Você já leu toda a polêmica em torno da banda Ira! aqui, onde eu ao menos TENTEI dar uma resumida e um basta no assunto, que é absurdamente vergonhoso e não merece espaço por aqui. Mas sempre aparece algo novo.
O fim da banda foi dado anteontem, dia 12, segundo Edgard Scandurra, em um comunicado pra geral. Dá uma lida aí:
“Olá, como vão?
Estou aqui pra dizer para os milhares de comunitários que o Ira! não mais existe.
Eu, Andre e Gaspa faremos um novo trabalho, novas músicas e também tocaremos as nossas canções que dão no total 99% repertório do Ira!, é um patrimônio que não queremos e não vamos esquecer.
Uma página na história do rock brasileiro está sendo virada e uma nova se apresenta.
O Ira! sempre foi constituído por 4 integrantes e qualquer um que tivesse saido acabaria com a banda. Eu, o Andre, Gaspa e Nasi. Todos nós temos o mesmo grau de importância, independente de um aparecer mais que o outro na mídia, de ter composto mais canções, ter dado mais entrevistas, tirado mais fotos, etc.
Não faz sentido manter o nome por motivos de orgulho e eu estava indo pra essa direção, devido ás ofensas e agressões que li na imprensa, principalmente nas 2 materias da revista Flash. Estava cometendo um erro. Nessas horas o maior erro é usar a emoção e deixar de lado a razão.
Usando a razão ,agora sei que o Ira! acabou… Mas não os seus músicos! Por respeito a essa história, devemos mudar o nome.
No momento somos o TRIO
Estamos compondo. Espero que vocês gostem e que um dia tenhamos uma comunidade também aqui no Orkut para que os fãs se manifestem.
Abraços,
Edgard Scandurra.”
Sim, com a saída de Nasi, a banda vai apenas mudar de nome e Scandurra vai pegar de vez no microfone. Como dito acima, os caras já estão compondo, creio que não vá demorar muito pra sair algo novo. Sei lá, algo me diz que principalmente o Scandurra está “entusiasmado” com essa polêmica toda e quer mostrar trabalho o quanto antes, no melhor estilo “QUEM precisa do Nasi?”. Enfim, a banda pode continuar no mesmo “estilo”, mas a presença de Nasi sempre foi FUNDAMENTAL ali. Não sou muito fã da banda, mas reconheço que o cara vai fazer falta.
Eeste texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
O cover supremo. Os caras que conseguiram transformar a música mais bagaceira da galáxia em algo que pode ser ouvido sem aquela vontade louca de rebolar vergonha nenhuma. O mais interessante a respeito desse cover é a diferença do significado quando a música é cantada por pessoas de diferentes sexos. Enquanto o original interpretado por Gloria Gaynor é um forte hino de independência e do girl power ascendente da época, a versão do Cake é de uma melancolia gritante, interpretado por alguém que preferia estar morrendo do que que cantando que vai sobreviver e que passa isso para o ouvinte (tente dançar com a versão do Cake).
Esse contraste é suficiente para tornar a versão ótima, mas uma pergunta ainda fica no ar: porque eles fizeram isso dessa maneira? Seria a resposta sombria a versão original ou porque um hino masculino de poder e independência nunca seria levado a sério?
Eu ainda acho que eles adoram a letra, mas acham disco music uma merda.
Se você é como eu e estudou num colégio público já deve estar mais do que acostumado a ouvir falar em greves e, inclusive, chega um momento que a considera normal todo ano. Já nos Eua isto é sinônimo de revolta e muito, mas muito, dinheiro perdido. Pois o sindicato dos roteiristas (que representa todos os roteiristas da televisão e cinema) entrou em greve na segunda passada exigindo um acordo quanto ao pagamento de direitos pelo lançamento de filmes e programas de TV em DVD e sua distribuição por internet, telefones celulares e plataformas portatéis, ou seja, novas mídias que representam o futuro.
