O filme é baseado na obra Reservation Road de John Burnham Schwartz, mas não espere por uma crítica comparativa.
Ethan Learner (Joaquin Phoenix), um professor universitário, está assistindo com sua família ao recital de violoncelo de seu filho de 10 anos em uma noite de Setembro – até aí tudo bem. O fato é que, na volta para casa, ao pararem em um posto de gasolina, seu filho é atropelado e morto na hora. Nessa mesma noite, o advogado Dwight Arno (Mark Ruffalo) e seu filho de 11 anos estavam em um jogo de baseball de seu time favorito, o Red Sox. Voltando para a casa, em um pequeno momento de distração, Dwight atropela uma criança. Sem reação e ao ver que seu filho nem havia se dado conta do acidente, o cara foge. Mais pra frente, os dois pais se encontram, mas Ethan ainda não sabe da verdade. Ainda. E é aí que um certo suspense toma conta do filme.
Olha, uma boa definição para o filme é: Clichê. Nos primeiros 15 ou 20 minutos de filme após o acidente, é só aquela choradeira de pais desesperados após a morte do filho. Achei realismo demais, até porque a atora Jennifer Connelly, que vive Grace (a mulher de Ethan), chora alto demais. Por um momento você se encontra surdo na sala do cinema, e até mesmo distraído – o filme perde relativamente o foco logo no início, voltando a se estabilizar mais tarde. Como assim? Bom, são duas histórias paralelas, cada uma envolvendo cada pai e sua família. Eu diria que não souberam administrar isso muito bem, tendo em vista alguns furos – que podem passar despercebidos – no roteiro em alguns momentos do filme.
Momentos previsíveis tomam conta de boa parte do filme.
A história não é inovadora e os personagens também não contribuem muito. Porém, o filme conta com pontos positivos também.
Enredo
Como eu disse, a história não é inovadora e o desenrolar da trama é levemente confuso em uma pequena distração. Você sabe o que vai acontecer, algumas cenas são exageradas, mas uma coisa é certa: por muitos momentos a história é envolvente. O final é totalmente inesperado, mas também não deixa de ser o auge do clichê.
Personagens
Joaquin Phoenix (O Johnny Cash de Johnny e June) e Mark Ruffalo (O Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças) fizeram papéis sensacionais, ou pelo menos na medida certa. Basicamente o filme inteiro é focado nos dois, e isso é uma vantagem – Jennifer Connelly (em um papel… infeliz, e também em Diamante de Sangue) e cia. se encontram em papéis quase que completamente secundários. O ator mirim Eddie Alderson (Lucas, filho de Dwight) também merece congratulações e é o terceiro personagem que recebe maior atenção no filme. Já sua mãe, a atriz Mira Sorvino (Ruth Wheldon, ex-mulher de Dwight), foi quase uma figurante.
Bom, esse é um filme para quem gosta de Dramas com um toque de suspense. Eu não confiaria na minha resenha se gostasse de filmes assim. Então, assistam; vai ver eu estou errado.
Traídos pelo Destino
Reservation Road (102 minutos – Drama) Lançamento: EUA, 2007 Direção: Terry George Roteiro: Terry George, John Burnham Schwartz Elenco: Joaquin Phoenix, Mark Ruffalo, Jennifer Connelly, Mira Sorvino
Jumper. nome interessante. pelo menos foi o que achei da primeira vez que o ouvi. O tempo passou, a data da estréia mudou, e o que eu deveria ter conferido em fevereiro só chegou aos cinemas um mês depois. Até aí tudo bem, sou acostumado a esperar, tenho bastante prática com isso. E agora que o filme estreou, só me vem UMA palavra em minha mente: “Piloto”.
Antes que eu comece a dar minha opinião ao filme, vamos a alguns fatos dele. David Rice, o personagem principal do filme é um cara normal, até que por um motivo besta ele consegue ativar seus poderes de Jumper, algo que ele nem tinha idéia do que era. Depois de alguns testes, ele faz a coisa certa: Sai de casa aos 15 anos de idade e vai pra cidade grande arranjar dinheiro.
Chega o tempo de historinhas, tão normal nesses filmes. Ele treinando seu poder e dando umas voltas pelo mundo, e nisso se passam 8 anos. Numa visita a Londres um cara o observa, e os problemas que ele tinha arranjado na época que descobriu seu poder começam a ter mais atenção do que ele pensava. Tem umas cenas só pra dar um clima de romance a história, ele vai pra roma, e lá o cara que o observava em Londres aparece novamente, e junto com ele os Paladinos, que é como se chamam os caras maus, ou os bonzinhos, depende de seu ponto de vista. Rola uma briga, e David acaba aprendendo umas coisas e arranjando mais problemas. O problema no caso é uma pequena disputa entre Jumpers e Paladinos, que caçam uns aos outros desde os tempos passados. Só por isso, você pode ter uma boa idéia da história, então vamos a outros fatos desse filme.
