Eu confesso que tenho um tremendo pé atrás com essa nova literatura baseada no Oriente Médio ou em Segunda Guerra Mundial, sempre sendo bem-vendida nas livrarias, com as senhorinhas se emocionando enquanto lêem. Os Catadores de Concha é coisa do passado, nada é mais dramático do que O Caçador de Pipas.
De repente veio esse surto de novos escritores, falando sobre nazismo e/ou desgraças na Arábia. E isso tudo é muito chato e muito melodramático. Esse Caçador de Pipas é um dos livros mais Desgracentos que li na vida.
Mas aí começaram a me falar dA Sombra do Vento. Li a primeira página, enquanto esperava as 22 horas pra tomar cerveja e comecei a me interessar. Adoro essas Literaturas que falam sobre Literaturas. Livros falando sobre livros, brincadeiras entre linguagens e isso tudo. Putz, fiquei curioso, peguei o livro emprestado e levei pra casa. Quatro dias depois…
A Sombra do Vento é um livro sobre um livro chamado A Sombra do Vento. Confuso? Na Barcelona pós-Guerra Civil, Daniel acorda ás vésperas de seu aniversário de 11 anos gritando ao perceber que não consegue mais lembrar o rosto de sua mãe morta. Ao acudí-lo, o pai o leva naquela fria manhã, no meio daquela neblina de carvão característica de Barcelona em 1945, ao Cemitério dos Livros Esquecidos. O lugar é uma gigantesca biblioteca, escondida em um casarão, que abriga todos os volumes esquecidos pelo resto do tempo. Livros Mortos.
Ao passear pelos labirintos de prateleiras gigantescas, o garoto instintivamente pousa aos mãos sobre A Sombra do Vento, um esquecido volume do desconhecido autor Julián Carax. A partir daí, começa toda a trama da tentativa de Daniel de desenterrar o passado de Carax e recuperar uma história que começa em 1900…
O mais interessante em A Sombra do Vento é a narrativa. Intrincada, com novos elementos sendo colocados na história o tempo todo, vai e volta no tempo, recuperando aos poucos o passado, a infância e o sumiço de Julián Carax. Numa mistura de gêneros típica do Bacanal do século XXI, o autor brinca com uma cidade cheia de cicatrizes deixadas pela Guerra Civil e a própria idéia de Livros dentro de Livros. Uma passagem em que Daniel descreve A Sombra do Vento parece servir perfeitamente para a obra física:
á medida que avançava, a estrutura do relato fez-me lembrar daquelas bonecas russas que contêm em si mesmas inúmeras miniaturas. Passo a passo, a narrativa se estilhaçava em mil histórias, como se o relato penetrasse numa galeria de espelhos, e sua identidade produzisse dezenas de reflexos díspares e ao mesmo tempo um só.
Sem sentir, enquanto cresce e investiga por conta própria certos passados proibidos, Daniel envolve-se com um ex-anarquista, um Inspetor psicopata e com a estranha figura de Alain Coubert, o homem sem rosto que fuma cigarros feitos com folhas de livros e dedica sua vida a perseguir todos as obras de Julián Carax e queimá-las.
O detalhe? Alain Coubert é o nome de um dos personagens do romance A Sombra do Vento de Carax. O personagem que representa o demônio.
Escrito por Carlos Ruiz Zafón, espanhol nascido em 1964 que vive atualmente em Los Angeles contribuindo para jornais, A Sombra do Vento é um romance de Reconhecimento, Auto-Conhecimento e Conhecimento dos Livros. Porque, no fim, tudo leva ao Rosto da Mãe.
Filmes sobre patinação não tem lá muita graça, pois mostrar pessoas deslizando pelo gelo não é uma das melhores coisas. Mas é claro, se o principal em um filme é o humor, ele consegue melhorar muito. Em Escorregando para a glória, não é diferente. Contando a história de dois patinadores rivais, Chazz Michael Michaels e Jimmy MacElroy, interpretados respectivamente por Will Ferrell e Jon Heder, ambos que você já deve ter visto em filmes como O âncora e Napoleon Dinamite, são os principais protagonistas dessa história. Depois de se ferrarem ao terem uma “pequena” discussão durante a entrega de medalhas em uma competição que participaram, discussão essa que recebeu indicação como melhor luta no MTV movie awards, ambos são banidos das competições. O tempo passa, e a patinação que é a vida desses dois continua a assombrar a cabeça deles.
Até que um fã psicótico de Jimmy MacElroy consegue descobrir uma brecha nas regras, e o convence a retornar a patinação, dessa vez, como um patinador de duplas. Seu parceiro? O seu maior rival, é claro.
