Strip-Hop 01 – Hooverphonic/One

Música sábado, 18 de agosto de 2007 – 8 comentários

Se você não sabe o que é isso, leia a introdução aqui.

Strip-Hop 01 – Hooverphonic/One

Artista: Hooverphonic

Música matadora:One

Álbum: Jackie Cane (2002)

Clipe de “One”

Não vou apresentar detalhes pormenorizados sobre as bandas, ok? Ninguém está aqui pra conhecer bandas novas. Vamos focar no objetivo principal, que é socar o grão.

Caso a mina se empolgue com a música e diga algo como “nossa, que música gostosa, quem são esses?”, beleza, você tá no caminho certo. Responda algo como: “Ah, é Hooverphonic, uma bandinha belga aí.” Belga, cara. Tipo, da Bélgica. Você vai passar por um cara cool, que escuta coisas diferentes. Ponto pra você.

Vamos agora analisar a canção em si. Este é o momento onde você escuta a música, nos links que eu passei. Note que disponibilizei duas versões.

A primeira é a versão original, um pouco mais movimentada, com samplers e mais rica de uma forma geral. Se você estiver razoavelmente confiante a respeito do abate de sua presa, utilize essa versão.

Escute “One” na versão original

Se as coisas estão meio complicadas, seu xaveco ainda não colou muito bem, então parta pra ignorância: use a versão 2, que é levemente orquestrada, mais lenta e extremamente mela-cueca. Se você não conseguir com essa, é melhor comprar uma boneca inflável. Sério.

Escute “One” na versão 2

Vamos analisar a versão original então, que deve sempre ser preferida. A primeira coisa importante é a voz da Geike Arnaert, que é macia e segue levemente sussurrada durante a música toda, sem variar muito o tom. Essa homogeneidade é importante; músicas onde a vocalista grita em algum momento distraem os ouvintes e chama atenção DEMAIS pra música, tirando a atenção da mina do seu xaveco. É por isso que ninguém consegue furunfar escutando Celine Dion, por exemplo.

Por que você não morre, desgraçada?

Finalmente, é bom dar uma olhada na letra da música. Esqueça do sentido original da letras, isso não interessa para seus objetivos. Dê uma sacada:

You’re in charge
You always were
Theres no denying
Fire burns
I took alot
But now Im gonna give
Back to you
Whatever I got

Cause we are one
And well always be
You were born first
Forever connected to me
Connected to me

Its not always how you want it to be
We had no choice, oh desperately
I had to leave
Now Im coming back
We had to see
Youre white and Im black

Cause we are one
And well always be
You were born first
Forever connected to me
Connected to me
Forever connected to me

Da letra toda, o que interessa são apenas DOIS versos, que por sorte se repetem bastante:

Cause we are one
(“nós somos um”)

e

Forever connected to me
(“eternamente ligado a mim”)

Se as coisas chegarem ao ponto de você precisar falar sobre a letra da música pra cantada colar, foque nesses versos. Diga algo como “eu acho legal essa letra, porque ela aborda essa possibilidade de duas pessoas se sentirem tão íntimas, de estabelecerem uma ligação, e se relacionarem com tanta força e beleza que é como se elas se tornassem uma”. E, lógico, estamos falando novamente de séquiço. Depois dessa, ela vai saber que você gastou toda sua poesia de macho tosco, pra tentar deixar ela feliz. Mesmo que ela reconheça sua calhordice nesse momento, provavelmente vai te recompensar pelo esforço, ou seja:

Se essa não colar, não desista. Toque outra música. Mas vai ter que esperar pelo meu próximo post pra saber qual.

Strip-Hop: Melodias para comer alguém.

Música sábado, 18 de agosto de 2007 – 8 comentários

Sabe, eu gosto de vocês.

Eu gosto tanto, que resolvi até ajudar vocês a se darem bem. Isso mesmo: vou indicar, totalmente de grátis, belas canções para embalar aquele bate-saco nervoso dos seus sonhos.

Porque o que importa nessa vida é comer alguém.

Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro que a melhor trilha do mundo para momentos a dois é WANDO. Não se engane. Tudo que veio antes de Wando se tornou obsoleto quando ele surgiu, e o que veio depois são meras cópias ou derivados da poesia e versos do Mestre. Mas não vou indicar nenhuma música dele aqui, pois seria chover no molhado. TODO MUNDO conhece e escuta Wando, então não tem motivo pra fazer um post sobre isso. Vamos explorar coisas diferentes, ok pimpolhos?

Você não gosta de mim, mas sua mulher gosta.

Muito bem. Convido-os a conhecer um gênero musical diferente, ao qual denominei Strip-Hop. A rigor, estamos falando do Trip-Hop, que derivou do Hip-Hop. O Trip-Hop tem uma batida forte como o Hip-Hop, mas os vocais são muito mais suaves e os temas das músicas são voltados para embalar o ouvinte em uma viagem musical, e não pra deixar ele com vontade de atirar em alguém. Essa é a principal diferença para o Hip-Hop. Atualmente é um gênero que se aproxima do Chill-out e Downtempo. Nomes conhecidos da cena Trip-Hop são: Massive Attack, UNKLE, Air, Morcheeba, Portishead, entre muitos outros.

Já o Strip-Hop, conforme eu o denominei, segue a linha do Trip-Hop, mas é especialmente indicado para fazer uma mulher tirar a roupa, portanto o nome Strip-Hop. Os artistas são os mesmos do Trip-Hop, porém, as músicas Strip-Hop têm algumas características especiais: batida forte e lenta, vocais sexy ou etéreos, letras com referências ao coito, ritmo lento… vocês pegaram a idéia.

Ato ou Efeito: Ajudando você a abaixar as calças de alguém

E lembrando: isso é só uma ajudinha. VOCÊ precisa arranjar alguém pra comer, e isso eu não vou ensinar ninguém a fazer. Se eu tiver que ensinar, eu vou lá e como por você. Clica aí então, pra conhecer minha primeira indicação:

Strip-Hop 01: Hooverphonic/One

Você sabe por que velho não joga? Parte 4 – A vida acontece em 3D.

Games sábado, 18 de agosto de 2007 – 10 comentários

Vamos analisar agora como a introdução dos gráficos tridimensionais aumentaram as
opções de jogabilidade.

Transição de gráficos 2D para 3D

Lembra das aulas de matemática? Todo objeto é inscrito em três dimensões: x, y e z, ou largura, comprimento e profundidade. Os jogos de Atari, além de monótonos, aconteciam sempre em linha, pois era impossível mudar de plano. Alguns jogos criavam a ilusão de que você andava em três dimensões, como Enduro, onde havia a sensação de avançar na pista. Mas o que acontecia é que o carro ficava sempre no mesmo lugar, era a pista que se “mexia” enquanto os pixels dos carros adversários simplesmente iam aumentando na tela. Jogos como Keystone Cappers e Friday the 13th são exemplos claros de como o Atari era linear, adotando uma dinâmica de corredores intermináveis para dar a sensação de avanço no jogo.

FAKE!!

Com a introdução da terceira dimensão nos jogos (profundidade), houve também um incremento de jogabilidade, variedade e conseqüentemente diversão. A introdução de novas dimensões demorou pra ter um efeito realmente sensível. Nos consoles 8 bits, era possível desviar dos inimigos em todas as direções agora (como Double Dragon, onde você tinha liberdade pra andar pelo cenário ortogonal), mas isso não era um avanço tão grande assim para a diversão.

Os óculos de cristal líquido do Master System eram uma forma de impressionar os amigos, mas o seu “efeito 3d” não passava de ilusão de ótica, utilizando a mesma “tecnologia” 3D de filmes de décadas anteriores.

FAKE!!

Nem mesmo nas plataformas 16 bits experimentamos grandes efeitos 3D, pois o mode 7 do Super Nintendo não conta como engine 3D. Ainda assim, foi no Super Nintendo onde tivemos um “gostinho” do que a tecnologia 3D reservava nos próximos anos para os gamers, pois jogos como Pilotwings e, principalmente, Starfox, pela primeira vez geravam uma sensação crível de profundidade e distância. O Super Nintendo foi realmente uma plataforma excepcional.

