Antes de qualquer outra coisa, saiba que esta revista não tem quase nada a ver com o novo filme (somente o design do Batmóvel), apesar de terem nomes semelhantes. Fã declarado do personagem, o roteirista e desenhista Frank Miller sentiu-se honrado ao ser chamado para escrever uma história para o Batman. Mas um pequeno e simples fato o incomodava: Miller passou sua infância lendo as histórias do detetive, e o seu pesadelo de se tornar mais velho que Bruce Wayne tornou-se realidade. Isso ele não podia aceitar. Daí surgiu a idéia central de “The Dark Knight Returns”, um dos maiores clássicos do Homem-Morcego.
A história se passa vinte anos no futuro, em uma das realidades alternativas da DC (chamadas de “Elseworlds”). Desde que Jason Todd, o segundo Robin, foi assassinado pelo Coringa, Bruce Wayne abandonou seu serviço como protetor de Gotham City. Muita coisa mudou nesse tempo. Super-heróis tornaram-se uma raridade, assim como super-vilões. Os criminosos comuns aproveitaram para tomar conta das ruas. Mas a maior ameaça são os “Mutantes”, uma gangue de deliquentes juvenis. As coisas começam a mudar quando Wayne decide financiar a rehabilitação de Harvey Dent, o Duas Caras. O lado ruim de Dent fala mais alto, e ele retorna ao crime assim que deixa Arkham. Bruce Wayne veste seu uniforme novamente, e prende Dent. O cavaleiro das trevas está de volta a Gotham, e está na hora de limpar as ruas.
Durante as quatro edições da mini-série, Miller deixa explícito que seu Batman é bem diferente do qual estamos acostumados. Ele não combate o crime porque sente que é o seu dever, nem para evitar que pessoas sejam feridas (como aconteceu com seu pai), mas porque ele adora essa vida repleta de perigos. E para completar a polêmica, o Batman de Miller é alcoolatra. Os outros membros da Liga da Justiça também aparecem com uma personalidade mais densa (para não falar “escrota”). O Superman, que parece não ter envelhecido, trabalha para o governo dos Estados Unidos em troca de proteção para seus antigos companheiros da Liga. Ele mostra-se insatisfeito com seu trabalho, e sua existência é quase que um mito. O Arqueiro Verde agora age como um terrorista. Apesar de ter perdido seu braço esquerdo (ele alega que o Superman é o culpado) e estar velho, ele continua sendo um homem perigoso, assim como o Batman. Outros personagens também ganharam versões psicologicamente agressivas e visual mais sombrio.
Uma outra mudança notável da versão regular para a de Miller, é o Batmóvel. O que antes parecia um carro de fórmula 1 fortificado, agora está mais para um tanque de guerra preto. Creio eu que isso tenha sido feito para adaptar o carro á personalidade de seu motorista. Se o Batman de Miller é agressivo e de certa forma louco, ele precisa de um veículo mais destrutivo. Outra adição interessante ao arsenal do Homem-Morcego, é a bat-armadura (não tem nome na revista), uma espécie de exo-esqueleto que ele usa em certo ponto da revista para combater um oponente muito mais forte que ele.
A arte de Miller, como sempre, mantém seus traços únicos. Linhas grossas, personagens robustos e fortes e cenas de ação impactantes (os punhos desenhados por Miller dão a idéia de serem de aço). Apesar de colorida, a revista contém tons de cinza para deixar a narrativa mais densa. TDKR é a minha história predileta do Batman , e a que me fez procurar os outros clássicos do personagem. Foi originalmente publicada em 1986, mas várias compilações já foram rlançadas e relançadas desde então. Um volume de capa dura está á venda, entitulado “Absolute Dark Knight” e custando exorbitantes 100 reais. Se quiser poupar seu bolso, faça uma visita as lojas online.
O Retorno do Cavaleiro das Trevas
The Dark Knight Returns Lançamento: Ano Arte: Frank Miller Roteiro: Frank Miller Número de Páginas: Muitas Editora:DC
Com suas primeiras edições lançadas em 1982, V de Vingança foi um dos primeiros – e um dos melhores, na minha humilde opinião de bucaneiro – trabalhos da carreira de Alan Moore. A série de dez capítulos começou a ser lançada em preto e branco na revista Warrior, mas a revista foi cancelada em 1985, quando V de Vingança, dividida internamente em três livros, estava no fim de seu segundo.
