Um Big Brother que tem graça: Drawn Together

Televisão terça-feira, 15 de abril de 2008 – 11 comentários

Esqueça os Simpsons, South Park, Family Guy, Futurama ou qualquer outra coisa que você julgue parecido na matéria do politicamente incorreto.

Se você é metido a certinho, é a favor da moral e dos bons costumes ou não tem vida sexual ativa, então nem continue a leitura, feche esta janela e vá atualizar seu blog para ver se ele alcança 10 visitas ao mês.

Personagens de diferentes tipos e personalidades

Agora, se gosta de tiradas que todo mundo condena e personagens que fazem tudo aquilo que você pensa em fazer, mas não tem coragem (ou já fez e pegou uma pequena pena de serviços prestados para a sociedade), Drawn Together é a animação certa para você.

Produzido pelo estúdio Comedy Central (o mesmo de South Park), Drawn Together – ou Casa Animada, como foi horrivelmente traduzido aqui no Brasil – é criação das mentes doentias de Dave Jeser e Matt Silverstein.

Recheado de referências á cultura pop, humor negro, piadas racistas e preconceituosas, insinuações de sexo e violência ao extremo, essa animação é uma das mais originais e cômicas que já passaram na TV.

A idéia é simples e criativa. Em uma casa idêntica á do Big Brother são reunidos oito participantes que serão vigiados por 1 milhão de câmeras e microfones. E, tal como o BBB (odeio essa sigla) os oito possuem personalidades e aparências totalmente diferentes entre si.

Alguém aí lembra de alguma música do Alladin?

E é aí que entra um dos pontos fortes da série. Os moradores da Casa são nada mais e nada menos que todos os estereótipos e clichês da cultura pop e do mundo nerd existente. Segue um breve perfil de cada um deles:

Princess Clara (Princesa Clara) – A típica princesinha dos filmes de Walt Disney, totalmente inspirada na Bela, de A Bela e a Fera, e Ariel, da Pequena Sereia. Mas a semelhança para por aí. Clara é totalmente mimada, cristã fundamentalista, homofóbica e racista. Como as princesas da Disney, adora cantar com os animaizinhos, para depois matá-los sem dó nem piedade. Possui uma maldição no meio das pernas onde sua “perseguida”, a Octopussoir, é um monstro de tentáculos que aterroriza os pretendentes, além de lavar, passar e ajudar com a caridade. É órfã de mãe, que morreu após o pai bater a carruagem que guiava bêbado.

Princesa e uma prima excepcional

Capitain Hero (Capitão Herói) – Inspirado claramente no Super-Homem, Capitão Hero é o tarado-pervertido-machista da série. Não perdoa nada. Mas nada mesmo, tendo inclusive um affair a la Brockeback Mountain com Xandir em uma das cenas mais originais que já vi para representar uma, digamos, sodomização. Apesar disso é um fracassado sendo considerado o herói mais escroto do universo. Lamenta sua origem e o fato de ninguém querer ser seu parceiro.

Captain Hero mostrando como separar uma briga de mulheres

Xandir p. Wifflebottom (Xande) – Baseado nos heróis de RPG, como o Link do jogo The Legend of Zelda. Segundo ele, está na Casa por estar em uma busca incessante para salvar sua namorada. Quando a encontra, sai do armário, revelando-se aquilo que todo mundo já sabia. É extremamente sensível e, assim como no vídeo-game, possui vidas infinitas, manipulável por via de cheats e gosta de usar calcinhas fio-dental. Possui um golpe especial, fazendo muito nostálgico lembrar da época de seu Nintendinho. Personagem predileto do Théo.

Clássico personagem “másculo” de RPG

Toot Braunstein – Toot representa os desenhos pin-ups da década de 20, como a Betty Boop. Aliás, é a própria envelhecida e em fim de carreira. Caracterizada em preto-e-branco é a personagem responsável pelas discórdias da casa, provocando brigas, intrigas e mortes no local. Totalmente horrível, gulosa e vadia ao extremo, não perde a oportunidade de tentar assediar alguém da casa, geralmente mostrando os peitos, o que provoca vômitos em quem vê. Também é depressiva e com surtos de sadomasoquismo, se cortando com lâminas de barbear e se açoitando com armas medievais.