A última vez que isto ocorreu foi em 88 e foram 22 semanas de paralisação, a grande questão é que para o cinema esta paralisação não é muito incoveniente durante algum tempo, afinal os filmes possuem pré e pós-produção de anos, sendo assim, os filmes que serão lançados no ano que vem devem estar todos devidamente filmados em fase de finalização.
Já no universo televisivo, a questão se complica, os famosos talk-shows (espécie de programa do Jô, com melhores piadas e entrevistados) já estão paralisados pois dependem da presença diária (cobrindo os eventos do dia e da semana) dos roteiristas para formularem os programas. Já os malditos reality-shows ou são colocados no ar já devidamente terminados (como os programas de competição estilo Survivor e Amazing Race) ou não dependem de um roteiro pronto sendo, atualmente, improvisados pelos seus apresentadores como no programa Dancing with the Stars, que é exibido ao vivo toda semana.
The New Adventures of Old Christine, Two and a Half Man, Rules of Engagement, How I Met your Mother, The Office, Back to You, ‘Til Death e a dramédia Desperate Housewifes já esão paralisadas. Normalmente, nesta altura do ano as séries já estão com uns 10 a 15 episódios finalizados (sendo que a TV já exibiu de 5 á 7 episódios de cada série), então a grande questão atual é saber por quanto tempo a greve durará? Até porque os atores também estão apoiando a causa e já não gravam mais os roteiros finalizados de suas séries.
Algumas das novas séries desta temporada como sitcom Carpoolers, da ABC, por exemplo, tem os roteiros de todos os 13 episódios encomendados pelo canal prontos. Cane, da CBS, também. A dúvida é se quando a greve terminar estas séries receberão a encomenda de novos episódios ou não, pela audiência baixa das séries é bem provável que sejam canceladas.
Dos programas que já estão sendo exibidos alguns podem sofrer mudanças como Heroes, a série está prevista para entrar em intervalo no dia 3 de dezembro (11ª episódio da segunda temporada), encerrando o segundo capítulo da saga, chamado Generations. Comenta-se que as cenas finais do episódio foram reescritas no domingo anterior a greve, preparadas para que, caso a greve avance mais semanas, esta pausa se transforme no final definitivo da segunda temporada. Se a temporada já está sofrível imagina se terminaram de maneira abrupta?
Os fãs de Lost também tiveram uma notícia horrível e assustadora na semana que se passou. Comentou-se a hipótese da quarta temporada (prevista para estrear em fevereiro de 2008) estrear somente em 2009. Mas nada está definido oficialmente e a série tem até o momento 8 episódios prontos (de 16 previstos). O canal tem algumas opções: adiar a estréia da série ou estrear a série assim mesmo, interrompendo a exibição após estes oito episódios.
Já a Fox anunciou oficialmente: a estréia da sétima temporada de 24 Horas fica adiada até o final da greve. Segundo o canal, a série só irá ao ar quando for possivel transmitir todos os seus 24 episódios sem interrupções. Uma má notícia mas justificável pelo formato da série, imaginem um episódio terminar quando Jack está descobre uma reviravolta na trama (como sempre acontece) e, simplesmente, tivermos que esperar por semanas ou meses para saber do que se trata, complicado né? No entanto, para as séries do mid-season: Terminator: The Sarah Connor Chronicles, New Amsterdam, Canterbury´s Law e The Return of Jezebel James, todas com episódios já gravados, estréiam em janeiro, independente da greve.
Com programação diferenciada, os seriados de TV paga serão menos afetados com a greve, já que são filmados com bastante antecedência. Na FX, a primeira parte da quinta temporada de Nip/Tuck já tem todos seus roteiros prontos. O último ano de The Shield também. The Riches não terá problemas se a greve terminar até dezembro. Já Dirt deverá sofrer atrasos.