Mas, indiscutivelmente, foi nos computadores que o primeiro impacto real do 3D foi sentido, através da inauguração dos jogos FPS (Tiro em Primeira Pessoa) , do qual o primeiro que recordo é Wolfenstein. O fato de você poder se movimentar em três dimensões reais foi responsável pela introdução do medo nos games. Afinal, fala sério, quem é que tinha medo daquele Jason do Atari? Entretanto, em Wolfenstein, pela primeira vez você não sabia o que havia atrás da porta.

3D Rules! (F.E.A.R.)

Assim como gostamos de assistir filmes de suspense e terror, também derivamos diversão da tensão e medo que os games podem causar. A fórmula foi aperfeiçoada em jogos como Doom, Alone in the Dark (ainda no PC, o primeiro jogo a se utilizar do jogo de câmera pra causar medo) e posteriormente em Silent Hill, jogos totalmente dependentes das engines 3D para a jogabilidade e manutenção da tensão e medo gerados.

 

No próximo post: Saves: a salvação dos jogos.

Você sabe por que velho não joga? Parte 3 – Orra, mas pra quê tanto botão?

Games sexta-feira, 17 de agosto de 2007 – 13 comentários

Eu realmente espero com ansiedade o estabelecimento definitivo da nova geração de jogos e consoles (principalmente Xbox 360 e PS3), pois tenho certeza de que vão apresentar maneiras de jogar que nunca vimos até então, como o Wii já faz.

Essas mudanças na jogabilidade acontecem paulatinamente desde o Atari, e fazem parte de minha argumentação de que os jogos atuais são tão ou mais divertidos do que os antigos. Para provar minha hipótese, gostaria de elencar alguns dos itens que considero como avanços tecnológicos acompanhados de um incremento proporcional de diversão nos consoles e jogos:

Aumento do número de botões nos joysticks

A tendência atual parece ser de estacionar no número de botões alcançado pelo Playstation (12 botões, 10 funcionais para jogabilidade, pois start e select não contam), ou até diminuí-los um pouco, já que os jogos realmente complexos que demandam muitos comandos diferentes são mais bem jogados nos PCs e MACs (vide Command & Conquer, Civilization ou Diablo com versões sofríveis em consoles e combinações de comandos que maltratam as articulações dos dedos).

Entretanto, é necessário notar que o avanço de um botão do Atari até os doze botões do PS1, foi devido a uma demanda de maior variedade nos jogos, já que o Atari é, sem sombra de dúvida, o ápice da monotonia videogueimística. Entenda-se “monotonia” na concepção original da palavra (mono/tom = tom único) e não como sinônimo de chato.

Os jogos do Atari realmente possuíam “um só tom”: apenas uma coisa a ser feita, o tempo todo. Nunca se terminava um jogo de Atari fazendo uma ação diferente do que se fazia no início do jogo. Não é á toa que muitos jogos nem mesmo possuíam fim, entrando em um loop após algum tempo. Ou simplesmente travando depois do último nível de dificuldade, convidando o jogador a começar tudo de novo através da tecla reset. Lembre-se dos “grandes clássicos” e de suas “diversas” ações: River Raid (atira e vai de um lado pro outro), Pitfall (pula e vai de um lado pro outro), Space Invaders (atira e vai de um lado pro outro) e alguns com menos ações ainda, como PacMan (apenas vai para cima, para baixo e para os lados, o botão não tem função durante o jogo).

Woohoo! Diversão, mano.

A introdução de um segundo botão funcional para fins de jogo (Nintendo e Master System) foi um avanço enorme, maior do que qualquer introdução de botões posterior: agora era possível atirar E pular ao mesmo tempo. Parece pouco, mas permitiu a introdução de maravilhas como Teenage Mutant Ninja Turtles e Double Dragon nos consoles caseiros (“portados” dos arcades), com sua jogabilidade e nível de diversão impossíveis para o Atari.

Não só o número de ações cresceu, mas também a liberdade de escolha, essencial para uma experiência mais personalizada de jogo. Jogos como Ninja Gaiden e R-Type, são bons exemplos de como a liberdade para escolher um tipo específico de arma influi no estilo de jogo pessoal, definindo um jogador agressivo ou cauteloso, já que o botão extra permite que as escolhas sejam feitas no decorrer do jogo.