O elenco é algo bem escolhido. Hayden Christensen (o Anakin de Star Wars) é quem interpreta David, cumprindo muito bem seu papel, apesar de que em algumas cenas ele fica olhando meio perdido pelas paredes, coisa muito estranha. A desconhecida Rachel Bilson (não me lembrode nenhum papel dela) está lá só pra o filme ter desculpas pra mostrar uns peitos, não que esteja reclamando, é claro. E agora, vamos falar de Samuel L. Jackson.
Na pele do agente Rowland, um dos Paladinos que parece ser o chefe, ele caça os outros com mais vontade. as cenas que ele aparece sempre são legais, menos a do final, que ele dá um sorrisinho do estilo “safadeeeenho” que foi muito tosca. O elenco tem muitos outros personagens importantes, como o pai e a mãe de David, o outro Jumper chamado Griffin, e mais uns que não me recordo agora.
Ah sim, voltando ao começo do texto, na parte do porque me veio a cabeça a palavra “Piloto”. Simples, o filme parece que foi amarrado pra ser um episódio piloto de série. A maneira que a história é contada, os fatos desconexos e o final em aberto colaboraram muito pra que eu ficasse com essa impressão. Se o filme é bom? É sim, mas não é nada daqueles que você sair pensando da sessão, relembrando das cenas e de momentos marcantes. É recomendado, mas se não puder ver no cinema, pegue quando chegar em DVD, pode ser que os extras melhorem tudo.
Jumper
Jumper (88 minutos – aventura, ficção) Lançamento: 28/03/08 (Brasil) Direção: Doug Liman Roteiro: David S. Goyer, Jim Uhls, Simon Kinberg, Steven Gould Elenco: Hayden Christensen, Samuel L. Jackson, Diane Lane, Jamie Bell, Rachel Bilson, Michael Rooker, AnnaSophia Robb, entre outros
Conduta de Risco: Com inúmeras indicações ao Oscar 2008, Conduta de Risco acabou levando somente á de melhor atriz coadjuvante para a inglesa ruiva, Tilda Swinton – merecidamente. O filme ressuscita um gênero um pouco afastado dos cinemas atuais, que é o cinema político/ecônomico dos anos 70, num confronto homem vs. corporações. Na trama, ael Clayton (George Clooney) trabalha numa das maiores firmas de advocacia de Nova York, tendo por função limpar os nomes e os erros de seus clientes. Tendo trabalhado anteriormente como promotor de justiça e vindo de uma família de policiais, Clayton é o responsável por realizar o serviço sujo da firma Kenner, Bach & Ledeen, que tem Marty Bach (Sydney Pollack) como um de seus fundadores. Apesar de estar cansado e infeliz com o trabalho, Clayton não tem como deixar o emprego, já que o vício no jogo, seu divórcio e o fracasso em um negócio arriscado o deixaram repleto de dívidas. Quando Arthur Evans (Tom Wilkinson), o principal advogado da empresa, sofre um colapso e tenta sabotar todos os casos da U/North, uma empresa que é cliente da Kenner, Bach & Ledeen, Clayton é enviado para solucionar o problema. É quando ele nota a pessoa em que se tornou.
Penelope: Inexplicavelmente, inédito nos cinemas, este filme meio que ficou sendo adiado indefinidamente, tanto aqui quanto nos “states”. Chama a atenção pelo tom de fábula da trama, uma menina com nariz de porco e o forte elenco, com a oscarizada Reese Witherspoon (de Johnny e June). Na trama, uma garota tem um problema muito sério que acaba atrapalhando seu relacionamento com as pessoas e o mundo exterior: ela nasceu com um nariz de porco. Dessa maneira, seus pais fazem de tudo para deixá-la afastada de todos enquanto tentam uma maneira de reverter essa situação. Sua mãe acredita que, se sua filha casar com um homem de sangue azul, a maldição será revertida. O problema é que os pretendentes logo fogem aterrorizados quando vêem o defeito da moça. É quando surge um jovem que é contratado para fotografá-la. Daí em diante, algo pode acontecer entre eles.
