Overdose Sci-Fi: O Restaurante do Fim do Universo (Douglas Adams)

Livros quarta-feira, 21 de maio de 2008 – 2 comentários

Continuando com as resenhas sobre a série O Mochileiro das Galáxias, vamos agora para o segundo volume. O primeiro você pode conferir a resenha aqui.
Depois de percorrerem os cantos mais escuros do universo, conhecer a verdadeira história do planeta Terra, serem ameaçados, alvos de tiros de Raio-da-morte, quem é que não ficaria com fome? É exatamente essa situação que se encontra os personagens do livro, que se inicia algumas horas depois do final do volume anterior. Os Vogons que os perseguiam ainda estão em seu encalço, algo que eles descobrem tarde demais, quando a nave está preocupada com um problema mais importante e sem condições de se defender. Em uma atitude desesperada, Zaphod invoca seus ancestrais para que eles possam salvar suas vidas, que estão perto do fim. Algo dá errado e Zaphod juntamente com Marvin vão para um lugar muito diferente do que estavam, mais exatamente em Beta da Ursa menor, a sede do Guia do Mochileiro das galáxias.
Se comparado ao volume anterior, que mostrava mais como Arthur se adaptava as suas bruscas mudanças, esse se foca mais em Zaphod e sua parte do cérebro inacessível. Essa parte do cérebro dele é a que tem as idéias importantes, mas que se fossem descobertas, impediriam que ele fosse o presidente da galáxia. Essa área as vezes aparece e joga umas idéias nada divertidas para ele, coisas que ele tem que fazer senão sua vida focada na felicidade não fica assim tão feliz e lá vai ele em frente, fazer algo que não quer para que tudo volte ao normal para ele.
Muitas das idéias apresentadas nesse livros são aquelas que dão pra pensar um bocado, como a parte que explica o funcionamento do Vórtice de perspectiva total, uma máquina que basicamente mostra exatamente a sua posição no universo em uma visão de fora dele.
A parte que eles estão no restaurante também é algo que é legal, pois todos estão reunidos na mesa, falando besteira, enchendo o saco um dos outros e explicando teorias mais loucas ainda que só servem para que cheguemos a conclusão de que Adams era um gênio mesmo.
Peço para darem atenção especial ao capítulo 7 do livro, um dos que eu leio sempre que posso. Não direi o que acontece nele, só digo que quem é o personagem focado nesse em especial é Marvin.
Dessa vez, o final da história deixa em aberto uma grande revolução na história, fazendo com que as mais estranhas e bizarras teorias brotem na cabeça do leitor, o forçando a ler o próximo volume para ver o quão certo ou errado elas estão em relação a verdade. Mas é claro, isso é só amanhã, esperem…

O Restaurante do Fim do Universo

The Restaurant At The End of The Universe
Ano de Edição: 1980
Autor: Douglas Adams
Número de Páginas: 229
Editora:Editora Sextante

Overdose Sci-Fi: O Guia do Mochileiro das Galáxias (Douglas Adams)

Livros terça-feira, 20 de maio de 2008 – 7 comentários

Depois de quase um ano de site, finalmente consegui uma justificativa para falar sobre essa série de livros, pois não queria falar sobre ela assim, sem ter um motivo forte o suficiente. Então, aproveitando o Dia da toalha que se aproxima e que estamos no overdose Sobre Sci-Fi, vamos em frente para destrinchar essa trilogia de 5 livros.
Como não podia ser diferente, (ou podia?) vamos começar pelo primeiro volume da série, conhecido pelo título de O Guia do Mochileiro das Galáxias.
Esse primeiro livro é nada mais do que um grande começo de uma viagem que não tem ponto de volta, porque ele foi destruído. Arthur Dent era um cara comum, talvez comum até demais, com uma grande dose de azar a dominar a sua vida. Um dia, pouco antes de sua casa ser destruída, seu amigo chamado Ford Prefect o chama para ir ao bar tomar umas e terem uma conversa séria. Nessa conversa, ele revela para Arthur que não é um humano, mas sim um viajante espacial, mais exatamente de Betelgeuse. Paralelamente a esse fato, uma frota de naves Vogon se posiciona para destruir a Terra, porque ela está no caminho de uma construção e deve ser removida dali. Como bons mochileiros, os dois se hidratam o máximo possível (no bar, sacou?) e pegam uma carona em uma dessa naves Vogon, que são a raça que mais odeia mochileiros.
Daí pra frente, o livro se foca em Arthur Dent e suas impressões sobre o universo. Mas isso não dura muito, pois outros personagens tão ou mais loucos que os dois antes apresentados aparecem na história, adicionando a ela um elemento que tem grande importância nos livros seguintes da série: A improbabilidade infinita, principal motivo que faz a nave coração de ouro se movimentar a velocidades Impossíveis, de acordo com o próprio livro:

