“Perfume” em dose dupla

Filmes bons que passam batidos sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008 – 6 comentários

Ok, estou trapaceando e recomendando um filme e um livro ao mesmo tempo. Apedrejem-me motherfuckers. Soterrem-me sob pedras, mas leiam o livro e assistam ao filme.

Eu só não sei o que é melhor fazer antes.

Porque eu fico puto quando eu vejo um filme bom e depois leio o livro. É um saco ler um livro excepcional já sabendo da história através do filme, não? Você deixa de ser surpreendido pela história, e acaba se prendendo em aspectos mais técnicos ao invés de se deixar levar pelos personagens e narrativa.

Por outro lado, eu acho pior ainda ver um filme depois de ler o livro em que ele foi baseado. Ao ler o livro você monta as cenas de forma exuberante e extremamente pessoal na sua cabeça deformada, e é difícil superar isso com as imagens feitas por outras pessoas. Daí vem a natural frustração das pessoas com filmes baseados em livros que elas já tenham lido.

Então a minha dica pra você decidir o que fazer primeiro é: DANE-SE; TANTO FAZ. Por sorte o filme E o livro são espetaculares, então você não vai errar de jeito nenhum.

O LIVRO

Resumão pra vocês entenderem qualé a de “Perfume”: Jean Baptiste Grenouille é um pequeno puto abandonado pela mãe e que cresce tendo uma vida desgraçada de merda miserável maldita. O cara se ferra. Mas tem um olfato do caralho.

Eu só me fodo

O cara cheira coisas impossíveis, cheira suas entranhas, o cara cheira os seus PENSAMENTOS se você estiver perto o suficiente. Sério, lê isso:

Para Terrier era como se a criança o visse com as narinas, como se ela o olhasse de um modo agudo e examinador, de um modo mais penetrante do que se poderia fazê-lo com os olhos, como se engolisse algo com o seu nariz, algo que saía dele, Terrier, e que ele não conseguia reter nem ocultar… Essa criança sem cheiro cheirava-o todo, desavergonhadamente! Farejava-o!

Grenouille cresce CHEIRANDO o mundo inteiro e aprendendo o ambiente através dos cheiros. Ele define as coisas através de como elas cheiram e classifica pessoas, emoções e objetos a partir dessas combinações olfativas. Cara, eu nunca vi um dos cinco sentidos ser tão bem utilizado como mote de uma história. E um sentido que normalmente é relegado, já que você não cheira palavras ou imagens.

Em uma pequena crítica, o livro demora pra engrenar. Não estranhe. Antes da história propriamente dita começar, o autor precisa de páginas e mais páginas pra fazer você criar simpatia por Grenouille. Uma simpatia extremamente necessária, já que ele vai cometer atrocidades ao longo da história, e faz você ficar pensando sobre o alinhamento moral dele. Essa é a força maior da narrativa, ao meu ver: deixar claro que Grenouille não é MAU ou BOM. Ele simplesmente montou um mundo olfativo onde regras morais não fazem sentido. A busca é pela sensação final, o gozo olfativo, o cheiro supremo.

O Perfume

Das Parfum
Ano de Edição: 1985
Autor: Patrick Süskind
Número de Páginas: 255
Editora:Record/Altaya

O FILME

Belo, belo filme. Poesia em movimento. O diretor foi simplesmente genial ao fazer você sentir o que é o mundo de Grenouille através de imagens. A ator escolhido para o papel, que eu nunca vi mais gordo, consegue expressar na face a sensação de se cheirar coisas sublimes e coisas horrendas. Ele parece um cachorro durante o filme todo, o que acho que foi intencional já que cachorros são ótimos farejadores.

A história é minimalista no filme, com as imagens tendo mais efeito do que os diálogos. Você simplesmente PRECISA embarcar no ritmo visual, ser levado pelas cenas de corte rápido e rascante, como um cheiro ácido e acre. Cenas longas e demoradas, como o aroma de um COELHO assado enchendo primeiro o fogão, depois a cozinha e finalmente a casa toda. Cenas que criam expectativa, onde Grenouille sente uma nota de algo no ar; o vazio sonoro, sem música, a palheta cinzenta de cores, que significam o vazio sensorial. Grenouille, feito um Wolverine, pega um cheiro e começa a segui-lo; a música começa, passa a compor e fazer par com mais cores na tela até que ele acha a fonte do cheiro, contorce o rosto, fecha os olhos, desaba no chão, arrebatado, a música sobre, preenche tudo e a tela explode. Sensacional. Melhor que isso só se o maldito filme tivesse cheiro mesmo.

