Resenha – 300

Cinema terça-feira, 15 de janeiro de 2008 – 5 comentários

Já tivemos uma outra resenha [Nota do editor: Não tem mais] recentemente sobre “300” aqui no AOE. E vocês, leitores chatos bagarai, devem estar se perguntando por que demoramos tanto pra resenhar esse filme.

No caso dos outros resenhistas eu não sei, mas no meu caso é porque eu quis mesmo esperar a poeira baixar e ver se o filme continuaria me emocionando meses depois.

300 (2006)

E então? Esse filme ainda é bom mesmo ou era só aquele hype e excesso de propaganda do início do ano? Bom, pra começar, quero XINGAR o filme, listando todas as suas coisas ruins:

1) Rodrigo Santoro;
2) Nenhum espartano na história da humanidade NUNCA pareceu com um stripper depilado e usando sombra nos olhos.

Portanto, o filme se tornou uma propaganda visual homossexual. Acho que já falei isso em outro lugar. Mas ok, não consigo pensar em mais nada pra xingar. Vamos para as partes boas.

Apesar da temática visual meio gay, ainda assim acho que “300” é um filme do caralho e sou meio suspeito para opinar sobre ele. Então requisitei a opinião da Gabi sobre a película:

Atillah – Slaying Mojitos diz:
Gabi, por favor. Assim, do nada:
Atillah – Slaying Mojitos diz:
diga uma frase sobre o filme “300”?
Gabi diz:
mó gostosa essa rainha.
Atillah – Slaying Mojitos diz:
Ok, acho que posso utilizar. Obrigado.

Devo concordar com a Gabi. Pra compensar os strippers, pelo menos colocaram uma rainha gostosa e com personalidade. Sem falar no Oráculo. Não lembro muito dessa parte de intrigas políticas na HQ, mas até que encaixou bem no filme. E como o Théo sempre diz: se é pra fazer um filme igualzinho ao livro, pra que assistir ao filme ou ler o livro?

Aê rainha, pega eu.

Aliás, no caso de “300”, a fidelidade á HQ e ás cenas desenhadas por Frank Miller é o grande trunfo. O trabalho foi tão bem feito como em “Sin City”, e é um ótimo exemplo de como um filme pode te seduzir com suas imagens e ritmo, mesmo você já conhecendo o enredo. Os detalhes, esse é um filme para se observar os detalhes. Vejam como o cuidado na fotografia e na edição visual/sonora podem construir cenas inesquecíveis em filmes altamente improváveis, como “300”:

Em um certo momento do filme, o exército espartano passa o cerol em um monte de persas, e o Deus-Rei Xerxes vai pessoalmente até Leônidas, para tentar seduzi-lo com promessas e dar um fim ao massacre.

Reparem na expressão de desdém que Leônidas adota quando vê Xerxes se aproximando, todo Vera Verão, em cima da sua carroça-plataforma carregada por escravos. Leônidas não fala nada, apenas olha com descrédito, em um semi-sorriso irônico; não precisa mais nada para que você entenda o cara:

“mas esse Xerxes é uma bicha louca mesmo. Olha que empáfia, que falta de noção. Eu aqui de pé feito homem esperando e a boneca lá em cima, se achando a poderosa destaque em cima do carro alegórico da escola de samba.”

Orra, vai dizer que não parece desfile de Carnaval?

Ao ser desafiado por Leônidas, Rodrigo Santoro, claramente puto, começa a cuspir ameaças de destruição de Esparta, e enquanto o faz, suas argolas, brincos e outras joiazinhas ficam balançado e fazendo “tlin-tlin” loucamente, como se ele fosse uma caixinha de jóias ambulante.

Percebam, esse tipo de ruído poderia ser cortado depois, na edição sonora, mas os caras fizeram questão de deixar isso, pra mostrar o contraste entre o espartano, despojado de qualquer enfeite ou adereço, e Xerxes, o deus das bijouterias. É assim que você marca o imaginário do espectador, é assim que é traçada linha divisória entre homens, bonecas e crianças no filme. Uma imagem vale mil palavras.

Falando em imagens… e as cenas de batalha? Caralho. As cenas de batalha mexem com alguma coisa dentro de cada um, não sei direito o que é. Muitos falaram na coreografia e no sincronismo dos golpes, que realmente são espetaculares. Outros falaram na direção de arte, na construção visual, na ênfase do vermelho do sangue jorrando, que também são impecáveis. Mas revendo o filme, comecei a prestar atenção em outras coisas; depois que você já sabe como cada cena se desenrola, onde os espartanos vão dar cada soco, enfiar a lança ou a espada, você se desliga um pouco da parte visual. Você já sabe o que vai acontecer, perde a surpresa.

E mesmo assim as cenas continuam me emocionando.

E daí descobri que é TUDO que faz diferença, é o pacote completo. Quando os espartanos levantam o escudo para resistir ao inimigo e deliciosamente o empurram em direção a algum persa que vem correndo em sua direção, feito um texugo alucinado, e você escuta aquele “TUMM” metálico, de quem acabou de quebrar pelo menos o nariz e mais uns três dentes com o impacto, você sente algo quente e confortável por dentro.

TUMM!

Ah os detalhes. Não é só o “TUMM” do impacto; é também o barulho de metal zunindo depois, como quando você bate o cotovelo numa cadeira de metal e fica escutando aquele “uinnnn” ecoando no fundo, enquanto xinga o móvel. Emoção.