Quando o Gerador de Improbabilidade Infinita alcança improbabilidade infinita, ele passa por todos os pontos do Universo quase que ao mesmo tempo. Resumindo: Você nunca sabe onde vai parar, e nem que espécie vai ser quando chegar.

O responsável por essa nave é uma figura chamada Zaphod, o presidente da galáxia que rouba-a pouco antes de ela ser apresentada ao público. Há também a personagem feminina chamada Trillian, que tem seus poucos momentos, mas fica muito jogada ao canto. Agora, só pra puxar um pouco o saco, vou falar do personagem mais conhecido de todos, o personagem que me fez querer chegar ao fim de todos os livros. Esse personagem é o Marvin.
Um robô que tem um cérebro do tamanho de um planeta e um QI 30 bilhões de vezes maior que o de um humano. Esse fato faz com que ele fique deprimido, pois não existe tarefa conhecida que possa usar toda a sua capacidade cerebral, o que faz ele ter um total desprezo por tudo que é vivo. Tal personagem assim não poderia ser deixado de lado, tendo sua presença garantida em quase todos os momentos do livro. Sua participação no segundo livro é ainda mais importante, mas isso é pra ser dito na próxima resenha.

O Guia do Mochileiro das Galáxias

The hitchkiker Guide to the galaxy
Ano de Edição: 1979
Autor: Douglas Adams
Número de Páginas: 204
Editora:Editora Sextante

Overdose Sci-Fi: Dia da Toalha

Livros segunda-feira, 19 de maio de 2008 – 2 comentários

Bom, pra mim é meio difícil falar algo de novo sobre esse dia, então farei um esforço pra colocar algo original sobre isso aqui, ok?
Antes de tudo, vamos ao inicio de tudo, lá pelo longínquo ano de… 2001. Esse foi o ano que o autor de livros Douglas Adams resolveu fazer uma viagem pra um lugar que ele não poderia dar notícias. Ele havia batido as botas, abotoado o paletó de madeira, entrado em um sono eterno, virado futura comida de verme, essas coisas. Em resumo, ele MORREU.
Fãs de sua obra, a mundialmente conhecida trilogia de cinco livros O Mochileiro das Galáxias, ficaram tristes com sua morte; mas como ele tinha dedicado toda a sua vida a fazer todos os seus leitores rirem, foi decidido que esse dia não deveria ser um dia triste. Esses mesmos fãs, se baseando em uma das partes do livro, mais especificamente a parte que é dedicada a falar sobre as utilidades de uma toalha pra um mochileiro, resolveram fazer desse dia o chamado Dia da Toalha.
Apesar de Douglas Noel Adams ter morrido no dia 11 de maio, foi decidido que a comemoração deveria ser no dia 25 de maio. Essa foi a data que foi realizado o primeiro encontro entre fãs da obra e desde esse dia, todos os anos são realizados esses encontros. O porque dessa data continua ainda um mistério, pelo menos um mistério pra mim.
Nesse dia, todos os participantes carregam uma toalha. O estranho objeto é utilizado de diversas maneiras, que tentarei demonstrar a frente, com o melhor modelo fotográfico que meu dinheiro pode pagar:

ombro

No ombro: Maneira clássica de carregar. Simplesmente a jogue no ombro e a carregue por aí, usando ocasionalmente para limpar o suor, ou para utilizar rapidamente, caso seja desafiado para um duelo.

costas

Nas costas: Outra maneira que é bastante utilizada. Colocando ela por dentro da camiseta ou utilizando um alfinete para afixá-la, essa maneira é para quem quer se esquentar se está sem casaco, ou quer se mostrar superior.

turbante

Turbante: Acredito que isso não é muito usado, mas é sempre bom dar idéias de uso. Seja para afastar tentativas de lerem sua mente ou pra impedir que seu cabelo molhado respingue por aí, é uma outra maneira de usar.