Um dos representates dos roteiristas, Damon Lindelof, criador de Lost, fez um interessante artigo para o jornal The New York Times sobre o tema. Um dos trechos diz:
Eu estou irritado porque eu sou acusado de estar sendo mesquinho pelos estúdios que estão sendo mesquinhos. Eu estou irritado porque minha mesquinhez é justa e razoável: se dinheiro está sendo gerado porque meu produto está na Internet, então eu tenho direito a uma pequena parcela. Os estúdios gananciosos, por outro lado, estão se escondendo atrás do argumento cínico e falso de que não estão fazendo nada pela Internet  que o streaming e o download de nossos programas é puramente promocional. Sério?
Seis semanas é o período crítico para que a greve dos roteiristas se resolva. Depois de seis semanas os estúdios podem alegar force majeure – literalmente, motivos de força maior – para justificar absolutamente tudo: cancelamento de contratos e projetos, demissões, re-negociação de salários (até mesmo para diretores e atores). Alguns acreditam que os cartolas não tem a menor pressa em retomar as negociações exatamente porque preferem esperar pelas seis semanas para ver “o circo pegar fogo”.
A questão é complicada e delicada, mas, obviamente que com a entrada de novos tipos de mídia quem realmente tira proveito financeiro deles são os produtores e estúdios, enquanto isso, os roteiristas ficam prá trás mesmo sendo de vital importância para a indústria.
Conforme anúncio oficial do Cômite de Animação da Academia estes serão as 12 animações que concorrerão a uma das 3 vagas para o grande prêmio, o Oscar.
Os Simpsons, já exibido nos cinemas; A Lenda de Beuwulf, com estréia prevista para 30/11; Ratatoulle, acaba de ser lançado em DVD; Alvin e os Esquilos, animação com a participãção de humanos, ainda inédito nos cinemas; Aqua Teen Hunger Force Colon Movie Film for Theaters, será que não tinha um título menor, imagina como vai se chamar por aqui, inédito nos cinemas; Bee Movie – A História de Uma Abelha, animação com dublagem do comediante Jerry Seinfeld, estréia 07/12; Shrek Terceiro, já lançado em DVD; A Família do Futuro, já lançado em DVD; Tartarugas Ninjas – O Retorno, já lançado em DVD; Tá Dando Onda, ainda em exibição nos cinemas; Persepolis, animação franco-americano, ainda inédito nos cinemas; Tekkonkinkreet, animação japonesa, ainda inédita nos cinemas;
Os favoritos para arrematarem as três vagas são: Ratatouille (favoritíssimo), Os Simpsons (pelo deboche e ironia do roteiro), A Lenda de Beowulf (por ser animação de captura como O Expresso Polar) e Persepolis (representando uma animação não americana).
Taí, mais um som do álbum Era Vulgaris, Make It Wit Chu. Convenhamos, o Queens of the Stone Age já fez clipes melhores, e eu VOTO por uma versão desse som com Mark Lanegan no vocal. Esse som é a CARA dele, véi.
Leia mais sobre Queens of the Stone Age clicando aqui.
Eeste texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Como a maioria das pessoas que eu conheço, só tive acesso a vida e a obra de Johnny Cash tardiamente, através da coletânea de regravações de grandes nomes do pop rock americano no começo deste século. Apesar do country americano não ser exatamente meu estilo musical predileto, as canções de Cash carregam uma melancolia singular que vão muito além de qualquer outra canção tocada num restaurante de beira de estrada em toda a extensão do Texas.
Hurt é um ode a uma vida cheia de desilusões e decisões equivocadas saída diretamente da cabeça doente do líder do Nine Inch Nails, Trent Reznor. Embora a versão original seja muito boa e interpretada com raiva por Reznor, a versão definitiva é a de Cash, especialmente se você já assistiu a sua cinebiografia Walk the Line (aqui no Brasil lançado como Johnny and June). Desde a morte de seu irmão, passando pela atribulada paixão com June Carter, o vício e sua conseqüente prisão por porte de drogas, além da relação pouco amistosa com seu pai, Johnny Cash sempre foi assombrado por diversos fantasmas. Hurt é seu exorcismo, revelando toda a angústia de um artista atormentado envolta numa bela e triste canção.