A história se passa numa inglaterra futurista – pra época, pelo menos – governada pela Nórdica Chama (Norsefire, no original), um partido fascista que chegou ao poder após uma catástrofe mundial causada por uma guerra nuclear, da qual o Reino Unido foi poupado graças á derrota dos conservadores em 1983 (o próprio Alan Moore depois se declarou ingênuo por acreditar numa óbvia derrota de Thatcher, na época). Londres é constantemente vigiada por um sistema policial dividido em departamentos com tarefas específicas: O Olho vigia a cidade através de inúmeras câmeras, a Boca é responsável pela propaganda e comunicação (aparentemente unilateral) entre o partido e o povo, o Nariz é o departamento de investigação, o Dedo se encarrega das prisões e execuções e a Cabeça administra e coordena os outros departamentos. Todo o aparato policial e político se baseia em Destino, um supercomputador ligado a todos os órgãos do partido, e teoricamente capaz de avaliar qualquer situação e encontrar a solução adequada.
Em 5 de novembro de 1997, um terrorista fantasiado de Guy Fawkes explode as casas do parlamento inglês. É o início de uma elaborada vingança contra abusos provocados em nome da ordem. Durante a noite das explosões, o criminoso, que passa a ser conhecido simplesmente pela inicial V, encontra Evey Hammond, uma órfã desesperada, abatida e inexperiente que tenta, sem sucesso, entrar para a prostituição. A garota acaba se insinuando, sem saber, para um dos homens do Dedo, e é salva por V e levada por ele para a Galeria Sombria, onde o terrorista guarda toda a arte que ele conseguiu juntar antes que fosse destruída ou censurada pelo governo.
A HQ traz o conflito entre a Anarquia, a paixão de V – destaque para o diálogo entre V e a Madame Justiça -, e o fascismo, tendo Adam Susan, chefe da Cabeça, como seu representante máximo. Um ponto interessante é que Moore nunca chega a apresentar heróis ou vilões. V, sendo ou não bem-intencionado, é um terrorista e um lunático, matando quem quer que se ponha no caminho de sua vendeta; e Susan é um homem afogado em seu desespero solitário, incapaz de interagir socialmente, que acredita estar sozinho no mundo com seu ‘deus’, Destino. Sem conhecer a ternura humana, o ditador anseia pelo amor frio e, segundo ele, perfeito, de sua máquina.
A idéia é aplicar a anarquia na própria HQ, deixando o leitor pensar por si próprio e decidir se dá razão á ordem restritiva da Nórdica Chama ou ao caos libertário de V. Somos levados a ver a história através dos olhos confusos de vários personagens secundários, como a própria Evey, que vai gradualmente se transformando em algo diferente; Rose Almond, viúva do falecido Derek (ex-chefe do Dedo), que percebe que era amparada apenas pela alta posição de seu marido, e se torna completamente desprezada e largada após a sua morte; e Eric Finch, investigador do Nariz, que vê V como um monstro, mas, sendo obrigado a tentar pensar como o terrorista para pegá-lo, começa a questionar sua própria conduta, tendo aceitado e se tornado parte de um sistema fascista do qual ele discorda. Ao contrário da versão cinematográfica, Finch nunca chega a admirar V ou o que ele faz: ele o considera um monstro até o último momento. A humanidade de cada personagem é outro traço marcante da HQ.
V de Vingança é o tipo de HQ que se torna um clássico pra quem lê. E foi a HQ que me fez ver que histórias fechadas geralmente tem potencial pra ser muito melhores do que as inacabáveis histórias de super-heróis.
Recomendo que a HQ e o filme sejam vistos como duas obras separadas. Os dois foram feitos em épocas diferentes, e enquanto a Graphic Novel era uma resposta ao Thatcherismo inglês dos anos 80, o filme tentou se adaptar á briga entre conservadores e liberais e á guerra ao terrorismo americana. Isso, claro, sem contar que o filme não foi nem um pouco encorajado por Moore, que já tinha ficado insatisfeito com outras adaptações, como A Liga Extraordinária.
Ave atque vale, marujos!
V de Vingança
V for Vendetta Lançamento: 1982/1988 Arte: David Lloyd Roteiro: Alan Moore Número de Páginas: Varia Editora:Vertigo (EUA), Quality Comics (Reino Unido)
Histórinha pra ilustrar: Há uns anos eu participei de uma promoção de um certo site de entretenimento por aí e ganhei quatro convites para ver A Liga Extraordinária no cinema. Três motivos pra me entusiasmar: Era uma adaptação de uma HQ do ALAN MOORE (Fãs de quadrinhos, uni-vos!), os personagens do filme vinham de LIVROS clássicos estrangeiros (Tom Sawyer, Mina Harker, Dr. Jekyll/Mr. Hide, etc.) e que iria com mais três amigos pra ver o filme DE GRAÇA. Vi o filme, sentado no corredor do cinema (Porque as cadeiras eram nojentas) e gostei do que vi, não ótimo, mas empolgante. E pra que dizer tudo isso? Só pra considerar que o filme, hoje, é UMA DROGA pra mim e os quadrinhos são FENOMENAIS.