O Reino: Filme que tem no elenco atores premiados como Jamie Foxx (de Ray) e Chris Cooper (de Adaptação), além da bela presença de Jennifer Garner (de Elektra). Trata-se de uma produção de ação que tem o agente do FBI Ronald Fluery (Foxx) no centro da trama. Ele recebe a delicada missão de investigar uma série de atentados contra cidadãos norte-americanos no oriente médio (numa seqüência fantástica!). Para encontrar os verdadeiros culpados, ele precisará, mais do que ter coragem e confiar em seu treinamento, de jogo de cintura para passar por cima das diferenças culturas e da burocracia do outro lado do mundo. Pena que o roteiro perca a oportunidade de aprofundar o debate e acabe por fazer campanha pelo velho intervencionismo americano – blá, blá, blá. Curiosidade, o filme tem o roteiro do mesmo cara que escreveu Leões e Cordeiros (recentemente lançado em dvd), que também tinha o confronto no Oriente Médio como debate.
A Ponte: Impressionante documentário que trata de um dos grandes tabus da humanidade, o suicídio; todavia, de maneira poética e sincera. O diretor e sua equipe passaram o ano de 2004 observando e filmando a ponte Golden Gate, em São Francisco, um lugar em que o maior número de pessoas vai quando quer se matar. Durante essas filmagens, ele captou a maioria das duas dúzias de pessoas que se mataram e mais um tanto de gente que não teve coragem de pular. Para complementar, ainda registrou depoimentos sinceros com parentes e amigos dos suicidas, além de pessoas que estavam passando no local, e de alguns que tentaram se matar, mas não conseguiram. Um filme assustadoramente revelador.
Saiu no Omelete uma lista de elenco e detalhes sobre a trama do filme, e é ela que eu vou colar descaradamente logo abaixo.
Como avisado no título, cuidado: Contém spoilers. Eu mesmo não li, sério. Mas divulgo.
“Crank 2
Elenco: Jason Statham, Amy Smart
Data de filmagens: 28 de abril (Los Angeles)
Trama: Apesar de ter caído mais de um quilômetro de um helicóptero no final do primeiro filme, Chev Chelios agora encara um mafioso chinês que roubou seu coração indestrutível e o substituiu por uma bateria que precisa de descargas regulares de eletricidade para continuar funcionando.
Pequeno Chev: De 6 a 10 anos, caucasiano, masculino. Moleque britânico boca-suja com sotaque carregado. Ele é Chev em 1988, aborrecido garoto-problema que a sua mãe suspeita ser um sociopata. Visto em um talk-show da TV inglesa tipo lavagem de roupa suja, o garoto revive incidentes de sua vida, que envolvem crime, violência e fugas. (Atores devem se parecer com Jason Statham.)
Hu Dong: Chinês, homem, 100 anos de idade, este gângster idoso é o líder da Tríade no sul da Califórnia. Rejuvenescido depois de ter transplantado o coração adrenado de Chev em seu peito afundado, o mafioso, agora excitado como um moleque de 16 anos, é atraído pela sedutora Vanilla.
Pepper: 20 e poucos anos, qualquer etnia. Esta stripper está no banco de trás de um carro da polícia quando Chev e Eve roubam a viatura. Excitada pela presença de Eve, ela dá a Chev uma dica sobre a localização de Johnny Vang. (Atriz deve se sentir confortável com nudez.)
Doutor chinês 1 e 2: Um par de médicos que fazem o transplante de coração de Chev. Convencidos erroneamente de que Chev está dopado demais para reagir, eles estão prontos para arrancar os testículos dele, quando Chev desperta e enforca os dois. (Atores devem falar chinês.)
Glenda Lansing: 65 anos ou mais, uma velha senhora. Quando mais velha melhor. Vemos a mulher numa pista de corrida, quando ela é atacada por Chev, que se esfrega nela para conseguir alguma eletricidade estática em seu corpo.
Detetive: Homem mais velho. Preferível ator conhecido em participação especial. Oficial frustrado que tenta descobrir a conexão entre Eve e Chev e compila a fabulosa ficha criminal de Chev.”
Foi difícil não ler. Então, se você leu, comenta aí: Tá EMPOLGANTE?
No primeiro filme, Chev Chelios, interpretado por Jason Statham, é um assassino profissional. Até aí beleza, se não fosse o porém: ele já começa o filme no chão. Depois de se levantar, ele vai até sua TV, onde tem um DVD que, ao colocar no aparelho, aparece ele mesmo e um cara injetando algo em seu pescoço. Depois de descarregar toda sua raiva em uma tv de plasma, ele sai de casa até seu carro, decidido a se vingar. O que injetaram nele? Um composto sintético chinês, que faz com que o coração dele vá diminuindo o ritmo aos poucos até que pare totalmente. Isso deveria matar ele em algumas horas, mas só deveria. Aos poucos, Chelios percebe que, quando faz coisas que aumentam sua adrenalina e que por tabela aumenta seus batimentos cardíacos, ele consegue sobreviver por mais tempo.