Toot mostrando seu ponto de vista civilizadamente

Ling-ling – Personagem claramente inspirado nos animes, sendo Ling-ling um Pikachú bastante esquentadinho. Responsável pela sátira aos orientais, ele fala em uma linguagem incompreensível, precisando, inclusive, de legendas (que também vêm erradas). Agressivo e com espírito assassino, ele é um sociopata com a intenção de matar e destruir todos os moradores, tendo algum sucesso em alguns episódios. Tarado sexual, odeia ser tratado como bichinho de estimação – o que acontece com freqüência, tendo inclusive uma caixa de areia na casa. Além de produzir descargas elétricas, sua pele possui uma substância alucinógena que dá barato em quem lambe.

Ling Ling depois de mais uma “batalha” pokémon

Spanky Ham (Onanias) – Detentor do segundo pior nome em português, Spanky é um desenho feito em flash baixado da internet. Sendo literalmente um porco de camisa e calça, ele representa a escatologia da série, fazendo suas necessidades onde der na telha, desde brigas até nos alimentos que irão consumir. Spanky é muçulmano, e adora aplicar golpes e explorar os outros personagens (como Xandir e Ling-ling) para ganhar dinheiro. Também tarado ao extremo, gaba-se freqüentemente de seu desempenho sexual (clara alusão á qualidade do sexo entre os porcos).

Spanky mostrando outra finalidade para um melão

Foxxy Love (Chica Ximbica) – Só queria saber qual o critério para se batizar um personagem em português. Dona do pior nome em língua portuguesa, Foxxy Love é a liberdade em pessoa. É totalmente contra o racismo, quebrando o pau com Clara com freqüência por conta de seus comentários racistas. Bem resolvida sexualmente, ela é bissexual e adora dominar a situação durante o ato, seja com homem, mulher, animais de pequeno porte ou no ménage-a-trois envolvendo os três tipos. Se masturba com os mais variados tipos de objetos, desde touros mecânicos, até sabres de luz. Por conta de sua vida sexual ativa, vive abortando, mesmo não tendo certeza se está grávida. É o personagem mais inteligente da série, sendo inspirada nos desenhos dos anos 70, mais precisamente em Valerie Brown, de Josie e as Gatinhas.

Não, ela não vai enfrentar lords Siths

Wooldoor Sockbat (Imeia Delano) – Representante dos típicos desenhos animados da atualidade, como Bob Esponja, a Vaca e o Frango e Ren & Stimpy. Totalmente bizarro, é um dos personagens mais interessantes da Casa. Inocente ao extremo, não ofende ou espanca os outros moradores da casa. Protagonista do episódio mais engraçado da série, após aprender a se masturbar com Foxxy Love, descobre que seus espermas (que saem pela boca) possuem poderes, curando as pessoas que tocam, provocando a ira de um pepino (!!!) cristão fundamentalista que começa a perseguir e assassinar todos que passam em sua frente. Wooldoor também é o faz-tudo na casa, aparecendo como médico, padre, bombeiro, entre outros, lembrando o Pernalonga.

Bicho estranho véi

Não há lição de moral ou alguma mensagem certinha para as pessoas na animação, a intenção é divertir e aloprar a tudo e a todos, sem distinção de cor, religião, raça, sexo ou qualquer outra coisa que hoje seja tabu no mundo.

Se você não gosta desse tipo de humor, passe longe, pois tudo que se possa imaginar estará lá. Como no episódio que a Princesa leva sua prima, que sofre de Síndrome de Down, para conhecer a casa e, depois de se mostrar uma gostosa de primeira, é levada para a cama por Capitão Hero, que não dá a mínima para a situação. Como castigo, Clara a coloca para dormir na casinha do cachorro. Ou então, no primeiro episódio, após uma briga na piscina, um beijo lésbico sela a paz entre Clara e Foxxy, sendo um beijo de língua mostrado em todos os detalhes e jeitos. Após o beijo, a Princesa pensa que engravidou e, após aceitar ajuda de Toot, tenta um aborto sendo arremessada escada abaixo, fazendo os mais puristas tremerem nas bases.

Todos fazem de tudo para aparecer

Ou seja, se você acha que Drawn Together pega pesado demais, então Tanga, vá assistir ao BBB e veja que o que ocorre lá é exatamente idêntico ao que se passa no desenho. Com a diferença de um mostrar a vida real e o outro ser apenas uma animação para divertir a tudo e a todos.

