Resenha – Eu Sou A Lenda (2)

Cinema domingo, 20 de janeiro de 2008 – 3 comentários

O que explica o super sucesso de EU SOU A LENDA nos cinemas americanos? Não que o filme seja ruim e não mereça o retorno do público, inclusive, o filme um misto de ficção, aventura com drama é acima da média, mas, para mim, a única explicação atende pelo nome de Will Smith, o novo astro Midas de Hollywood, todos os projetos do ator dão certo, com exceção do pavoroso As Loucas Aventuras de James West, mas o filme é de 1999, são quase dez anos de sucessos.

EU SOU A LENDA é um projeto que já rolava por Hollywood há mais de dez anos, inclusive teve o nome de Arnold Schwarzenegger envolvido antes do mesmo resolver ser governador da Califórnia. Melhor pra nós, Will Smith não é nenhum ator shakespereano, mas tem carisma suficiente e bem dirigido é um competente ator. Como Robert Neville, médico militar imume ao vírus que dizimou a Terra, Smith consegue injetar no personagem esperança (em encontrar a cura para doença e achar outros humanos), loucura (de sobreviver sozinho numa Nova York abandonada), medo (dos mutantes da praga que espreitam á noite atrás de sangue) e, até mesmo, tiradas cômicas (como suas conversas com manequins tratados como pessoas).

O roteiro de EU SOU A LENDA busca, claramente, um tom parecido com o sucesso Náufrago, de Robert Zemeckis, por razões óbvias, Smith permanece sozinho 70% do filme, carregando sozinho a narrativa, outra similaridade com o filme é que ao invés da bola Wilson com quem Tom Hanks dialogava incessantemente, Neville possui uma cadela Sam para conversar (entre os dois acontece uma das cenas mais dramáticas do filme). O clima de isolamento é fantástico graças ao estado de abandono de Nova York (inevitável comparar com a Londres abandonada de Extermínio), tomada por animais e mata selvagem, uma criação bastante realista que assusta. O roteiro também acerta em criar uma tensão crescente desde apresentação da cidade, dos perigos que rondam Neville (na excelente cena do depósito onde somos apresentados aos mutantes) até os inevitáveis confrontos. Uma pena o ato final do filme ser tão banal e simplista, inclusive perdendo a oportunidade de trabalhar melhor Anna, personagem de Alice Braga (sempre natural em cena).

Alice Braga, sem muito o que fazer em cena

A direção de Francis Lawrence, de Constantine, acerta em imprimir um tom intimista na narrativa, Neville é um personagem trágico, como demonstra os flashbacks a la Lost inseridos na trama, que possui uma rotina militar para não se entregar aos ímpetos de loucura pela solidão que lhe acerca. Portanto, EU SOU A LENDA consegue ser mais do que um blockbuster ao inserir dimensão dramática ao protagonista, uma pena que mesmo sendo uma super produção, o filme não consiga superar a artificialidade na criação digital dos mutantes, muito perceptível aos olhos de quem assiste, de repente seria mais inteligente utilizar maquiagem á moda antiga para conferir realidade ás criaturas, assim como a direção optou em outros aspectos no filme.

Resenha – Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado

Cinema sábado, 19 de janeiro de 2008 – 0 comentários

Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado é parte de um projeto da Marvel que pretende inserir novos personagens nas franquias já utilizadas e estudar a reação do público, projetando lucros futuros e suicídios coletivos de fãs puristas. Enveredando mais para as situações cômicas do que necessariamente pra porrada, o filme por vezes perde o foco simplesmente pra fazer mais uma gracinha (se continuar assim, é bem provável que ele siga os passos de Joel Schumacher em Batman Forever e coloque mamilos fantásticos nos uniformes).

Se bem que nesse filme tem a Jessica Alb… Ok, vamos a trama.