máscara

Máscara: Boa maneira para aqueles dias em que está frio, e que aquele vento maldito insiste em te deixar com a cara congelada. Ou por caso você queira roubar uma loja de conveniências, nunca se sabe, não é?
Existem variações desses tipos de usar a toalha, mas não vou falar sobre elas aqui. O principal nesse dia é todos se reunirem, conversarem, tirar fotos, fazer novos amigos, essas coisas que sempre rolam normalmente por aí se você tem uma vida social normal. É claro, cada um com sua toalha.
Como disse logo no começo desse texto, esse encontro é feito em todo o mundo, e aqui no Brasil não será diferente. Diversas comunidades do orkut já estão se mobilizando e marcando encontros pelo Brasil inteiro. Uma busca pelo termo por lá retorna vários resultados de várias regiões. Se você é de uma dessas regiões, compareça com sua toalha e se divirta um pouco, o que você tem a perder?
Se quer mais informações desse dia, não deixe de conferir também o site oficial desse dia em inglês ou Português. Se perder esse ano e tem interesse em participar, é só esperar, ano que vem terá outro.
E só lembrando: o dia é 25 DE MAIO. Se te falaram que é outro dia, ignorem esse cara, porque ele está mais louco do que eu, o que não é algo muito bom. Se você participar de alguma reunião, entre em contato com a gente para que possamos divulgar as fotos das reuniões que foram feitas. Espero a participação de vocês e as fotos para que eu possa divulgar aqui mesmo. Para isso, envie ela para o endereço de e-mail que se encontra na parte de equipe, ou se você for muito preguiçoso, só copia daqui: santhyago@atoouefeito.com.br

Overdose Sci-Fi: Diferenças entre mundos de ficção científica

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 19 de maio de 2008 – 0 comentários

Essas diferenças entre os mundos de ficção científica é o que mais me diverte enquanto leio as obras. Enquanto me preparava para o Overdose, li 19 livros de diversos autores, mas 3 em especial me chamaram a atenção, pois suas obras eram muito iguais em abordagem de temas mas os mundos que eram apresentados aos leitores eram um tanto diferentes de um para o outro.
Começando por Isaac Asimov, que aqui você já pode conferir a resenha de alguns livros dele, como Eu, Robô e O Homem Bicentenário. Ele era um cara que escrevia muito, mas quando digo muito, era realmente bastante, escrevia tanto que eu cheguei até a ter dificuldades pra escolher quais livros dele falar mais, mas isso não vem ao caso. Suas histórias falavam sobre um futuro que a humanidade era bem desenvolvida, mas tudo com a ajuda da robótica, e os robôs eram regidos pelas três leis da robótica, que garantiam que eles nunca iriam machucar um ser vivo e sempre obedecer qualquer ordem, se não fosse contra as regras.
O segundo autor em questão é Arthur C. Clarke, escritor de 2001: Odisséia espacial e que morreu nesse inicio de ano, que também tem suas histórias focadas em viagens espaciais e como não pode deixar de ser, inteligências superiores a da raça humana, seja criada ou muito mais antiga que o próprio universo.
O terceiro autor só entrará em campo daqui a pouco. Primeiro de tudo, vamos fazer com que esses dois autores entrem na porrada tenham suas diferenças apresentadas, só pra facilitar um pouco.
Enquanto um era O CARA pra falar sobre tecnologia e sobre um futuro que era mais parado, que ficava mais tempo no planeta e que demorou séculos para conseguir se expandir, o outro foi mais otimista, falando sobre viagens distantes em anos que já se passaram atualmente. As tecnologias também eram regidas por diferentes aspectos. Enquanto em um os robôs eram apenas auxiliares, muitas vezes sendo considerados menos do que isso, em outro a tecnologia tinha um papel por vezes superior ao confiado a humanos. Mas apesar de serem diferentes, eles compartilhavam vários tipos de idéias parecidas, como essas mesmas tecnologias com problemas que muitas vezes davam mais trabalho do que ajudavam. Vide HAL-9000 para mais detalhes. Ô computador mais… filho da puta.
Agora que esses dois já foram meio que comparados, vamos colocar mais um na linha de tiro. O autor que entrará agora é um cara que falava do futuro como se fosse um reflexo de um passado muito sujo, com drogas, assassinatos, lixo, muito lixo, destruição e sociedades muito relaxadas. O autor que estou falando se chama Philip. K. Dick.
Suas histórias sempre tinham (tem, livros são eternos) elementos que fazem com que o futuro, muitas vezes mostrado como um lugar frio e com pessoas muitas vezes reservadas demais, tenha um lado mais humano, com pessoas divertidas, fazendo coisas que não se diferenciam muito das feitas atualmente. as inteligências superiores ainda estão por lá e as viagens planetárias também, mas elas são muito diferentes. Em uma das histórias do livro de contos O Vingador do Futuro, chamada A Mente Alienígena, há um bom exemplo de como formas alienígenas podem ser maldosas e bem humoradas ao mesmo tempo. Esse livro é um pouco difícil de encontrar por aí, mas se encontrar, pegue pra ler nem que seja essa história, pra entender o que estou dizendo.
Mas o que podemos concluir disso tudo? Que o futuro é um lugar que ainda não existe, pelo menos não da maneira que eles falam. Se fosse pra escolher, pegaria o futuro de Phillip K. Dick. Se é pra viver num futuro, quero que ele pelo menos tenha coisas legais para se fazer.

