Queime Depois de Ler (Burn After Reading)

Cinema sexta-feira, 05 de dezembro de 2008 – 10 comentários

John Malkovich é casado com Tilda Swinton, que tem um caso com George Clooney, que pega a Frances McDormand, que não sabe que ele é casado com Elizabeth Marvel. Nesse filme, todo mundo pega todo mundo (menos John Malkovich, que é corneado; e Brad Pitt, que gosta de tomar sucos energéticos e dançar ao som de músicas suspeitas).

O paint ainda funciona!

Mas não é essa a história do filme… Vamos começar de novo.

John Malkovich interpreta Osbourne Cox, um simpático senhor que é despedido da CIA. Ozzie resolve usar o tempo livre pra escrever um livro de memórias. Por acaso do destino, um CD com rascunhos do tal livro acaba parando numa academia de ginástica, onde Linda Litkze (Frances McDormand) e Chad Feldheimer (Brad Pitt) trabalham. Os dois desconfiam dos números e telefones e números e telefones e números [/spoiler] no CD e ali veem uma forma oportunidade de arrancar dinheiro do ex empregado da CIA. Mas é claro que eles não tem a menor noção de como fazer uma boa chantagem (noobs…) e isso, por mais clichê que seja, acaba arrancando umas boas gargalhadas.

A direção fica por conta de Ethan e Joel Coen, os mesmo de Onde os fracos não tem vez. Diz a lenda que os irmãos escreveram os dois filmes alternadamente durante o mesmo período. Particularmente, acredito que eles escreveram “Onde os fracos não tem vez” enquanto dormiam ou…sei lá, jogavam paciência e “Queime depois de ler” no resto do tempo. Enquanto o fodão do oscar desse ano não tem nenhum clímax, o novo filme é rápido e cheio de clichês momentos marcantes.

No final, você vai chegar a mesma conclusão que uns personagens do filme chegaram: que não tem como tirar uma moral dali. Dá pra pensar em toda uma crítica à sociedade consumista, em como vivemos num mundo que só liga para aparências ou em como a humanidade tem facilidade de varrer a sujeira pra debaixo do tapete, mas fazendo isso você vai acabar perdendo algumas boas piadas do filme, tipo as dancinhas e gags do Brad Pitt e a cara de “OMG” da personagem de Frances McDormand ao ver George Clooney num banquinho de praça, depois de pegar altos dragões em encontros cegos. Então acho que o melhor é desligar o cérebro e se divertir.

Queime depois de ler

Burn after reading (96 minutos – Comédia)
Lançamento: EUA, UK, França
Direção: Ethan e Joel Coen
Roteiro: Ethan e Joel Coen
Elenco: George Clooney, Frances McDormand, John Malkovich, Tilda Swinton, Elizabeth Marvel e Brad Pitt

Vicky Cristina Barcelona

Cinema quinta-feira, 04 de dezembro de 2008 – 4 comentários

Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) se conheceram na faculdade e são amigas desde então. A primeira está prestes a se casar e acha que o ápice de uma relação é a estabilidade. A segunda… não sabe o que quer, só o que não quer. As duas vão pra Barcelona juntas, cada uma com um objetivo. Lá conhecem Juan Antonio, um pintor espanhol que as aborda em um restaurante convidando para uma viagem, para ver uma estátua e fazer amor. Simples e direto assim.

Conversa vai, conversa vem, Cristina convence a amiga e eles vão pra Oviedo. Lá, quem acaba indo pra cama com Juan Antonio é a certinha Vicky. Eles voltam para Barcelona e é a vez de Cristina com o latin lover. A loira acaba indo morar com Juan Antonio depois de pouco tempo, sem saber que a amiga não consegue esquecer aquela noitada com o cara em Oviedo. Numa bela noite, Juan (cansei de escrever o nome duplo…aff!) recebe uma ligação, sai atônito de casa e volta com a ex-mulher de baixo do braço. Fica claro que os dois ainda têm uma ligação muito forte, de amor e ódio. A princípio Cristina fica enciumada, mas depois os três se resolvem bem direitinho. No meio da história Vicky se casa, mas isso não vem ao caso.