Não vou descrever o filme todo para vocês, e nem as melhores cenas, porque isso é coisa de motherfucker. Mas acreditem, o filme inteiro é desse jeito: o tempo todo ele oferece coisas para você ver e ouvir, tudo amarrado por uma história básica, simples, de um bando de nego querendo defender sua terra contra o invasor usurpador. Os clássicos nunca morrem.

Se você ainda não assistiu “300”, tenho inveja de você. Tenho inveja de como você ainda tem a chance de sentir pela primeira vez todo o impacto que o filme provoca. Definitivamente um dos melhores filmes de 2007.

Séries que já podiam ter acabado

Sit.Com terça-feira, 15 de janeiro de 2008 – 7 comentários

Não precisa ser muito observador para notar que com o passar dos anos algumas séries, inevitavelmente, ficam aquém do que já foram algum dia, mas os produtores sem noção não desistem da trama e personagens e fazem os fãs penarem junto a falta de qualidade que a série apresenta. Nem estou falando de séries que duram pouco por não serem compreendidas ou mal adaptadas, mas sim de séries que vêm as temporadas passarem e não sabem o momento de serem interrompidas.

Smallville
Se no início Smallville parecia uma cópia do caso da semana, sempre alguém com super poderes devido a kriptonita, de Arquivo X, logo em seguida, a série soube criar uma mitologia em torno de seus personagens. Claro, que a panaquice de Clark Kent e a chatisse de Lana Lang fazem um contraponto á personagem mais interessante, Chloe, junto ao clã Luthor (que já foi mais interessantenas temporadas anteriores).

oh! casal chatonildo

Atualmente, em sua sétima temporada, Smallville, vive de eventos além da série e seus personagens regulares, como a participação de outros super-heróis, formando a Liga da Justiça, ou mesmo, homenageando antigas personalidades ligadas ao universo do herói, como a participação de atores que viveram os personagens em outras séries e filmes (como o próprio Christopher Reeves, o Superman dos filmes, antes do seu falecimento). No entanto, no que se refere á série, ela vive de altos e baixos, numa mistura de idéias absurdas, como as supostas mortes de Lana e Chloe no episódio final da sexta temporada, com acertos, como o acréscimo da linda Lois Lane e da entrada de outros hérois dos quadrinhos.

E.R. (Plantão Médico)
Um dos maiores exemplos da retomada do sucesso das séries junto á mídia e o grande público, tanto nos EUA quanto aqui no Brasil, lembrem que a série passava no horário nobre da Globo com altos índices de audiência, situação que não ocorre com nenhuma série atualmente em nenhum canal da tevê á cabo, uma pena.

E.R., atualmente, sofre da síndrome do elenco original, ninguém que atuou desde o primeiro episódio se encontra no elenco da atual 14ª temporada, nenhum nome forte como George Clooney, Anthony Edwards ou Noah Wyle representantes do auge da série, estão presentes atualmente. Não que os atuais personagens não dêem conta da série mas, também, o tempo gerou muito repetição de tramas e tragédias que ocorrem na emergência.

Como drama médico E.R. vive dos casos e pacientes que surgem na emergência, logo, há arcos ou episódios especiais muito bons que contam com participações especiais de grandes atores como Forest Whitaker, Satnley Tucci e Sally Field, somente para citar alguns pois já não acompanho a série como antigamente.

24 Horas
Não, eu não acho que 24 Horas esteja na hora da terminar sua história na tevê, no entanto, com esta sexta temporada (que inicia em breve na Globo, e já exibida nos Eua e na Fox brasileira), a série mostrou que o tempo desgasta, seja qual for sua trama ou qualidade, não esquecendo que a 5ª temporada é considerada uma das melhores junta a primeira.

momento de se reinventar

O grande problema da série é a reciclagem das tramas a exaustão que nunca ficam muito diferente de, no caso de 24 Horas, Jack Bauer salvando os Eua de uma ataque terrorista (vindo de arábes, europeus e, também, americanos) sem as autoridades acreditarem em suas investigações e com bandidos infiltrados em alguma agência, normalmente, a própria CTU, na qual trabalha Jack.

cenas da próxima temporada, se a greve permitir

Tenho esperança que, se a greve dos roteiristas permitir, a sétima temporada de 24 Horas, que muda de ares, se passa em Washigton com Jack respondendo por suas atitudes ao Senado americano, tendo como presidente uma mulher, um novo elenco, somente a querida nerd Chloe, sem o marido chato, volte ao patamar de melhor série de ação da atualidade.

Resenha – A Bússola de Ouro (2)

Cinema terça-feira, 15 de janeiro de 2008 – 16 comentários

Pôster

Eu vi Nárnia. Só por isso vocês já sentem qual era a apreensão em ver esse filme. Um alívio para vocês: A Bússola de Ouro (Dourada, porra! Pra que mudar o nome agora?) é melhor. Mas nem tanto. Pronto, podem assistir. O filme tem bons atores e uma trama interessante, mas não de todo. Vamos aos fatos: O livro é um tratado ateísta contra política e religião, usando metáforas para ligar aquele mundo ao nosso e á nossa realidade. Não que certas coisas não fiquem descaradas, por isso a censura. Censura? Mas quê censura, Black? Pra quem não sabe, a igreja tentou várias vezes persuadir as pessoas á não ver o filme, assim como fez com O Código Da Vinci. Deu pra perceber que não deu certo. O problema que isso afetou a história do filme, tirando quase todas as menções á religião. Pois é, síndrome de Harry Potter é contagiosa! Francamente? Podem esperar certas situações infantis no filme que também poderiam ser retiradas.