Você já leu aqui que a Sony contratou um roteirista para a quarta adaptação cinematográfica do Teioso e em recente entrevista a Wizard, Sam Raimi voltou a falar sobre o novo filme da franquia. Você confere abaixo, num esforço da equipe de tradução do AOE, as palavras do caboclo que inspirou moleques de 5 anos a virarem heróis.
Wizard:Você trabalhou com a franquia do Homem Aranha nos últimos 8 anos. Você já não está de saco cheio? Sam Raimi:Eu realmente gosto bastante do personagem, e se você estiver falando dele, ainda não. Por outro lado, se você comparar a energia que eu tinha quando eu comecei o primeiro longa até o último dia de Homem Aranha 3, eu não saberia dizer a você, o quão exausto eu estava. Meu amor e minha paixão pelos personagens e histórias continuam os mesmos, mas eu realmente fiquei um bagaço depois de todos esses filmes.
Wizard:Se você quisesse dar uma pausa e gastar toda a grana que ganhou com o Cabeça de Teia, qual diretor você escolheria pra substituí-lo na franquia? Sam Raimi:Como eu já disse aí em cima, pelo fato de amar o Aranha eu gostaria de dizer que eu não quero escolher alguém. Não sei se vou dirigir o próximo filme, mas espero que seja alguém que entende e ame a natureza do personagem, alguém possa trazer toda a sua paixão para o filme: ninguém mais além de mim.
Apesar do último filme ser… hum “estranho”, sabemos que as palavras de Raimi são sinceras e que além de não querer perder essa boquinha milionária, ele realmente gosta e é fiel ao personagem, tanto que suas adaptações figuram entre as melhores transposições das hq’s para o cinema. Agora é esperar pra ver e torcer pra que Raimi volte a direção revigorado ou então que se escolha outro diretor tão ou mais entusiasmado com o projeto do que ele.
Mas que pelo amor de Deus, não seja o Michael Bay.
Michael Bay, grande diretor hollywoodiano, que entre outras atrocidades cometeu Armageddon e Pearl Harbor, disse em entrevista a Variety que a pré-produção de seu novo filme (Transformers 2) já está em andamento mesmo com a greve dos roteiristas, mas que se a greve se estender por muito tempo, o cronograma atual será abortado.
Entre outras trivialidades, Bay declarou que:
Uma coisa que eu sei fazer é como ferrar as coisas ainda mais. Vamos vazar um monte de informação falsa. Eles [os sites] vão receber um monte de roteiros que não serão o roteiro final. Temos várias versões escritas e vamos vazá-las, mas o verdadeiro ninguém vai ter.
Consideração nº 1: Micheal Bay deve ser aquele amigo bobo que te avisa quando estão preparando uma festa surpresa pra você. Geralmente quando você usa um disfarce você não anuncia isso nos classificados do Estadão.
Consideração nº 2: São robôs gigantes que viram carros e aviões, não tem como ser muito mais inovador do que isso.
Consideração nº 3: Ao invés de inventar roteiros fake pra mandar pros outros, ele devia era trabalhar mais nas porcarias que ele escreve e dirige pra que a gente não tenha mais que sofrer vendo as bombas que ele produz.