Não entendo muito de patinação, na realidade, não entendo nada, mas achei as cenas em que mostravam os dois patinando muito bem feitas. Depois de muito treino, eles conseguem entrar em uma competição, e dessa, pro mundial de patinação.
Dai em frente, a história do filme fica em um ritmo muito louco. Outros rivais patinistas, a bela irmã deles, que MacElroy fica xonadin, o treino deles para ficarem melhores e mais coordenados juntos, e até o momento que chega a hora de eles treinarem “A donzela de ferro”.
Se quer um filme pra só se desligar das besteiras da vida, esse é recomendado, uma história simples,que fará você prestando atenção até o final, recheado de cenas que garanto, pelo menos você vai dar umas risadas.
Bom, Os Simpsons é um desenho animado que TODO MUNDO já assistiu a pelo menos CINCO episódios. Então, não tem por que eu falar muito sobre isso, vamos direto ao filme. Não sei se você sabe, mas o filme demorou exatamente dez anos para ser lançado. Nesse tempo todo, 158 roteiros foram criados. Apenas UM sobreviveu.
Genial.
Antes de mais nada, eu diria que os tempos de Os Simpsons… já foi. Não é tão empolgante como antes, mas é claro que o desenho ainda é algo que deve ser visto (apesar dos episódios fracos das últimas temporadas). Já no filme, Homer Simpson arrumou um… porco de estimação. Um nome? Ele não se decidiu ao certo se era Spider Porco ou Harry Porco. O fato é que o bicho fazia um estrago com a sua flora intestinal, e Homer depositava as fezes em um “silo” que, uma hora, ia encher. E encheu. Homer decidiu jogar aquilo em um rio, e uma reação química se formou, trazendo efeitos… catastróficos.
Imagina um monte de merda de porco em um tubo de uns 3 ou 4 metros de altura, cara. Ou pior: Imagina o cara ter um porco em casa e não comê-lo. Enfim, a poluição que aquilo causou foi de níveis altíssimos, e o governador Arnold Schwazenegger não pensou duas vezes (aliás, nem pensou) em assinar uma permissão para prender a cidade de Springfield em uma espécie de estufa. Uns helicópteros levaram um escudo enorme, do tamanho da cidade, colocando-o sobre a mesma. A população agora estava presa, e Springfield não poluiria mais o mundo. O escudo era inquebrável, e o exército estava ali por perto, caso algum engraçadinho tentasse fugir. É óbvio que a população inteira da cidade se revoltou contra Homer, querendo matá-lo.
Perturbador.
Repare BEM no filme se você gosta de easter-eggs. É claro que Os Simpsons já é uma série cheia de mensagens subliminares e paródias com outras séries, filmes, acontecimentos e tudo mais. Não vou revelar nada, mas gostei do que reconheci. O que eu não gostei foi de ver que Simpsons de verdade roda em 15 ou 30 minutos no máximo – definitivamente, foi muito filme pra pouca piada. Ou realmente o tempo dos amarelões já foi, ou minha teoria de que eles só dão certo em um curto espaço de tempo é certa. Não que tenha ficado ruim, mas eu diria que saí do cinema com a impressão de que faltou algo. Faltou: Piadas. O início do filme é fenomenal; sempre é quando esculacham religiões. Depois de um certo tempo, as piadas diminuem e um certo drama toma conta do filme, quase deixando-o perto de um Disney da vida. Sério, uns trechos são BROXANTES.
Fraco.
Depois de conseguir fugir da multidão E de Springfield, a família de Homer (Bart, Lisa, Marge e Maggie) começa a discutir e acabam tomando um rumo diferente de Homer. Após isso, algo assustador está por vir, deixando o futuro de Springfield nas mãos de Homer, e taí outro ponto que eu não gostei muito. Sei lá, ficou muito forçado para o estilo do desenho. Bacana, mas forçado. Quando eu lembro que 157 roteiros foram recusados, eu imagino que alguns nesse meio teriam feito o filme ter sido bem melhor. Enfim, não sei se é bem um filme “para toda a família”, mas garante uma boa diversão. Talvez você se decepcione, como eu disse, mas não vai ser nada demais.
Um amigo próximo estes dias me pediu dicas de um filme de suspense ou terror, de preferência que desse sustos, para minha surpresa, minha consulta mental terminou em murmúrios e hesitação, na hora me lembrava somente de bobagens inofensivas que dificilmente o agradariam. Dai minha pergunta: o que o cinema vem produzindo para dar medo nas pessoas? Em quais filmes RECENTES você encontra isto?
