Um pequeno apanhado sobre… Destruição

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 06 de outubro de 2008 – 5 comentários

Destruição é algo que sempre é melhor visto em cinemas, onde temos a ajuda de defeitos especiais, que fazem com que a cabeça de quem assiste fique colada no teto, de acordo com o teor de destruição apresentado na tela. Mas quando isso é pra ser colocado em palavras, a coisa começa a ficar meio foda. Falar sobre coisas sendo destruídas pode parecer algo simples, mas fazer com que as palavras passem o mesmo impacto que elas teriam na tela é algo que exige muita habilidade do autor, ou se tornar algo que é ignorado nas primeiras linhas por quem lê.
Deve ser por isso que, quando sai um filme baseado em um livro, ele perde tanto sua fidelidade com o original e por muitas vezes acaba sendo um motivo de fãs xiitas reclamarem com meio mundo como se fosse adiantar de algo, mas isso não é a questão aqui, vamos em frente antes que eu em esqueça do que estava falando.
Se for pra falar de coisas sendo destruídas, pessoas devem tomar a frente de uma lista assim. Elas podem ser consideradas coisas, não é? Bom, não importa, para motivos de discussão, pessoas são coisas de agora em diante, por tempo indeterminado. Cenas de assassinatos e de mortes são aquelas que sempre tem boas descrições quando caem na mão de autores bons, normalmente aqueles que já tiveram experiências de combate e já devem ter visto um corpo cair com uma bala estourando os miolos. Ou foi ele mesmo que disparou a bala, nunca se sabe, mas não é ele que irá dizer isso. Barry Eisler é um autor relativamente novo, que tem bastante conhecimento sobre tudo isso e que, de acordo com seu site, tem realmente toda a habilidade pra falar sobre tudo isso, o que torna as descrições dele de mortes sempre tão boas, pelo menos algumas das melhores que já li nesses últimos anos. Existem muitos outros que falam tão bem sobre como um corpo pode ser destruído, mas só vou citar apenas mais um. Rubem Fonseca, em seu livro A grande arte, tem uma grande parte do livro que fala sobre combates com facas. Até hoje me lembro das descrições do livro. E uma cena logo no final do livro eu diria que foi perfeita, impossível alguém falar dela se não a presenciou ou foi um dos protagonistas, mas é como a de mortes por armas de fogo de outros autores; se ele fez isso, duvido que irá falar.
Destruir propriedades é também algo que é difícil de se colocar no papel. Como falar sobre como tijolos chamuscados pela força do fogo caindo de seus lugares por causa de um incêndio que acaba por destruir tudo? E um carro, sendo consumido pelas chamas até que não sobre nada, a não ser a sua carcaça irreconhecível? Esse último do carro tem aquele que alguns já devem conhecer, a cena de O poderoso chefão, quando o carro explode e… bom, sem mais detalhes. Esse mesmo livro tem muitos momentos que podem ser encaixados como destruição total, não vou citar mais nada dele, confiram vocês mesmos quais são eles. Não consigo me lembrar de nenhum exemplo de literatura que pode ser citada como destruição de propriedade, me falha a memória algum livro que tenha algo sobre isso e não vou recorrer a ajuda externa pra descobrir algo pra colocar aqui.
E por fim, aquele tema que já foi bem explorado a muitos anos atrás, que é a destruição completa de planetas. Sei que, se eu citar o Guia aqui de novo, é capaz que alguns de vocês me matem, mas sabe, só digo uma coisa: Cai dentro mano, pega eu. A destruição total do planeta logo nos primeiros capítulos serve de início de tudo o que acontece nos volumes seguintes, aqueles que já foram discutidos aqui. Acabar com tudo o que tem sobre o planeta é outro tipo de destruição, como as apresentadas em livros mais clássicos como Guerra dos Mundos de H.G. Wells, tão conhecido de todo mundo pelos filmes, que acabam com tudo no caminho, inclusive com a graça do livro. E acho que por hoje é só, se eu continuar escrevendo aqui sobre destruição, daqui a pouco você irão se dedicar a me destruir, o que no fim de tudo, não seria uma má coisa…
SE CONSEGUIREM!