Agora, no segundo filme, como dito lá no início, Chelios encara um chinês mafioso que ROUBOU seu coração e colocou em seu lugar uma máquina movida a bateria. Agora o cara precisa de descargas de eletricidade para não morrer outra vez.
Sim, são apenas 30 segundos de vídeo com algumas cenas – muito, MUITO curtas – não mostradas nos vídeos anteriores. Vai perder?
Homem de Ferro conta a história do industrial bélico Tony Stark, que, ferido após um acidente num atentado terrorista, se vê obrigado a criar uma armadura pra poder se manter vivo e por conseqüência usa ela pra chutar bundas por aí.
Estréia no dia 30 de Abril. Já tá na sua lista de mais esperados do ano?
Duas fotos do set das filmagens do filme vazaram hoje, e uma delas não é… “oficial”. É a foto abaixo, que seria de personagens do filme:
É daquele tipo de foto que você torce para que seja engano. Mas a outra é sensacional:
CRATERAS! Porém, com esse fundo verde no chão, suspeito que seja o vulcão Nevado de Toluca. Como assim, cês não sabem o que é isso?
Segundo a atriz Emmy Rossum, as filmagens já acabaram. Ela disse isso em seu MySpace, e a pergunta é: JÍ? Vai ser um curta ou 80% do filme é pura computação gráfica? Ok, talvez as filmagens acabaram pra ela. Noob.
Justin Chatwin (Goku), James Marsters (Piccolo), Chow Yun-Fat (Mestre Kame), Jamie Chung (Chi Chi), Eriko Tamura (Mai), Joon Park (Yamcha) e Emmy Rossum (Bulma) formam o elenco do filme mais esperado de 2009. James Wong (O Confronto) é o diretor do filme, que tem estréia prevista para o dia 3 de Abril do ano que vem.
Keanu Reeves, o eterno Neo, atualmente Tom Ludlow em Os Reis da Rua (Street Kings) – que estréia no dia 11 de Abril -, não está mais “interessado” na continuação do filme Constantine, longa baseado na HQ Hellblazer. E não pára por aí: O cara disse que não quer saber mais de seus personagens anteriores. Ou seja, não teremos mais ele como Neo em uma SONHADA continuação de Matrix. Nem mesmo Ted Logan, de… Bill & Ted.
Francis Lawrence, o diretor do filme, diz que para o filme Constantine 2 realmente acontecer, seria necessário um roteiro bom. Coerente? Pois é, mas o problema é que ele não encontra o tal roteiro decente. Então, é mais um filme indo para a geladeira.
Eu já disse que mais um filme vinha por aí. Agora é hora de saber sobre o elenco.
Mas não é muito: Jared Padalecki, Sam Winchester da série Supernatural, será o investigador das mortes em Cristal Lake. Se você se lembra da notícia citada acima, sabe que o filme será um prelúdio á série, contando a história que VOCÊ conhece.
O filme deverá ser rodado nos próximos meses. O roteiro fica por conta de Damian Shannon e Mark Swift, do tosco Freddy vs. Jason, e a direção fica por conta de Marcus Nispel, do nem tão sensacional assim remake de O Massacre da Serra-Elétrica. Estréia? Na Sexta-Feira 13 de Fevereiro de 2009. E aí, será que teremos mais um filme, ahn, repetitivo – que não deixa de ser sensacional – como os primeiros, estranho como o primeiro citado neste parágrafo ou um fracasso como Jason X?
Não sei como vocês encaram uma sessão de cinema, mas ao se observar a sinopse de ANTES DE PARTIR, a primeira impressão é de deja vu. Com certeza você já viu este filme antes, o roteiro une dois subgêneros bastante conhecidos do público: road movie e o filme sobre amizade entre estranhos; logo, o roteiro do filme é – nada mais, nada menos – mais do que o óbvio do que se podia esperar.