Estamos alguns anos a frente do último filme. O Quarteto é uma espécie de RBD e as pessoas atiram calcinhas por onde eles andam, principalmente agora que o casamento de Reed e Sue é capa de todos os jornais e revistas de Nova York.
Ao mesmo tempo uma estranha bagaça cósmica anda apagando os televisores bem na hora da novela, coisa que deixa o exército americano intrigado e faz com que eles peçam ajuda pro Sr. Fantástico, uma vez que a última remessa de dinheiro pra pesquisas da NASA tinha sido utilizada pra fazer um robô ouvir Íguas de Março em Marte.

Round One. FIGHT!

A propósito, a bagaça cósmica é o Surfista Prateado, arauto do devorador de mundos Galactus, que vem pra dizer seu chefe quer construir uma rodovia espacial e a Terra está no caminho está com fome e quer o planeta com fritas e uma Coca pra viagem. Como desgraça pouca é bobagem, não bastasse um bicho gigante que come mundos, um surfista com cérebro (!!!) e um general fulo da vida porque perdeu o episódio de 24 Horas, o cara de lata Dr. Destino também aparece, mas só pra encher lingüiça.

Se por um lado o roteiro consegue impor um ritmo dinâmico e ainda amarrar boa parte das questões levantadas ao longo da trama, as atuações pouco inspiradas e as piadinhas quase jogam tudo pelo ralo. Sue Storm nunca foi retratada como uma universitária sonsa e de todas as escolhas equivocadas na história recente da Marvel no cinema (exceto talvez por Jennifer Garner como Elektra) Julian McMahon é o Dr. Destino mais fraco e canastrão que poderia existir.

O roteiro competente e a utilização de personagens que há muito os fãs queriam ver nas telonas, minimizam as falhas dessa seqüência de uma maneira que você não precisa dizer “se eu não tivesse baixado esse filme ilegalmente eu pediria meu dinheiro de volta”, mas está um tanto longe de ser algo digno de ser lembrado nas transições de histórias em quadrinhos para o cinema.

Tell the teacher we’re surfin’. Surfin’ USA

Resenha – Escorregando para a glória

Cinema sexta-feira, 18 de janeiro de 2008 – 0 comentários
BUM!

Filmes sobre patinação não tem lá muita graça, pois mostrar pessoas deslizando pelo gelo não é uma das melhores coisas. Mas é claro, se o principal em um filme é o humor, ele consegue melhorar muito. Em Escorregando para a glória, não é diferente. Contando a história de dois patinadores rivais, Chazz Michael Michaels e Jimmy MacElroy, interpretados respectivamente por Will Ferrell e Jon Heder, ambos que você já deve ter visto em filmes como O âncora e Napoleon Dinamite, são os principais protagonistas dessa história. Depois de se ferrarem ao terem uma “pequena” discussão durante a entrega de medalhas em uma competição que participaram, discussão essa que recebeu indicação como melhor luta no MTV movie awards, ambos são banidos das competições. O tempo passa, e a patinação que é a vida desses dois continua a assombrar a cabeça deles.

Até que um fã psicótico de Jimmy MacElroy consegue descobrir uma brecha nas regras, e o convence a retornar a patinação, dessa vez, como um patinador de duplas. Seu parceiro? O seu maior rival, é claro.
Não entendo muito de patinação, na realidade, não entendo nada, mas achei as cenas em que mostravam os dois patinando muito bem feitas. Depois de muito treino, eles conseguem entrar em uma competição, e dessa, pro mundial de patinação.
Dai em frente, a história do filme fica em um ritmo muito louco. Outros rivais patinistas, a bela irmã deles, que MacElroy fica xonadin, o treino deles para ficarem melhores e mais coordenados juntos, e até o momento que chega a hora de eles treinarem “A donzela de ferro”.
Se quer um filme pra só se desligar das besteiras da vida, esse é recomendado, uma história simples,que fará você prestando atenção até o final, recheado de cenas que garanto, pelo menos você vai dar umas risadas.