Drawn Together teve seu primeiro episódio exibido no dia 27 de outubro de 2004, nos EUA, e já possui três temporadas. No Brasil, o desenho passa nas madrugadas do canal pago Multishow, sem um horário fixo determinado. No Youtube e torrents da vida é possível encontrar episódios legendados.

Maldição que ronda os criadores

Sit.Com terça-feira, 15 de abril de 2008 – 0 comentários

Com o cancelamento prematuro de The Return of Jezebel James, com apenas 3 episódios exibidos, a série criada por Amy Sherman Palladino, mais conhecida pela criação da série família Gilmore Girls, me trouxe á mente um tema que vive surgindo na mídia: a maldição que cerca os roteiristas que criam fantásticas e históricas séries e, depois disso, não acertam mais a mão.

O caso mais alarmante é o verdadeiro sumiço de Chris Carter, responsável por espetaculares séries como Arquivo X e Millennium (que eu, particularmente, adorava). Se Arquivo X durou nove temporadas (com questionável qualidade quando do seu término), Millennium durou três temporadas. No entanto, na rasteira destes dois sucessos surgiram: Harsh Realm, um misto de ficção e drama com o pouco conhecido na época Terry “Locke” O’Quinn – porém, a série foi cancelada com apenas 9 episódios exibidos; a outra série foi o spin-off de Arquivo X, The Lone Gunmen, onde os geeks informantes de Mulder, conhecidos como Cavaleiros Solitários, ganharam a chance de mostrar diversas conspirações – uma pena que o tom cômico dos personagens não agradou a audiência e a série foi cancelada com apenas 13 episódios. Depois disso Chris Carter sumiu, voltando agora com o retorno do Arquivo X aos cinemas.

Outro ídolo dos série maniácos, Joss Whedon, criador de Buffy – a Caça-Vampiros (com sete temporadas, e atualmente, uma trama em HQ) e Angel (cinco temporadas) arriscou seu cacife em um mix de ação, ficção e faroeste no incompreendido Firefly (que durou apenas 14 episódios) e um filme (Serenity) muito bom para os cinemas. Na próxima temporada Whedon aposta numa trama com toques de ficção, Dollhouse, contando com Eliza Dushku (Faith de Buffy e Angel) e Olivia Williams (atriz de O Sexto Sentido) no elenco. Na trama, Dushku interpretará Echo, uma das agentes que trabalham em missões secretas ao redor do mundo e têm suas memórias apagadas a cada trabalho completo. A casa de bonecas é o laboratório para onde os agentes são mandados quando completam suas missões. Cada “boneca” é programada com personalidades, habilidades e memórias distintas, dependendo da missão – que pode ser uma tarefa física, romântica, ilegal. Echo será a única que desenvolve consciência de seus atos.

O mais idolatrado criador do momento, o midas televisivo J. J. Abrams, criador de Felicity, Alias e a mega-ultra-hypada Lost, teve nos últimos dois anos dois tiros (séries) n’água. A dramédia romântica What About Brian, que ainda teve duas temporadas mostrando os percalços amorosos do personagem título (Brian Watson, atualmente em Samantha Who), sempre foi relegada pelo grande público e pela crítica. No entanto, Six Degrees estreou com alta expectativa, um elenco fabuloso – acima da média, com atores talentosos do cinema – e uma sinopse ambiciosa; tratar sobre as coincidências da vida em seis personagens que vivem em Nova York. Resultado: bomba, a série não saia do lugar, forçava os acasos e não conseguiu conquistar a audiência com os fracos personagens e seus elos de ligação.

Porém, Abrams promete na próxima temporada dar a volta por cima com a estréia de Fringe. O episódio-piloto de duas horas apresentará Olivia Warren (Anna Torv), jovem e durona agente do FBI forçada a encarar um fenômeno paranormal inexplicável e a trabalhar ao lado do Dr. Walter Bishop (John Noble), um cientista cujo trabalho pode estar no centro de uma vindoura tempestade. Fica a expectativa e a sensação de deja vu com uma série citada acima, não?

Divulgada a data de lançamento e o nome do novo álbum do Offspring

Música terça-feira, 15 de abril de 2008 – 1 comentário

Rise and Fall, Rage and Grace é o nome do novo álbum do Offspring, que está agendado para o dia 17 de Junho deste ano.

Hammerhead é o nome do primeiro single, que será lançado nas rádios em maio.