Se eu assistisse somente as cenas de Maria Elena (Penélope Cruz), juraria que o Almodóvar lançou outro filme com ela. Mas a tabelinha repetida de diretor/atriz favorita vêm de outro par: Scarlett Johansson e Woody Allen. No terceiro filme dos dois juntos começa a ficar chato ouvir algum ator babão dizendo pra Scarlett “Já te disseram que você tem lábios muito sensuais?”. No quarto filme vou acabar respondendo em voz alta “Já, caramba, você não assiste os filmes do Woody Allen??”. Mas ela realmente convence no papel de americana gostosona na Europa, sem saber muito bem o que quer da vida além de ir pra cama com o protagonista (depois de fazer charminho por 2 minutos e meio). Não assisti Scoop, mas posso apostar que ela interpreta o mesmo papel de Match Point e Vicky Cristina.

“Então… Vamos pro quarto?”

Javier Bardem assusta um pouco na primeira aparição, por conta do excesso de bronzeamento artificial, mas vende bem seu peixe mais uma vez. Patina um pouco no inglês, mas no caso desse filme era justificável já que ele estava mesmo no papel de amante latino. Juan Antonio é um cafajeste, mas não dos piores, já que não tenta enganar ninguém.

A outra atriz? Tentei me lembrar em que outro filme ela aparece, mas não consegui. Depois de olhar novamente o pôster do Vicky Cristina (volta na imagem lá em cima!) não me senti culpada, já que nem lá ela aparece, mesmo sendo protagonista. O filme devia se chamar Juan Antonio Cristina Maria Elena Desconhecida Barcelona.

No mais, a trilha do filme é bem legal e Barcelona é encantadora dentro e fora das telas. A cidade, com Javier Bardem e Penélope Cruz me fizeram ir assistir esse filme. Tá, a Scarlett Johansson também. E pra quem tava esperando Vicky, Cristina e Juan Antonio na cama, não se preocupem… Tem muito mais gente nesse sopa de nomes duplos.

Vicky Cristina Barcelona

Vicky Cristina Barcelona (96 minutos – Comédia / Drama / Romance)
Lançamento: EUA, 2008
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Javier Bardem, Scarlett Johansson, Rebecca Hall, Penelope Cruz

Romance

Cinema quarta-feira, 26 de novembro de 2008 – 2 comentários

O grande problema dos filmes nacionais é que, dependendo da história, temos a impressão de estarmos assistindo a mais um episódio da novela das oito. Com Romance, filme de Guel Arraes, com Wagner Moura e Letícia Sabatela, a impressão é exatamente essa.

A história mostra o “romance” entre Pedro e Ana. Ele, um diretor e ator de teatro, idealista, romântico e trouxa. Ela, atriz, safadinha e idealista. Após Pedro realizar um teste com Ana para a peça de Tristão e Isolda, os dois se apaixonam e começam a namorar. Após uma apresentação com casa cheia, Fernanda (Andréia Beltrão), a produtora da peça, apresenta os dois a um produtor de novelas interpretado por José Wilker que logo convida Ana para um teste no Rio de Janeiro. Ana aceita e a partir daí vira uma estrela. Pedro, agindo como um bundão depois de pegar uma conversa pela metade, acaba terminando com Ana.

Dá um cheiro, minha nega.

O filme inteiro é, de certa forma, focado na história de Tristão e Isolda. E toma lá peça de teatro e especial de fim de ano. E, nesse especial, o produtor interpretado por José Wilker, a pedido de Ana, resolve chamar Pedro para escrever e dirigir uma versão de Tristão e Isolda. Pedro aceita e temos a sucessão de clichês.

A recaída dos pombinhos, o triângulo amoroso entre Pedro, Ana e Orlando, interpretado por Vladmir Brichta, um dos personagens mais engraçados do filme. Temos a partipação especial de Marco Nanini em um papel que critica abertamente os grandes nomes da televisão brasileira que fazem milhões de exigências para interpretar algum papel.

O filme tem um tom bem teatral. Para o público geral isso pode ser bem chato, porque algumas falas parecem forçada, mas na verdade estão sendo “declamadas”. A história em si, para quem gosta de romance, é um prato cheio. Wagner Moura mostra porque é atualmente um dos maiores atores do país. Fez o mais certo em sua carreira. Depois de um filme estrondoso e uma novela de sucesso, focou a carreira no teatro e no cinema, não dando a impressão de ser sempre o mesmo personagem. Mas, para quem se acostumou a ver o cara dando tapa na cara e sufocando nego no saco, ver o saudoso Capitão Nascimento chorando porque deu um pé na bunda da namorada é algo meio chocante.