Resenha – Os Simpsons – O Filme

Cinema sexta-feira, 18 de janeiro de 2008 – 3 comentários

Bom, Os Simpsons é um desenho animado que TODO MUNDO já assistiu a pelo menos CINCO episódios. Então, não tem por que eu falar muito sobre isso, vamos direto ao filme. Não sei se você sabe, mas o filme demorou exatamente dez anos para ser lançado. Nesse tempo todo, 158 roteiros foram criados. Apenas UM sobreviveu.

Genial.

Antes de mais nada, eu diria que os tempos de Os Simpsons… já foi. Não é tão empolgante como antes, mas é claro que o desenho ainda é algo que deve ser visto (apesar dos episódios fracos das últimas temporadas). Já no filme, Homer Simpson arrumou um… porco de estimação. Um nome? Ele não se decidiu ao certo se era Spider Porco ou Harry Porco. O fato é que o bicho fazia um estrago com a sua flora intestinal, e Homer depositava as fezes em um “silo” que, uma hora, ia encher. E encheu. Homer decidiu jogar aquilo em um rio, e uma reação química se formou, trazendo efeitos… catastróficos.

Imagina um monte de merda de porco em um tubo de uns 3 ou 4 metros de altura, cara. Ou pior: Imagina o cara ter um porco em casa e não comê-lo. Enfim, a poluição que aquilo causou foi de níveis altíssimos, e o governador Arnold Schwazenegger não pensou duas vezes (aliás, nem pensou) em assinar uma permissão para prender a cidade de Springfield em uma espécie de estufa. Uns helicópteros levaram um escudo enorme, do tamanho da cidade, colocando-o sobre a mesma. A população agora estava presa, e Springfield não poluiria mais o mundo. O escudo era inquebrável, e o exército estava ali por perto, caso algum engraçadinho tentasse fugir. É óbvio que a população inteira da cidade se revoltou contra Homer, querendo matá-lo.

Perturbador.

Repare BEM no filme se você gosta de easter-eggs. É claro que Os Simpsons já é uma série cheia de mensagens subliminares e paródias com outras séries, filmes, acontecimentos e tudo mais. Não vou revelar nada, mas gostei do que reconheci. O que eu não gostei foi de ver que Simpsons de verdade roda em 15 ou 30 minutos no máximo – definitivamente, foi muito filme pra pouca piada. Ou realmente o tempo dos amarelões já foi, ou minha teoria de que eles só dão certo em um curto espaço de tempo é certa. Não que tenha ficado ruim, mas eu diria que saí do cinema com a impressão de que faltou algo. Faltou: Piadas. O início do filme é fenomenal; sempre é quando esculacham religiões. Depois de um certo tempo, as piadas diminuem e um certo drama toma conta do filme, quase deixando-o perto de um Disney da vida. Sério, uns trechos são BROXANTES.

Fraco.

Depois de conseguir fugir da multidão E de Springfield, a família de Homer (Bart, Lisa, Marge e Maggie) começa a discutir e acabam tomando um rumo diferente de Homer. Após isso, algo assustador está por vir, deixando o futuro de Springfield nas mãos de Homer, e taí outro ponto que eu não gostei muito. Sei lá, ficou muito forçado para o estilo do desenho. Bacana, mas forçado. Quando eu lembro que 157 roteiros foram recusados, eu imagino que alguns nesse meio teriam feito o filme ter sido bem melhor. Enfim, não sei se é bem um filme “para toda a família”, mas garante uma boa diversão. Talvez você se decepcione, como eu disse, mas não vai ser nada demais.

Que filmes recentes te assustam?

Primeira Fila sexta-feira, 18 de janeiro de 2008 – 7 comentários

Um amigo próximo estes dias me pediu dicas de um filme de suspense ou terror, de preferência que desse sustos, para minha surpresa, minha consulta mental terminou em murmúrios e hesitação, na hora me lembrava somente de bobagens inofensivas que dificilmente o agradariam. Dai minha pergunta: o que o cinema vem produzindo para dar medo nas pessoas? Em quais filmes RECENTES você encontra isto?