Nicole
A gata é quente, mas a personagem é fria

Vamos á sinopse: Existem vários mundos além do nosso. Alguns são similares, outros extremamente diferentes. Nesse específico, todas as pessoas têm a alma forma do corpo, em forma de animais chamados de dimons (Lê-se dimons mesmo, sabe? Como demônios em inglês). Se você morre, seu dimon some. Se seu dimon é afetado, você também sente. Simples. Só que a ligação de todos com os dimons funciona por causa de uma substância chamada pó (Não, não é aquele que você compra ali no morro), negada pelo governo e admirada por muitos por sua “magia”. O Lorde Asriel é um desses que admiram e estudam o trambolho, e por isso ele está com a cabeça a prêmio, mesmo que na surdina.

Paralelamente, sua sobrinha, Lyra se mete em três confusões: Ela quer ir ao Pólo Norte, para encontrar esse pó, tem que descobrir o que aconteceu com as crianças desaparecidas e sobreviver á um grupo que a persegue por ela possuir a Bússola de Ouro do título. Confuso? Muita gente achou.

Bússola de Ouro
ó aí a criança brincando com o perigo

Na realidade, esse é um dos problemas do filme. O maior deles. Muitas tramas aleatórias não fazem a cabeça de crianças e o filme tem uma aura muito de criança pros adultos verem E gostarem. Veja bem, quando alguém morre, você não vê sangue e sim o dimon sumindo. E só!!! Novamente comparo a Nárnia. O filme é bom, mas nem tanto. Aliás, a relação da garotinha com o Urso Polar me deu um dejá vu desgraçado que eu quase saí da sala do cinema. Faz favor, poderiam ter tirado o melodrama.
Tecnicamente não dá pra xingar um filme que emula um urso polar a ponto de você ver cada um dos pêlos dele. O som também é fantástico. Eles não cometem o erro de usar uma música feliz em momentos em que você deveria chorar (Se você fosse mulher ou criança).

Nárnia
Momento Nárnia

Agora, quanto aos personagens… Tirando a Lyra, que é protagonista, muitos dos coadjuvantes são somente isso mesmo, mal dando pra se apegar a eles nos seus dez minutos de tela. O filme corre muito rápido e isso incomoda quando chega ao final aberto para quem não esperava o fim. É porque ele é uma trilogia e quiseram tirar um pedaço do final para usar no próximo, sabe? Que nem Senhor dos Anéis. Não funcionou e o público odiou. Esperem por A Luneta Âmbar sentados, crianças.

Urso Polar
PORRADA!!!

Manual para Avacalhar o Leitor de sua HQ – A Morte e a Ressurreição de um Herói/Vilão

HQs terça-feira, 15 de janeiro de 2008 – 5 comentários

Este texto é parte de uma série que você pode acessar aqui.

Banal, ridículo e inútil. Na maioria das vezes o personagem com certeza era MELHOR vivo do que morto e por isso a morte dele não salvará a HQ quando ele retornar dos mortos. Superman (Ou Super-Homem, seu tradicionalista chato) bateu as botas para um vilão fodástico em uma história estúpida (Convenhamos… CADÊ os heróis de verdade em A Morte de Super-Homem???) e depois voltou numa história já melhorzinha, só que… Com mullets e nada diferente. Muitos afirmaram: Era jogada de Marketing. Só que vendeu bem e a fórmula foi reutilizada. E até anos depois eles ainda lucram com isso. Em 2005 foi publicada no Brasil uma mini-série em duas edições de “conseqüências do retorno de Superman”, uma historinha sem sal, sem açúcar ou qualquer tipo de tempero que não influenciou em nada. Mas vendeu como se fosse algo importante.

Morte Superman

Poderooooosa
Poderooosa!

E não é só a DC que se aproveita da morte de ícones. Quantas vezes Jean Grey, a Fênix do X-Men (Ah, vai, se você já viu X-Men 3 você sabe do que estou falando) já empacotou quantas vezes? E as desculpas para retorno são as mais estúpidas. Clones, formas alienígenas de tratamento, magia, necessidade para evento global. Ou… Ís vezes, até que bem cabida, mas que perde todo o sentido se encarada como um desmanche de uma bela história de morte. Ou de falta de bom senso mesmo.

Batman
Chorando a morte do “aprendiz”

Jason Todd, o segundo Robin (Não sabia que já tiveram vários Robins? Já são quatro e contando!), foi assassinado pelo público em votação aberta. Sua morte para o Coringa até marcou uma Era, de perda de inocência e punição aos vilões ao extremo. E o que aconteceu? Ele nem chegou a morrer de verdade, sendo ressuscitado pela filha do maior vilão do Homem-Morcego. Dizem as más línguas que a culpa de tudo é do Didio (Dan Didio para os íntimos), o chefão da DC Comics, que tem planejado inúmeros Mega-Eventos, necessitando assim de aventuras bizarras para seus heróis de modo que os leitores vejam que há algo errado no Universo/ Multiverso / Bígamoverso / Ou-Seja-Lá-O-Que-ForVerso da DC.

Jason Todd

Você viu que um herói morreu? Saiba que ele VAI retornar, de alguma forma, mesmo que não seja da mesma forma que era antes. Se não for a mesma pessoa, será um sucessor ou até mesmo uma versão alternativa. Acreditem, ainda vão tirar Barry Allen, o segundo Flash, da cova algum dia definitivamente. E aí a verdadeira CRISE (Agora com os leitores) vai começar para as empresas de HQ. Por que não podiam ser todas regidas por gênios como Alan Moore? Porque não venderiam tanto, pequeno gafanhoto. Se você duvida, pergunte ao dono da banca o que sai mais: A Superman do mês ou o encadernado especial que tá lá no fundo da seção.