Pois é… O cartaz promete… Mas o filme mesmo… Heh!
Pausa para os mooristas pararem de ovacionar… Obrigado. Se fosse para recomendar neste momento cinco quadrinhos com características literárias para quem quisesse uma boa leitura, os dois volumes de A Liga Extraordinária ocupariam duas indicações, obrigatório o primeiro. Ao contrário do filme, a graphic novel (Nome bonito para HQ´s de “grande porte”) é bem menos voltada para a ação e mais para criar toda uma mitologia de uma equipe secreta que funcionaria como uma equipe de “super-heróis”. Nesta história, porém, os heróis não são pessoas com super-poderes, mas sim personagens da literatura mundial com habilidades estranhas, maldições macabras e perfis nada heróicos. Novamente ao contrário do filme é Mina Harker, da obra Drácula, quem viaja pelo mundo recrutando homens excepcionais para formar A Liga e defender a Europa de uma conspiração.
Sente só QUEM está no meio. Viu quem manda na budega?
Se para você Tom Sawyer, o personagem mais enjoadinho do filme, era dispensável e totalmente sem graça, fique feliz que, ao lado de Dorian Grey, ele não ocupa as páginas do trabalho de Alan Moore. Aliás, praticamente todas as personalidades e trama são diferentes de uma versão para a outra, excluindo Nemo, igualmente “soberbo” nos quadrinhos. Mina Harker é contida e feminista, bem menos oferecida e poderosa. Aliás, em nenhum momento chegamos a ver ela apresentar forças das trevas como na telona. Alain Quartermann é um velho quase caduco que demora a sentir vontade de assumir o cargo e tem bem mais a condizer com a real idade que tem. Quando o encontramos nos quadrinhos ele está em uma situação bem constrangedora. A dupla Jekyll e Hyde é muito mais bizarra, sendo que o doutor faz uma participação bem menor, ficando a maior parte do tempo na pele do gigantesco monstro que parece inspirado no Hulk. Por fim, Griffin, o Homem-Invisível, é um sujeito mesquinho, que prefere ficar atrás dos panos, aproveitando das sobras e esgueirando dos combates.
“Querida! Olha o que eu trouxe pro jantar!?!”
Outro adjetivo para os quadrinhos de A Liga Extraordinária seria ousado. Durante a leitura encontramos um teor adulto, bem diferente das, em geral, alegorias e estapafúrdias de quadrinhos que tratem de uma “liga”, se é que me entende. Sexo, violência exagerada, citações complicadas da cultura inglesa e personagens extremamente profundos povoam a página de A Liga Extraordinária. O terceiro volume, inclusive, veio cheio de “easter eggs”, ovos de páscoa para os fãs, incluindo um disco anexo. Eu ainda espero para ler em português.
Essa coisa traria um caderno de pornografia dentro. Empolgou?
A Liga Extraordinária Vol. 1
The League of Extraordinary Gentlemen Lançamento: 2003 Arte: Kevin O’Neill Roteiro: Allan Moore Número de Páginas: 191 Editora:Devir
Holywood é feita de fases. Houve a fase de filmes de ação, comandada pelos mestres Schwarzenegger e Stallone. Houve a fase Sci-Fi, com batalhas intergalácticas e aliens monstruosos. Houve a fase épica, com homens sujos vestindo armaduras e empunhando espadas. Houveram e ainda haverão muitas fases, que mudam de acordo com o atual gosto do público. Hoje, passamos pela fase de adaptações de quadrinhos. Aproveitando o tema da Overdose desse mês, falarei de algumas adaptações memoráveis, outras nem tanto e o que está por vir, tudo divido por gerações (que eu inventei). Obviamente não vou conseguir citar TUDO, mas uma boa parte. Tenham em mente que eu ignorei qualquer filme produzido antes da rendição das tropas nazistas de Hitler, porque… porque sim.