Meu primeiro pensamento salvou dois filmes ingleses, um deste ano, Extermínio 2 (disponível em dvd pela Fox), de Juan Carlos Fresnadillo, surpreendentemente sendo tão bom quanto o original, não sei precisar sobre os sustos mas, eu assisti a ele na ponta da poltrona tamanha tensão ao me envolver no clima alucinante da película. O outro filme inglês também foi destaque, porém no ano retrasado, Abismo do Medo (disponível em dvd pela Califórnia Filmes), de Neil Marshall, conta a história sobre um grupo mulheres que, num findi, resolvem fazer escaladas numa caverna, contudo, a mesma já está habitada. O filme é excelente, possui um clima claustrofóbico e angustiante extremo, dificilmente você não se sente apertado entre as pedras da caverna. As tais criaturas surgem de maneira discreta e somente no final para brindar os espectadores com cenas sanguinárias e horripilantes. ótima pedida para os fãs do gênero.

Os demais filmes que me surgiam a mente se encaixavam em subgêneros que estão sendo produzidos á exaustão por Hollywood, alguns bons acertos enquanto outros verdadeiras bombas:

serial killer (com opção porn torture):

porn torture para quem não lembra são denominados aqueles filmes que utilizam tortura para aterrorizar e chocar, como O Albergue 1 e 2, Turistas, os inéditos Eu Sei Quem Me Matou, com Lindsay Lohan, e Captivity, com a filha de Jack Bauer, Elisha Cuthbert. Pelo visto neste ano, este subgênero já não agrada mais devido ás baixas bilheterias (e também por serem filmes muito ruins), enquanto isto, os suspenses (policiais) que envolvem assassinos seriais, ainda seduzem a grande maioria dos espectadores (inclusive, eu), como no excelente Zodíaco;

psicológico:

com certeza o que mais me agrada, engloba um leque de opções que vão desde o recente Possuídos (já disponível em dvd pela Califórnia Filmes), que somente eu e mais meia dúzia gostamos, com uma história sobre paranóia e loucura levadas ás últimas conseqüências, até o cinema sempre bizarro de David Lynch, que recentemente lançou Império dos Sonhos (em cartaz nos cinemas), onde realidade e sonhos se misturam para criar um painel onde explicações lógicas são o que menos importam;

sobrenatural (dominado pelas adaptações e remakes orientais):

esta ainda é a atual moda em Hollywood, nos próximos meses chegam aos cinemas os remakes americanos de dois filmes orientais, The Eye – A Herança (disponível em dvd) virou O Olho do Mal, com Jessica Alba como protagonista, é aquela história da guria que faz um trasplante de córnea e começa e enxergar fantasmas; e Ligação Perdida (disponível em dvd pela Alpha Filmes), agora Uma Chamada Perdida, sobre um grupo de pessoas que recebem atráves do celular, três dias antes, mensagens sobre sua morte, no elenco Edward Burns e Shannyn Sossamon.

Além disso, os produtores americanos ainda trazem mão de obra oriental para trabalhar em seus filmes como aconteceu em Os Mensageiros (disponível em dvd pela VideoFilmes), dos irmãos Pang, e em O Grito 2 (disponível em dvd pela Paris Filmes), de Takashi Shimizu.

E você, quais os filmes que realmente fizeram você se assustar e me ajude a aumentar minha listinha deste gênero.

Overdose Nicolas Cage: Resenha – Despedida em Las Vegas

Cinema sexta-feira, 18 de janeiro de 2008 – 2 comentários

Com Elisabeth Shue (Karatê Kid – A Hora da Verdade (!!!)) e Nicolas Cage, Despedida em Las Vegas, também conhecido como o filme em que Nicolas Cage ganhou o Oscar de melhor ator, é um filme… perturbador.