A morte do herói

Discorda, concorda ou só quer criar discórdia? Comente e morra feliz.

Manual para Avacalhar o Leitor de sua HQ

HQs terça-feira, 15 de janeiro de 2008 – 0 comentários

Isto aqui começou como um simples texto pra eu preencher minha quota do ano. Pois é, começou assim. Só que agora eu vou fazer mais. Vou esculachar abertamente o que for ruim e elogiar o que for bom. Tirando a obviedade de que praticamente nenhum roteirista de Histórias em Quadrinhos estará lendo isto, estou citando apenas algumas das formas de você transformar um personagem adorado de HQ no próximo primeiro lugar na grande lista dos odiados. São todas formas JÍ utilizadas e que podem engrandecer realmente um herói ou vilão (ou um aleatório) SE fossem bem executadas.

MALDITO QUESADA

Como vão ver ao longo dos textos, a maior crise é editorial, onde a mão de um chefão é que estraga o bom texto de um escritor, com idéias novas. É de se rir de alguém que usa a desculpa “É mágica, nós não temos de explicar”. Parabéns Quesada, você vai receber minha carta-bomba de presente neste Natal. Junto com a de milhões de fãs.
AVISO: Tem spoilers.

ÍNDICE

A Morte e a Ressurreição de um Herói/Vilão

Arranjar um Sucessor

Faça uma Atualização

Coloca-lo como Pivô de um Mega-Evento

Casamento

Os burocráticos e duvidosos resultados do Globo de Ouro

Cinema segunda-feira, 14 de janeiro de 2008 – 1 comentário

Mesmo sem tapete vermelho e sem atores para receberem os prêmios, nesta madrugada foram divulgados como uma entrevista coletiva os vencedores do Globo de Ouro 2008. Para quem não lembra, a festa de premiação foi cancelada devido a greve dos roteirstas em Hollywood e o boicote dos atores que não estariam presentes na premiação por apoio á greve. Em tempo, o prêmio é concedido pelos jornalistas que formam a Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood.

Assim, foram somente lidos os vencedores, não sei se não foi melhor porque os prêmios foram meio duvidosos para tevê, já para o cinema, os prêmios acabaram sendo divididos entre os favoritos mostrando que neste ano não há um grande filme que arrecadará todos os prêmios. Vamos aos vencedores (em itálico):

Cinema

Melhor Filme – Drama
Desejo e Reparação, em cartaz nos cinemas desde sexta passada
O Gângster, estréia em 25/01
Senhores do Crime, estréia em 08/02
The Great Debaters, sem previsão
Conduta de Risco, já exibido nos cinemas
Onde Os Fracos não Têm vez, estréia em 01/02
Sangue Negro, estréia 15/02

Como vocês podem perceber a maioria dos filmes entra em cartaz em breve, assim, fica difícil achar justo ou injusto o prêmio de Desejo e Reparação, no entanto, o filme estava meio esquecido nestas últimas premiações, quem sabe com o Globo de Ouro o filme arrebata uma vaga nos indicados ao Oscar, que serão revelados semana que vem.

Melhor Ator – Drama
Daniel Day Lewis – Sangue Negro
George Clooney – Conduta de Risco
James McAvoy – Desejo e Reparação
Viggo Mortensen – Senhores do Crime
Denzel Washington – O Gângster

Fã incondicional de Paul Thomas Anderson (Magnólia), torço pelo seu filme Sangue Negro, e seu elenco, como Daniel Day Lewis, ator inglês excepcional de filmes como Meu Pé Esquerdo e Gangues de Nova York. Deve rivalizar com George Clooney no Oscar.

Melhor Atriz – Drama
Julie Christie – Longe Dela, sem previsão
Cate Blanchett – Elizabeth – A Era de Ouro, estréia 15/02
Jodie Foster – Valente (The Brave One), chega diretamente em dvd em Março
Angelina Jolie – O Preço da Coragem (A Mighty Heart), já em cartaz
Keira Knightley – Desejo e Reparação

A categoria feminina também promete no Oscar pois estará dividida entre a vencedora daqui, Christie que interpreta uma personagem com Mal de Alzheimer, ou seja, atriz veterana em papel dramático com doença, é Oscar quase certo, sua grande rival será Marion Cotillard, da biografia Piaf, que aqui recebeu o prêmio como atriz comédia/musical.

Melhor Filme – Comédia
Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco
Across the Universe, já em cartaz
Jogos de Poder, estréia 29/02
Hairspray, já em cartaz
Juno, estréia 08/02

Destes, acredito que somente, Juno, pode chegar ao Oscar, os demais são filmes divertidos realmente como Hairspray, fica a curiosidade pela produção de Tim Burton, Sweeney Todd, um musical gótico (?).

Melhor Ator – Comédia
Johnny Depp – Sweeney Todd
Ryan Gosling – Lars and The Real Girl, sem previsão de estréia
Tom Hanks – Jogos de Poder
Philip Seymour Hoffman – The Savages, sem previsão de estréia
John C. Reilly – Walk Hard, estréia 11/04

Os jornalistas estrangeiros adoram o cinema de Burton e Depp, por isto, Sweeney Todd, papou estes prêmios, não que o filme não seja bom, muito pelo contrário, acredito que a produção seja excelente pelos trailers, mas, estas personalidades são os queridinhos dos votantes do Globo de Ouro.