Guias de leitura e seus leitores necessitados

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 29 de setembro de 2008 – 5 comentários

Semana passada falei sobre livros que misturam MUITO os seus estilos, chegando a se tornar uma mistureba generalizada de todas as coisas. Livros assim só teriam seu sentido compreendido somente se o cara fosse muito foda e conseguisse perceber todas as nuances de enredo e de seja lá mais o que for que o autor queria passar no volume. Como essas pessoas não existem assim em qualquer livraria ou esquina das bibliotecas, é pensando nisso que existem aqueles livros que se dedicam a estudar outros. Não estou falando da Bíblia, ela já tem livros demais que a estudam a cada capítulo.
Um dos primeiros desses guias que vi e quase comprei foi um guia de leitura de um livro chamado Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Nunca tinha lido o livro e achei que seria uma boa ler ele naquela época, quase que cometo a cagada de comprar o guia de leitura dele ao invés da obra original. Continuo até hoje a não o ler, aquilo me intimidou, sei lá porquê.
Guias de leitura eram umas coisas que eu só tinha visto pra livros que exigiam mesmo um acompanhamento, como a Bíblia e um livro que li a pedido de uma vizinha minha que queria impressionar umas amigas dela, que me deu o livro pra resumir e ela poder entender. O livro em questão era um estranho, sobre uns pergaminhos e alguma besteira assim, acho que se chamava A Profecia Celestina. Aquilo de energias e auras e essa bobagem toda me deixou confuso no final do livro, mas expliquei pra ela mesmo assim. Se ela conseguiu impressionar suas amigas, é algo que eu nunca descobri, mas o caso é que eu reli aquela bagaça umas 2 vezes mais pra tentar entender direito tudo aquilo. Desistir não é meu forte e insistir no meu erro de tentar continuar a entender tudo aquilo me levou a ler as continuações da história, aquelas que agora nem me lembro mais e que não pesquiso por preguiça. O fato é que depois de algum tempo depois de ter lido todos os livros, eu vi numa sebo um guia de leitura dele. Na hora, não entendo muito bem o que era, mas o folheei e vi que era uma porrada de coisas sobre o livro, analisando cada parte e besteiras assim. O livro era complicado, mas só pensar um pouco que dava pra entender.
Livros assim que pegam carona em outros são coisas estranhas. Além de só servir pra encher prateleira, eles se dedicam a analisar livros que cada um pode ter uma opinião diferente. Veja por exemplo esse livro que adoro falar mal, aquele tal de O Segredo. Tem trocentos e quatro livros dedicados a analisar aquilo. “Desvendando o Segredo”, “O código por trás de ‘O Segredo'”, “O segredo de ‘O Segredo'” e tudo aquilo de pessoas que querem ganhar um pouco de dinheiro em cima de best sellers. Acho que é esse o segredo no fim de tudo, só pode. Você termina de ler o livro e lá tem um endereço pra você mandar sua versão do que entendeu do livro. Até tem apresentadora de TV escrevendo livro sobre isso, veja só que coisa. “O Segredo por Ana Maria Braga”, é um desses, que acredito ser algo que realmente é só algo pra pegar o vácuo do livro. E acompanha um CD, UM CD! Tudo acompanha um CD hoje em dia, isso nem mais é artifício pra chamar público. Até cereal vem CD junto, dependendo da marca.
E só pra finalizar, que já estou aqui a tempo demais e minha bebida tá esquentando. Se um livro precisa de guia de leitura pra entender, ou ele é aquele livro foda que merece ser lido com toda dedicação e atenção pra entender tudo (se você não faz isso com todos os que lê, MORRA!), ou ele é tão vazio e sem sentido que pra ter algo útil nele você tem que recorrer a outros livros. Se um livro exige você ler outro pra total entendimento, ele é inútil. Isso de livros únicos, trilogias e séries são categorias a parte, no fim de tudo…

Quebrando padrões

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 22 de setembro de 2008 – 6 comentários

Andei olhando umas prateleiras diferentes da última vez que fui a uma livraria e ainda não cheguei a conclusão se isso foi uma coisa boa ou ruim. Estava lá eu em um pocket show de uma banda que era foda quando do nada, me lembro que estou numa livraria e ainda não tinha visto nenhum livro. Como o show devia estar no final, vou andar por lá, folheando uns livros aleatórios, até que o show acaba e volto pra casa pensando umas merdas sobre o que vi. Sobre os livros, o show não, estava legal.
Primeiro de tudo, seção de psicologia. Não cheguei a ver muitos livros médicos porque não entendo nada disso, mas os livros que podem ser considerados normais nessa seção me chamaram um pouco a atenção. Que tipo de livro se chama Como tornar-se um doente mental?. Tá, o título é sugestivo, mas sabe como é que funciona isso tudo, o título não chega aos pés do que ele quer significar. Não vou falar desse livro, acredito que o resumo dele no site da editora já deve dar uma idéia do que ele é e porque eu nem cheguei a cogitar a possibilidade de o comprar:

Em ‘Como tornar-se um doente mental’, o autor apresenta uma psicopatologia às avessas. Em vez de dar receitas de uma vida saudável, revela, passo a passo, como ser um doente mental. Com isso, abre uma porta para que o doente possa entender melhor, e de forma bem-humorada, como ficou doente. Somente assim ele tem a liberdade de modificar o estado das coisas.