No entanto, para mim, as observações acima em nada atrapalharam as risadas e a emoção que os dois protagonistas, Jack Nicholson e Morgan Freeman, passam para quem os assiste. O roteiro deve ter construído os personagens em cima das características (ou fama) de cada intérprete; Nicholson é um multimilionário bon vivant casado diversas vezes e, ao descobrir sua doença, se descobre também sozinho. Já Freeman é o cara família que abriu mão de seus sonhos para viver uma vida simples ao lado da mulher e dos filhos. Ambos são diagnosticados com meses de vida devido a um câncer e, ao dividirem o quarto do hospital, após um primeiro tratamento de quimioterapia, resolvem cumprir uma série de desejos e fantasias listados numa lista, como saltar de paraquedas; conhecer as pirâmides; o Taj Mahal; fazer uma tatuagem; etc. Seqüências estas que claramente são criadas através de efeitos digitais, soando falso e desnecessárias.
Mais clichê impossível, mas ver estes dois grandes atores em cena quase á totalidade do filme é um deleite. Claro que o filme não é tão fantasioso, procurando dar uma subtrama realista para cada personagem: enquanto Freeman enfrenta a resistência da mulher que gostaria de ficar ao seu lado nestes últimos meses, Nicholson possui uma pendência com uma filha que não vê, nem fala há anos. A direção de Rob Reiner já foi mais eficiente, como em Conta Comigo (outro filme sobre amizade que também tinha um aspecto road movie), mas, pelo menos, se tem a impressão de que os atores estão á vontade num roteiro que acaba sendo formulaico.
No final, cada personagem ensina uma lição para o outro, em meio a risadas e discussões. Para o espectador fica a sensação de um bom passatempo e aquela inevitável pergunta: no seu caso, o que você colocaria numa lista de coisas a fazer antes de morrer?
Antes de Partir
The Bucket List (97 minutos – Comédia) Lançamento: EUA, 2007 Direção: Rob Reiner Roteiro: Justin Zackham Elenco: Jack Nicholson, Morgan Freeman, Sean Hayes, Rob Morrow, Beverly Todd, Alfonso Freeman
Apesar de gostar da filmografia dos irmãos Coen, nunca “morri de amores” por seus filmes. Considero Fargo ainda sua melhor obra, até porque o que mais admiro no cinema dos cineastas/roteiristas é o humor negro espontâneo quase sempre presente nos seus filmes ou em, pelo menos, alguns de seus personagens.
Mesmo não sendo meu favorito são inegáveis as qualidades de ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ – grande vencedor do Oscar 2008. Com uma trama a princípio simples, um homem comum (Josh Brolin, inegavelmente num bom momento) encontra no meio do deserto uma mala com muito dinheiro e passa a ser perseguido por um frio assassino e, no encalço dos dois, um xerife já cansado da vida.
Mais simples impossível, mas a trama que se passa nos anos 80 retrata o clima árido e seco do Texas assim como de seus personagens. Sem contar com trilha sonora alguma, sobram momentos de tensão e muito sangue, como na cena do confronto dos personagens no hotel, em contraste com o silêncio das paisagens desérticas (mérito de Roger Deakins, diretor de fotografia) ou mesmo os diálogos introspectivos do xerife Tom Bell (Tommy Lee Jones, em papel ideal).
No entanto, a criação do psicopata assassino Anton Chigurgh pelo ator Javier Bardem é, para mim, o grande trunfo do filme. A personificação fria e calculista, os olhares demoníacos e o tanque de ar comprimido como arma são desde já ícones do cinema moderno; poucas vezes o cinema criou um personagem tão marcante. Mérito, também, do roteiro dos Coen.
Impecável a criação de Bardem
Claro que, privando os espectadores de verem o confronto final dos personagens e sendo o final do filme interrompido abruptamente sem clímax algum, ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ possa desagradar á maioria; no entanto, quem já apreciava o filme somente dará falta do universo rico e de personagens tão interessantes e instigantes.
Curiosidade: além de dividir com O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford, o gênero e o diretor de fotografia, Roger Deakins (indicado por ambos os filmes ao Oscar 2008), há a presença do ator Garret Dillahunt em ambos os filmes, aqui como ajudante de Tommy Lee Jones e em Jesse James como comparsa do bandido. Além disso, Dillahunt foi figurinha fácil na telinha americana nesta temporada, estando presente em diversos episódios de séries como Damages, Life e, atualmente, em The Sarah Connor Chronicles.
Onde os Fracos Não Têm Vez
No Country for Old Men (122 minutos – Drama/Faroeste) Lançamento: EUA, 2007 Direção: Joel e Ethan Coen Roteiro: Joel e Ethan Coen Elenco: Josh Brolin, Javier Bardem, Tommy Lee Jones, Woody Harrelson, Kelly MacDonald, Garret Dillahunt