Meu primeiro pensamento salvou dois filmes ingleses, um deste ano, Extermínio 2 (disponível em dvd pela Fox), de Juan Carlos Fresnadillo, surpreendentemente sendo tão bom quanto o original, não sei precisar sobre os sustos mas, eu assisti a ele na ponta da poltrona tamanha tensão ao me envolver no clima alucinante da película. O outro filme inglês também foi destaque, porém no ano retrasado, Abismo do Medo (disponível em dvd pela Califórnia Filmes), de Neil Marshall, conta a história sobre um grupo mulheres que, num findi, resolvem fazer escaladas numa caverna, contudo, a mesma já está habitada. O filme é excelente, possui um clima claustrofóbico e angustiante extremo, dificilmente você não se sente apertado entre as pedras da caverna. As tais criaturas surgem de maneira discreta e somente no final para brindar os espectadores com cenas sanguinárias e horripilantes. ótima pedida para os fãs do gênero.
Os demais filmes que me surgiam a mente se encaixavam em subgêneros que estão sendo produzidos á exaustão por Hollywood, alguns bons acertos enquanto outros verdadeiras bombas:
serial killer (com opção porn torture):
porn torture para quem não lembra são denominados aqueles filmes que utilizam tortura para aterrorizar e chocar, como O Albergue 1 e 2, Turistas, os inéditos Eu Sei Quem Me Matou, com Lindsay Lohan, e Captivity, com a filha de Jack Bauer, Elisha Cuthbert. Pelo visto neste ano, este subgênero já não agrada mais devido ás baixas bilheterias (e também por serem filmes muito ruins), enquanto isto, os suspenses (policiais) que envolvem assassinos seriais, ainda seduzem a grande maioria dos espectadores (inclusive, eu), como no excelente Zodíaco;
psicológico:
com certeza o que mais me agrada, engloba um leque de opções que vão desde o recente Possuídos (já disponível em dvd pela Califórnia Filmes), que somente eu e mais meia dúzia gostamos, com uma história sobre paranóia e loucura levadas ás últimas conseqüências, até o cinema sempre bizarro de David Lynch, que recentemente lançou Império dos Sonhos (em cartaz nos cinemas), onde realidade e sonhos se misturam para criar um painel onde explicações lógicas são o que menos importam;
sobrenatural (dominado pelas adaptações e remakes orientais):
esta ainda é a atual moda em Hollywood, nos próximos meses chegam aos cinemas os remakes americanos de dois filmes orientais, The Eye – A Herança (disponível em dvd) virou O Olho do Mal, com Jessica Alba como protagonista, é aquela história da guria que faz um trasplante de córnea e começa e enxergar fantasmas; e Ligação Perdida (disponível em dvd pela Alpha Filmes), agora Uma Chamada Perdida, sobre um grupo de pessoas que recebem atráves do celular, três dias antes, mensagens sobre sua morte, no elenco Edward Burns e Shannyn Sossamon.
Além disso, os produtores americanos ainda trazem mão de obra oriental para trabalhar em seus filmes como aconteceu em Os Mensageiros (disponível em dvd pela VideoFilmes), dos irmãos Pang, e em O Grito 2 (disponível em dvd pela Paris Filmes), de Takashi Shimizu.
E você, quais os filmes que realmente fizeram você se assustar e me ajude a aumentar minha listinha deste gênero.
Com Elisabeth Shue (Karatê Kid – A Hora da Verdade (!!!)) e Nicolas Cage, Despedida em Las Vegas, também conhecido como o filme em que Nicolas Cage ganhou o Oscar de melhor ator, é um filme… perturbador.
Clássicos olhos de peixe morto e… puta merda, que qualidade de foto.
Tudo começa em Los Angeles, quando Ben Sanderson (Nicolas Cage) é demitido da produção de um filme. O motivo? Porra, o cara é um PUTA alcoólatra. O cara então vai pro bar, sua igreja, e não deixa de xavecar a gordinha que ele encontra por lá. Mas isso é outra história. Ben pira de vez ao ver toda a sua situação e toma uma decisão: Morrer. Mas não uma morte qualquer, uma morte digna de Ben Sanderson. Uma morte em… Las Vegas. Bebendo. Beber até morrer.
Sem enrolação, o cara parte para Las Vegas, de carro mesmo, e se hospeda em um hotel qualquer. Sempre que preciso, o cara ia atrás de mais combustível (que não era pro carro, se é que você me entende), e se afunda cada vez mais. Conhece então uma prostituta, Sera (Elisabeth Shue), e a chama pra trabalhar em seu quarto. Mas o cara tá tão bêbado (ou convencido de que aquilo era melhor) que paga para ela… fazer companhia á ele. Sera é uma prostituta que é mal tratada por seu cafetão, além de já ter morado em Los Angeles também. Futuramente, os dois começam a se conhecer melhor.
Quem precisa de um cabelo melhor?