Bem-humorada, sei…
Enfim na volta pra casa fiquei tentando encaixar esse livro em alguma prateleira que não fosse a de psicologia, mas não consegui. Apesar de isso ser um livro que tem uma temática séria, seja lá qual for, a mistura de gêneros que estão sendo feitas hoje em dia na literatura tem me deixado um pouco ressabiado de comprar algo que possa ser muito diferente. Tem livro de psicologia se metendo a engraçadinho, livro de culinária que parece um guia turístico, volumes de auto-ajuda que contam trechos da história do país, livros técnicos que servem de modelo pra administradores e uma porrada de outros tipos de livros misturados que eu nem acredito que existem, mas se continuar assim, terão que ser criadas categorias novas para os colocar em algum lugar. Isso me lembra aqueles livros que tinha jogos pra fazer durante a leitura, pra entender direito a história, tipo palavras cruzadas, ligue os pontos, aqueles jogos que eram legais…
E nisso tudo, acabei por pensar em uma história cretina sobre um bando de albinos pescadores de golfinhos que só o fazem a noite por causa de seus problemas e que durante o dia se dedicam a fazer shows de marionetes. Durante o livro, eles iriam ensinar como mexer um boneco ou pescar um golfinho, até que um deles é morto por um boneco manipulado por um gofinho, ou algo parecido. Enquanto eles matam golfinhos, tentam descobrir qual é o que matou o seu amigo ou sei lá o que mais. A história é RUIM, eu sei, mas se é o caso de misturar gêneros, isso se encaixa perfeitamente nessas alterações que estão fazendo por aí.
Não estou falando que quebrar os padrões de escrita é algo ruim, mas apostar algo nisso é arriscado. O pior problema disso tudo é que sempre antes de feiras e convenções de literatura aparece uns livros assim, meio que se encaixando em uns 4 tipos de gêneros. Alguns são considerados os melhores da feira, ganhando destaque e uma matéria na Veja, pra que caso alguém tenha lido, consiga entender, o que leva ao segundo problema. Com tantas misturas de gêneros, a maior parte do público acaba por terminar de ler o livro sem saber o que se passou ali, tendo que reler ou desistir. Ou praqueles que são perseverantes, recorre a livros que servem de guias de leitura, algo que irei falar em outra oportunidade, mais conhecida como semana que vem.

Crises criativas

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 15 de setembro de 2008 – 4 comentários

Aqui estou eu mais uma semana para apresentar a vocês mais uma coluna, dessa vez sobre crises criativas, aqueles momentos em que seu cérebro fica completamente vazio de idéias e a sensação de vácuo completo é total.
Tudo começa com uma simples idéia. “Ei, isso é bom, pode render algo que presta dessa vez!”. Foi o que pensei ao começar a escrever algumas coisas. Bom, depois de algumas horas escrevendo, isso mudou, mas mais porque o final que eu pretendia parecia inatingível naquele momento. Mas minha pessoa não interessa muito hoje, esse fato só foi pra dar um exemplo de como que estão as coisas, servindo mais como uma justificativa para me perder no tema de hoje, seja lá qual for ele.
Enrolar é um tipo de maneira de driblar a crise criativa, pois serve de escape, uma maneira de conseguir ganhar tempo e prender a atenção do leitor até o próximo capítulo, página, parágrafo ou ao menos até o fim da frase. Além de prender a atenção do leitor com detalhes que são dispensáveis a história, isso é o que faz aqueles livros curtos e sem sentido parecerem ser tão longos e com linguagem difícil. Olha só a bíblia, se ela não tivesse tantas enrolações, poderia ter pouco mais de 600 páginas.
E já que falei sobre linguagens difíceis, isso também é um fator ganha-tempo. Forçar o leitor a buscar fontes de referência alheias ao volume que está em análise de leitura no momento e um fator deveras desagradável, acabando com a finitude ampliteidal do sentido do texto. E eu inventei uma dessas palavras, eu acho.
Usar elementos alheios ao processo de escrita podem servir de ajuda para fugir da crise criativa, mas a escolha deles tem que ser cuidadosa. Veja só o exemplo de William Burroughs, que se utilizava de alucinógenos para escrever seus textos. Ou o caso de Charles Bukowski e suas histórias cheias de álcool e pessoas bizarras. Imagine se eles escrevessem sobre o efeito de… sei lá, suco de ameixa. As obras deles não seriam nada do que são hoje. Nesses casos, escrever com a mente alterada pode servir de algo, o que não está sendo o meu caso esse momento.
Mas crises criativas tem seu lado positivo, por incrível que pareça. Podem durar semanas, tanto tempo que olhar para um papel em branco ou para o editor de textos do PC causa raiva, medo, ódio e outros tantos sentimentos negativos que tem seu ápice no momento em que ou você destrói seu PC ou perde seu tempo com outras coisas para nunca mais ter que olhar aquilo. Mas quando o bloqueio termina e as palavras saem de seus dedos com a fluidez necessária para fazer sentido ou para ter alguma utilidade, supera qualquer tempo que ficou sem escrever. E também, a vontade de compensar o tempo perdido faz com que as idéias saiam de sua cabeça a toda velocidade, que é capaz que você acabe esquecendo de alguma durante o processo de escrever as outras mais importantes.
Tudo isso serviu para umas coisas. Aprender que escrever bêbado nem sempre é um fator positivo, que as primeiras cosias que saem de seus dedos têm que ser editadas não importa o quão pareçam legais de primeira e que tentar escrever algo quando se está de saco cheio quase nunca será algo que irá te agradar quando você ler depois. Mas acredito que servirá de algo pra vocês. Até segunda que vem.