Melhor Atriz – Comédia
Marion Cotillard – Piaf – Um Hino ao Amor, já em cartaz e chega em dvd agora em fevereiro
Amy Adams – Encantada, já em cartaz
Nikki Blonsky – Hairspray
Helena Bonham Carter – Sweeney Todd
Ellen Page – Juno

Palpite certeiro, Marion Cotillard, dá um show como a cantora Edith Piaf, vai certo para o Oscar e pode levar junto desta categoria, a surpresa independente do ano, Ellen Page (X-Men 3), por Juno.

Melhor Atriz Coadjuvante
Cate Blanchett – I’m Not There, sem previsão
Saoirse Ronan – Desejo e Reparação
Julia Roberts – Jogos de Poder
Amy Ryan – O Medo da Verdade (Gone Baby Gone), sem previsão
Tilda Swinton – Conduta de Risco

Outra queridinha do Globo de Ouro, Cate Blanchett, leva o prêmio por uma das encarnações de Bobby Dylan no filme de Todd Haynes, filmes bastante comentado, mas no hora das premiações somente Cate Blanchett surgiu como indicável.

Melhor Ator Coadjuvante
Javier Bardem – Onde os Fracos Não têm vez
Casey Affleck – O Assassinato de Jesse James, já em cartaz
Philip Seymour Hoffman – Jogos de Poder
John Travolta – Hairspray
Tom Wilkinson – Conduta de Risco

Aqui a disputa deve ser entre o espanhol, Javier Bardem, excelente ator de filmes como Mar Adentro e Antes do Anoitecer, e o irmão de Ben Affleck, Casey Affleck, correndo por fora, Tom Wilkinson, veterano ator bastante competente.

Melhor Diretor
Julian Schnabel – O Escafandro e a Borboleta, estréia 28/3
Tim Burton – Sweeney Todd
Joel Coen & Ethan Coen – Onde os Fracos não Têm Vez
Ridley Scott – O Gângster
Joe Wright – Desejo e Reparação

Outra surpresa a vitória de Julian Schnabel, pela produção francesa O Escafandro e a Borboleta, deixando para trás os favoritos irmãos Coen, que estão ganhando quase tudo, e o não indicado, mas certamente, estará no Oscar, Paul Thomas Anderson, por Sangue Negro.

Melhor Animação
Ratatouille
Bee Movie – A História de Uma Abelha
Os Simpsons – O Filme

Esta categoria também era moleza, gosto das três animações, mas Ratatouille é excelente, uma pérola.

Melhor Filme Estrangeiro
O Escafandro e a Borboleta
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, sem previsão
O Caçador de Pipas, estréia 18/01
Lust, Caution, sem previsão
Persépolis, sem previsão

Esta categoria será bem diferente no Oscar pois produções com diálogos em inglês não podem concorrer lá, por aqui é permitido, e Escafandro e a Borboleta confirmou seu favoritismo. Para o Oscar o filme estará concorrendo aos prêmios principais, como ocorreu com Cidade de Deus.

Melhor Roteiro
Ethan e Joel Cohen – Onde os Fracos Não tem Vez
Diablo Cody – Juno
Christopher Hampton – Desejo e Reparação
Ronald Hardwood – O Escafandro e a Borboleta
Aaron Sorkin – Jogos de Poder

Confirmando o favoritismo os irmãos Coen levam o prêmio, no Oscar estes roteiros são separados em Original e Adaptado.

Melhor Trilha Sonora
Desejo e Reparação
Na Natureza Selvagem (Into the Wild), estréia 22/02
Grace is Gone, estréia 22/02
O Caçador de Pipas
Senhores do Crime

Melhor Canção
“Guaranteed” – Na Natureza Selvagem
“Despedida” – O Amor nos Tempos do Cólera
“Grace Is Gone” – Grace is Gone
“That’s How You Know” – Encantada
“Walk Hard” – Walk Hard

Para quem não sabe a trilha e as canções de Na Natureza Selvagem pertencem ao músico Eddie Vedder.

Televisão

Melhor Série – Drama
Mad Men (AMC)
Amor Imenso (Big Love, HBO)
Damages (FX)
Grey’s Anatomy (ABC)
House (Fox)
The Tudors (Showtime)

Quem acompanha meus textos no Sitcom, sabe que sou fã incondicional de House e Damages, gosto de Grey’s e as demais não acompanho, pelo hype em torno de Mad Men, fui conferí-la e posso garantir que se trata de uma série classuda e muito bem produzida, mas falta alguma coisa, talvez seja a frieza do tema, portanto, somente querer ser moderninha e inovadora pode justificar o prêmio dos jornalistas á Mad Men frente a séries melhores.

Melhor Ator em Drama
Jon Hamm – Mad Men
Michael C. Hall – Dexter
Hugh Laurie – House
Jonathan Rhys Meyers – The Tudors
Bill Paxton – Amor Imenso

O mesmo acontece aqui, não há nenhum ator mais identificado com o persongem do que Hugh Laurie e Michael C. Hall em suas respectivas séries, puta injustiça com ambos. Sem comentários.

Melhor Atriz em Drama
Glenn Close – Damages
Patricia Arquette – Medium
Minnie Driver – The Riches
Edie Falco – Família Soprano
Sally Field – Brothers & Sisters
Holly Hunter – Saving Grace
Kyra Sedgwick – The Closer

Apesar do número exagerado de indicadas era certeiro o palpite em Glenn Close com Damages, no papel da ambígua advogada Patty Hewes, para quem não conhece a série ela estreará em fevereiro no canal á cabo AXN, não percam.