É quando Sera o chama para morar em sua casa, com uma condição: Ben a respeitaria pelo seu emprego e Sera o respeitaria pela sua… decisão. É claro que eles começam a ter um sentimento ali, Sera começa a cuidar do cara e tenta o impedir de continuar, como todo clichê. Mas é claro que não dá certo.
No fundo, o filme mostra duas histórias paralelas, já que Sera acaba ganhando até mais destaque que Ben em um certo ponto do filme. Talvez seja pra dar uma variada, tendo em vista que todo mundo já tá cansado de histórias de bêbados por aí. Não que não estivessem cansados de histórias de putas, mas enfim: O filme é relativamente pesado e perturbador em certo ponto, como eu disse logo no começo. Nicolas Cage completamente bêbado e representando BEM o maldito papel que lhe custou um Oscar. Porra, véi, só sendo um bêbado pra ser premiado?
Capa clichê, falaí.
Não considero uma história emocionante ou comovente, talvez até seja. Sem muitos clichês e com um pouco de exagero, bom filme pra você ver com seus amigos sóbrios (pra se poupar de piadas como “a partir de agora eu me chamo Ben, IC!”), ou com a sua namorada, que gosta de ver “filmes bonitinhos”. Este é um chute no saco. Mas não é dos melhores.
Este artigo é só mais um de uma série. Você pode acessar o índice por aqui.
Duas palavras: Besouro Azul. Quem é que não lembra dele, ao lado do Gladiador Dourado, na “áurea” época da Liga da Justiça Internacional. Tá… Era triste, eu sei. Ao menos a gente ria das brincadeiras dos dois! E também deles, claro. O que importa é que, durante muito tempo, foi esse herói atrapalhado que ficou na mente de muito leitor de HQ. E então veio a Contagem. Não, pensem bem. Vocês podem até dizer que ele morreu como um verdadeiro herói e que nunca será esquecido. Mas vocês têm certeza de que leram a Contagem para Crise Infinita? Ele foi ridicularizado durante a revista inteira e não havia nada de engraçado nisso. A morte dele foi infame e, não fosse Max Lord ter tentado dominar o Superman, pouca gente ficaria sabendo do fato. De qualquer forma, a reciclagem do Besouro Azul só deu uma nova forma a ele: Fracassado de quem sentem pena.
Essa imagem engana…
A idéia era prática e talvez funcional: Você pega um personagem sem muito valor e dá a ele a chance de ser o estopim do evento. Na mesma época, em cada uma das revistas de Crise Infinita, eles colocaram ilustres desconhecidos. Adam Strange, que tava quieto demais no canto dele foi metido na Guerra Rann-Tannagar. Seis seres místicos que eu não fazia idéia de quem eram viraram um grupo sobrenatural para enfrentar o Espectro (E acreditem se puder… GANHARAM!). Os OMAC´s enfrentaram milhares de heróis, alguns não duraram mais do que uma página de fama. E o Sexteto Sinistro, formado por vilões que não são de segunda linha, mas estavam meio esquecidos, se meteu com Luthor. O outro Luthor. Ah, vocês entenderam.
O caso é: Como funciona a mente da DC, por possuir um número tão grande de Heróis e fazer isso com eles? Ficar tentando jogar os menos populares para a linha de frente só para serem tratados sem respeito algum? Vejam o caso da Marvel. House of M teve como vilã uma personagem que, não exatamente de primeira linha, mas fez bonito em sua aparição. Civil War, colocando em disputa a integridade de cada herói, utilizou inúmeros personagens e mesmo assim não fez nenhum deles de idiota (Completo… Lembremos que o Homem de Ferro está com o pescoço na corda).
Ainda assim, o fim de Civil War vai dar um triste enterro ao Capitão América (Só pra lembrar… EU AVISEI DOS SPOILERS!!!), e mesmo esse não sendo um personagem de segunda linha, a sua morte não foi das mais honradas. Alguns defendem, outros atacam, eu só acho que se a Marvel for ressuscitar o Capitão depois dessa, ela perde meu respeito por completo. Aliás… Falando de Civil War… Todo mundo sabe que um dos pontos fortes da história foi a revelação da identidade do Homem-Aranha. Fantástico! Muito bom! Só que isso JÍ vai ser apagado da história…
HEIN? Como é, você me pergunta, pequeno gafanhoto. A saga One More Day do Homem-Aranha que acabou de terminar nos EUA simplesmente SUMIU com o evento. Se arrependeram? Perceberam o que isso causaria? ENTÃO PRA QUE FIZERAM??? Ridículo. Ridículo. E ainda vem por aí a Invasão Skrull. Sério, temam. Imaginem que todos os bons acontecimentos (E os ruins também) serão modificados, porque na realidade sues protagonistas podem ter sido soldados Skrulls escondidos na Terra. Morra Quesada e leva o Didio junto. A gente agradece.