O álbum está sendo produzido há quase um ano e, como eu disse aqui, tem tudo pra ser uma volta ás origens ou apenas um álbum de qualidade. Enfim, tem tudo pra ser um dos melhores lançamentos do ano, até. Taí uma banda que podemos esperar por um trabalho bacana.

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Stone Temple Pilots já vai ganhar tributo

Música terça-feira, 15 de abril de 2008 – 0 comentários

Pois é, é o que a Versailles Records (que lançará ainda neste ano tributos ao Guns n’ Roses e ao Led Zeppelin) planeja pra comemorar a volta da banda. Aliás, planeja nada; Já está trabalhando e tem até um nome: Wicked Garden: A Millennium Tribute to Stone Temple Pilots.

Nome gigante, convenhamos. Enfim, o álbum deverá estar pronto até metade de 2009 e contará com bandas clássicas do grunge e até mesmo as mais novas, é claro, influenciadas pela banda.

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Assista ao novo TV Spot, um vídeo de QUATRO minutos e veja mais 5 pôsteres de Speed Racer

Cinema terça-feira, 15 de abril de 2008 – 2 comentários

Começamos na ordem do título? Ok.

TV Spot, apenas um comercial pra TV, nada demais. Agora, se liga no vídeo de QUATRO MINUTOS:

Porra, SENSACIONAL. É claro que o filme definitivamente não tem quase nada a ver com o desenho, me fazendo lembrar de três coisas: Corrida Maluca, Need For Madness e, bem lembrado pelo Eric aqui, Hot Wheels.

Vamos aos novos pôsteres, agora.

O filme estréia em 9 de maio deste ano.

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Novo vídeo – de DOIS minutos – do filme Homem de Ferro!

Cinema terça-feira, 15 de abril de 2008 – 1 comentário

Taí o primeiro teste de vôo da armadura, com extintor de incêndio automático e tudo mais. O que está me chateando nesses vídeos todos é que eles já mostraram pelo menos 50% do filme. PAREM COM OS VÍDEOS, NOOBS. 30 de Abril é a grande estréia.

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Finalmente sai o pôster do filme O Incrível Hulk

Cinema terça-feira, 15 de abril de 2008 – 5 comentários

Que pôster… emo. Cara, esse filme tem MUITO pra ser a bomba do ano, como foi dito aqui: expectativa baixa. Orra, os caras não conseguem agradar com um PÔSTER!

O cientista Bruce Banner está vivendo nas sombras, varrendo o planeta em busca de um antídoto. Mas os fomentadores da guerra que sonham em abusar de seus poderes não o deixarão em paz, assim como sua necessidade de estar com a única mulher que ele já amou, Betty Ross. Em seu retorno á civilização, nosso brilhante doutor é brutalmente perseguido pelo Abominável – uma fera apavorante de pura adrenalina e agressão cujos poderes se equivalem ao do Hulk. Uma batalha de proporções somente vistas nos quadrinhos acontece enquanto Banner precisa chamar o herói dentro de si para salvar Nova York da destruição total.

O filme estréia no dia 13 de Junho.

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Assista ao novo trailer internacional de Speed Racer

Cinema segunda-feira, 14 de abril de 2008 – 2 comentários

Cada vez mais empolgante. Ainda bem que o dia tá chegando: O filme estréia em 9 de maio deste ano.

Após a morte de seu irmão, Rex, Speed tenta honrar o nome do cara. Ao recusar uma oferta MILIONÍRIA da Royalton Industries para pilotar para eles, Speed descobre que algumas das maiores corridas do circuitos estão sendo completamente “manjadas”. A Royalton garante que o Mach 5 nunca mais atravesse uma linha de chegada se Speed não correr para eles, então o único jeito é o cara unir-se ao seu rival Corredor X e vencer o rally The Crucible, que atravessa o país e, curiosamente, levou seu irmão á morte.

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As 6 mehores revistas publicadas atualmente (EUA) – 1 – Thunderbolts (Marvel)

HQs segunda-feira, 14 de abril de 2008 – 0 comentários

Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.

Como eu já havia dito antes, Thunderbolts é a melhor revista gerada pela Civil War, e por pouco a melhor publicada hoje (por pouco pois Captain America é muito boa também). Meses se passaram desde que resenhei a revista, e os Thunderbolts só subiram em meu conceito. Não poderia esperar menos de Warren Ellis e Mike Deodato.