Melhor Série – Comédia
Extras (HBO)
30 Rock (NBC)
Californication (Showtime)
Entourage (HBO)
Pushing Daisies (ABC)

Outra surpresa a série inglesa, engraçada e bem bolada, mas nada demais, Extras, recebeu o prêmio, enquanto as consagradas 30 Rock (mas pela crítica do que pelo público), Entourage e as novatas Californication e Pushing Daisies (imperdível) ficaram para trás.

Melhor Ator em Comédia
David Duchovny – Californication
Alec Baldwin – 30 Rock
Steve Carell – The Office
Ricky Gervais – Extras
Lee Pace – Pushing Daisies

Outra prêmio equivocado, David Duchovny está excelente em Californication mas, a série não é uma comédia, principalmente, se comparada aos papéis hilariantes de Steve Carrell e Alec Baldwin, estranho!

Melhor Atriz em Comédia
Tina Fey – 30 Rock
Christina Applegate – Samantha Who?
America Ferrera – Ugly Betty
Anna Friel – Pushing Daisies
Mary-Louise Parker – Weeds

Categoria fácil, era Tina Fey (também roteirista de 30 Rock) ou America Ferrara por Ugly Betty, que como não está tendo uma boa segunda temporada, perdeu.

Melhor Minissérie ou Telefilme
Longford (HBO)
Bury my Heart at Wounded Knee (HBO)
The Company (TNT)
Five Days (HBO)
The State Within (BBC America)

Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme
Queen Latifah – Life Support
Bryce Dallas Howard – As You Like It
Debra Messing – The Starter Wife
Sissy Spacek – Pictures of Hollis Woods
Ruth Wilson – Jane Eyre

Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme
Jim Broadbent – Longford
Adam Beach – Bury my Heart at Wounded Knee
Ernest Borgnine – A Grandpa for Christmas
Jason Isaacs – The State Within
James Nesbitt – Jekyll

Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme
Samantha Morton – Longford
Rose Byrne – Damages
Rachel Griffiths – Brothers & Sisters
Katherine Heigl – Grey’s Anatomy
Anna Paquin – Bury my Heart at Wounded Knee
Jaime Pressly – My Name is Earl

Nesta categoria se mistura os atores de séries com filmes e minisséries, perde-se um pouco da comparação por não termos estas produções lançadas imediatemente por aqui. Levou o prêmio Samantha Morton (Minority Report) pelo filme televisivo, Longford, mas acho que faltou uma sensibilidade maior entre os votantes com o restante elenco de Grey’s Anatomy, principalmente com as atrizes Chandra Wilson, Dra. Bailey, e Sandra Oh, Cristina, que estiveram impecáveis neste ano.

Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme
Jeremy Piven – Entourage
Ted Danson – Damages
Kevin Dillon – Entourage
Andy Serkis – Longford
William Shatner – Boston Legal
Donald Sutherland – Dirty Sexy Money

O mesmo acontece com os atores coadjuvantes, Jeremy Pivem o papa Emmy (principal premiação da têve Americana), levou agora o Globo de Ouro, deixando para trás excelentes atores em excelentes papéis como Ted Danson e Donald “pai de Jack Bauer” Sutherland, nas boas e respectivas séries, Damages e Dirty Sexy Money.

Review – Born Into This (The Cult)

Música segunda-feira, 14 de janeiro de 2008 – 1 comentário

The Cult é uma banda… bacana. Sei lá, os tempos mudaram “um pouco”, acho que o som dos caras teria que mudar pra se encaixar nessa época. E foi o que aconteceu.

Born Into This abre o álbum de uma forma dançante, já marcando também que o que eu disse acima é verdade. Som bacana, vocal e música casaram bem, destaque para o baixo. Citizens lembra um Foo Fighters mais lento e sem gritaria, em alguns trechos. Isso você considera bom ou ruim? Bom, eu considero razoavelmente bom, até porque essa comparação é totalmente “por acaso”, nada demais. Enfim, o som se torna um pouco enjoativo por ser meio repetitivo e… lento, mas nada que me faça dizer que o som é ruim. Não que eu goste de baladas. Já com Diamonds eu posso ser mais direto: Som chato. Muito New Rock pro meu gosto, acho que comparar The Cult a uma banda indie não é muito aceitável. Vez ou outra uma certa animação surge do som, mas nada esconde a influência broxante.

Dirty Little Rockstar foi um dos melhores sons de 2007, mas não há muito o que se falar sobre ele. Uma certa empolgação tradicional da banda e um ritmo musical novo, acho que é essa a definição desse som. Holy Mountain assusta: Violão e voz grave. Não, não é uma música assustadora, só é… inesperada. Dispensável. I Assassin não traz nada de novo além do já visto, tornando o álbum meio monótono. Som bacana, mas não dos melhores. “Sem sal”, é como dizem. Illuminated, mesma coisa. Mas nem tanto, ao menos o refrão é daqueles “grudentos”. Ian Astbury canta bem pra cacete, temos que admitir.