A quem interessar possa, aparece peitinhos no filme e que mulherão tá essa Letícia Sabatella. E a Andréia Beltrão também tá dando um caldo bonito. Mas não é Knorr. Caldo Knorr só a nossa revisora.

Romance

Romance (105 minutos – Romance)
Lançamento: Brasil, 2005
Direção: Guel Arraes
Roteiro: Guel Arraes, Jorge Furtado
Elenco: Wagner Moura, Letícia Sabatella, Andréa Beltrão, Marco Nanini, José Wilker, Vladimir Brichta, Edmilson Barros, Tonico Pereira, Bruno Garcia

Quase Irmãos (Step Brothers)

Cinema terça-feira, 25 de novembro de 2008 – 4 comentários
Poster

Depois de Judd Apatow, as comédias americanas saíram da mesmice “paródia de outros filmes” e adotaram um tom bem mais engraçado. Some a isso o humor de Will Ferrel e Jhon C. Riley, ambos egressos do Saturday Night Live, e temos um filme engraçado pra caramba com uma história totalmente non-sense. E o melhor de tudo: funciona. Quase Irmãos mostra a história de Brennan Huff (Will Ferrel), um “jovem” de 39 homens que nunca saiu de casa e das asinhas da mamãe e Dale Doback, outro jovem de 40 anos de idade que nunca saiu de casa e sempre viveu com o pai. Depois do casamento de Nancy Huff (Mary Steenburgen) e Rober Doback (Richard Jenkins), as famílias vão morar na mesma casa. Daí o título Quase Irmãos.

Théo’s Brothers

Apesar da idade, os dois agem como duas crianças mimadas. Um sempre querendo provar para o outro que é melhor. Will Ferrell e Jhon C. Riley combinam perfeitamente em cena, e com a direção de Adam McKay, que dirigiu os dois em Ricky Bobby – A Toda Velocidade, o filme não pode dar errado. Brigas por causa de comida, por causa da bateria de um, por causa da cama. Os dois definitivamente se odeiam e se matariam se fosse possível. Mas tudo muda quando o irmão mais novo de Brennan, Derek chega na casa dos dois. Com filhos perfeitos e uma esposa ninfomaníaca, Derek passa a ser o inimigo em comum de Dale e Brennan, e a partir daí os dois descobrem várias coisas em comum, tornando-se best friends ever. Depois de causarem um prejuízo enorme ao pai de Dale, o velho Doback decide mandar os dois para fora de casa e se virarem como bons adultos. Acontece que, apesar da idade, os dois nunca agiram como adultos. Não fazem a mínima idéia de como ser um adulto. E lá vem mais situações inusitadas e engraçadas como as entrevistas de emprego com a participação especial de Seth Rogen. E os dois vão levando uma vida de adulto. Até que, por um acaso do destino, se unem novamente. Dessa vez não como dois irmãos brigãos, e sim como dois homens adultos e responsáveis. Ou quase isso. O final do filme é muito engraçado. E a cena depois dos créditos também, portanto, não saia do cinema antes dos créditos. Uma comédia engraçada, que diverte e faz rir, coisa difícil hoje em dia e com dois caras que vem se destacando no cinema americano. Um história repleta de situações non-sense e que mesmo assim a gente se identifica em alguns casos. Só o fato de dois caras de meia idade agirem como crianças já é de uma falta de noção tremenda, mas isso é o de menos. Judd Apatow conseguiu mais uma vez.

Quase Irmãos

Step Brothers (105 minutos – Comédia)
Lançamento: EUA, 2008
Direção: Adam McKay
Roteiro: Adam McKay e Will Ferrell
Elenco: Will Ferrell, John C. Reilly, Mary Steenburgen, Richard Jenkins, Adam Scott, Kathryn Hahn, Andrea Savage

Max Payne

Cinema sexta-feira, 21 de novembro de 2008 – 20 comentários

Vocês devem estar ansiosos para assistirem a este filme. Eu também estava, apesar de nunca ter jogado o tal jogo. Bom, poderia resumir esta resenha assim: Espero que a decepção fique só com quem não jogou Max Payne.