Primeira Geração
Se você acompanhou essa geração de adaptações, então você já tem família formada, ou está próximo(a) disso. A primeira geração foi marcada por seriados e filmes repletos de efeitos especiais vagabundos e, ainda assim, extremamente divertidos de se ver. É difícil assistir um episódio desses seriados sem ao menos criar uma simpatia por eles. O Batman foi o pioneiro, com seu clássico seriado estrelado por Adam West e Burt Ward. Os atuais fãs do Batman criticam muito esse seriado, por falar que ele descaracteriza o personagem, que deveria ser sombrio e recluso. Essas pessoas esquecem que na época, as revistas do Batman eram exatamente do modo mostrado no seriado, com diálogos bobinhos e tudo mais.
Alguns anos depois foi a vez da Mulher-Maravilha, outro membro da trindade da DC (Batman, Wonder Woman e Superman). A atriz Lynda Carter se encarregou do papel de princesa amazona. A série foi muito bem recebida pelas garotinhas da época, e contribuiu para a popularidade da personagem (que já era popular, diga-se de passagem). Chegou então a vez da Marvel levar seus personagens para a televisão, e o escolhido foi o Hulk. Bill Bixby assumiu o papel de Dr. David Bruce Banner, enquanto o fisioculturista Lou Ferrigno fez o papel de Incrível Hulk. Como uma imagem vale mais que mil palavras, aqui vai um vídeo da transformação de Banner em Hulk (e Bixby em Ferrigno).
E não podemos nos esquecer do giro da Mulher-Maravilha e de seu habilidoso uso do laço da verdade:
Um ano antes do Hulk ganhar seu próprio seriado, um outro carro-chefe da Marvel teve seu próprio filme. Estou falando do Homem-Aranha. Quando eu assisti esse filme, alguns anos atrás, eu já achava extremamente… hippie. Então, para avançar no texto, vamos esquecer os penteados e roupas esquisitas daquela época. O filme conta a origem de Peter e mostra o início de sua carreira como fotógrafo no Clárim Diário, mas não se aprofunda nem vai além disso. Não vemos nenhum grande vilão das revistas no filme (aliás, não vemos vilão algum da revista), e muito menos o assassinato de Ben Parker. As cenas de ação são tão empolgantes quanto… nada, nada mesmo. Eu até tentei encontrar um vídeo específico da cena em que o Aranha enfrenta três capangas-ninjas armados com cabos de vassoura, mas não consegui. Uma pena. Mas não parou por aí. Um dos personagens mais underground da editora também foi aos cinemas: Howard, o pato. O filme não conseguiu capturar todo o sarcasmo da revista, mas garante algumas risadas.
O Superman foi presenteado com uma trilogia de filmes que transformou o ator Christopher Reeve num ícone dentre tantas estrelas de Holywood. Os filmes iniciaram a série de versões do General Zod, um vilão tão forte quanto o Super. O ator Terence Stamp, que interpretou Zod nos dois primeiros filmes, foi usado como base para a produção da versão definitiva do vilão, no arco “Last Son”, escrito por Geoff Johns e desenhado por Brian Hytch.
Uma adaptação que surpreendeu foi Barbarella, a personagem de quadrinhos adultos franceses, com a clássica cena em que Jane Fonda tira a roupa no espaço. A Dark Horse também entrou na jogada, e chamou Arnold Schwarzenegger para interpretar o épico personagem de Robert E. Howard, Conan o Bárbaro, em dois bons filmes, e logo em seguida o Rei Kalidor em Red Sonja (não sei se Sonja já era da Dynamite Comics na época). Sei muito pouco de Conan, e conheço ainda menos as aventuras de Red Sonja, então meus comentários quanto a esses filmes param por aqui. No final da geração foi produzido um filme do Spirit, que foi criticado por ser um pouco voltado para a comédia.
Segunda Geração
Ah, a segunda geração de adaptações de quadrinhos. Algumas adaptações você teve o prazer (ou não) de ver na gigantesca tela dos cinemas, outras você assistiu até a exaustão na Sessão da Tarde. A segunda geração marcou o início de uma abordagem mais séria das adaptações. O violento Justiceiro ganhou seu primeiro longa-metragem em 1989, mas o filme não chegou a passar nos cinemas. Dolph Lundgren interpretou bem o Justiceiro, e o filme fez um retrato fiel da agressividade e as sempre marcantes fala do personagem (apesar de não ser uma adaptação perfeita). Um ano depois, o Capitão América ganhou vida. Pouco me lembro desse filme, mas ele desapontou muitos fãs do soldado Roger. Ainda da Marvel, foi feito um tenebroso longa de Nick Fury, estrelado por David Hasselhof. Sim, o cara de “Baywatch”. Sim, foi uma péssima idéia.