Tendo falado de uma verdadeira lenda da guitarra como Eric Clapton, me sinto obrigado a falar de uma de suas maiores influências. E não só do Clapton, mas de um certo Jimi Hendrix, também, não sei se vocês boiolas conhecem. Subindo mais um degrau na grande linhagem do blues, chegamos a um ótimo showman, que consegue empolgar qualquer um com seus shows. E olha que eu ainda nem tô falando do REI. Nascido em 36, em Lettsworth, Louisiana, Buddy Guy é o assunto de hoje. E, dessa vez, eu vou fazer a coisa AO CONTRÍRIO: Eu vou começar o post já mostrando o cara PIRAR tudo e DEPOIS eu falo sobre ele… apesar de Robert Cray já falar tudo sobre o cara no começo do vídeo. Divirtam-se:
Ya’all can help me sing that, I don’t give a damn!
Esse é o hôme, tocando no Crossroads Festival 2004. Ao lado do Clapton, aliás. A música é Sweet Home Chicago, um clássico do blues. E não adianta esconder: eu sei que você também se empolgou com esse cara tocando essa famosa guitarra com bolinhas, véi.
George “Buddy” Guy cresceu no Louisiana, pressionado pela segregação racial nos EUA, onde tudo era separado para brancos e negros. Seu primeiro contato com uma “guitarra” foi aos sete anos. O instrumento era improvisado: duas cordas presas com os grampos de sua mãe num pedaço de madeira. E foi com esse instrumento que Buddy Guy passou várias tardes na plantação, aprimorando sua técnica. Mais tarde, a coisa começou a melhorar. Guy ganhou um violão acústico Harmony. Eram quatro cordas a mais para se preocupar, e também mais um passo em direção ao sucesso.
No começo dos anos 50, o cara tocava com algumas bandas em Baton Rouge, capital de Louisiana. Mesmo assim, Buddy Guy nunca tinha saído do estado, quando, em 1957, um amigo seu disse “Ce devia trabalhar em Chicago, negão. Lá ce trabalha de dia, toca de noite e ganha tua grana, véi!”. E, claro, entre ganhar seus 28 dólares por semana trabalhando na Universidade Estadual de Louisiana e ganhar uns 70 por semana, tocar de noite e ainda ter a chance de conhecer nomes famosos como Muddy Waters e Howlin’ Wolf, que é que ce acha que o cara escolheu? Pois é, el… claro que não, sua BICHONA! Porra de faculdade o quê, véi! Ele foi tocar, porra! Ele era Buddy Guy, véi! Tinha o mundo pra conquistar! Eu nem sei por que eu ainda faço perguntas pra vocês. Buddy então se mudou para Chicago, onde arrumou um emprego e começou a tocar em bares, sendo bem aceito pela platéia. O cara era realmente carismático, empolgava a negada fácil fácil. E foi em 1958 que o cara conseguiu um contrato de gravação, numa competição com Magic Sam e Otis Rush. Uma beleza á primeira vista, mas ao contrário do que parece, Buddy não passou bons bocados com as gravadoras.
A Chess Records, que contava com artistas como Willie Dixon e Little Walter, além dos já citados Muddy Waters e Howlin’ Wolf, foi também a gravadora de Buddy Guy de 1959 a 1968. Pois é, nove anos sob o selo, e o máximo que fizeram pelo cara foi gravar um único álbum, “Left My Blues In San Francisco”, em 1967. A maioria dos sons mais voltados pro soul, que tava estourando na época. Ou seja, lascaram legal o cara. Claro que eles não deixaram de aproveitar o cara: Buddy Guy era quem tocava a guitarra de acompanhamento para os grandes mestres do blues da Chess, e era sempre o primeiro nome a ser chamado. Enfim, quem quisesse ver Buddy Guy tocando guitarra de verdade tinha que ver seus shows ao vivo, já que a gravadora não ajudava. E foi assim que sua fama se espalhou pela Inglaterra: Foi no “American Folk Blues Festival”, festival inglês dos anos 60, que Buddy Guy foi ouvido por jovens músicos como Eric Clapton, Jeff Beck e os Rolling Stones. Buddy se espantou com o quanto sua guitarra influenciou os ingleses. O cara pirava o bagulho, jogava a guitarra pra lá e pra cá e levava o povo ao delírio. Mas, como ele próprio disse certo tempo depois, “(…)apesar de eu ter tocado em outro continente, em casa eu ainda não tinha uma gravação minha(…)”. O cara achava que o problema era por ele tocar muito alto ou por usar muito feedback, mas aí Hendrix e Clapton estouraram por aí com os mesmos “truques” dele.