Baseado em um videogame interativo de grande popularidade, Max Payne conta a história de um policial que decide agir por conta própria com o objetivo de encontrar os responsáveis pelo brutal assassinato de sua família e parceira. Obcecado por vingança, sua investigação o conduz por uma jornada de verdadeiro pesadelo em um mundo sombrio. À medida que o mistério se aprofunda, Max (Mark Whahlberg) se vê forçado a combater inimigos sobrenaturais e a enfrentar uma traição inimaginável.

A sinopse já não traz muita coisa, então a gente fica esperando por ação e por efeitos especiais espetaculares, afinal, é ISSO que esperamos de um filme baseado em um game. E é ISSO que vimos nos trailers. Mas é como esperar que Jesus volte, sinceramente.

O filme tem um começo que empolga, a tal cena com Max afundando no mar. Cria uma expectativa fodida. Com o passar do tempo, você não sabe se está vendo um filme de ação, suspense, ou drama policial: a coisa esfria muito. Sabe quando dizem “ah, toda ação desse filme está nos trailers”? É exatamente o que acontece aqui.

Fox atirando pra todos os lados.

Eu ia botar a palavra “SPOILER” em letras garrafais pra falar isso, mas acho que vale mais à pena trazer a realidade pra vocês: Não há inimigos sobrenaturais. Não é o novo Constantine. Sobrenatural são os furos no roteiro.

Se ao menos o fim compensa? Não. É claro que guardaram as melhores cenas de ação pro final, mas é bem ali que vemos bullet-times desperdiçadas e cenas em câmera lenta tentando forçar algum tipo de emoção. O que era pra ser um confronto final EMOCIONANTE, se baseou em vermos o que acontece com a neve que está em cima da arma em um disparo. Legalzão, né?

Max Payne

Max Payne (100 minutos – Ação / Policial)
Lançamento: 2008, EUA
Direção: John Moore
Roteiro: Beau Thorne, Sam Lake (game)
Elenco: Mark Wahlberg, Mila Kunis, Beau Bridges, Ludacris, Chris O’Donnell, Amaury Nolasco, Olga Kurylenko

007 – Quantum of Solace (Quantum of Solace)

Cinema domingo, 09 de novembro de 2008 – 8 comentários
Poster

Daniel Craig é, sem dúvida alguma, um dos melhores intérpretes do espião britânico James Bond. O jeito carrancudo, violento, faz com que o James Bond interpretado pelo ator seja mais verdadeiro. A gente acredita que aquele cara é realmente um agente secreto. E depois de Casino Royale, Daniel Craig se firma como o novo James Bond com Quantum of Solace.

A trama começa imediatamente de onde Casino Royale acabou. A vinheta de MGM mal termina e já estamos no meio de uma perseguição de carros envolvendo um Aston-Martin, marca registrada do ator, e um Alpha Romeo. Ação vertiginosa é o que define esse filme.

A história passa por metade do mundo. Inglaterra, Haiti, Itália, Áustria e Bolívia. A trama, como dito acima, continua os eventos do filme anterior, com Bond à procura da organização responsável pela morte de Vesper Lynd. Uma organização que ninguém sabe ao certo o que é, nem o MI6 e muito menos a CIA. O que se sabe é que o agente tá com sangue nos olhos e vai matar qualquer um para vingar a morte da moça e descobrir os culpados. Mas existe um porém. Bond não pode se deixar levar pelas emoções, buscar vingança, ele tem que realizar o seu trabalho e, como no primeiro filme, M está na sua cola.

Dessa vez, a bond girl é Camille (Olga Kurylenko), uma mulher misteriosa que também procura se vingar daqueles que mataram a sua família.

O Théo é Tanga. Verdade.

O filme mantém as características tradicionais da série, com os vilões e seus excêntricos capangas. Uma organização ligada ao grupo que Bond procura usa como fachada uma empresa de proteção ao meio ambiente. O dono dessa empresa é Dominic Greene, interpretado por Mathiel Amalric. Ele é apenas mais um dos integrantes da Quantum, o grupo que Bond procura. Na trama, Greene ajuda o General Medrano a dar um golpe de Estado na Bolívia, em troca da posse de um grande deserto boliviano.

Um filme com poucos diálogos e muita, mas muita ação. Não temos cenas paradas, como no caso de Casino Royale. Em Quantum of Solace, Bond não fica quieto um só segundo e a todo o momento é obrigado a utilizar a sua “licença para matar”. Explosões, perseguições de barcos, motos, carros, por telhados, de todas as formas.