Tiger In the Sun muda um pouco a situação, mas ainda sem inovação. Talvez eles não quiseram diferenciar muito pra manter um “padrão”, o que é bom em alguns casos. Se falando em The Cult, talvez seja, tendo em vista que a banda é dos anos 80 e seria PECADO cometer alguma mudança sonora. Bom, isso eles já fizeram, mas é a questão do tempo. Ao menos não exageraram em apenas um álbum. Por ironia do destino, Savages inova, trazendo um pouco mais de animação e um vocal viciante. Principalmente pelo refrão. Som dançante e bem trabalhado, ótimo pra quem queria um pouco de animação. Diminuindo um pouco a animação sem deixar o lado dançante de lado, Sound Of Destruction encerra um álbum médio e que passaria batido assim como todos os álbuns das bandas daquela época passam hoje em dia. São RARAS as exceções. Há um outro cd, Bônus, com alguns demos, mas acho que esses eu deixo pra você escutar SEM a minha interferência. Confesso não ser fã de Cult, apenas admirador. Se você é fã, tá esperando o que pra deixar sua opinião sobre o mais recente álbum dos caras?

Born Into This – The Cult
1. Born Into This
2. Citizens
3. Diamonds
4. Dirty Little Rockstar
5. Holy Mountain
6. I Assassin
7. Illuminated
8. Tiger In the Sun
9. Savages
10. Sound Of Destruction

Resenha – A Última Cartada

Cinema segunda-feira, 14 de janeiro de 2008 – 0 comentários

Cara, Ben Affleck (Demolidor – O Homem Sem Medo) tá no elenco, já começamos mal. De resto, Ryan Reynolds (Horror em Amityville), Ray Liotta (Identidade), Joseph Ruskin (O Escorpião Rei), Andy Garcia (participou da trilogia dos “homens de segredo”) e por aí vai, incluindo até mesmo a cantora Alicia Keys. Gente pra cacete e nomes nem tão grandes assim. Hm, pode ser bom.

Assim até eu passo a gostar de franjas, véi.

Sem muita enrolação, o filme é uma boa pra quem está procurando por um pouco de ação. Sim, um pouco – o que você viu no trailer é praticamente a única AÇÃO no filme. O trailer passa um filme eletrizante, mas não é esse o caso. Tudo acontece em Lake Tahoe, Nevada, quando um bando de assassinos começam a correr atrás de Buddy “Aces” Israel (Jeremy Piven) por causa de uma recompensa: 1 milhão de doletas. Aces é um… mágico famoso em Las Vegas, e também “mascote não-oficial da máfia”. É claro que ele queria algo maior que isso, ele queria ser o CHEFÃO. Ou melhor: um dos chefes.

Primo Sperazza (Joseph Ruskin), um dos principais articuladores do crime de Las Vegas, era a companhia de Aces em seus shows e, obviamente, uma ajuda para Aces se tornar o tal mascote. Quando Aces quis mais, acabou expondo a organização que o protegia e, então, Primo se tornou um inimigo mortal do cara. Então, surge um boato: Primo oferece US$ 1 milhão para quem matar Aces. Aí a coisa pega fogo.

Um bundão. Tinha que ser mascote.

Mas não como deveria. É lógico que a polícia já fica na cola, no comando de Donald Carruthers (Ray Liotta), que, na minha opinião, foi mal utilizado no filme. Porém, uma surpresa: Alicia Keys (que interpretou Georgia Sykes). Não sei se é só porque eu esperava MENOS dela, mas ela fez um bom papel e a diferença em trechos do filme.

Então um certo suspense fica no ar, com aquele clima de “vai rolar traição” e “hm, esse cara é esperto”. Mas tudo acontece muito rápido e sem muita empolgação, parece até que incluiram um alto nível de realismo no filme pra que ninguém pense depois algo como “porra, puta mentira isso aí”. Mas sem exageros, é claro. Alguns trechos são sim sensacionais, mas acabam passando batidos. Uma pena.

Donnie Darko em seu papel de cabeça de coelho gay. E eu em meu papel de péssimo piadista.

Se você vai alugar o filme, não alugue pensando em um filme empolgante. Alugue pensando em um filme nada inovador e com um pouquinho de explosões, tiros e prostitutas pra descontrair. Naquelas: Desligue seu cérebro e curta o filme. Quem sabe você goste, porque eu esperei MUITO mais.

Gene Simmons vai vender água mineral

Música segunda-feira, 14 de janeiro de 2008 – 3 comentários

Sim, o vocalista e baixista da banda mais comercial de todos os tempos, Kiss, registrou a marca Gene Simmons Wet, que será usada em uma… água mineral PERSONALIZADA. O que seria isso? Tenho medo de pensar. Só consigo imaginar isso:

Pra quem não sabe, o Kiss lançou uma escova de dentes musical. É por essas e outras que eu REALMENTE tenho medo do que possa significar “água mineral personalizada”.

Review – Kill to get Crimson (Mark Knopfler)

Música segunda-feira, 14 de janeiro de 2008 – 1 comentário

Cá estou eu, entrando nessa onda de resenhar os bagulhos de 2007 que ainda faltavam. E, bom, já era pra eu ter resenhado esse álbum faz algum tempo. Acontece que eu só consegui ouví-lo semana passada. Agora chega de conversa fiada, vamos á review:

Em primeiro lugar, acho que não existe necessidade nenhuma de dizer quem é Mark Knopfler. Muito menos depois de eu já ter feito isso aqui. Mas sempre vale lembrar que o cara é ótimo, e ainda não decepcionou os fãs da boa música. E eu não acho que algum dia ele vá chegar a decepcionar, aliás. O disco foi lançado em setembro de 2007 e chegou ao 26º lugar na Billboard, se é que eu não me enganei. Como já é de costume aqui no site, lá vai a análise música a música.

True Love Will Never Fade, single lançado na europa, abre o álbum com uma levada bem country, que fica ainda mais evidente quando a voz inconfundível de Knopfler começa a cantar. O refrão a duas vozes dá o toque final, e, assim, o disco se inicia com uma bela canção. Muito bacana.