Já a DC foi mais razoável. Graças a Tim Burton, o Batman ganhou dois filmes com o clima sombrio que os fãs tanto queriam. No primeiro deles, Jack Nicholson consagrou-se com sua excelente atuação como Coringa. Então Tim Burton deu lugar a Joel Schumacher, que trouxe o Robin consigo. Batman Forever apostou em Jim Carrey como o irreverente Charada, e deu certo. Já Batman & Robin apostou em Arnold Schwarzenegger como Sr. Frio, outro clássico inimigo do Homem-Morcego. O filme acabou sendo um pouco homosexual. Os gays também acharam isso, e o filme tornou-se um dos símbolos do movimento. Um grande feito, se levarmos em conta que não foi proposital. Eu acho. Com George Clooney como Batman, tenho minhas dúvidas. Ainda da DC, tivemos uma adaptação de “From Hell” (Do Inferno), uma das revistas que Alan Moore escreveu para o selo Vertigo. O filme teve Johnny Depp no papel principal, e para mim é uma das melhores adaptações já produzidas, tanto em fidelidade quanto atuação.
Os personagens de outras editoras também ganharam seus filmes. Dick Tracy foi as telonas em 1990, com um ótimo filme que todos já devem (ou deveriam) ter visto. Tivemos também “O Corvo”, com Brandon Lee. Um excelente filme, com ótimas atuações e cenas de ação, que ganhou muita atenção graças a morte de Lee durante as filmagens (um triste fato). Depois veio o Juíz Dredd, personagem da revista “2000 AD”, da Eagle Comics. Dredd foi interpretado por Stallone, e o filme recebeu críticas boas e ruins. Eu me abstenho por nunca ter lido nada da Eagle Comics. Então, diretamente da Ífrica, veio o Fantasma. Um herói que claramente não é de meu tempo (provavelmente não é do seu também), mas cujo filme me divertia. Por fim, tivemos um filme de Spawn, o soldado do inferno da Image Comics. Spawn teve sua cota de cenas legais (como a transformação do palhaço em Violador, e a moto), mas terminou sendo medíocre.
Terceira Geração
A terceira geração está aí, adaptando todos os quadrinhos que encontra pela frente. O resultado é uma leva de filmes ruins gerando toneladas de dinheiro graças a seus efeitos ultra-modernos e um público que se preocupa cada vez menos com o roteiro. A Marvel abriu a geração com um filme do caça-vampiros Blade, estrelado por Wesley Snipes. Blade tornou-se uma trilogia cujo roteiro é tão original que os três filmes podem ser resenhados como um só. Se acham que estou brincando, comparem os filmes e percebam as incríveis semelhanças. Depois de Blade, as coisas pareciam estar mudando. Os X-Men surgiram com a origem completamente modificada, mas em um filme agradável, e o Homem-Aranha teve uma excelente adaptação de sua origem, em um filme que por pouco não foi perfeito. Infelizmente, tanto os filhos do átomo quanto o amigão da vizinhança sofreram com a maldição da trilogia, e ganharam dois outros filmes, estes completamente dispensáveis. Mas isso foi mais tarde.
Empolgado com os X-Men e o Homem-Aranha, eu fui assistir “Demolidor” esperando uma adaptação no mínimo aceitável. Fui a nocaute com o soco da decepção. Os problemas são tantos que eu poderia escrever um livro. Em primeiro lugar, BEN AFFLECK como Matt Murdock? E eles ainda querem que eu leve esse filme a sério? As revistas escolhidas para a adaptação foram as primeiras, que contam a origem, e a clássica, depressiva e violenta fase Frank Miller. Eles conseguiram estragar o que eu julgava sagrado. Demolidor foi só o começo. A Marvel Studios desandou ainda mais ao fazer um filme completamente malfeito do Hulk, uma adaptação água com açúcar do Justiceiro (cadê a violência?), e uma abominação de 97 minutos chamada “Elektra”. O Quarteto Fantástico conseguiu agradar com um filme divertido e bobinho (com o mestre Julian McMahon, de Nip/Tuck, no papel de Victor Von Doom), mas falhou ao tentar imitar Ultimate Galactus em Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado. Dizem que a fé nos estúdios da Marvel foi reconstituída com “Iron Man” e “The Incredible Hulk”, mas como ainda não assisti (Iron Man porque detesto o personagem, e Hulk por preguiça).