GERAL quer o perfume do cara

A cena final, onde Grenouille encontra e liberta seu perfume supremo, é tão maravilhosa e orgiástica, tão bonita e erótica que me lembra os melhores momentos de Calígula. Mas vocês são novos demais pra saber o que isso quer dizer. É um tipo de cinema que não existe mais. Onde pessoas peladas e o sexo são mostrados de uma forma a passar uma mensagem ao telespectador, e não apenas a criar excitação por ver um corpo nu. Aliás, esse filme quase passou batido por aqui. Muito injustamente.

Trailerzinho aí pra vocês que gostam disso:

Altamente recomendado. Cenas maravilhosas, ritmo exclente, história original e fora do padrãozinho Roliúdi.

Perfume: A História de um Assassino

Perfume: The Story of a Murderer
Lançamento: 2006
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Andrew Birkin; Bernd Eichinger
Elenco: Dustin Hoffman; Alan Rickman; Ben Whishaw

Mão de obra estrangeira

Primeira Fila sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008 – 0 comentários

Quando Hollywood viu que nem sempre era possível refilmar com sucesso e qualidade obras de outros países, resolveu que convidar diretores estrangeiros (diretores que não são americanos) para contar ou filmar com um olhar diferente as tramas já desgastadas de Hollywood, poderia agradar e conquistar novos fãs do cinema americano.

Um dos mais requisitados nos anos 90 foi Roland Emmerich, alemão de origem, que em meados dos anos 80 já realizava co-produções entre a Alemanha e os EUA. Nos anos 90 foi adotado como um cineasta especialista em blockbusters de ação, ficção e aventura. Começou com Soldado Universal, ação com ficção que reunia uma dupla de peso pesados do cinema de ação na época, Dolph Ludgren e Jean-Claude Van Damme. Depois dirigiu Stargate, Independence Day e O Dia Depois do Amanhã. Para este ano, Emmerich lança 10.000 a.C, produção com a “meia-brasileira”, Camilla Belle (do filme Quando Um Estranho Chama) e Omar Shariff numa aventura que se passa na Pré-História.

Será que desta vez Emmerich acerta a mão?

Outro diretor, também não lá muito elogiável porque meio que produz um filme decente a cada ciclo do calendário chinês, é o holandês Paul Verhoeven, que dirigiu os bons Robocop e Vingador do Futuro mas também os ruins Showgirls (que na verdade não é ruim, é HORRÍVEL e MEDONHO) e Tropas Estrelares. Há pouco Verhoeven voltou a seu país de origem para dirigir A Espiã, um drama que se passa na Segunda Guerra e que angariou elogios da crítica. No entanto, vai voltou aos EUA para dirigir a seqüência de Thomas Crown, a ser lançada agora em 2008.

Normalmente, esta transição ocorre quando estes diretores conseguem alguma apreciação atráves de prêmios em Festivais ou mesmo no Oscar, com filmes nos seus paises de origem. Exemplo disso é Gabriele Muccino, diretor italiano de bastante sucesso pelos seus melodramas, principalmente O Último Beijo (refilmado nos EUA como Um Beijo a Mais), que fez com que Will Smith o convidasse para assumir a direção do “bom novelão” á Procura da Felicidade. Já está comprometido com o drama também protagonizado por Will Smith Seven Pounds, para ser lançado em 2008.

Deixando de lado um pouco os cineastas europeus, vamos falar da invasão oriental. Primeiro o cinema de ação chinês, sob a direção do mestre John Woo, chamou a atenção dos produtores americanos que foram buscar o diretor (juntamente com seu maior colaborador, o ator Chow Yun-Fat) de sucessos como Fervura Máxima e Bala na Cabeça para o inesquecível filme fodaço A Outra Face. Além deste último, Woo dirigiu O Alvo, com Van Damme (notem como o belga trabalhou com bons diretores), A Última Ameaça, com John Travolta, e os medianos Missão: Ímpossivel 2, Códigos de Guerra e O Pagamento.