Clássicos olhos de peixe morto e… puta merda, que qualidade de foto.

Tudo começa em Los Angeles, quando Ben Sanderson (Nicolas Cage) é demitido da produção de um filme. O motivo? Porra, o cara é um PUTA alcoólatra. O cara então vai pro bar, sua igreja, e não deixa de xavecar a gordinha que ele encontra por lá. Mas isso é outra história. Ben pira de vez ao ver toda a sua situação e toma uma decisão: Morrer. Mas não uma morte qualquer, uma morte digna de Ben Sanderson. Uma morte em… Las Vegas. Bebendo. Beber até morrer.

Sem enrolação, o cara parte para Las Vegas, de carro mesmo, e se hospeda em um hotel qualquer. Sempre que preciso, o cara ia atrás de mais combustível (que não era pro carro, se é que você me entende), e se afunda cada vez mais. Conhece então uma prostituta, Sera (Elisabeth Shue), e a chama pra trabalhar em seu quarto. Mas o cara tá tão bêbado (ou convencido de que aquilo era melhor) que paga para ela… fazer companhia á ele. Sera é uma prostituta que é mal tratada por seu cafetão, além de já ter morado em Los Angeles também. Futuramente, os dois começam a se conhecer melhor.

Quem precisa de um cabelo melhor?

É quando Sera o chama para morar em sua casa, com uma condição: Ben a respeitaria pelo seu emprego e Sera o respeitaria pela sua… decisão. É claro que eles começam a ter um sentimento ali, Sera começa a cuidar do cara e tenta o impedir de continuar, como todo clichê. Mas é claro que não dá certo.

No fundo, o filme mostra duas histórias paralelas, já que Sera acaba ganhando até mais destaque que Ben em um certo ponto do filme. Talvez seja pra dar uma variada, tendo em vista que todo mundo já tá cansado de histórias de bêbados por aí. Não que não estivessem cansados de histórias de putas, mas enfim: O filme é relativamente pesado e perturbador em certo ponto, como eu disse logo no começo. Nicolas Cage completamente bêbado e representando BEM o maldito papel que lhe custou um Oscar. Porra, véi, só sendo um bêbado pra ser premiado?

Capa clichê, falaí.

Não considero uma história emocionante ou comovente, talvez até seja. Sem muitos clichês e com um pouco de exagero, bom filme pra você ver com seus amigos sóbrios (pra se poupar de piadas como “a partir de agora eu me chamo Ben, IC!”), ou com a sua namorada, que gosta de ver “filmes bonitinhos”. Este é um chute no saco. Mas não é dos melhores.

Filmes bons que passam batidos 14 – Silent Hill

Filmes bons que passam batidos quinta-feira, 17 de janeiro de 2008 – 12 comentários

Já havia resenhado o filme em meu antigo blog, o agorafobia, e a resenha tá aqui. Agora é hora de dar uma renovada de leve pra série mais sensacional do AOE.

Radha Mitchell (Em Busca da Terra do Nunca), Sean Bean (A Lenda do Tesouro Perdido) e Laurie Holden (Quarteto Fantástico) fazem parte do elenco, desconhecido. Quase lei de filmes bons que passam batidos, falaí. Enfim, eu era um puta fã do primeiro jogo da série Silent Hill, do PS1, mas nada xiita – só me concentrava no jogo e em notícias pra saber se saía possíveis continuações. Que saíram, mas pra PS2, então eu fui deixado pra trás. O jogo era incrivelmente sensacional e assustador, deixava Resident Evil no chinelo, completamente. Quando fiquei sabendo que ia sair um filme baseado no jogo, pirei.

E eu pensava que isso era neblina.