Outra função revolucionária que pôde ser introduzida com a adoção de dois botões foi a presença dos menus. Com dois ou mais botões você pode navegar em menus, além de executar ações, o que abriu as portas para os RPGs como Phantasy Star e Final Fantasy e para jogos como Castlevania. A grande sacada de introduzir mais ações para o personagem e escolhas para o jogador foi tão bem-sucedida que o número de botões continuou crescendo depois do Nintendo e do Master System.

Em resumo: mais botões = mais diversão. Aprende a mexer com o controle como homem ou vai jogar Wii, porra.

 

No próximo post: A vida acontece em 3D.

Você sabe por que velho não joga? Parte 2 – O percurso do jogador médio.

Games quinta-feira, 16 de agosto de 2007 – 14 comentários

Vejamos agora qual é o caminho percorrido na maior parte das vezes por este jogador
médio de vídeo-games, de quase 30 anos.

Antes de falar mal dos jogadores que pararam no tempo, gostaria de deixar claro que sou fã do Atari. Meus amigos tinham Atari, eu tinha um VG9000 da falecida CCE, compatível com Atari, além de mais barato. De vez em quando ainda jogo H.E.R.O. e Seaquest em emuladores. Quando acho companhia, jogo o “bom e velho” Tênis e o incrivelmente-emocionante-para-um-jogo-tão-velho Faroeste.

Joguei muito desde os 6 anos de idade. Só parei de jogar Atari quando o Nintendo 8 bits surgiu. Nintendo original no Brasil era raridade. Eu jogava Dynavision e Supercharger. Estes eram imensamente superiores ao Nintendo, pois o Supercharger já vinha com controle turbo para os dois botões além de ambos aceitarem jogos americanos e japoneses sem crise na hora de encaixar o cartucho. Não joguei muito Master System; ele era caro, tinha menos jogos do que o Nintendo e meu primo (único amigo com Master System que eu conhecia) regulava e não deixava ninguém jogar muito.

Minha fase 8 bits durou pouco. A fase 16 bits durou muito. Diariamente jogava Super Nintendo ou Mega Drive (o Genesis do Brasil). Jogava mais Super Nintendo, porque achava mais interessante. E também porque eu era muito fã de Street Fighter, e não dá pra jogar Street Fighter direito com os três botões A, B e C do Mega Drive (o que você estava pensando SEGA?).

O próximo console foi o Playstation, que entrou na minha vida relativamente tarde, apenas em 1999. Me apaixonei definitivamente pelo console depois de jogar Final Fantasy Tactics e Gran Turismo. O estabelecimento definitivo do CD como substituto do cartucho permitiu o acesso a uma quantidade de jogos que antes era inimaginável pra mim.
Apenas como uma nota de complemento, também possuí um Dreamcast. ótima plataforma, muito subestimada e lançada pela SEGA com um péssimo timing. O Dreamcast me proporcionou a possibilidade de jogar pela primeira vez jogos online, coisa na qual eu não era muito chegado até então. Não tive acesso ao Nintendo 64 a não ser muito mais tarde, através de emuladores.

Mais recentemente, em 2005, pude finalmente migrar para o Playstation 2, no qual estou confortavelmente estabelecido. Não tenho acesso regular ao GameCube e nem ao X-Box, por questões financeiras, e talvez por já não ter tantos amigos que jogam vídeo-game.

Em 2006 comprei meu Playstation Portable, e em 2007 o Nintendo DS. Em toda sua história, o mercado nunca teve dois portáteis tão poderosos e divertidos. Sem falar que nada se compara á liberdade de poder jogar GTA sentado na privada do banheiro, enquanto você faz número dois.

Banheiro e vídeo-games: nascidos um para o outro.

Finalmente, também sou jogador de jogos de computador, desde os jurássicos Aleste e Goonies, do MSX, até os jogos atuais como Civilization IV do PC.