Já havia resenhado o filme em meu antigo blog, o agorafobia, e a resenha tá aqui. Agora é hora de dar uma renovada de leve pra série mais sensacional do AOE.
Radha Mitchell (Em Busca da Terra do Nunca), Sean Bean (A Lenda do Tesouro Perdido) e Laurie Holden (Quarteto Fantástico) fazem parte do elenco, desconhecido. Quase lei de filmes bons que passam batidos, falaí. Enfim, eu era um puta fã do primeiro jogo da série Silent Hill, do PS1, mas nada xiita – só me concentrava no jogo e em notícias pra saber se saía possíveis continuações. Que saíram, mas pra PS2, então eu fui deixado pra trás. O jogo era incrivelmente sensacional e assustador, deixava Resident Evil no chinelo, completamente. Quando fiquei sabendo que ia sair um filme baseado no jogo, pirei.
E eu pensava que isso era neblina.
O filme já tem um começo bizarro. Você fica boa parte se perguntando se perdeu algo, mas não, tudo vai se esclarecendo aos poucos, com um ótimo suspense. Rose da Silva (Radha Mitchell) já não aguenta mais os problemas de sua filha Sharon (Jodelle Fernand), que é sonâmbula e gritava como louca algo como “ALL YOUR BASE ARE BELONG TO US”. Tá, mentira, ela gritava “SILENT HILL!” – e é assim que o filme começa. Rose então decidiu despistar o maridão, Christopher da Silva (Sean Bean), e levar a menina para a cidade de Silent Hill após fazer umas pesquisas no Google. No meio do caminho, ela encontra uma policial que não vai com a cara dela e a pára no meio da rodovia e, após avistar umas placas indicando o caminho de Silent Hill, Rose pisa no acelerador, derruba o portão que bloqueava a cidade (Sim, um PORTÃO, Silent Hill se trata de uma cidade abandonada e fechada pelas autoridades por causa de seus freqüentes incêndios subterrâneos.) e sofre um acidente após tentar desviar de uma garota que se encontrava no meio da pista. Ela desmaia.
Após acordar do acidente, Rose percebe que sua filha não estava mais no carro,e é aí que ela começa a rodar a cidade inteira atrás dela, enfrentando umas anomalias demoníacas em meio a uma “neblina de fumaça” e “neve de cinzas”, tudo isso por causa dos incêndios subterrâneos. Até mesmo a policial Cybil Bennett (Laurie Holden), que curiosamente também sofreu um acidente com sua moto, foi parar naquele cinzeiro também. No decorrer do filme ela percebe que não há muito o que fazer, então acaba ajudando Rose. Como se não bastasse todos os problemas, um bando de mulheres começam a perseguir as duas.
E vocês se cagando de medo por causa da Samara.
A história é relativamente diferente da do jogo, até porque foram usadas referências do segundo jogo também, além de usarem uma mulher. Porém, ainda consegue ser fiel ao jogo, MUITO fiel. A única bizarrice que eu achei que deixaram na mão foi no início, quando ela se depara com umas criaturas demoníacas que… não vou falar o que acontece. Pra você que jogou o jogo, dou uma dica: Não acontece como um sonho, mas não se empolgue. As cenas com o alarme da igreja avisando que o “clima” vai mudar, e muda, são as melhores. Eu quase pausei o filme pra procurar o jogo. Muita gente ficou insatisfeita, mas eu sou muito fresco com filmes de horror – Silent Hill, definitivamente, deixa o MELHOR pro final. As enfermeiras e a carnificina que eu achei que nunca mais veria em filmes de horror criados hoje em dia. Eles mostram TUDO, sem frescura alguma. Destaque pro Pyramid Head, que é do segundo jogo. [SPOILER] Ele simplesmente arrancou a pele de uma das mulheres, como se estivesse abrindo o pacote de uma bala. Dá uma olhada em um trecho do filme:
[/SPOILER]
Não gosto de filmes de suspense e acho os atuais filmes de horror incrivelmente broxantes. Silent Hill é a prova de que há suspense FODA, assim como filmes de terror SUPERIORES. Definitivamente, Silent Hill é supreendente. E passou batido. E vai ganhar continuação. E vai ser foda.
Ok, pensando no leitor pobre como eu, que as vezes não tem 4 reais no bolso pra pegar ônibus, resolvi escrever isso aqui pra apresentar a vocês a melhor maneira de arranjar livros baratos, e de procedência duvidosa. Duvidosa, porque você nunca sabe de onde ele realmente veio. Diversas vezes, ao chegar em casa com um livro na mão, via uma etiqueta de alguma biblioteca, o que quer dizer que o livro tinha sido roubado por algum drogado precisando de dinheiro pro pó, ou algo assim, use sua criatividade e invente sua história, me surpreenda.