Um dos melhores papéis de Jim Carrey. Débi

Como dito no inicio do texto, Daniel Craig foi uma escolha acertadíssima para o papel de James Bond. Apesar da feição fria, a gente torce por ele a todo o momento. Sem contar que é o tipo de ator que dispensa dublês nas cenas de ação e eu admiro quem faz isso.

No mais, Quantum of Solace traz Bond de volta ao topo dos filmes de espiões, com uma história intrigante, muita ação e o bom e velho espião que a gente tanto adora. Para quem gosta de história e viu o filme anterior, o roteiro é cheio de referências. Para quem gosta de ação, também não vai se decepcionar. Filme pipoca de primeira qualidade. Não é a toa que o cara tá ai há mais de 22 filmes.

007 – Quantum of Solace

Quantum of Solace (106 minutos – Ação/Aventura)
Lançamento: EUA, 2008
Direção: Marc Forster
Roteiro: Paul Haggis, Neal Purvis, Robert Wade
Elenco: Daniel Craig, Mathieu Amalric, Olga Kurylenko, Judi Dench, Giancarlo Giannini, Gemma Arterton, Jeffrey Wright

RocknRolla – A Grande Roubada (RocknRolla)

Cinema domingo, 09 de novembro de 2008 – 0 comentários

Não sou um grande fã de Guy Ritchie. Esse foi o primeiro filme dele que eu assisti do início ao fim e posso dizer que, se todos os outros forem iguais a esse, o cara sabe o que faz. Trilha sonora foda, edição rápida e com imagens intercaladas, diálogos ácidos e repletos de humor negro. Tudo o que eu gosto em um filme pipoca.

Tem 10 trocado?

A sinopse do filme é a seguinte: “A comédia de ação é uma viagem perigosa pelo mundo do crime organizado e pelo submundo da Londres dos dias de hoje, quando as drogas configuram um mercado mais forte do que o imobiliário, e os criminosos são seus audaciosos empresários. Mas, para qualquer um que vise entrar nesse negócio – desde o bandido mais inexperiente como One Two (GERARD BUTLER) ao misterioso bilionário russo Uri Omovich (KAREL RODEN) – só existe um homem a procurar: Lenny Cole (TOM WILKINSON). “

A história em si fala sobre o submundo das drogas em Londres. É o típico ladrão que rouba ladrão. Sai o glamour da máfia italiana e entra uma gangue de larápios, liderada por Gerard Butler. Uma verdadeira salada de frutas que envolve gansters russos, ingleses, viciados rockeiros, produtores musicais e até uma contadora financeira. Vale citar também que um dos bandidões é gay. Sim, um tanguinha que poderia muito bem ter sido interpretado pelo Théo.

Filme para quem gosta de ação rápida e sem a necessidade de pensar demais. Trilha sonora com o bom e velho rock britânico e humor de primeira qualidade. O filme não é o melhor do gênero, mas é uma diversão garantida se você não tiver nada melhor para fazer. O roteiro tem alguns buracos e alguns acontecimentos ficam sem explicação, mas se você relevar essas coisas, o ingresso vale o preço. Ou se quiser esperar, daqui a pouco deve chegar em DVD.

RocknRolla – A Grande Roubada

RocknRolla (114 minutos – Ação/Aventura/Comédia)
Lançamento: Reino Unido, 2008
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Guy Ritchie
Elenco: Gerard Butler, Tom Wilkinson, Thandie Newton, Idris Elba

[Rec]

Filmes bons que passam batidos quarta-feira, 29 de outubro de 2008 – 24 comentários

Olha só: fazia MESES que eu não botava um filme novo nessa seção, desde “El Orfanato” . Sabem por que isso acontece? Porque só tem filme de bosta por aí.

Sério, meu. Semana passada eu tava vendo o novo Indiana Jones e dormi na primeira cena de briga. Filme chato da porra. Eu simplesmente não tenho mais saco pra esses filmes com cena de carro batendo, perseguição de carro, carro voando, carro mergulhando ou carro virando nave espacial. Coisa chata do carái.