Overdose Sci-fi: O Homem Bicentenário (Isaac Asimov)

Livros quinta-feira, 15 de maio de 2008 – 0 comentários

Novamente, o filme que leva o nome do livro não tem muito a ver com o próprio, a não ser o conto que dá o nome ao livro. Apresentado esse fato, vamos em frente.
O Homem Bicentenário é um livro de contos de Isaac Asimov, assim como o Eu, Robô, apresentado um pouco antes aqui mesmo nesse Overdose. Dessa vez, as histórias são apresentadas seguidas por um pequeno comentário do próprio autor, que conta as situações que ocorreram para a produção da história, onde foi publicada pela primeira vez e outras curiosidades.
Todas as histórias dessa vez contam situações nem sempre focadas em robôs, mas isso não quer dizer que eles não apareçam, não ao menos diretamente.
As doze histórias que compõem o livro (mais exatamente onze histórias e um poema) mostram mais alguns fatos do futuro criado por Asimov, tão complexo e interessante. De todas as histórias, as que mais se destacam no volume e que recomendo que sejam lidas com certa prioridade são as seguintes:
O Estrondo da Ígua– Essa história conta sobre um intercâmbio galático, em que uma pessoa que mora na lua vai até uma das estações submarinas que existem na Terra. Tem muito mais, mas não contarei mais nada, leia que vale mais a pena do que ficar esperando eu falar algo sobre.
Estranho no Paraíso– Dois irmãos que depois de muito tempo se encontram para se dedicarem a uma tarefa em comum, mesmo que isso seja muito estranho para eles próprios.
O Homem Bicentenário– A história que dá título ao livro. Se for para compará-la ao filme, eu diria que ela é mais focada na história do robô. Para dar mais tempo e profundidade ao roteiro, foi colocado e enfeitado muita coisa para a história, mas nada que lendo o original não se perceba e se escolha que a parte escrita é melhor.
Bom, recomendo muito esse livro, ficção das boas e com uma linguagem que não é nada complicada, fazendo com que ler sobre coisas que nunca entenderemos seja algo relativamente fácil. E os fatos referentes a cada história são agradáveis também.

O Homem Bicentenário

The Bicentennial Man and Other Stories
Ano de Edição: 1976
Autor: Isaac Asimov
Número de Páginas: 238
Editora:Editora Hemus

Overdose Sci-Fi: Eu, Robô (Isaac Asimov)

Livros quarta-feira, 14 de maio de 2008 – 2 comentários

Antes de tudo, já peço pra esquecerem o filme com o mesmo nome e com Will Smith no papel principal. Esse filme foi todo baseado na obra de Asimov, em seus personagens e situações apenas. O livro que deu o nome a esse filme é bem diferente.
Contando diversas histórias, todas elas com os robôs nas principais situações apresentadas por Susan Calvin para um repórter que está para fazer um artigo sobre a vida e carreira dela para um jornal. A doutora Susan Calvin é uma robô psicóloga, especializada nos cérebros das máquinas, algo que com o andar da história, dá pra ver que é algo muito complexo e interessante.
Todas as histórias do livro (9 ao total, sem contar a introdução) têm personagens em comum, ora aparecendo em uma história ou sendo citados em outras, um fator que me fez perceber que apesar de o mundo da robótica apresentado ser muito grande, poucas eram as pessoas que realmente o entendiam.
Com o propósito de ser uma coletânea de contos, o livro consegue ser bem amarrado com partes que são como se fossem trechos de entrevistas do repórter com a doutora, fazendo com que as histórias sejam bem apresentadas e juntas se tornem algo praticamente único.
Uma das melhores histórias é a chamada Mentiroso!, que apresentou um outro lado de robôs e uma outra maneira de cada um ver a questão das 3 leis da robótica, algo que eu achava que era simples e praticamente sem falhas.