Bom, nessas, resolvi fazer um pequeno guia de como que você pode arranjar ótimos descontos, livros em estado aceitável, e como disputar um livro com alguém que chegou a sua frente. Tudo o que escrevo é baseado nas livrarias e sebos que conheço aqui em Curitiba, a cidade que moro/me escondo.
Feita a introdução, vamos ao que interessa, pois você que nunca foi a uma sebo deve estar curioso, e esse parágrafo que estou fazendo aqui é só pra que sua expectativa aumente, que poderia ser facilmente ignorado por você, mas que tenho certeza continua a ler, pensando que irei escrever algo útil, mas desista foi só pra te enrolar mesmo. E essa parte poderia ser pra isso também, mas não sei enrolar os outros por muito por muito tempo. 1º:Descubra onde fica esses malditos lugares!
Nada pior do que ficar andando por aí, sem rumo, só olhando para os lados sem rumo, somente para achar essas livrarias. Use a lista telefônica, e um mapa de sua cidade. Se você não tem um, vá a um hotel qualquer e fale com o recepcionista, pergunte onde é tal rua, existe grandes chances de ele rabiscar um mapa de turismo, e o dar pra você. Pelo menos pra mim, sempre funciona. Nesse mapa, marque o endereço de cada uma das sebos e feiras de usados, e guarde para quando você for visitar tudo de uma vez. é bom pra caso você vá fazer uma rota, ajuda bastante. E se caso você se perder, pode aproveitar e fazer turismo pela cidade, pelo menos o mapa você já tem. 2º:Se prepare
É algo meio vago, nada relacionado a dinheiro, até porque, se tá comprando livros usados, você deve ter pouco… A preparação que digo é levar algo pra carregar os livros. As sacolas que eles dão são coisas bem fracas, e dependendo do volume, ela pode rasgar facilmente. E se for visitar mais de uma sebo em um dia, você deixa essas mesmas sacolas no guarda-volumes, coisas que não confio ainda. Então, carregue uma mochila, bolsa, saco de cadáveres, carrinho de mão, sei lá, mas não use em hipótese alguma as sacolas que eles dão. Quero ver sua cara de tacho se elas arrebentarem quando você fora atravessar uma rua. Se eu ver isso, eu vou rir. E depois iria catar os livros pra mim, se demorasse muito. :doido: 3º:Vá sozinho
Tá, não é lá algo muito importante, mas digo que ir com amigos, namorada ou irmão a esses lugares pode trazer um grande problema (entenda prejuízo). Se não fui muito claro, lá vai um exemplo. Certa vez, estava tudo preparado pra sair, e chega uma amiga minha, que resolve ir junto. Beleza, aceitei, na minha inocência, achando que ela ficaria no canto dela, mas ao chegar lá me arrependi. Normalmente não é só livros usados nessas lojas, revistas as vezes são a maioria. Pra encurtar a história, ele me pediu emprestado 10 reais, e voltei com minha mochila cheia de revistas capricho, atrevida, e outras que nem quero lembrar o nome. Aliás, não me pagou até hoje, o que é um grande prejuízo… 4º:esqueça seus compromissos
É sério, nunca vá se você tem mais o que fazer no dia. É que nem supermercado, chega um momento que você não sabe mais a quanto tempo está lá dentro. Já cansei receber ligações enquanto estava nesses lugares, perguntando que horas eu iria chegar, até olhar pro relógio e ver que já estava a mais de 40 minutos andando de um lado pra outro, sem comprar nada. Portanto, se tem que ir a algum banco, aula, curso, esqueça um dos dois, é melhor pra você. 5ºFaça uma lista
Pegue uma folha sulfite, caderno de rascunhos ou algo pra anotar e escreva todos os títulos e autores dos livros que você quer procurar. Olhe bem pra ela, ache um lixo, faça outra versão, e no dia, esqueça. Pode ser que nunca chegue a procurar o que foi anotado nela. Tenho um caderno de rascunhos na mochila, com mais ou menos uns 80 livros anotados, que sempre vou buscar, mas quando chega na hora esqueço da lista, e só vou atrás do que me chama a atenção na hora. Agora que estava escrevendo isso, vi que nos 6 meses que fui escrevendo essa lista, só comprei 4 livros dela, o que é uma boa média contando que nesse tempo devo ter comprado uns 40 livros que não estavam nela. Enfim, faça uma lista pra não seguir, ela é só detalhe pra que não se esqueça de seu objetivo inicial, seja lá qual for.