Devido à minha falta de paciência, acabo me envolvendo mais com filmes fora do esquemão hollywoodiano. Não que eu eu só goste de filmes alternativos, longe disso. Aliás, o especialista em cinema europeu aqui é o Pizurk, o Estagiário especialmente enviado para todos os filmes cabeça que o théo não quer assistir.

Portanto, é com extrema satisfação que após este hiato de meses, hoje trago a vocês:

[Rec] (2007)

Cara, eu simplesmente amo a sensação de pegar um filme completamente sem expectativas e ser surpreendido por ele. [Rec] é um filme que começa devagar, parecendo mais uma bostinha na linha de Cloverfield, com aquele lance de fazer o filme com uma câmera só e sempre do ponto de vista de quem está filmando. E dá-lhe correria pra tudo que é lado.

Essa moda toda começou com a Bruxa de Blair (lembram?), que foi totalmente emocionante na época. Lógico que, pra variar, o hype matou o filme. Mas como já faz ANOS que eu não assisto trailer de filme me salvei e pude assistir a parada de forma neutra, me divertindo pra cacete com o negócio dos adolescentes perdidos na floresta.

Desde a Bruxa de Blair, essa fórmula de filme em primeira pessoa foi aperfeiçoada e acho que agora estamos num ponto estável, onde os filmes são feitos sem pretensão e deixando espaço para o lado mais criativo dos diretores. Isso gera experiências interessantes ocasionalmente, principalmente nos gêneros “suspense” e “horror”.

A maior qualidade de [Rec] é o seu ritmo. Ao invés de virar tudo de cabeça pra baixo DO NADA, o filme vai se construindo devagarinho, com a história passando do tédio total inicial (totalmente intencional) até te levar a se encolher na poltrona com o final. Normalmente os filmes vão me dando sono conforme vão se aproximando do fim. Com [Rec] aconteceu o contrário: comecei a assistir numa madrugada aí, pensando em só assistir o começo e ir dormir pra ver o resto no outro dia. Foi impossível parar depois dos primeiros 20 minutos.

“Meu, a gente vaisifudê nesse filme. Filma tudo aí, vlw.”

Também contribui muito a simplicidade do ambiente onde foi filmado; tudo se passa em dois ou três andares de um prédio pequeno, onde só mora gente boçal. Como os cenários se repetem com frequência é muito fácil acreditar e entrar no clima do filme, e você começa a se sentir parte daquele ambiente.

E eu realmente espero que você consiga “se entregar” para o filme, porque essa imersão é justamente o que vai te dar a maior diversão na sequência final. Os caras abusam do maior clichê do mundo para filmes de horror: sequências com luz apagada, onde os protagonistas precisam fugir da porra do lugar sem ver pra onde estão indo. Mas, puta merda, em [Rec] isso funciona que é uma maravilha.

Ah sim, vou dar um spoilerzinho final pra convencê-los a assistir [Rec]:

Boo!

É FILME DE ZUMBI, MANO!!

Não preciso dizer mais nada.

(Aviso aos desavisados: aparentemente [Rec] foi refilmado para o mercado americano como “Quarantine”. Não sejam otários e corram atrás do filme certo.)

[Rec]

[Rec] (85 minutos – Horror)
Lançamento: Espanha, 2007
Direção: Jaume Balagueró, Paco Plaza
Roteiro: Jaume Balagueró, Luis Berdejo
Elenco: Manuela Velasco, Ferran Terraza

As Strippers Zumbi (Zombie Strippers)

Cinema sexta-feira, 24 de outubro de 2008 – 8 comentários

Rá! O DVD saiu nessa semana. Como eu ia deixar de resenhar este filme magnífico?

“Em um fututo não muito distante”, um projeto secreto do governo acaba “vazando” e acaba em Sartre (Nebraska – EUA). O que é esse projeto? Um vírus de reanimação de corpos. Aí, sem mais nem menos, onde o vírus vai parar? Em um clube de strip-tease.

Zumbis. Strippers. Trash. Não tem como ser ruim, né? Principalmente quando a atriz principal é uma estrela pornô: Jenna Jameson. E quando o tiozão é o Robert Englund, o famoso Freddy Krueger. Trash completo, sem mais. Mas, se liga: Se você não curte um filme TRASH, sai daqui. Não quero ter que aguentar seu mimimi, véi. Aos apaixonados por trash, esse filme é uma pérola. Continuemos com a resenha, então.