Mas nem só para filmes de ação servem os diretores orientais. Ang Lee talvez seja o maior cineasta oriental do momento, trabalhando tanto em Hollywood quando na China. Para quem não liga o nome a pessoa: Lee, extremamente eclético em solo americano, dirigiu um romance de época inglês excelente, Razão e Sensibilidade, um drama de guerra pouco visto, Cavalgada com o Diabo, o drama setentista, Tempestade de Gelo, além de seu maior erro, Hulk e seu maior acerto, O Segredo de Brokeback Mountain. O mais recente integrante do pack oriental em Hollywood é Andy Lau, cineasta da trilogia Conflitos Internos (aqui somente o primeiro foi lançado, mas você com certeza conhece por ser a trama que foi refilmada como Os Infiltrados, de Martin Scorsese. No entanto, o seu primeiro trabalho em solo americano foi o banal e fraco Justiça a Qualquer Preço, recentemente lançado em dvd.

Justiça a Qualquer Preço: importação desnecessária

Os latinos não ficaram de fora. Já nos anos 80 o argentino quase brasileiro Hector Babenco com o sucesso internacional de O Beijo da Mulher Aranha conseguiu um visto de trabalho nos EUA. Depois, trabalhou com os astros Jack Nicholson e Meryl Streep, num drama sobre alcoolismo, Ironweed, e com Kathy Bates, Tom Berenger e Aidan Quinn no épico Brincando nos Campos do Senhor. Depois disto, Babenco se voltou para a produção local. No momento outros dois cineastas brasileiros – que certamente devem ter mais sorte do que Babenco – estão com carreiras promissoras nos EUA. São eles: Walter Salles, que dirigiu Central do Brasil, trabalhou em solo americano no duvidoso Ígua Negra e atualmente trabalha na produção On The Road, pra ser lançada em 2009; o outro nome, é Fernando Meirelles, que depois de Cidade de Deus, já dirigiu a produção internacional O Jardineiro Fiel
e atualmente está envolvido com o projeto Blindness, baseado no livro de José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira e com um super elenco (Julianne Moore, Mark Ruffalo, Danny Glover, Gael Garcia Bernal e Alice Braga). Recentemente viu seu nome envolvido na próxima aventura de Jack Ryan, personagem dos filmes de ação como Perigo Real e Imediato, convite que o diretor recusou.

Os mexicanos atualmente são os que melhor representam a mão de obra estrangeira nos EUA. São três nomes renomados, formando a trinca espanhola:
1) Alejandro González Inãoárritu, com o sucesso mundial de Amores Brutos, viu seu nome ser disputado por estúdios americanos, podendo escolher roteiro e elenco. Já dirigiu 21 Gramas, com Sean Penn e Naomi Watts e seu mais recente trabalho é Babel, com Brad Pitt e Cate Blanchett. Cineasta especializado em dramas com temas pesados e universais, normalmente utilizando narrativas desconstruídas em forma de mosaico.
2) Alfonso Cuaron, especializado em fantasias ou temas como rito de passagem de adolescentes ( A Princesinha, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban e o mexicano E Sua Mãe Também). Realizou no ano passado uma ficção quase realista incrível e pouco vista, Filhos da Esperança, com Clive Owen e Juliane Moore.
3) Gullermo Del Toro, surgido do cinema fantástico e de suspense mexicano, como A Espinha do Diabo, hoje é disputado a tapa pelos produtores dos estúdios pelo talento comprovado em filmes como HellBoy e O Labirinto do Fauno. Para quem não sabe, Del Toro assumiu a direção de O Hobbit, adaptação do livro de J.R.R. Tolkien, com eventos anteriores aos mostrados na trilogia O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson (somente como produtor desta vez).

Imperdível!!!!!!

Assista ao teaser trailer de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Cinema sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008 – 2 comentários

Trailer esperado pra cacete, inclusive. E valeu a pena esperar.

O elenco conta com Harrison Ford (lendário Indiana Jones), Karen Allen, Cate Blanchett (Babel), Shia LaBeouf (Transformers), John Hurt (V de Vingança), Ray Winstone (Beowulf) e Jim Broadbent (Hot Fuzz). A direção é de Steven Spielberg.

A estréia mundial do filme acontece no dia 22 de Maio.

Confira o trailer internacional de Diary of the Dead

Cinema sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008 – 1 comentário

Agora sim: Trailer SENSACIONAL. George A. Romero é um gênio, e taí mais um filmes de zumbis pra coleção.