Eu,Robô

I, Robot
Ano de Edição: 1950
Autor: Isaac Asimov
Número de Páginas:296
Editora:Editora expressão e cultura

Linguagens Diferentes

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 12 de maio de 2008 – 8 comentários

Antes de tudo, não estou falando de idiomas estrangeiros. Isso se a pessoa for esforçada, é uma barreira que é facilmente quebrada, é só questão de estudar para entender o conteúdo de uma maneira satisfatória. O que irei falar aqui hoje são aqueles livros que, não contentes com as palavras e gírias já existentes, acabam criando outras mais para ajudar na tarefa de contar a história. Ou não, as vezes é só pra dar um toque diferente a obra, dependendo do estilo.
Um dos livros que realmente me deu um nó no cérebro nas primeiras páginas, sendo necessária fazer uma visita praticamente a cada parágrafo ao glossário no final, é o Laranja Mecânica. Chamada de Nadsat, ela foi criada pelo autor do livro, Anthony Burgess, que misturou algumas palavras russas e inglesas, criando um dialeto que em certas partes pode ser confuso. Mas sem isso, o andamento da história poderia ser muito diferente. vamos a um exemplo:

A próxima coisa a se fazer era a ação sâmie, que era uma forma de descarregar uma parte de nosso cortador, assim pra gente ter mais um incentivo pra crastar alguma loja

Isso é uma das partes logo no inicio do livro, que como podem ver, tem 3 palavras estranhas que sem o glossário no final ficariam sem sentido algum. Sâmie é generoso, uma das únicas palavras que encontrei sentido, pois as outras não apareciam em minha cópia do livro – mas com a leitura avançando, elas foram tendo um significado.
Outro que me lembro que tem algumas palavras diferentes, que realmente chamam a atenção é 1984, de George Orwell. Nesse livro, um futuro em que tudo era governado pelo Grande irmão, onde nada era definitivo, o passado mudava o tempo inteiro para se adequar ao presente, e a linguagem era algo nada definitivo. Novilingua é com se chama esse novo idioma no livro, um idioma que se concentra em não criar novas palavras, mas condensar, juntar palavras e remover todas as dispensáveis de um vocabulário. Tudo isso era para que as idéias fossem dadas da maneira mais simples possível, um idioma definitivo, para que as pessoas não pudessem raciocinar com liberdade. Algumas das palavras citadas são muito interessantes, como as abaixo, copiadas na cara dura da Wikipédia:

* Duplipensar – Duplo pensamento, duplicidade de pensamentos, saber que está errado e se convencer que está certo. “Inconsciência é ortodoxia”.
* Crimidéia – Crime ideológico, pensamentos ilegais
* Impessoa – Uma pessoa que não existe mais, e todas as referências a ela devem ser apagadas dos registros históricos

São citadas muitas outras, mas como meu volume desse livro está perdido em algum lugar, não tenho como pesquisar outros mais no momento.
Mas isso não é exclusividade de livros estrangeiros. Livros brasileiros também tem suas gírias e idiomas próprios. A maioria não passa de linguagens cifradas, como a usada em A droga da Obediência, de Pedro Bandeira, mas isso não quer dizer que eu a deixe de lado, certo?