A nova geração de consoles promete, mas Sony, Microsoft e Nintendo vão ter que rebolar pra me convencer de que as novas plataformas são realmente superiores ao Playstation 2. Por causa desse grande histórico de diferentes consoles e jogos, todo jogador velho e calejado se torna naturalmente desconfiado com qualquer oferta nova de vídeo-game.

No próximo post, passaremos a avaliar a evolução propriamente dita dos consoles e jogos, para entender como as mudanças afetam a jogabilidade e diversão.

 

No próximo post: Orra, mas pra que tanto botão?

Você sabe por que velho não joga? Parte 1 – Identificando um gamer que parou no tempo.

Games quarta-feira, 15 de agosto de 2007 – 20 comentários

Eu sei por que velho não joga: Porque os jogos evoluem e melhoram com o tempo. E as pessoas não.

Veja se você reconhece o diálogo:

Mas olha, quanto bichinho colorido nessa tela, como é que você consegue saber qual é você?
– Como assim? Eu tô ali, sou aquele com a espada Stormbringer, matando aquele bando de orcs.
– Mas e esses outros de azul aqui?
– Ah, esses eu comando também, vou mandar eles defenderem a ponte, ó…
– Mas como que você continua lutando ali e faz isso ao mesmo tempo?
– Eu uso o direcional pra chamar o menu e dar ordens, e uso o analógico pra controlar o meu personagem enquanto isso.
– Ah, tá. Pra isso que tem tanto botão nesse controle então… Não sei como você consegue. Quando eu tinha Atari, era um botão só, mais simples, mais direto. Jogo não tinha complicação, era só diversão.

Ou esse:

– E o que que é isso que você joga tanto aí? Não vejo acontecer nada nesse jogo, só fica esses diálogos aí na tela e esses filminho passando.
– É RPG, é assim mesmo.
– Mas o que que acontece nesse jogo, eu não vejo você fazer nada. Não mata nada, não atira, não pula…
– O que interessa é a história, o desafio é fazer a história ir pra frente e ver o que vai acontecendo.
– Ah, que besteira. Quer história vai ler um livro! No meu tempo sim que vídeo-game era bom; River Raid, Enduro, Space Invaders, era cheio de ação, não dava pra tirar o olho que você perdia uma vida… Precisava de agilidade. Era um treino de rapidez aquele vídeo-game.

Rumble Roses, do Playstation 2. Vai dizer que o Atari era MAIS legal que isso?

Se você já ouviu a variação de algum desses diálogos, sabe que um dos protagonistas deve, necessariamente, ser alguém de quase 30 anos ou mais. Só pessoas com quase 30 anos, que jogaram muito Atari quando crianças, conseguem desdenhar tão facilmente das plataformas e jogos atuais, valorizando excessivamente os jogos antigos.

Gostaria de apresentar, através de uma série de posts, uma reflexão a respeito da qualidade e nível de diversão dos jogos atuais em relação aos jogos antigos. Esta reflexão partiu da observação de uma possível tendência, entre os gamers com quase 30 anos (como eu), de avaliar os jogos mais antigos de maneira desproporcionalmente favorável.

 

No próximo post: o percurso do jogador médio.

 

(Originalmente publicado no site www.gamereporter.org – agora no Ato ou Efeito; revisto, ampliado, com mais sabor e vitaminas.)

Você sabe por que velho não joga? Introdução.

Games quarta-feira, 15 de agosto de 2007 – 27 comentários

Em relação aos vídeo-games, confesso a vocês que estou cansado.

Cansado de escutar tanta gente falar besteira.

E nessa minha carreira de jogador, já escutei MUITA besteira. Mas com certeza uma das que escuto com mais freqüência, são os comentários a respeito de como os “jogos de antigamente eram legais”. Tudo bem, existem os grandes clássicos, respeitados por todo mundo: Super Mario World, Double Dragon, Gran Turismo, Final Fantasy, a lista é imensa e vocês sabem do que estou falando.

Porém, sempre sei que a argumentação racional começa a descer pelo ralo quando o sujeito começa a falar que os jogos de antigamente eram MAIS LEGAIS do que os jogos atuais. Que eram mais dinâmicos, mais acessíveis, mais divertidos e outras insanidades.