O filme já tem um começo bizarro. Você fica boa parte se perguntando se perdeu algo, mas não, tudo vai se esclarecendo aos poucos, com um ótimo suspense. Rose da Silva (Radha Mitchell) já não aguenta mais os problemas de sua filha Sharon (Jodelle Fernand), que é sonâmbula e gritava como louca algo como “ALL YOUR BASE ARE BELONG TO US”. Tá, mentira, ela gritava “SILENT HILL!” – e é assim que o filme começa. Rose então decidiu despistar o maridão, Christopher da Silva (Sean Bean), e levar a menina para a cidade de Silent Hill após fazer umas pesquisas no Google. No meio do caminho, ela encontra uma policial que não vai com a cara dela e a pára no meio da rodovia e, após avistar umas placas indicando o caminho de Silent Hill, Rose pisa no acelerador, derruba o portão que bloqueava a cidade (Sim, um PORTÃO, Silent Hill se trata de uma cidade abandonada e fechada pelas autoridades por causa de seus freqüentes incêndios subterrâneos.) e sofre um acidente após tentar desviar de uma garota que se encontrava no meio da pista. Ela desmaia.

Após acordar do acidente, Rose percebe que sua filha não estava mais no carro,e é aí que ela começa a rodar a cidade inteira atrás dela, enfrentando umas anomalias demoníacas em meio a uma “neblina de fumaça” e “neve de cinzas”, tudo isso por causa dos incêndios subterrâneos. Até mesmo a policial Cybil Bennett (Laurie Holden), que curiosamente também sofreu um acidente com sua moto, foi parar naquele cinzeiro também. No decorrer do filme ela percebe que não há muito o que fazer, então acaba ajudando Rose. Como se não bastasse todos os problemas, um bando de mulheres começam a perseguir as duas.

E vocês se cagando de medo por causa da Samara.

A história é relativamente diferente da do jogo, até porque foram usadas referências do segundo jogo também, além de usarem uma mulher. Porém, ainda consegue ser fiel ao jogo, MUITO fiel. A única bizarrice que eu achei que deixaram na mão foi no início, quando ela se depara com umas criaturas demoníacas que… não vou falar o que acontece. Pra você que jogou o jogo, dou uma dica: Não acontece como um sonho, mas não se empolgue. As cenas com o alarme da igreja avisando que o “clima” vai mudar, e muda, são as melhores. Eu quase pausei o filme pra procurar o jogo. Muita gente ficou insatisfeita, mas eu sou muito fresco com filmes de horror – Silent Hill, definitivamente, deixa o MELHOR pro final. As enfermeiras e a carnificina que eu achei que nunca mais veria em filmes de horror criados hoje em dia. Eles mostram TUDO, sem frescura alguma. Destaque pro Pyramid Head, que é do segundo jogo. [SPOILER] Ele simplesmente arrancou a pele de uma das mulheres, como se estivesse abrindo o pacote de uma bala. Dá uma olhada em um trecho do filme:

[/SPOILER]

Não gosto de filmes de suspense e acho os atuais filmes de horror incrivelmente broxantes. Silent Hill é a prova de que há suspense FODA, assim como filmes de terror SUPERIORES. Definitivamente, Silent Hill é supreendente. E passou batido. E vai ganhar continuação. E vai ser foda.

Brasil mais perto do Oscar

Cinema quinta-feira, 17 de janeiro de 2008 – 2 comentários

Enquanto por aqui só se falou em Tropa de Elite, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas acabou de selecionar entre os nove finalistas concorrentes ao Oscar de filme estrangeiro O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias.

Deixando de fora desta seleção filmes premiados como o romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, o espanhol O Orfanato, a animação Persepolis e chinês Lust, Caution.