A DC começou com “V for Vendetta” (V de Vingança), a hypada hq de Alan Moore. Muitos fãs deram xilique afirmando que o filme não pegou a essência da revista, o que é uma verdade, mas foi até bom. O grande trunfo da Detective Comics foi “Batman Begins” que recontou a origem do cavaleiro das trevas, e iniciou uma nova bateria de filmes do personagem. A adaptação foi muito bem feita em todos os aspectos, e a atuação dos atores (especialmente Christian Bale) foi ótima. Já o Superman preferiu continuar de onde havia parado, e apareceu no mediano “Superman Returns”.
O espaço para outras editoras foi aberto com Hellboy, da Dark Horse Comics. Eu não conhecia o personagem, mas me interessei ao ver o filme, que agradou o público em geral. A Dark Horse embalou, e duas outras produções foram feitas, ambas histórias de Frank Miller: Sin City e 300, obras-prima das adaptações. Roteiro fiel ao extremo (talvez por terem sido supervisionados por Miller) e um visual belíssimo fazem desses dois filmes minhas adaptações prediletas. 30 Days of Night, da IDW Publishing, também teve sua adaptação, com Josh Harnett. Muitos criticaram negativamente o filme, mas eu gostei, até porque a revista não é lá essas coisas (a arte de Ben Templesmith é simplesmente intragável).
Confirmados
The Punisher 2: War Zone – Dessa vez é Ray Stevenson, o Titus Pullo do seriado Roma, que encarnará o Justiceiro. Dessa vez o roteiro tem base na fase MAX do personagem, que é de longe a melhor de todas. A própria diretora está ajudando nas cenas de combate corporal (que prometem ser sanguinolentas), e o filme estréia este ano.
X-Men Origins: Wolverine – O mutante mais famoso (porém não o melhor) volta as telas com um filme contando sua “origem”. Entre aspas pois tudo indica que contará sua época na Arma X e a injeção de seu adamantium, e não a sua infância/adolescência no interior do Canadá (como mostrado na mini-série Wolverine: Origin). Como é da Arma X que estamos falando, veremos outros anti-heróis da editora (Dentes-de-Sabre, Deadpool, Kane, Fantomex e Maverick são os principais). Um filme com Deadpool tem a obrigação de ser bom, mas eu boto pouca fé nesse filme.
Thor – O filme foi confirmado, mas ainda não se sabe quem irá interpretar o Deus do Trovão. Correm boatos de que a Marvel quer escalar Paul Levesque, um lutador da WWE que costuma carregar um martelo. Kevin McKidd, Lucius Vorenus do seriado Roma, foi mencionado para o papel de Donald Blake, o humano que divide a existência com Thor. A direção é de Matthew Vaughn, e o ano de lançamento é 2010.
The First Avenger: Captain America – Até agora sabe-se apenas que o filme mostrará a origem do Capitão (notícia aqui). Os fãs ainda estão especulando quem poderia interpretar o líder dos Vingadores. Até maiores informações, fiquem com esta curiosidade: Jon Favreau, diretor de Iron Man, seria o diretor de Captain America, mas escolheu trabalhar com Stark. Nick Cassavetes, diretor de Captain America, havia sido chamado para fazer Iron Man. O super soldado chega aos cinemas em 2011.
Iron Man 2 – Nada decidido ainda, mas o filme será produzido. O vilão deverá ser o Mandarim, que já foi sutilmente citado no primeiro filme. Iron Man 2 sairá antes de Captain America, porém.
Avengers – O que posso dizer? Capitão América, Thor, Homem-de-Ferro, Hulk, Vespa e Gigante num só filme. Isso pode dar muito certo, ou muito errado mesmo. Os atores devem permanecer os mesmos dos respectivos filmes (exceção de Vespa e Gigante que não terão filmes), e o roteiro ainda está sendo escrito. Se tudo correr bem, poderemos ver outros crossovers entre personagens da editora.
Silver Surfer – Para salvar o utópico planeta de Zenn-La, Norrin Rad aceitou se tornar o arauto de Galactus, e ajudar o devorador de mundos a achar outros planetas para consumir. O cara é basicamente o Jesus Cristo da Marvel, e é conhecido por suas belas e significativas histórias. Mais um da série “muito bom ou muito ruim”.
The Immortal Iron Fist – Criado e treinado no místico reino de K’un Lun, Danny Rand tornou-se o herdeiro do poder do “punho de ferro”, que lhe permite canalizar sua energia espiritual em seu punho, sendo capaz de desferir poderosos e mortíferos socos. Tomando como base a revista, o filme deverá ser cheio de cenas alucinantes de luta, com raízes nos filmes de kung-fu. Direção de Steve Carr.