Se for pra falar merda pelo menos tenha ATITUDE como o Capitão.

Com o tempo, passei a notar que esses ignóbeis hereges normalmente são VELHOS. Nem sempre na idade, mas sim na atitude. Ou seja, são aqueles infelizes que pararam de jogar vídeo-game, pelo motivo esfarrapado que seja. Pois todo motivo é esfarrapado pra se parar de jogar.

Portanto, resolvi explorar um pouco mais essa ligação entre pessoas que pararam no tempo, nostalgia gamística e a evolução dos jogos desde o Atari. Vamos supor, por breves momentos, que estes não-jogadores tenham motivos coerentes para falar as sandices que falam e, caridosamente, vamos procurar entendê-los. Quem sabe? Talvez um dia VOCÊ comece a falar este tipo de besteira também.

Serão 10 posts, divididos em tópicos específicos, pra vocês, tangas, não ficarem “cansados” de ler. Serão publicados diariamente, porque eu gosto de vocês, apesar de tudo.

Parte 1 – Identificando um gamer que parou no tempo.

Parte 02 – O percurso do jogador médio.

Parte 03 – Orra, mas pra quê tanto botão.

Parte 04 – A vida acontece em 3D.

Parte 05 – Saves: a salvação dos jogos.

Parte 06 – Sagrada Mãe Internet.

Parte 07 – O todo-poderoso compact disc.

Parte 08 – Espaço, a fronteira final.

Parte 09 – Mais exemplos de avanços nos jogos.

Parte 10 – Conclusão.

Dedico esta série a todos os jogadores verdadeiramente hardcore. Como diz aquele comercial do Xbox:

A vida é curta, motherfucker. Jogue mais.

(Originalmente publicado no site www.gamereporter.org – agora no Ato ou Efeito; revisto, ampliado, com mais sabor e vitaminas.)

Fast-food Reviews 002: Playstation Portable

Games segunda-feira, 13 de agosto de 2007 – 4 comentários

Não sabe como funcionam essas reviews? Veja a introdução aqui.

Crazy Taxi: Fare Wars.

Só eu tinha um Dreamcast no Brasil. Eu sei, porque nunca vi outro por aí, e as pessoas me olhavam esquisito quando eu falava que tinha um. E por isso, só eu joguei Crazy Taxi no Dreamcast, em 2000.

É o típico jogo que você ouve falar, mas não cai na sua mão nunca para experimentar. É claro, ele teve versões para PS2 e Game Cube, mas as duas ficaram terríveis. Ports mal-feitos do Dreamcast, só serviram pra deixar má-impressão em quem jogou.

Portanto, aproveite agora a sua chance de jogar esse ótimo título, que recebeu uma versão completíssima no PSP. Essa versão tem os dois Crazy Taxi lançados, em versões console e arcade, além de uma série de mini-games que vão sendo liberados conforme você joga. Não estamos falando de Gran Turismo aqui; Crazy Taxi é diversão rápida e descompromissada, e casa perfeitamente com o portátil da Sony.

Julgamento final: Jogo raso como um pires, mas é diversão garantida.

Harvest Moon: Boy & Girl

Harvest Moon é um daqueles joguinhos motherfucker, com história boba, jogabilidade idem, mas que você não consegue largar. É feito pra pegar os jogadores obsessivos, maníacos por detalhes, tarados por gerenciamento. O mesmo tipo de cara que jogava Elifoot e Championship Manager.

Bom, se você é um desses caras, deixe de lado essa nova versão de Harvest Moon. Porque ela ficou uma MERDA, daquelas fumegantes, e que deixam marca na privada. É exatamente o tipo de lançamento que contribui para piorar a fama do PSP, um portátil que já é bastante criticado por receber vários remakes do PS2, ao invés de jogos originais. Por si só, isso não é ruim. Afinal, ninguém reclama de jogar Grand Theft Auto no PSP. O problema é quando relançam remakes de jogos do PLAYSTATION 1! Como é o caso de Harvest Moon.