se você seguiu todos esses passos, nesse momento, você deve estar na frente da loja, com uma mochila nas costas, esperando o próximo passo. vamos a ele: 6º: boa sorte
Sério, você vai precisar. Lá dentro, dependendo do lugar, você pode achar muita coisa estranha, então é melhor estar preparado. Se for alérgico a poeira, leve uma máscara, se tiver medo de aranhas ou ratos, leve uma arma, e se tem medo de pessoas, bom, grite na cara delas quando perguntarem algo.
e pra finalizar, tem a regra de ouro, que não pode ser esquecida nunca, as outras, comparadas a essa são opcionais. Regra extra:Nunca deixe pra comprar depois
É uma coisa que é importante. Se você viu o livro, compre-o na hora. Sem essa de pedir pra reservar, esconder ele em algum lugar, ou deixar ali mesmo. Centenas de pessoas passam pelos livros durante o dia, e tem grandes chances de uma delas querer ele também. Então, NUNCA deixe ele pra depois. Até hoje me arrependo de ter deixado pra comprar mais tarde uma edição de contos inacabados por apenas 15 reais que nunca mais vi…
E nesse ponto, deve ter percebido que eu não falei nada do que propus logo no início, por um simples motivo, tão simples que só percebi agora: ninguém é tão fanático por livros a ponto de brigar por eles, acho que só eu mesmo, como daquela vez que eu… bom fica pra próxima. e tentem sobreviver até a próxima semana.
Não, não estou falando de jogos DE vampiro, seus ignorantes. Embora eu também ache que Castlevania é uma das melhores coisas já inventadas depois da cerveja engarrafada.
Estou falando de jogos-vampiro, e eu desculpo a burrice de vocês a respeito do termo porque eu acabei de inventá-lo.
O que é um “jogo-vampiro” e por que diabos um nome tão idiota para ele? Vejam como faz sentido: é aquele jogo que não morre nunca e que suga seu sangue e sua vida até você ficar estrebuchando no chão, com a mão em forma de garra segurando o joystick.
É o jogo que você termina uma, duas, três vezes e nunca se dá por satisfeito. Quando finalmente você consegue largar, mesmo assim alguns anos depois acaba pegando ele de novo em algum emulador de dá-lhe enfiar mais horas da sua vida na parada. E depois ele sai de novo na forma de um remake para algum outro console e você joga DE NOVO. E isso vai acontecer todas as vezes em que ele aparecer na sua frente. Ele não morre nunca.
E ele suga seu sangue, você simplesmente não consegue parar de jogar. Você acorda, vai trampar, estudar, ou sei lá que caralhos você faz da vida, e você fica pensando em que momento do dia vai conseguir tirar alguns minutos pra jogar de novo. E uma vez que você começa, não consegue parar pra jantar, assistir televisão ou sei lá que caralhos você faz nos seus momentos de lazer.
Não entendeu ainda que tipo de jogo é esse? Vou desenhar pra você:
Eu realmente não sei dizer quantas horas de jogo já enfiei em toda a série Final Fantasy. Mas eu GARANTO que Final Fantasy Tactics foi o spin-off que consumiu a maior parte do meu tempo. Eu nem conto mais as horas; eu não quero saber.
Ainda lembro de forma vívida daquele dia nublado de novembro de 1998, quando fui comprar meu Playstation. Depois de 6 meses guardando grana, finalmente achei uma loja que vendia o console já destravado, o que era a oitava maravilha do mundo naquela época; era MELHOR do que cerveja engarrafada. Mas não estamos falando de Heineken, claro. Melhor do que Skol engarrafada, talvez. Definitivamente melhor do que Sol engarrafada.
Enfim, o console vinha com 10 jogos “alternativos” á escolha do comprador. Eu já tinha pré-escolhido todos os jogos pela internet, e já sabia exatamente o que ia levar pra casa. Mas os putos não tinham Gran Turismo, então eu tive que escolher outro jogo entre os disponíveis. Folheando o catálogo, em meio a outros jogos, vi essa capinha:
“Tactics“? Tipo “Ogre Tactics“? Eu nunca tinha ouvido falar. Ninguém conhecia Final Fantasy Tactics naquela época. O que estava bombando na série era Final Fantasy VII, o título que salvou os RPGs da monotonia e que impulsionou a venda de milhares de consoles.
O funcionário da loja percebeu meu interesse e safadamente falou: “ô, esse jogo é bom hein?”, claramente querendo se livrar da pilha encalhada que tinha. Dei uma olhada no joguim, dei de ombros e pensei “bom, é Final Fantasy e é da Square. Não pode ser tão ruim”.