Universo Expandido

Livros segunda-feira, 15 de setembro de 2008 – 2 comentários

Estamos em pleno século XXI (Ou vocês ainda não notaram que vivemos em plataformas flutuantes e nosso carros voam ao invés de tocar o chão?), era da informação. Qualquer zé ninguém entra na internet e se torna “famoso” com um blog (Sabe? Alguns até crescem e criam sites, mas continuam com alma de blogueiro), fotolog, yogurt ou similar. Logo, fica fácil a “convivência” entre fãs do mundo inteiro, a maioria só reclamando ou babando na SUPER-NOVIDADE (Geralmente uma pequena atualização apenas para ganhar dinheiro, savvy?) da semana da banda, seja o “novo” single com apenas UMA música inédita ou a nova versão (Em torno da 14ª, 15ª) daquela revista em quadrinhos famosa com… Duas páginas a mais de comentários só por R$99,99! Algo que esses fãs fazem é trocar entre si idéias de como melhorar o produto. TODO fã é assim, não tá contente com o que tem.

O culpado de muita porcaria…

E são esses fãs que criaram o conceito de “universo expandido”. Ou quase. Vamos lá pra época em que Star Trek (Saúde!) fazia a cabeça de um bando de gente que achava entender de ficção científica e que ficaram encucados porque o Kirk SEMPRE rasgava a camiseta (Aliás, alguns BABAVAM por isso… Morram, fracos). Nessa época, em paralelo com a série, saíram alguns livros com histórias que “complementavam” o universo de Jornada nas Estrelas (Se não sacou, a tradução do nome, gafanhoto). Essas histórias eram escritas por gente que não trabalhava no roteiro da série, mas que eram entendidos do assunto. O fato se repetiu com Star Wars e chegou a fazer tanto sucesso que QUASE foi adaptado pra filmes… Pena que o Lucas não é fã da série e fez a nova trilogia. A força não estava com ele. Certo… E depois de dois parágrafos de enrolação dessa explicação toda, aonde quero chegar? Na internet, se não percebeu. O caso é: Com o advento da globalização e da facilidade de você se comunicar, alguns fãs partiram pra ofensiva (Leiam-se milhares) e passaram a eles mesmos escreverem essas histórias complementares. E assim surgiu a fanfic, sigla de Fan Fiction, ou ficção de fã em inglês, e que significa toda aquela história feita por fã baseada em algum universo. Obviamente, os otakus, versão internacional de gente ligada na tomada que assiste animês e lê mangás, não deixaram de entrar no rolo.

E assim temos o Universo Expandido: Histórias escritas por fãs, que invadiram a internet. O site Fanfiction.net, reduto em inglês da galera que acha que escreve, tem mais de 100.000 textos SÓ NA PARTE ANIMÊ/MANGÁ. Sentiu o drama? “Tá, Black, mas tu escreve e tá reclamando?”, você me pergunta, pequeno gafanhoto. SIM! Eu estou protestando. A minha reclamação não é quanto ao enorme fluxo de histórias que a gente vê serem postadas nesse troço (Tá, isso assusta, mas se qualquer um escreve aqui, não é de se estranhar) e sim quanto à qualidade. Tipo, se você não infringe as regras, credita o autor original do baguio e tem o mínimo rigor de escrita, você pode publicar, com certeza. Mas e aí, você escreve uma coisa que não agrada a ninguém e depois faz o quê? Chora? FRACO! Fazer favor de se entregar para o Piratão te fazer passar pela prancha.

TINHA que ter Star Trek no meio!