Não mudaram absolutamente nada das versões originais de Harvest Moon: Back to Nature. Nem pra fazer uma atualização dos gráficos, porra! Eles simplesmente esticaram o jogo pra encaixar na tela widescreen do PSP, e ficou essa beleza que você pode ver no screenshot aí em cima. Tudo embaçado e deformado. Deprimente.

Julgamento final: Mais um remake porco. Evite.

Alien Syndrome

Eis um caso interessante. Alien Syndrome realmente não é um jogo ruim, apesar de todas as críticas que vi em outros sites. Apesar do nome, não é um remake de nenhum dos outros Alien Syndrome já lançados. Possui gráficos e ambientes interessantes, dentro de uma concepção sci-fi que se vê pouco no PSP. Tem uma progressão interessante do personagem, com opções de habilidades pra escolher, além da modificação das estatísticas da heroína. Armas e armaduras em abundância. É um Action RPG razoavelmente competente.

Mas enche o saco. Enche o saco muito rápido.

Acho que o problema não é do jogo. Mesmo. Acho que nós, jogadores, é que já fomos inundados por tantos clones de Diablo, que simplesmente não aguentamos mais esse tipo de jogo. Pra mim, pelo menos, o ciclo se fechou com Dungeon Siege II, que fez tudo que era possível dentro do gênero. Não é á toa que a Blizzard não lançou Diablo III até hoje, e provavelmente nunca o fará, enquanto não encontrarem uma maneira de reciclar a fórmula de hack n’slash.

Alien Syndrome, portanto, é mais do mesmo. Pra decidir se você vai jogar ou não, antes pense em que tipo de jogador você é: se você jogou e curtiu MUITO Untold Legends e Dungeon Siege (os dois no PSP), então manda ver. Se você já está de saco cheio desse gênero, não é esse jogo que vai te surpreender.

Julgamento final: Diablo. Curte?

Tá na dúvida sobre o PS3? Eu decido por você.

Nerd-O-Matic sábado, 11 de agosto de 2007 – 11 comentários

Então, pequeno gafanhoto.

Você fica aí salivando, olhando o PS3 e pensando se vende ou não a sua mãe pra comprar um?

Siiiim!!

Você passa horas olhando sites especializados, comparando os jogos do PS3 e do Xbox 360, pra ver em qual vale mais a pena investir nesse momento?

Ééééé!

Você enche o saco dos seus amigos pra experimentar o PS3 deles, e até já pagou pra jogar por hora em locadoras, só pra ter uma idéia melhor de como ele funciona, e se vale a pena comprar?

Então você precisa de ajuda.

A dúvida sobre a compra de um console é um mal moderno que atinge 98,5% dos jogadores hardcore. A grande oferta de consoles concorrentes e a propaganda completamente enganosa dos fabricantes, são responsáveis por sintomas como ansiedade, coceira no polegar, inveja do amigo com mais grana, olhos vermelhos de tanto assistir vídeos no youtube e irritabilidade com a namorada, que acha que você devia comprar um carro e arranjar um emprego melhor, ao invés de ficar jogando essa porra.

Visando contribuir para melhorar o quadro geral, estou lançando neste momento a campanha “Pro Inferno PS3 e Sony“, que visa diminuir as dúvidas dos jogadores, mitigando os sintomas expostos no parágrafo anterior e melhorando a convivência dos gamers na sociedade.

Minha argumentação é simples: Pra que diabos comprar um PS3 se você não vai ter porra nenhuma pra jogar?

Eu não quero nem saber se você gosta de Resistance ou de Ninja Gaiden Sigma, o fato é que o Playstation 3 simplesmente NÃO TEM nenhum jogo espetacular até o momento. E isso é preocupante, mano, muito preocupante.

Onde estão os famosos “first-party releases“? Aqueles lançamentos feitos pela própria fabricante do console, que dão credibilidade ao produto, mostrando ao consumidor que a Sony acredita 110% no PS3? A Nintendo, apesar do Wii ser uma bosta fumegante, sabe fazer isso muito bem. Investe pesado nos grandes carros-chefe Mario e Zelda, e dá ao nintendista o que ele quer. Até a droga do problema com os straps do wiimote a Nintendo resolveu rapidamente. Posso até não ir com a cara do Wii, mas é inegável o respeito que a Nintendo tem pelo seu público.