Luke Cage – Melhor amigo de Danny Rand, Luke Cage possui uma pele invulnerável e super-força. O personagem é bacana, mas não sei o que esperar do filme. Uma curiosidade: Querendo evitar que sua fama fosse relacionada a seu tio, o ator Nicolas Kim Coppola (sobrinho de Francis Ford Coppola) mudou seu nome artístico para “Nicolas Cage”. A escolha do nome se deve ao personagem Luke Cage, da Marvel, do qual Nicolas é fã.
Batman: The Dark Knight – Se você já deu uma olhada nas informações publicadas aqui no AOE, então saiba que não tenho nada para acrescentar, fora minha expectativa quanto ao filme. Eu gostei muito de Batman Begins, e tenho certeza de que Dark Knight será a melhor adaptação de 2008, ou no mínimo a melhor publicidade. Falta pouco!
Justice League – Especulações, especulações… Não temos certeza nem se o filme será um animação de computador ou se irá usar atores reais. Sabe-se que o Lanterna que fará parte do grupo é Joh Stewart, do desenho, e foi anunciado que o filme “será repleto de efeitos especiais”.
Green Lantern – Após o filme da Liga da Justiça, o predileto Hal Jordan terá seu próprio filme. Maiores informações em breve.
The Spirit – O jovem detetive Denny Colt, mrador de Central City, foi errôneamente dado como morto. Aproveitando-se disso, o rapaz criou uma nova identidade, essa de vigilante mascarado, e passou a combater o crime sob o codinome de “Espírito”. Gabriel Match será Denny Colt, enquanto o idolatrado Samuel L. Jackson fará o vilão Octopus, famoso por não mostrar nada além de suas luvas nas revistas (como o Dr. Garra, de Inspector Gadget), além de outros grandes nomes.
Y- The Last Man – Você deve ter lido a notícia aqui. Y é a minha revista predileta da Vertigo (junto a 100 Bullets), então estou meio apreensivo com essa adaptação. Como Vaughan vai estar de olho na produção, deve sair ok.
Watchmen – Um filme que eu aposto que trará orgasmos múltiplos para muitos nerds. A cultuada revista de Alan Moore finalmente virará um longa-metragem. Os Watchmen eram um grupo de vigilantes, dentre os quais apenas o Doutor Manhattan possui poderes, até que um problema com o público os dissolveu. Anos depois o Comediante, um dos ex-integrantes do grupo, é assassinado. É aí que Rorschach, o único watchman que ainda ronda as ruas, entra em ação, investigando os seus antigos companheiros e desvendando uma possível conspiração. O desenvolvimento da história é brilhante, e quase me faz entender o hype por volta de Moore. A direção é de Zack Snyder, que fez um ótimo trabalho em 300.
Wanted – Estou meio cético quanto a este filme. Não falo do fator diversão, isso eu tenho certeza que ele proporcionará aos montes, mas as mudanças que fizeram na história foram bruscas demais. Ao invés de super-vilões, teremos assassinos, o que tira um pouco da magia da revista (e também significa que não veremos o CARA-DE-MERDA). De qualquer forma, deve valer o ingresso.
Hellboy: The Golden Army – Nunca li as revistas (apesar de ter vontade), mas vi por aí que a história se trata de uma guerra entre o nosso mundo e um exército de criaturas tão malignas quanto poderosas e feias. As cenas de ação parecem mais emocionantes, e todo o misticismo e humor do filme anterior permanece. Tenho bons pressentimentos.
Barbarella – Uma versão feminina de James Bond e Adam Strange, Barbarella é uma viajante espacial que derrota seus oponentes por intermédio de sua sexualidade. A personagem tornou-se símbolo do movimento feminista dos anos 60 e responsável pelo disparo da carreira de Jane Fonda. Refilmagem por conta de Robert Rodriguez.
E isso é tudo (pelo menos até então). Para maiores informações sobre o elenco e diretores dos filmes que estão por vir, clique aqui para ler a coluna do Paulo.
Pois é, vocês acharam que o badass Nick Fury tinha morrido?
Se enganaram redondamente, ele tá de volta, na saga Secret Warriors. Bom, pelo menos foi o que Tom Brevoort anunciou na Comic Con.
Com roteiros de Brian Michael Bendis e sem desenhista definido, a saga pretende mostrar o que Fury fez enquanto tava na moita, que era preparar uma equipe pra foder com os Skrulls, que tão infiltrados até… ai, na sua casa! Isso ae, sua mãe é um Skrull, e você nem notou.