Cara. Eu não sabia o que eu estava levando pra casa.
Depois de 3 ou 4 dias jogando todos os outros 9 títulos que eu tinha comprado, finalmente lembrei do Final Fantasy Tactics. Fui ver qual era a do jogo.
Inicialmente, mesmo eu estando acostumado aos RPGs, me deparei com a enorme dificuldade para entender o sistema de jogo. Era muito, mas muito complexo para a época. Aliás, até hoje é complexo. Esse é o maior ponto forte e fraco ao mesmo tempo de FFT. Depois de ler os tutoriais, eu ainda não tinha a menor idéia do que estava fazendo. Apanhei pra caralho.
Mas aos poucos você vai entendendo o que acontece, como as unidades precisam ser utilizadas em conjunto, como as magias dependem do Faith de cada personagem, como os signos se relacionam e etc… Muitas variáveis para um joguinho só, criando uma infinidade de cenários possíveis para cada jogada que você faz.
E os conceitos de jobs e abilities? Mágico, mano. Mudou completamente o que se entendia por personagens de jogo em um RPG. Jobs e abilities permitiram que você criasse a sua party, sua equipe, da maneira que você bem entendesse. Uma cadeia gigantesca de pré-requisitos antes que você conseguisse liberar os jobs mais nervosos garantia a premiação apenas dos jogadores mais ferrenhos e dedicados. O jogo todo é assim. Com um monte de pequenas coisas pra descobrir, novas abilities liberadas a a cada batalha, que podem mudar completamente a função e valor de um dos componentes do seu grupo, novas magias, novas maneiras de fazer o que você achava que já fazia bem.
Tem job pra cacete pra escolher.
Essas pequenas recompensas que aparecem quanto mais você joga, são responsáveis por manter o coitado que entra no jogo GRUDADO nele por longos períodos de tempo. “Só mais uma batalha pra eu conseguir os job points pra Lifefont“, “Só mais um cenário pra ver a história andar”.
Sim, porque a história em FFT também é ótima. Intrincada e com reviravoltas que se tornaram clichês em outros RPGs subseqüentes. Confesso que não entendi completamente a história quando joguei no Playstation. Mas isso foi muito bom, porque estou me divertindo horrores ao acompanhá-la em uma nova tradução agora na versão do PSP.
E com cenas desenhadas á mão, dessa vez.
Aliás, foi a versão do PSP que me motivou a escrever a coluna dessa semana. Eu AINDA estou jogando esse jogo, é inacreditável. Depois de mais ou menos dois meses sem jogar o remake de FFT pro PSP (mais ou menos o tempo em que tenho o Wii), eu novamente peguei nele e não consigo mais fazer outra coisa no tempo livre. Aliás, foi com grande relutância que vendi meu Final Fantasy Tactics Advance (do Gameboy Advance) ao Santhyago:
Só vendi porque sei que está nas mãos de alguém que também é fissurado pela série. O vampiro agora suga o sangue dele. Mas agora em 2008 chega o Final Fantasy Tactics Advance do Nintendo DS:
Enquanto por aqui só se falou em Tropa de Elite, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas acabou de selecionar entre os nove finalistas concorrentes ao Oscar de filme estrangeiro O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias.
Deixando de fora desta seleção filmes premiados como o romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, o espanhol O Orfanato, a animação Persepolis e chinês Lust, Caution.
As chances de O Ano… são grandes devido ao histórico da categoria e dos votantes (normalmente, pessoas mais velhas, logo, mais conservadoras), que adoram filmes protagonizados por crianças (lembram de Cinema Paradiso e Kolya), com conteúdo político (no caso do filme, ditadura militar dos anos 70) e envolvendo judeus, dizem que a grande maioria dos votantes seria desta origem (?). Os demais concorrentes são:
O Ano que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburguer, já disponível em dvd; O Falsário, de Stefan Ruzowitzky (Íustria), sem previsão de estréia; A Era da Inocência, de Dennys Arcand (Canadá), sem previsão de estréia; Beaufort, de Joseph Cedar (Israel), sem previsão de estréia; A Desconhecida, de Giuseppe Tornatore (Itália), em cartaz nos cinemas e chega em dvd neste mês; Mongol, Sergei Bodrov (Cazaquistão), sem previsão de estréia; Katyn, Andrzej Wajda (Polônia), sem previsão de estréia; 12, de Nikita Mikhalkov (Rússia), sem previsão de estréia; Armadilha, de Srdjan Golubovic (Sérvia), sem previsão de estréia;
E você achando que em alguns destes paises não existia nem cinema…tsc,tsc,tsc.
No próximo dia 22 são revelados todos os indicados ao Oscar, inclusive os cinco finalistas desta categoria, é só torcer.