Enquanto isso, a Sony sistematicamente CAGA na cabeça dos seus consumidores. Anúncios mentirosos de datas de lançamento, preço absurdo do console, de novo empurrando um formato proprietário de mídia (Blu-Ray), além dos mentidos e desmentidos sobre jogos exclusivos, suporte de rede, tamanho de HD… Vocês já entenderam.

Portanto, até a Sony provar que o PS3 é mais do que uma frigideira gigante, fique com seu PS2, o melhor console já lançado até hoje. Ele funciona, e tem dezenas de jogos espetaculares. Nem parece o mesmo fabricante.

Fast-food Reviews 001: Nintendo DS

Games sábado, 11 de agosto de 2007 – 3 comentários

Não sabe como funcionam essas reviews? Veja a introdução aqui.

Picross DS

DS é O console pra se jogar puzzles.

Picross DS é um puzzle, o nome que se criou depois de Tetris para esse estilo de jogo onde você nao mata ninguém, mas mesmo assim acha legal jogar.

A idéia é bem simples: você começa com um campo retangular em branco, e precisa deduzir onde estão os quadradinhos. Cada quadradinho que você descobre corretamente vai corresponder a um pixel de uma figura, na tela de cima do DS. Termina quando você preenche o campo todo de forma correta, formando a figura. E você tem que deduzir onde está o quadrado, e não chutar. Se você erra, tem uma penalidade de tempo e não vai poder ver a animação da figura no final.

Parece chato explicando, mas é simplesmente um dos jogos MAIS VICIANTES do DS. Vão por mim, Eu não ia enganar vocês.

óTIMO pra jogar no banheiro ou enquanto espera a patroa se arrumar pra sair. Aprenda a jogar pelo direcional, a canetinha atrapalha nos níveis mais difíceis.

Julgamento final: Jogue até o dedo cair.

Dynasty Warriors DS: Fighter’s Battle

Dynasty Warriors é muita areia pro caminhãozinho do DS.

A gente sempre se empolga com Dynasty Warriors. O jogo tem tudo pra ser bom: história das grandes dinastias imperiais, samurais que sabem invocar magias e um bando de inimigos pra destroçar. Mas o jogo, na prática , sempre é meio repetitivo. Não importa em qual plataforma sai.

Mas eu confesso pra vocês que não resisto. O tema do jogo é muito sedutor pra mim, e eu sempre jogo todos. Apesar de tudo, acho legal a dinâmica de ir conquistando as bases do inimigo e caçar ele pelo mapa, até TOMAR TUDO QUE ELE TEM, CARA! E ainda matando ele junto. Demais.

Mas no caso do DS, o que você vai encontrar é apenas uma péssima versão de Dynasty Warriors. Por mais boa-vontade que você tenha, vai ser muito difícil de ignorar a feiúra geral do jogo e os slow-downs que acontecem. O DS simplesmente não consegue suportar a engine que o jogo exige. É coisa demais para o portátil.

Julgamento final: Resista bravamente á tentação; o jogo não vale a pena.

Chicken Shoot

Tá vendo essa capa? Você nem quer saber o que tem dentro.

Chicken Shoot é um daquele jogos estúpidos que já saíram para várias plataformas. É surpreendente que continuem saindo novas versões. Pela capa completamente motherfucker do jogo, você já pode ter uma idéia da bomba que ele é. Nunca ignore seu sexto sentido de hardcore gamer: se um jogo parece uma merda, provavelmente ele é uma merda.

O que dizer? É um jogo onde você atira em galinhas. Galinhas voando, galinhas botando ovos, galinhas atirando ovos em você. Todos espalhados pela tela “enorme” do DS. Aí você pega sua canetinha e vai se deslocando pela tela, enquanto atira com o direcional. Dá pra acreditar? Você atira com o direcional. Pessoalmente, acho que esse jogo é só uma piada de mau-gosto. De vez em quando saem uns jogos desses, como Clube da Luta, para o Playstation.

Julgamento final: Condenado á forca. Amanhã ao meio-dia. E deixem o corpo para os abutres.

confira

quem?

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