Se quer escrever, aprenda as três grandes leis do “Universo Expandido”: Jamais cobre comentários positivos (Se ainda não entendeu, dá uma olhada no tipo de comentário que o théo recebe…), não queira fama e principalmente: Não enche o saco pra todo mundo ler porque nem todo mundo gosta. Sou hipócrita? Possível. Eu também escrevo, orra, sei como é complicado. Não quero dizer que você não deva fazer, mas se você é fã do negócio, tenta manter o nível. E isso que estou falando só de universo expandido e não de Universo Alternativo, o irmão gêmeo mais feio do UE. Nesse você não só reescreve a história como quiser, como pode até mesmo alterar os personagens. Não era mais fácil escrever uma história nova? Não utilizem Hollywood como referência, pelo bem de nossas almas (E de nossos olhos). Já é um saco aceitar coisas como Mulher-Gato a cada ano, aceitar a cada dia alguém destruindo o que a gente gosta é pedir pra morrer. E se eu escrevo mal, falem mesmo! Só por favor não esqueçam de colocar a corda em volta do pescoço antes de sair.

Deixando algo para trás

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 08 de setembro de 2008 – 5 comentários

Coletâneas de historias são coisas interessantes. Vamos pegar de exemplo um daqueles livros da seleções, aqueles com papel ruim e histórias que podem ser consideradas best sellers no… Zimbabue. Não que todos tenham histórias ruins, não é isso que irei falar aqui, pelo menos não hoje, não estou a fim de falar mal de alguma coisa.
Mas voltando as coletâneas de histórias. Cada livro dessa coleção possui 4 histórias completas. Sempre tem uma que pode ser considerada a principal, duas que podem ser classificadas como medianas e a última que direi que está ali só pra cumprir a meta. Normalmente ignorada, essa história quase sempre é deixada pra ler por ultimo ou nem ao menos e começada, o que pode se revelar um erro ou a salvação em alguma temporada sem nenhum lançamento ou sem nada que presta para ler.
Essa semana aconteceu algo assim, não comigo, mas sim com minha mãe, pessoa essa que faz um tempo estou deixando sem ter livros novos a mão, só porque ela odeia a idéia de comprar livros, coisa que gasto grande parte de meu salário, mas isso não vem ao caso. Ela veio me falando exatamente isso:
– Santhyago, sabe aquele livro da Reader Digest que esta lá em cima? Já leu aquela historia “O ouro de Stonewell”?
-Sei lá, devo ter lido faz tempo, nem me lembro mais.
Nessa parte, ela começa a fazer uma resenha do livro para mim, contando o básico da história, personagens, quem morreu até a parte que ela havia lido e muito mais. Ela é mais viciada em livros do que eu, mas tem o péssimo costume de contar o final das histórias. E veja só, estou me perdendo de novo, vamos voltar ao foco disso.
Isso fez eu me lembrar de um tempo atrás, na época que eu lia livros de contos. Sempre tinha aqueles que começavam chatos ou de enrolavam muito em certas partes e que eu, na minha vontade de ler algo menos chato, pulava o marcando pra ler depois, coisa que nunca acontecia. Nos tempos atuais, resolvi pegar um desses livros de novo para ver se conseguia ler. Não sei se foi o meu cérebro danificado que mudou ou eu que estava com mais paciência, mas a verdade é que consegui ler tudo sem pular parte nenhuma. O livro em questão era o “Numa fria”, de Charles Bukowski. Pausa para me vaiarem e me xingarem de burro. Admito que fui um erro ao deixar algo dele sem ler, mas estou tentando corrigir esse defeito.
Mas isso consegue ilustrar bem o ponto que quero chegar, no fim de tudo. Eu deixei essas histórias para trás, e quando resolvi as ler, elas se revelaram as melhores, aquelas que são dignas de estarem entre tantas outras histórias tão boas como as que havia lido antes.
Mas não tenho muita certeza se isso é bom. Eu facilmente esqueço algumas coisas, é capaz que tenha muitas dessas histórias que devo ter deixado pra depois e a memória de ter feito isso já nem existe mais em minha cabeça. Só ter a impressão de que isso pode ter acontecido me deixa meio desorientado, com aquela impressão de ter esquecido de fazer algo importante.