Terminada a música, começa, de um modo bem suave, a balada The Scaffolder’s Wife, que já tem uma pegada completamente folk. Os instrumentos de sopro causam um efeito interessante na música, e o tom nostálgico da música, junto com a voz tranqüila de Mark, fazem com que você se sinta quase na presença de um bom contador de histórias. E contar boas histórias através da música é algo que Mark Knopfler sempre soube fazer, e muito bem.

Falando em histórias, The Fizzy And The Still segue um pouco a mesma linha. Aqui a coisa volta a ter um tom mais country que folk, e o tom melancólico da canção deixa essa coisa toda de contar história muito bonita. Quer dizer, é bem difícil hoje em dia encontrar quem cante uma história triste tão bem com poucas palavras. Não existe mais muita gente que transforme esse tipo de coisa em música: geralmente o que fazem são choradeiras irritantes, lembrando bebês cagados querendo chamar a atenção. Não é o caso de Mark Knopfler. Nunca foi, aliás.

Heart Full Of Holes – uma das músicas mais brilhantes do álbum – começa lembrando de relance a bela Why Worry, ainda da época do Dire Straits. Talvez pelo começo sereno, ou pelas linhas iniciais (“You can tell me your troubles/ I’ll listen for free”, e por aí vai), mas a coisa vai crescendo aos poucos, e passa de uma simples canção calma a uma grandiosa canção sobre vida, morte, o tempo e o mundo, e muito mais, talvez. O modo sereno com o qual Knopfler fala das próprias tristezas e dos problemas do mundo mostra tanto lucidez quanto prontidão pra enfrentar a vida. Mais uma coisa difícil de se ver hoje em dia. Não dá pra duvidar da genialidade do cara depois de uma jóia dessas.

Um pouco mais adiante no álbum, temos We Can Get Wild. Tanto a parte instrumental quanto a voz soam quase como um tema de faroeste, e isso acaba combinando com a letra, que é mais positiva. O refrão (“Listen up, right here/ It’s gonna be a beautiful year”) tem aquela simplicidade que as letras do cara sempre tiveram. O tipo de coisa que soa simples, mas, mesmo assim, muito bonito e poético, sabe? Enfim, vale á pena ouvir.

Secondary Waltz é exatamente o que o título diz: Uma valsa. Três por quatro numa levada dançante, com cordas e tudo mais. Tudo isso com uma forte influência country. Me pareceu até uma das músicas mais calmas dos Pogues, só que sem os sopros, e sem o Shane. Como todas as outras, também uma música muito bacana.

A sétima música é Punish the Monkey, que também virou single, dessa vez nos EUA e no Canadá. A percussão no início me lembrou bastante Ride Across The River, que você pode ouvir no álbum Brothers In Arms, do Dire Straits. E eu também vou usá-la pra ilustrar melhor essa review. Melhor que ler sobre a música é ouví-la:

Let It All Go tem uma ótima letra sobre a própria arte e sobre oportunidades. Ao mesmo tempo em que o refrão soa quase sarcástico – “Go, forget it, let it all go, let it all go” parece ter o efeito contrário no ouvinte, como se o cara dissesse “vá, homem, seja imbecil e jogue fora o sonho da sua vida” -, ela, de um modo bastante sutil, alerta sobre as dificuldades de se viver de arte. Isso se nota mais quando se imagina a música cantada por um pai preocupado, que quer que o filho não se perca ao trocar a vida comum e estável por uma vida arriscada de sonhos, mas quando se imagina o próprio Mark Knopfler tocando, dá pra sentir todo aquele negócio de jogar fora as oportunidades. Enfim, mais uma ótima letra, e mais uma ótima música.

Behind With The Rent soa diferente das músicas até agora. É algo mais urbano, bem mais pro jazz do que todas as outras músicas do álbum. O timbre de guitarra característico do Knopfler tá aí, bem como o teclado já clássico nas músicas dele. Põe pra tocar que essa é boa.

Quase terminando o álbum, ouvimos The Fish And The Bird. Mais uma balada contando uma história, dessa vez através de metáforas. Isso me lembra aquele negócio que dizem sobre a arte, sabe? O livro depois de escrito não pertence mais ao escritor. A interpretação do mesmo depende só do leitor, e aquela coisa toda. Desnecessário dizer que a música é muito boa.

Mark Knopfler começa a penúltima música, Madame Geneva’s, com o verso “I’m a maker of ballads right pretty”. Você já me convenceu disso, Mark. E depois dessa eu nem sinto necessidade nenhuma de comentar a música.

Quanto á música que fecha essa maravilha (In The Sky), me lembro de ter ouvido um certo huno dizer que o sax nela fez a bagaça lembrar aquelas músicas do Kenny G. As que vivem usando pra fazer propaganda de professor de português, sabe? E cá estou eu, ouvindo a música mais uma vez, pra tentar discordar dele…

…a desgraça é que eu concordo. O cara realmente deu uma escorregada aí. Ele já usou sax em muita música e sempre ficou melhor do que isso aí. Enfim, a música não é ruim, mas o sax realmente ficou deprimente. Ponto pro Huno.

No fim das contas, o cara lançou um ótimo cd. Claro que você não vai gostar nada se ouvir a bagaça esperando ouvir um som pesadão pra caralho. Mas o disco é uma verdadeira maravilha, véi. Quem curte Dire Straits provavelmente não vai se desapontar com o trabalho do cara.

confira

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