A = ais
E = enter
I = inis
O = omber
U = ufter

Nada muito complexo hoje, mas quando eu era mais novo isso foi algo que me incomodou por alguns bons dias. Até que resolvi continuar e chegar ao final o mais rápido possivel.
Pra finalizar, vamos as palavras que citei no titulo:

MINGO DUPAL

dupal: cara muito incrível
mingo: cara realmente muito incrível
Duas palavras, que realmente dizem mais do que parece. São citadas em O Guia do Mochileiro das Galáxias, em uma frase muito louca, que não citarei aqui. Leia o livro que você ganha mais. Já devem ter percebido que, pelo tanto que cito esse livro aqui, ele deve ser algo muito bom, mas isso falarei em outra oportunidade muito próxima…

O perigo de um livro

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 05 de maio de 2008 – 2 comentários

Ahhhh, livros perigosos, como ficar sem eles? Antes de tudo, estou falando de livros que tem um tema um pouco diferente do usual, daqueles que quase ninguém escreve sobre ou falta coragem pra isso. É claro, eu poderia estar falando sobre isso aqui:

Mas isso ainda não vem ao caso ainda, talvez em uma futura coluna…
Enfim, como estava falando, a algum tempo atrás o Thiago fez um NTOP10 sobre Os 7 Livros Mais Prejudiciais a Sua Mente, livros exatamente focados nisso, na arte de te deixar meio diferente depois da leitura; se melhor ou pior depende muito.
Mas antes de tudo, vamos a questão principal: Porque ler esse tipo de livro?
A resposta é simples: É legal, apenas isso. Mas não é apenas por ser legal, esse tipo de livro é aquele tipo que dá a impressão que tudo irá mudar depois de o ler, que tudo será diferente. Claro, se você é um cara parado, que nunca faz nada e espera tudo acabar para tentar um espaço depois baseado nas idéias alheias isso não é lá grandes coisas, essa sensação de tudo mudar deve durar uns… 40 minutos apenas.
Mas para certas pessoas a sensação de tudo mudar é bem forte, pois deve ser um tipo de pessoa que a mensagem é passada mais forte, que o impacto da leitura fica um pouco mais evidente. Iria falar aqui de como um livro desses é aceito por uma pessoa desse tipo, mas não o farei. Primeiro, porque não tenho nenhum caso de pessoa assim para contar, pelo menos não ainda e segundo, isso iria ficar longo demais com um relato, e não quero que ninguém aqui durma, pelo menos não nesse ponto.
Tenho alguns desses livros em minha prateleira, e alguns deles são aqueles que eu tenho certeza que se eu emprestar ou os deixar a vista, nunca mais os verei. Por exemplo, esse livro que pegou a 7ª posição, o CAOS – Terrorismo Poético & Outros Crimes Exemplares (Hakim Bey). O único tipo de pessoa que poderia pedir esse livro emprestado é aquela que já conhece algo sobre o CAOS, que ao reconhecer as palavras já é acometido pelo impulso de ter aquele livro, colocar em prática algumas idéias. Como eu sei que se ele ficasse a vista ele seria roubado na primeira oportunidade, deixo ele guardado em outro lugar, por garantia.
Mas voltando a literatura perigosa, ela é capaz de fazer danos ao cérebro de maneiras irreversíveis. Capaz de alterar comportamentos, maneiras de enfrentar problemas, percepção da realidade, alterar a consciência, esses livros deveriam ser essenciais a qualquer um, afinal, se algo é capaz de mudar tudo isso, pelo menos passar os olhos por eles todo mundo deveria fazer.
Idéias tão fortes que não podem apenas ficar no papel, são essas coisas que tem que ser apreciadas por todos. Agora, saiam de minha frente, vão viver um pouco, colocar idéias em prática, não importa o quão loucas elas sejam. Voltem semana que vem para novas instruções, se ainda estiverem vivos.

Autógrafos

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 28 de abril de 2008 – 13 comentários