Outras formas de ler

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 01 de setembro de 2008 – 11 comentários

Ler livros hoje em dia é uma tarefa que pode ser feita de várias maneiras, mas nenhuma é tão boa quanto a mais tradicional de todas que é ler direto no papel mesmo. Hoje vou falar de algumas dessas maneiras paralelas que podem ser bem conhecidas para alguns de vocês.
Começando pela que acredito ser a mais conhecida de todos, que é ler livros no PC. Essa maneira é a mais fácil, mas considero muito ruim se for usar o Adobe Reader para abrir os arquivos. Existem outros leitores de PDF muito mais leves e menos complicados por ai, como o Foxit reader, que além de ser mais leve, não deixa seu PC parecendo uma carroça puxada por um jegue morto. Mas não é sobre programas que falarei, isso e chato. O desconforto de ler no PC e a dificuldade para se concentrar na leitura são os fatores mais negativos dessa maneira. Isso é, se você deixa um MSN aberto com trocentas e uma janelas pulando a cada 2 segundos. Fatores positivos? Depois que terminar de ler isso, duvido que ainda tenha algum. Não vou falar de fatores positivos, vocês que me digam quais são para vocês.
Jornais de literatura possuem seus cadernos de histórias seriadas que podem ser acompanhadas sem problema algum, desde que você não se importe de ter que carregar um grande pedaço de papel que se fosse colocado em páginas normais, equivaleria a umas 4 ou 5. O fato de ser muito grande também é um fator muito negativo. Mas do que estou falando? Quem lê histórias de jornais aí, além de mim? Parece que estou escrevendo pra velhos…
Vamos agora para as maneiras que são realmente práticas mesmo, aquelas que no fim de tudo, facilitam a leitura podendo ser comparadas até a ler o livro impresso mesmo.
A primeira delas é ler no celular. Alguns aí podem dizer que ler na tela minúscula de seu modelo pode ser algo desagradável, mas não é bem assim. Diversos modelos de celulares tem telas que podem ser usadas para muitas coisas, como ver TV ou fotos. Se você consegue fazer isso em uma tela BEM menor que uma TV normal, ler letrinhas nessa mesma tela não deve oferecer tantas dificuldades assim. Utilizando tecnologias como Java ou as de jogos em flash, montar os livros não oferece dificuldade alguma tendo os meios necessários de converter seu livro preferido para seu aparelho. Um programa que pode ajudar nessa tarefa é o TequilaCat BookReader, que transforma o arquivo em um formato Java bem leve que eu usei há muito tempo atrás para ler quase que todos os livros de Bernard Cornwell. Só não li todos porque vendi o aparelho, mas isso não importa agora, pelo menos não mais…
Existem aqueles leitores especiais para livros, que estavam sendo desenvolvidos há um tempo atrás, mas nunca mais os procurei para ver como anda isso. Se eles existem ou não, isso é um mistério pra mim. “Pesquisa no goggle!”, alguém grita ali no fundo da sala, antes de ser expulso do interior dela. Não vou pesquisar; se eu ainda não tenho isso, quer dizer que o andamento disso está lento, e que cada uma dessas placas está custando os olhos da cara mais um pedaço de seu rim ou fígado, o que você usar menos. Vida de leitor pobre é foda.
Outra maneira que não exige muito investimento e que ainda tem usos paralelos além da leitura é comprar um palm. Usar ele para jogar coisas simples, para ler e ouvir música é uma coisa que só descobri a vantagem há algumas semanas. Com um programa feito pra ele (o Adobe Reader, que roda bem ali, por incrível que pareça), a abertura de livros é simples, sem problema algum e com a grande vantagem de que ele pode ser usado para diversas coisas que não são só focadas em leitura. Mas quem disse que uso o meu pra outra coisa? A memória dele já está lotada, quase sem nenhuma música e cheia de literatura clássica brasileira, que prometi a mim mesmo que leria até o fim do ano…
É isso, essas são as maneiras que eu conheço para ler livros de maneiras diferentes e por muitas vezes com mais conforto. Tente ler um volume de A torre Negra de Stephen King em um ônibus lotado e fazer o mesmo com algumas dessas últimas maneiras que citei acima. Sei por experiência própria qual é a melhor.

Uma longa lista de espera

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 25 de agosto de 2008 – 9 comentários