Um grupo de estudantes de cinema têm uma surpresa boa no meio da filmagem de um longa de terror, numa floresta: Zumbis. De verdade. Aí a coisa fica feia, principalmente quando o diretor decide filmar os zumbis, tornando seus parceiros vítimas dos mesmos.

George A. Romero tomou conta do roteiro e da direção do filme. O elenco traz Joshua Close (O Exorcismo de Emily Rose), Shawn Roberts (X-Men), Tatiana Maslany (Os Mensageiros), Phillip Riccio, Scott Wentworth, Jon Dinicoi, Megan Park e Michelle Morgan, enfim, um elenco bem desconhecido.

Estréia prevista para 7 de Março.

Kidneys, a banda paralela do batera do Bad Religion

Música sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008 – 0 comentários

Bad Religion você conhece. Todo mundo gosta de, pelo menos, UM som da banda. Enfim, o baterista Brooks Wackerman formou recentemente uma banda “paralela”, a Kidneys. A banda não tem muito a ver com o Bad Religion, mas faz um Punk Rock “de leve”. Talvez. Nada sensacional ou inovador, e é bem chatinha.

Brooks ficou com a guitarra e os vocais. Na batera, nada menos que John Spiker, do Tenacious D. e, no baixo, o irmão mais velho de Brooks: John Wackerman.

Ficou curioso? Então corre pro MySpace da banda, lá eles disponibilizam três sons: Fissury, Apathy e Liposuction. O primeiro som é bacaninha, ao contrário do segundo que é um… saco. O terceiro som é totalmente dispensável, eu não chamaria aquilo de música. Enfim, eu falei que era diferente de Bad Religion.

Serj Tankian lança o clipe de Sky Is Over

Música sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008 – 2 comentários

Sky Is Over, mais um som do excelente álbum Elect the Dead. O som é dos melhores, mas o clipe…

Al Pacino estará em 007 – Quantum of Solace

Cinema sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008 – 0 comentários

Um dos dinossauros do cinema fará apenas uma “ponta” no filme, representando o líder de um grupo terrorista internacional, aquele apresentado em Cassino Royale. Apesar de não ser um papel central, a ponta (heh) do cara será importante.

Tudo começa onde Cassino Royale parou: Em Quantum of Solace, James Bond (Daniel Craig) estará em uma missão de vingança, e vai passar pela América do Sul, Íustria e Itália. Camille (Olga Kurylenko), a nova Bond Girl, o levará até Dominic Greene (Mathieu Amalric), integrante de uma organização misteriosa e um brutal homem de negócios. Bond quer descobrir a verdade por trás de Vesper, a traidora do filme anterior.

Pena que o cara vai aparecer por poucos minutos. Enfim, o filme estréia no dia 7 de Novembro.

No Brasil: New York Dolls, Nightwish e… Lenny Kravitz

Música sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008 – 1 comentário

Antes que vocês me perguntem, eu estou homenageando um certo membro do AOE, que teve a CORAGEM de publicar esta notícia por aqui uma vez. Cara, ele virá ao Brasil em Abril, mas não há uma data definida. Enfim, você já deve estar sabendo disso. Tanga.

O show Nightwish em Manaus foi confirmado: Será no dia 13 de Novembro, sem local definido. O show fará parte da tour do álbum Dark Passion Play, o mais recente da banda.

Agora, o mais importante: Pela primeira vez, o New York Dolls virá ao Brasil. E no mesmo mês em que Lenny Kravitz, mas fique despreocupado: Serão shows distintos. Banda dos anos 70, Punk Rock bacana que VOCÊ já deve ter ouvido em alguma balada. Se liga num clássico da banda, Personality Crisis:

E VOCÊ, iria em qual dos três shows? Não diga, tenho medo de me arrepender.

X-Men Origins: Wolverine tem sua primeira imagem divulgada

Cinema sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008 – 4 comentários

A imagem foi divulgada pelo site USA Today, e é Hugh Jackman o cara que vive Wolverine em seu filme “solo”, X-Men Origins: Wolverine. Será que finalmente vai sair um filme decente?

O longa é um prelúdio á trilogia X-Men, e conta a história do passado de Wolverine. Descoberta do mundo mutante, Arma X e, é claro: Dentes de Sabre.