Segundo a Marvel, a equipe vinha sendo treinada há muito tempo, desde o arco A Invasão Secreta, e será composta por filhos de gente foda, tipo Phobos, filho de Ares. Ou seja, só nego que ganhou na loteria do DNA, por ter como pai ou mãe gente superpoderosa.
Eu chuto que o loirinho ali é o Franklin Richards…
E outra coisa: Falaram que Luke Ross, desenhista brazuca, vai dividir com Steve Epting a arte do título do Capitão América. Pelo que foi dito, cada um vai desenhar uma saga. Ou seja: Quem liga?
A Marvel liberou a capa da primeira edição da mini série que mostra como Magneto tomou o poder em Dinastia M. E você pode vê-la logo abaixo.
Santa originalidade, Batemã!
É isso mesmo: Civil War: House Of M vai contar como o imã de geladeira superpoderoso virou o dono do mundo. [O que não é dificil, já que nós vivemos num mundo repleto de metal].
Dúvida pertinente: Não tinha sido a Feiticeira Escarlate, com o seu poder de alterar as probabilidades, que tinha feito o papai ser o dono do mundo? E lá vai a Marvel cagar na cronologia…
A mini série, com 5 edições, tem roteiro de Christos Gage e arte de Andrea Di Vito.
Vai rolar quarta, quinta e sexta, em frente ao bandejão central da Universidade de São Paulo [USP], a Feira Cult, que reune, entre outras coisas, um estande organizado pela Comix [Que organiza o “Fest Comix“, evento conhecido por também vender HQs com desconto], com quadrinhos de todas as editoras, e o que é melhor, com pelo menos 20% de desconto.
É isso mesmo, no mínimo 20% de desconto. Tu finalmente vai poder terminar a sua coleção do Homem Aranha.
E não é só isso, em outro estande serão vendidos quadrinhos independentes. Sem desconto. Queria o que? Pelo menos você vai achar esses quadrinhos. E no último dia, quem comprar mais do que R$10,00 leva uma caricatura feita na hora. Esse estande vai ser mantido pelo grupo do 4º Mundo, um selo de vários autores independentes.
Feira Cult, de 4ª [18/06] a 6ª [20/06], no corredor do bandejão central da USP (Universidade de São Paulo). Endereço: Cidade Universitária, em São Paulo. Das 10h ás 20h. De grátis.
Lembra que eu falei do mangá da Turma da Mônica, que traria os pirralhos na adolescência? Então, o Blog dos Quadrinhos liberou duas imagens do mangá da turma na rede, veja só:
Quem diria, hein Mônica!
Só eu tou botando fé que vai ser engraçadão?
Foi divulgado que essa linha será mensal, e não fará parte da “cronologia oficial” da Turma: “Uma linha não invalida a outra”, disse Maurício de Souza.
E não é só issoam! Também serão abordados temas como sexo, drogas e rock ‘n roll [Tá, a parte do rock ‘n roll foi empolgação minha]: “Vamos falar de temas diversos, como drogas bebidas e sexo”, disse o pai da Mônica. “O autor deve ser tratar o leitor como filho e, por isso, tem a responsabilidade de educar.”
Putz, saga do clone de novo? Não. Bob Gale, o roteirista, jurou de pé junto que não é um clone.
Mesmo assim, deu um calafrio…
Eu chuto que tem a ver com skrulls!
Crédito pros caras do MdM, que foram ownados pelo Hulk.
É isso mesmo! Você, que como toda criança melequenta que gosta de gibis, já leu Turma da Mônica, certo? Com sorte, já leu até um daqueles especiais que mostram como estaria a turminha com 30 anos nas costas.
Mas não é disso que eu tou falando. Bom, não exatamente, mas tem relação, já que o tio Mauricio de Sousa falou que vai lançar um mangá [Não, animal, não a fruta] com a pivetada no meio da adolescência, ou seja, lá pelos 16 anos.
Durante o programa do Amaury Jr. [Alguém aqui assiste?] do último sábado, o pai da Mônica deu a data de estréia e o nome da bagaça: Agora em Agosto, deve sair Turma da Mônica Jovem.
Putz, que nominho mais meia boca, viu? Mas nem adianta reclamar, foi escolhido numa votação no site da turma. [Que tá bem desatualizado, inclusive.]
O que eu acho? Bom, aprendi a ler com os gibis da Mônica, e quando tenho a oportunidade eu ainda leio, e me mato de rir com algumas histórias, então acho que vem coisa boa por ae.
Ou não, adolescentes são umas pragas…