Ultimamente tenho mais livros pra ler do que tempo para fazer tal ato. Como nunca paro de comprar, acabou que agora tenho uma lista enorme de livros que são meus e que quero ler. Mas com a escolha de ler ou dormir, nos últimos tempos tenho escolhido a última opção, o que no fim de tudo está se revelando uma grande má escolha, pois acordo mal todos os dias. Mas meu sono não é a questão aqui, o que vou falar a vocês hoje é algo um pouco mais simples que isso.
Ter vários livros em sua prateleira só esperando o momento de serem abertos é bom, mas só quando se tem tempo pra isso. Depois de um tempo, mais ou menos uns 5 meses, aquilo ali começa a se tornar um peso, quase que uma obrigação começar a ler tudo. E é nessas horas que ou eu desisto de tudo ou começo a ler pelo que me parece mais melhor de bom.
Definir a lista de ordem dos livros é uma puta sacanagem, afinal, se você comprou todos eles, é porque você os quer ler, logo, decidir qual será antes do outro acaba por se tornar uma missão desagradável. E é aí que rola as merdas, como fazer sorteios, pedir pra amigos escolherem uma ordem, colocar todos em um saco e ler o primeiro que sair de lá, enfim, qualquer método que sirva pra tirar pedras de um jogo de bingo acaba por se revelar um bom método pra escolher a ordem.
Mas tem aqueles livros que são os TOP’s, os que tem que ser ou os primeiros ou os últimos da lista, para poderem ser apreciados com a atenção que se deve ter. São aqueles que você adia a leitura cada vez mais, sabendo que quando for a hora de o ler, vai valer a pena. No meu caso, é o Filhos de Anansi de Neil Gaiman que está no momento em último lugar da lista, porque ele me custou uns bons dias para encontrar e comprar. Poderia comparar isso com as pessoas que guardam garrafas de vinho para tomar alguns anos depois. É claro que guardar um livro como se guarda um vinho é um sacrilégio, tanto para o vinho quanto para o livro, não façam isso.
Tem aqueles que quando você olha pra capa, só se passa na cabeça o momento em que você o tirou da prateleira e passou no caixa, logo depois pensando “Porque diabos comprei isso!?!”. Esses são os que recheiam qualquer lista, fazendo com que ela se torne um castigo, dependendo de sua capacidade de comprar livros que não quer, como aquelas pessoas que comprar um aparador de pêlos de ouvido se nem tem pêlos lá.
Depois que a lista é feita, vem a parte de cumprir ela. Parece fácil, mas se sua lista tem mais de 13 livros, acaba por se tornar algo que merece ser anotado, para que não se esqueça e também porque quando algo está escrito, fica mais dificil de não se cumprir. Por isso que certidões de casamento são guardadas tão bem, quase sendo impossíveis de se achar.
Mas no fim de tudo, ver que a lista está terminada, que tudo o que foi comprado está com suas páginas lidas, dá aquela sensação de dever cumprido e que a vontade de começar tudo de novo aparece sem que se note, principalmente quando se vai numa livraria e sai de lá só com o dinheiro da passagem de ônibus, a mochila cheia de livros e aquela sensação de que acabou de esquecer de fazer algo. Mas não importa, o peso que você carrega justifica qualquer coisa. Pelo menos pra você, aquela pessoa que você foi comprar um presente que espere mais um pouco…

Perguntas para um leitor

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 18 de agosto de 2008 – 16 comentários

Em todo o meu tempo de leitor, eu sempre me deparo com pessoas que se impressionam de alguém estar com um livro na mão ao invés de… sei lá, um cortador de unhas. A cara que elas fazem ao ver isso é muito boa, principalmente quando consigo ver a tempo. É um misto de surpresa com vergonha de falar algo. “Será que vai atrapalhar?”, “que livro será que ele tá lendo?” e muitas outras coisas que, logo depois que eu olho que estão fazendo isso, digo um “opa”, para tirar a atenção da capa que insistem em olhar sem parar.
Já que dali em diante eles tem a minha atenção, eles começam a tentar falar algo sobre livros, começando por perguntas que são sempre ridículas. As principais, irei enumerar abaixo:
– Nossa, que livro você está lendo? / Que autor é esse?; Como se adiantasse dizer o nome dele. A chance de ele reconhecer quem é Guy de Maupassant é quase zero, mas digo mesmo assim a resposta. Normalmente é respondido com um: “Ãhn, que interessante…” que aliás, é a resposta padrão de qualquer uma dessas respostas do leitor.
-Sabe, eu li duas apostilas / folhetos / revistas / há umas semanas atrás – Essa pergunta é só pra rolar uma identificação com quem está lendo, esperando receber a mesma resposta que a dele, ou se for o caso, receber alguma recomendação, sugestão ou elogio pela leitura. Nessa hora, prefiro ficar quieto, é melhor nem dar corda pra essa pessoa, pode ser que ela comece a falar sobre O Segredo. O que leva a terceira resposta, caso o cara seja um daqueles que não se importam com a leitura de nada, nem mesmo saquinho de chá:
– Pois é, ler é bom, mas só pra quem gosta! – Vamos analisar essa última frase, que ela é daquelas que tem um sentido escondido. Ler é bom, mas ele não faz isso, logo, ele não gosta de ler, justificando a segunda parte da frase, certo? Mas aí fica o sentido secundário da frase, vejam só. Ele sabe que é bom, mas não o faz por não gostar. Entre começar uma discussão com ele sobre gostar ou não de livros e olhar pra ele, dizer “pff” e voltar a ler, prefiro a segunda opção. Discutir com quem diz uma frase dessas é tempo perdido.
Ah sim, não estou falando que conversar com leitores é chato, mas atrapalhar o momento de concentração de um leitor pode ser algo desagradável às vezes. Se ele é daqueles que consegue voltar a ler sem problemas, não há mal nenhum nisso. Mas, e se o leitor é daqueles que custam a se entreter com o volume e depois de serem atrapalhados abandonam a leitura para sempre? Acontece muito disso, posso garantir. Meu irmão é um desses, porque ele até hoje não terminou o O restaurante do fim do universo pelo motivo de que ser perguntado todo momento por seus conhecidos sobre sua leitura não o deixava se concentrar bem.
E ser incomodado por pessoas que querem saber o motivo de sua leitura nunca tem seus locais preferidos. No trabalho, em sua própria casa ou até quando se está sentado debaixo de uma árvore, a chance de aparecer uma pessoa pra te perguntar o que está lendo é proporcional a sua concentração naquele momento. Até falaria pra fazerem um teste, mas duvido que ele desse certo. Em todo caso, a paciência é a melhor maneira de contornar esse fato. Ou então faça como um cara na biblioteca, ao ser incomodado por um amigo que se aproximava, perguntando a primeira frase logo acima. Jogue o livro na cara dele e saia o xingando. Se não resolver, pelo menos você fará uma cena que será lembrada por algumas pessoas. Eu lembro.