Com direção de Gavin Hood, o filme está sendo filmado na Nova Zelândia e na Austrália. Nova Orleans (EUA) será o local das últimas semanas de gravação. O filme estréia no dia 1º de Maio de 2009.

Os Invisíveis (Vertigo)

HQs quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008 – 5 comentários

Provavelmente a obra-prima de Grant Morrison, Os Invisíveis age como uma pedrada na nuca, estilhaçando sua cabeça como uma vidraça velha. Infestada de contra-cultura e rebeldia por todos os lados, a HQ ataca a falta de vida da sociedade morna dos dias de hoje. Agora, oito anos após o fim de sua publicação, a idéia parece fazer ainda mais sentido do que quando essa maravilha foi lançada.

Pois bem, vamos á sinopse. Começamos conhecendo a vida de Dane McGowan (isso simplesmente não pode ser coincidência), um hooligan de liverpool com o espírito cheio da genuína rebeldia adolescente. Após incendiar sua escola e espancar seu professor, o garoto é levado para a Casa da Harmonia, uma instituição de correção de menores, preocupada em transformar garotos rebeldes em verdadeiros zumbis sociais que aceitam a ordem sem graça do mundo. A coisa toda soa como uma bela referência á Laranja Mecânica de Anthony Burgess, aliás. Especialmente a sala da “realidade virtual”.

É King Mob quem salva Dane da cruel transformação em “zumbi”. E é aí que a HQ começa a mostrar suas garras, e vemos que a coisa toda é muito maior que uma simples ode á rebeldia. É uma ode do caralho á rebeldia, ao Caos e á sensação de se estar realmente vivo. Aos poucos, somos libertos das amarras do mundo cinza, junto com o próprio Dane, que descobre um mundo completamente novo, acima desse mundo de prédios e fumaça e cidades. Um mundo de simbolismos e mitologias. De Loucura e de magia. E, mesmo assim, um mundo Verdadeiro. Idéias sobre a realidade, sonhos, metafísica e aquele bla bla bla todo são lançadas através da revista como tiros tentando destruir a casca que criamos e deixar o nosso “self” escapar. Ou qualquer porcaria assim.

Provavelmente a coisa toda vai te soar quase como Matrix lá pelo terceiro ou quarto volume, com todo aquele negócio do Tom sobre abrir os olhos e ver o mundo e pular de prédios. Bom, surpresa, você acaba de encontrar uma das grandes “inspirações” pros irmãos Wachowski. A idéia tá toda lá. Pelo menos a idéia interessante, a do primeiro filme, antes da coisa virar só aquela porcaria de robôs atirando em robôs. E… bom, deixa Matrix pra lá.

Ce tá de olho na loiraça carioca ali do meio, né? Bichona!

O centro das atenções é uma célula da Universidade Invisível formada por Dane McGowan (que ganha o apelido de Jack Frost ao ingressar na bagaça); King Mob, o líder careca, sarcástico e bon-vivant da equipe; Lord Fanny, um xamã transsexual carioca; Menino, uma ex-policial do departamento de polícia de Nova York e Ragged Robin, uma feiticeira. Se você esperava os X-Men, talvez se desaponte.

Definir os Invisíveis seria um bocado complicado. Eles estão por aí, invisíveis para todos aqueles que não querem ver, participando de uma longa e secreta guerra contra a opressão, não só física quanto mental. Você vai ver cabeças proféticas decepadas, a vida através dos olhos de pombos, conversas entre deuses mortos e deuses inventados, granadas, perversão sexual e a mais pura violência. Acho que o próprio Morrison ficou realmente puto quando começaram a censurar alguns pedaços da HQ. E, claro, do outro lado estão… não, melhor deixar você descobrir sozinho.

Só lendo essa pérola das HQs você pode ter uma noção da grandiosidade da coisa toda. Infelizmente, nosso editor-chefe e resmungão oficial nos proíbe de passar links ilegais por aqui. Assim sendo, eu espero que vocês acabem encontrando o caminho. Vocês saberão que seguem a trilha certa se passarem por um bocado de Vertigem. Sobre a HQ, acho que a única coisa que eu posso realmente dizer é bota pra foder!

Título da HQ

Título original: The Invisibles
Lançamento: 1994
Arte: Vários, um para cada arco da HQ
Roteiro: Grant Morrison
Número de Páginas: 24
Editora:Vertigo

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