As chances de O Ano… são grandes devido ao histórico da categoria e dos votantes (normalmente, pessoas mais velhas, logo, mais conservadoras), que adoram filmes protagonizados por crianças (lembram de Cinema Paradiso e Kolya), com conteúdo político (no caso do filme, ditadura militar dos anos 70) e envolvendo judeus, dizem que a grande maioria dos votantes seria desta origem (?). Os demais concorrentes são:

O Ano que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburguer, já disponível em dvd;
O Falsário, de Stefan Ruzowitzky (Íustria), sem previsão de estréia;
A Era da Inocência, de Dennys Arcand (Canadá), sem previsão de estréia;
Beaufort, de Joseph Cedar (Israel), sem previsão de estréia;
A Desconhecida, de Giuseppe Tornatore (Itália), em cartaz nos cinemas e chega em dvd neste mês;
Mongol, Sergei Bodrov (Cazaquistão), sem previsão de estréia;
Katyn, Andrzej Wajda (Polônia), sem previsão de estréia;
12, de Nikita Mikhalkov (Rússia), sem previsão de estréia;
Armadilha, de Srdjan Golubovic (Sérvia), sem previsão de estréia;

E você achando que em alguns destes paises não existia nem cinema…tsc,tsc,tsc.

No próximo dia 22 são revelados todos os indicados ao Oscar, inclusive os cinco finalistas desta categoria, é só torcer.

Resenha – Shrek Terceiro

Cinema quarta-feira, 16 de janeiro de 2008 – 1 comentário

Shrek é o que todo filme de sátira atual (Vide série Todo Mundo em Pânico) deseja ser: Engraçado sem abusar da nossa inteligência. Tanto que adultos e crianças vêem e dão risadas á vontade, sem precisar dar aquela segurada envergonhada como quem pensa: Eu tô rindo pra isso aí? Agora, como sempre, quando a fórmula faz sucesso você espreme até a última gota. E com isso vem as continuações. Shrek 2 foi engraçado, não tanto com o original porque JÍ esperávamos algumas piadas. Mas os dez primeiros minutos valiam o filme todo e ISSO bastava. E então… Chegou Shrek 3.

Família
Olha a família feliz

Acho que o maior problema da franquia Shrek é que, por ser algo original, a princípio ficou fora de classificação de gênero. Por ser em formato “engraçadinho” e ser em 3D classificaram erroneamente como infantil. Vejam bem: Tirando o fato de ser desenho e tocar levemente em certos temas, ele acabou cavando a própria cova ao ser encaixado em infantil. É essa falha que causou Shrek 3. Não que o filme seja ruim, mas NÃO é engraçado.

tio
Você faria ISSO com seu tio?

Eu entrei na sala de cinema esperando rir até rachar e saí com apenas UMA risada de verdade no filme todo. Sério. E eu bem que tentei, mas fiquei realmente envergonhado de estar vendo MAIS um filme de lição de moral escondido em piadas infames. Tá, para vocês entenderem melhor, vamos á história: Em Shrek Terceiro, Shrek e Fiona estão felizes, prontos pra voltar pra casa, quando o pai de Fiona, ainda na forma de sapo, falece. Assim, Shrek se torna o próximo na lista dos reis de Tão Tão Distante, coisa que ele não quer de jeito nenhum. Para se safar dessa, ele precisa ir buscar um parente distante, Arthur, que é um jovem estudante. Para dificultar ainda mais a vida do ogro ele descobre que Fiona está grávida. E ainda tem o Príncipe Encantado, que tenta assumir o trono de rei enquanto Shrek está longe. A premissa é ótima, o que poderia dar errado?

arthur
Você foi ao cinema ver Shrek e acabou vendo Crise de Família

A gravidez de Fiona. Pura e simplesmente os filhos de Shrek. Acontece que o filme, a princípio voltado para o próximo no trono e as estripulias do filho da Fada Madrinha, se volta para a situação de Shrek como pai, coisa que ele não está acostumado e sua relação com Arthur. Essa seriedade que o filme tenta assumir contraria todo formato das histórias do ogro e seu mundo de “contos de fadas”. Desde a primeira vez que vimos Shrek no cinema nós nos acostumamos a ver temas sérios tratados com irreverência e não dando tempo para longas reflexões, coisa que Shrek, Arthur e Fiona fazem algumas vezes durante a película toda. Sinceramente? Uma droga!