Livros pra uma viagem

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 11 de agosto de 2008 – 7 comentários

Dessa viagem até São Paulo onde conheci todos vocês, um fato não deixou de ser observado por mim. Tudo começou logo que embarquei aqui em Curitiba, já no ônibus. Tá certo que o fato de a viagem ser noturna indica que a maioria dos passageiros iria dormir, o que não é meu caso, é claro, mas o fato de eles distribuírem uma revista a cada um é algo que não pode deixar de ser notado, pois o que foi dado a cada um foi uma revista CARAS. Essa revista logo é colocada sob analise por Atillah e eu, que depois de alguns segundos a folheando, chegamos a uma constatação: A desgraçada não tem índice nem número de páginas, além de ter seu preço de capa abusivo de 6,90, praticamente uma facada na barriga seguido de um giro, pra machucar mais. De tudo isso, só tenho uma coisa mais a adicionar: Espero que o preço dela não tenha sido incluso na passagem.
Dito tudo isso, vamos em frente. Se você é como eu, um cara chato que não consegue dormir durante uma viagem de ônibus, acredite, a viagem vai ser longa. E nada melhor do que aproveitar esse tempo pra colocar a leitura em dia, não é? Para ir a São Paulo, coloquei em minha mochila 4 livros que já estavam a muito tempo esperando ser abertos e por sorte consegui terminar um deles. Aproveito pra agradecer a todos vocês por terem me dado motivo para não ler eles por aí. Um deles, achei perfeito pra ler no ambiente do ônibus, pelo menos a releitura dele ficou ainda melhor ali, sei lá como. H.P Lovecraft é uma boa escolha, com seu livro A tumba, pois suas histórias têm aquele fundo estranho, desconhecido e que combina direito para a viagem. Se além de não conseguir dormir você ainda for medroso, suas idas ao banheiro serão apavorantes, seu cagão.
Agora, um outro que só tive a chance de começar e seu efeito de deixar suas pálpebras pesadas me impediu de continuar foi um livro chamado A imaginação, de Jean-Paul Sartre. A maneira de ele abordar o assunto em seu primeiro capítulo é interessante, mas depois começa a ficar entediante, chata. Acredito que seja pelo mesmo motivo do outro livro ter ficado melhor que ele tenha tido esse feito em mim, pois terminei de o ler há algum tempo e nada disso aconteceu. Então, se querer tentar dormir é seu objetivo, tentar ler esse livro é uma boa tentativa de cumprir seu desejo.
Mas, seja lá qual for sua escolha, não chegue perto das revistas oferecidas pela empresa. Acredito que a única coisa que prestava daquelas revistas eram as palavras cruzadas, das quais não pude fazer pois eu tinha apenas lápis na mochila e o fato de ele não marcar as páginas me decepcionou um pouco.
E agora, pra finalizar, se for observar bem o preço de cada um dessas revistas, dava bem pra comprar um ótimo pocket book, que além de ser bem mais… compacto que uma daquelas paredes de páginas, tem o fator que seria de mais cultura para cada um dos passageiros. A não ser, é claro, que você goste de ler sobre Chiquinho Scarpa dando uma festa para seus convidados para comemorar sua 37ª operação plástica…

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