Foi então que Buddy deixou a Chess Records, assinando contrato com a Vanguard. E foi aí, também, que Leonard Chess, fundador da gravadora, percebeu a besteira que fez em não ver o quanto o estilo de tocar de Buddy Guy venderia. Assim sendo, a Chess Records acabou lançando muito mais álbuns de Buddy depois que ele SAIU da gravadora. Uma maravilha, não?
Sempre com o sorrisão na cara, véi.
O estilo de tocar guitarra de Buddy Guy é único, variando desde o blues mais puro e tradicional até o jazz experimental aéreo. O cara manda bem não só no blues, mas também no rock, no soul, em tudo. Porra, se ce botar Buddy Guy pra tocar samba, é bem capaz de Adoniran Barbosa REVIVER pra ir no show do cara. No DVD Lightning In a Bottle, de Martin Scorcese, pode-se ver Jimi Hendrix admirado na platéia assistindo Buddy Guy quebrar tudo, e… não, não quebrar tudo como Kurt Cobain fazia, véi. O cara tocava com uma mão enquanto tomava cerveja com a outra, tocava com o pé, com a boca, com o pé na boca, com a boca nas costas, de cabeça pra baixo, lavando o convés, saqueando mouros, enfim, de tudo que é jeito. Se você não se empolga com um show de Buddy Guy, então você não se empolga com NADA. Aliás, você é uma BICHONA ALOPRADA. O cara sempre disse que queria tocar como B.B. King, mas que queria se apresentar como Guitar Slim. Não que você, tanga, conheça alguma coisa de guitarra, claro. O estilo de Buddy é explosivo, passando rapidamente de um solo profundo e lento a uma explosão de velocidade, e se resolvendo na mais profunda expressão do blues, com bends em duas ou três casas, e vice-versa, ou qualquer coisa parecida com isso. Ou diferente. E, é claro, o vozeirão do cara ajuda bastante, também.
Quanto aos prêmios, se é que alguém realmente se importa com isso, Buddy Guy foi introduzido (heh) na Rock and Roll Hall of Fame, pra onde doou aquele seu primeiro violão Harmony, e ganhou cinco Grammys. Agora, perto do que pode ser considerado o maior “prêmio”, isso são só souvenirs: Muddy Waters, pouco antes de morrer, disse a Buddy “Don’t let them goddamn blues die on me”. O cara praticamente passou a tocha do blues pro negão, véi. A Buddy Guy Foundation até hoje paga pelas lápides de músicos de blues já esquecidos, dando a eles o respeito que eles mereciam em vida.
Buddy, hoje com 71 anos, ainda toca em festivais, junto a grandes lendas do blues e do rock, como B.B. King, Eric Clapton, Jeff Beck e Carlos Santana. E mesmo assim você prefere ouvir Franz Ferdinand e Arctic Monkeys. Você é uma vergonha.
Como de costume, eu deixo vocês com mais do cara tocando:
Voodoo Chile. Até o próprio Hendrix pagaria pra ver esse cover.
Um exemplo do estilo explosivo de Buddy, num violão acústico
ORRÃâ€! Essa aqui eu aposto que ce já ouviu com o SRV tocando, véi.
…ah, claro! Buddy Guy, assim como o Clapton, também gravou com Mark Knopfler. Imagino que ces vejam onde eu quero chegar com isso.
E o próximo “Música para se ouvir no convés” terá uma agradável surpresa, aye? Enfim, imagino que o sobrenome Fogerty não seja desconhecido por vocês… ou pelo menos pelos PAIS de vocês.