m****
Acho que isso NÃO é lama

Não bastasse a troca de dubladores com a morte do dublador original de Shrek, coisa que causa estranheza, é muito difícil de ver Shrek sem ficar fazendo ironias e dando sua risada forçada. O Burro, teimoso e metido, ainda está lá. O Gato de Botas, canastrão e Don Juan, ainda está lá. Mas a graça de antes não está lá. Se quiserem ver um filme engraçado, aluguem Top Gang 1 e 2 que fará melhor para vocês.

gangue
Nem essa gangue salva o filme

Overdose Nicolas Cage: Resenha – A Rocha

Cinema quarta-feira, 16 de janeiro de 2008 – 1 comentário

Filme sensacional de 1996, trazendo Sean Connery (007 – Nunca mais outra vez), Ed Harris (do nosso tão esperado A Lenda do Tesouro Perdido 2) e, é claro, o ilustre Nicolas Cage. Elenco de peso, e pra quem não gosta de Michael Bay, que dirigiu o filme: Um filme BOM com o cara. Vai por mim.

Devia estar na sua coleção.

Manja a ilha de Alcatraz, a tão famosa ilha que era uma base militar e depois se transformou em uma puta prisão de máxima segurança? Então, o principal do filme está lá: O General Francis X. Hummel (Ed Harris), que havia participado também da Guerra do Vietnã sendo um “herói”, simplesmente tomou conta de armas químicas fodidas e as levou para Alcatraz, com a ajuda de seus comandados. Não tá satisfeito? Pegaram 81 reféns também. E pediram 100 milhões de dólares, grana que também seria usada como doação para famílias de soldados americanos que morreram em missões secretas e nunca foram reconhecidos por isso. Se não pagarem eles vão lançar as bombas em São Francisco.

É aí que o “outro lado” percebe que precisam de apenas duas pessoas contra esse pessoal. Uma deve ser o único homem que escapou vivo do presídio de Alcatraz, e esse homem é John Patrick Mason (Sean Connery), um velho condenado a passar o resto de seus dias na prisão. Enfim, tinha sua chance de se livrar disso, com uma condição: Entrar na prisão de Alcatraz como saiu e completar sua missão junto com alguns homens. Entre esses homens, estava a segunda pessoa essencial para essa missão: Um perito em armas bioquímicas. Sim, Dr. Stanley Goodspeed (Nicolas Cage), um jovem especialista que se mostra ingênuo, porém quem sabe o que faz.

É claro que o filme não é em preto e branco.

Imagina invadir uma ilha com um monte de soldado armado até a unha sem que eles percebam, desarmar as bombas e render os caras. Impossível, tendo em vista que apenas um dos vários “frascos” encontrados na bomba já basta para uma arma extremamente mortal, basta diluir o conteúdo no ar. Mason, por muitas vezes, demonstra o que um fugitivo de uma prisão de máxima segurança demonstraria: Não é confiável. Porém, tudo o que ele queria era sair logo da prisão e ficar com sua família. Goodspeed é bom no que faz, mas não tem a mínima chance sozinho. Em meio de discussões e pancadaria, os dois formam uma puta dupla e Sean Connery mostra que NÃO HÍ como discordar que o cara é foda.

Sensacional do início ao fim.

Eu diria que este é o primeiro grande filme de Nicolas Cage, mesmo tendo recebido um Oscar em seu filme anterior, Despedida em Las Vegas. O filme é simplesmente empolgante, daqueles que você se OBRIGA a não perder nenhum trecho e faz questão de voltar em algumas partes. Envolvente, enfim. De resto, é com vocês: Filme altamente recomendável. VOCÊ já deve ter visto e, se não viu, me agradeça pela falta de spoilers.

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