada fica-se com uma sensação de vazio, como se os roteiristas não soubessem justificar as transformações e escolhas dos personagens (por vezes, moralistas), mesmo assim, o saldo é positivo.

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