Sabem, autógrafos em livros não passam de rabiscos feitos pelo autor da obra que por um grande acaso você tem. Só que não é um simples rabisco, ele é, dependendo do tipo de livro e do estilo do autor, uma das coisas mais gratificantes para uma pessoa que acumula livros, seja porque quer ou porque coleciona.
No momento que escrevo isso, acabo de perder a chance de ter minha edição de Curva de rio sujo de Joca Reines Terron autografada. Numa tarde que ele esteve em uma livraria em Curitiba, tentei ir pra casa e pegar o meu livro, mas quando voltei, não tinha mais nada lá.
Isso que lhes contei seria o meu primeiro livro autografado. Podem falar que é um autor desconhecido, que ninguém dá a mínima, o que pode ser verdade, mas se eu tivesse conseguido essa coluna teria um tom diferente.
Enfim, um autógrafo é a prova de que você teve algum contato com o autor, uma chance de falar com ele, discutir sua opinião sobre o livro e tirar algumas dúvidas, caso tenha tido durante a leitura. Mas é claro, isso se você chegou a ver o autor, não comprou sua edição no sebo mais próximo. Algumas livrarias fazem tardes de autógrafos com autores consagrados, proporcionando ao leitor uma chance de os conhecer.
Todos os livros publicados têm algumas páginas em branco logo no início, vocês já devem ter percebido. Uma delas leva apenas o título do livro e a página seguinte tem outras informações como o nome do autor, edição, tradutor, essas coisas. Essa primeira página está lá exatamente para esse motivo, um autógrafo, uma dedicatória. Claro que não é muitas pessoas que sabem disso e cometem a CAGADA de escrever uma dedicatória na mesma página que o autor fez seus agradecimentos, uma coisa terrível, afinal, se a pessoa quiser vender o livro, ou rasgar a página, terá que arrancar uma das páginas do meio do caderno do livro, o que pode fazer com que outras páginas caiam.
Bom, essa primeira página é aquela com mais espaço, mais do que o suficiente para escrever o que se deseja, isso se o autor não for muito prolixo e encher a página com mais texto, o que torna a dedicatória mais extensa que o próprio livro. Apesar de não ser possuidor de nenhum livro autografado, eu já vi muitos por aí. Um deles, o que eu achei uma coisa de louco, consistia em escrever uma dedicatória gigante, usando toda a primeira página com uma letra mínima que, quando vi na hora, tive dúvidas que foi escrita a mão. Outras tentam ser engraçadinhas, com o autor tentando fazer piada e pouco caso de sua obra ou do leitor, como aquela que diz o seguinte: “obrigado por diminuir o encalhe”.
Entrei em contato com alguns autores para descobrir como eles distribuem suas assinaturas, mas só apenas um deles respondeu meus e-mails. Perguntei a Domingos Pellegrini como que são seus autógrafos, se ele muda para cada um, ou se tem algum detalhe diferente, e a resposta dele você encontra abaixo:

há tempo deixei de quebrar a cabeça com autógrafos, simplesmente escrevo:
A Fulano(a),
com o afeto do
Pellegrini

Mas sempre rabisco um desenho: um coração, encimado por um sol nascente, de forma que a parte superior do coração fica parecendo dois montes, com o sol nascendo entre eles. É minha marca visual.

Caso algum autor mais responda, vou editando aqui.

Mas uma coisa é certa, autógrafos, por mais idiotas que pareçam, dão um valor diferente aos livros. Seja sentimental ou dando valor maior aos livros, que depois de algum tempo podem atingir valores muito altos, como esse aqui. Um dia espero ter algo desse valor em minha prateleira, mas enquanto isso, só fico com raiva por perder as oportunidades…

A Praga Escarlate (Jack London)

Livros quarta-feira, 23 de abril de 2008 – 1 comentário

Jack London é um autor relativamente famoso, suas obras Caninos Brancos e O apelo da Selva são as mais conhecida do público… comum.
Este livro aqui, o A praga escarlate, foi lançado em 1912, e foi um dos primeiros livros a tratar sobre um futuro destruído, em que o mundo conhecido fica sem identidade nenhuma com o atual.
Um velho e seu neto andam por onde a muito tempo atrás passou uma estrada de ferro, agora toda destruída. Na memória, apenas a lembrança de o que passou por lá e que agora não tem chance nenhuma de retornar. O garoto, atento a tudo e um velho, considerado por seus descendentes alguém louco, que fala de maneira difícil para o tempo atual, o único sobrevivente de um tempo que não existe mais.
Conte para nós sobre a morte vermelha, Vô“, pede um dos netos, atento para ouvir mais uma história, que com elementos conhecidos de todos nós, como as doenças e sobre um futuro que não aconteceu, mas nunca se sabe quanto tempo pode demorar para que ele se realize.
O livro é curto, poucas páginas, mas apesar de seus poucos capítulos, eles são mais do que o suficiente para traçar um bom cenário, completo em todos os seus detalhes, focando no periodo antes da doença,que mostrava as pessoas mortas pela rua, agonizando por pouco tempo, as tentativas de sobreviventes de fugir da infecção e a maneira de como os sobreviventes se organizaram em um futuro destruido por uma doença que não teve tempo de ser arranjada uma cura.

A praga escarlate

The Scarlet plague
Ano de Edição: 2003
Autor: Jack London
Número de Páginas:103
Editora:Editora Conrad

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