PEGA EU

Enfim, As Strippers Zumbi é aquele tipo de filme que começa uma merda, fica bom, volta a ser uma merda (isso nos dez primeiros minutos, só) e depois se alinha. Sério, aquele exército parece ter saído de um filme do Uwe Boll, o que só reforça o termo trash. Hm… acho que eu te assustei com isso, né? Calma, o filme é BOM apesar dessa comparação medíocre.

Como todo filme bom de zumbi, uma merda muito grande acontece e não tem ninguém qualificado o bastante pra corrigir essa merda toda, aí uma merda maior acontece e tudo fica perdido. Afinal, imagina você num clube de strippers, admirando um pole dance e, de repente, a mulherada COME SUAS TRIPAS. Assim não dá.

O humor é espetacular, e é isso que torna o trash ainda mais espetacular: quando o humor NÃO É trash. Não que este seja o melhor humor do mundo, mas é na medida, é o necessário pra quebrar qualquer rotina de filmes de zumbis. Mulher pelada também conta, claro.

E como. Como. (heh)

Não há muito o que se falar do filme, na verdade. Eu digo: Aluga e vai assistir com a sua gordinha. Porra, se foder com essas comédias românticas que ela faz você assistir, ISSO que é filme. O mestre Romero recomenda.

As Strippers Zumbi

Zombie Strippers (94 minutos – Terror/Trash/Comédia)
Lançamento: EUA, 2008
Direção: Jay Lee
Roteiro: Jay Lee
Elenco: Robert Englund, Jenna Jameson, Roxy Saint, Joey Medina, Shamron Moore, Penny Drake, Jennifer Holland, John Hawkes, Jeannette Sousa, Whitney Anderson, Carmit Levité

Noites de Tormenta (Nights in Rodanthe)

Cinema sexta-feira, 17 de outubro de 2008 – 3 comentários
Poster

Alguns filmes são feitos para as pessoas chorarem. Dramas que colocam atores consagrados do gênero contracenando juntos e criando mais uma daquelas histórias tristes que assistimos em um Super Cine da vida. Noites de Tormenta é exatamente isso. Um drama de casais e o típico filme que passa no Super Cine.

Uma mãe de família, Adrienne (Diane Lane), passando por problemas em casa com a filha rebelde e o marido putão que resolve voltar pra casa, decide passar um tempo na pousada de uma amiga, em Rodanthe, Carolina do Norte. Lá ela espera refletir sobre a vida e, quem sabe, tomar uma decisão. Em meio a isso, chega um único hóspede para o fim de semana, o médico Paul Flanner (Richard Gere), que espera encontrar ali as respostas para uma situação que de repente assola a sua vida. Pra completar, é anunciada uma tempestade violenta para o local, e com os dois ali, sozinhos, já viu o que vai rolar, né?

É a história do amor inusitado que surge para mudar radicalmente a vida de duas pessoas. Um ajuda o outro a resolver os seus problemas e juntos criam uma história nova que faz com que as suas vidas tenham um novo sentido. É drama pra mulherzinha, que fará qualquer pessoa mais sensível chorar.

O filme utiliza todos os clichês do gênero. Mas filmes de drama não teriam graça sem eles. Tem o marido que trai, a filha rebelde, o filho brigado com o pai, a mãe que só pensa na família e o pai que troca tudo pelo trabalho. São esses personagens e essa estrutura que dão sustento aos filmes do gênero.

A Clássica cena do beijo no píer.

A história tem uma reviravolta que até me surpreendeu, pois não era algo tão esperado. Ou era e como não sou fã do gênero não saquei logo de cara. O que importa é que o filme cumpre com a sua missão de fazer as pessoas chorarem. Quem é fã dos filmes do gênero, tem ai uma excelente oportunidade de conferir Richard Gere todo malandrão e a Diane Lane ainda dando um caldo. Tá enxuta a coroa.

O filme deixa aquela lição de não vivermos em função dos outros e viver o agora, sem se preocupar com o que pode ou não acontecer no futuro. Chorei.

Noites de Tormenta

Nights in Rodanthe (97 minutos – Drama/Romance)
Lançamento: EUA, 2008
Direção: George C. Wolf
Roteiro: Ann Peacock, John Romano
Elenco: Richard Gere, Diane Lane, Scott Glenn, Christopher Meloni, Viola Davis

confira

quem?

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