Em seu segundo arco, entitulado “Caged Angels”, Warren complica um pouco a vida dos Thunderbolts. Um grupo de super-humanos infiltra a montanha e começa uma investida com força total contra todos que ali se encontram. Enquanto isso, Mac Gargan perde o controle do simbionte, e Venom inicia um massacre. Até encontrar o Espadachim, que agora se chama Barão Strucker, e está disposto a matar todos que não obedecerem suas ordens. Cabe ao resto dos Thunderbolts controlar ambas as situações, que já fugiram de controle há muito tempo.

Num arco repleto de lutas e desmembramentos, um bom desenhista é uma obrigação. Por sorte temos Deodato. Mesmo com tantos conflitos ocorrendo, Ellis ainda consegue espaço para desenvolvimento de personagens. É óbvio que estamos falando de Penance (ou Suplício, como ficou a tradução). Com a ajuda do Doutor Sansom, o jovem Baldwin tem feito progresso, e até mesmo… recuperou seus antigos poderes?

Thunderbolts continua impressionando com seu roteiro e personagens psicóticos, e com uma equipe (criativa) dessas, não é a toa que está em primeiro.

Thunderbolts

Título original Thunderbolts
Lançamento: 2006
Arte: Mike Deodato
Roteiro: Warren Ellis
Número de Páginas: 25
Editora:Marvel

Curiosos

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 14 de abril de 2008 – 5 comentários

Ok, antes de começar a falar o tema da coluna, vamos as respostas das citações da semana passada. A primeira, como devem saber, é do Guia do Mochileiro das Galáxias. A segunda, meio complicada, pois é uma citação de um livro de Tolkien, o Silmarillion. E a terceira, que se alguém acertasse eu prometi a mim mesmo que me transformaria em um monge, é do livro Hagakure, um livro japonês até que interessante, mas isso não vem ao caso. Agora que já dei as respostas, vamos começar a falar sobre o tema de hoje.
Sou um cara que anda muito de ônibus. Não preciso dirigir, ando de Mercedes todos os dias e sempre tem alguma garota bonita pra tentar paquerar. É claro, isso nos dias de calor, quando o ônibus parece um corredor de dormitório feminino com garotas de mini-saia, blusas transparentes, suadas, com os cabelos balançando de um lado para outro, tentando diminuir o calor…
CHEGA! Não é sobre isso hoje o tema da coluna. Isso que disse é nos dias de calor, nos dias que nem penso em tirar um livro da mochila, pois tem algo bem melhor para ver. Nos dias normais, quando todas estão com suas roupas comuns, que não chamam a atenção, eu pego um livro e começo a ler, tudo para enrolar a viagem. Não são poucas as vezes que, logo que faço isso, começam a olhar para mim. Antes que pensem que eu leio coisas pornográficas no ônibus, não é nada disso. É simplesmente o interesse de pessoas pelo alheio, pelo que os outros estão lendo mesmo. Mas eu já li umas TRIP quando comprava a algum tempo atrás e atraía olhares também.
O legal disso é o pessoal que se desdobra em quatro pra tentar descobrir o que está lendo. Já vi gente amarrando o sapato, arrumando as calças, ajeitando o cinto, pegando algo do chão ou somente entortando o pescoço até um ângulo estranho, só pra ver o título. Até aí, nada demais, afinal, só estão vendo o título. Mas, e quando você está sentado, e todo mundo se acotovela por todo o espaço a sua volta para ler junto?
Quando se está a ler um jornal, acho normal isso, até porque o jornal é composto por notas curtas, nada que tome muito da atenção de quem está lendo e de quem está só de curioso por cima do ombro alheio. Se a notícia que estava lendo passou muito rápido, ou a pessoa ignora e continua a ler junto, ou pula que nem um louco pedindo pra voltar a página pra terminar de ler. Já presenciei essas duas cenas e, acredite, é algo estranho demais ver isso.
Mas isso é com jornal. Com livros a coisa fica um pouco diferente. Se você está lendo Crime e Castigo, a chance de alguém se interessar pelo que você está lendo é bem pouca, mas se a sua leitura for algo como Comédias da vida privada, se prepare, pois o público será grande. Quando li esse no ônibus, chegou a ter TRÊS pessoas lendo comigo: a pessoa do meu lado sentada, e duas outras que estavam próximas. Eu leio rápido, então foi uma boa experiência ver todos eles se matando para ler tão rápido quanto eu, para poderem terminar a página antes de eu a virar. Isso não acontece só em ônibus, acontece também em filas, como uma que tive de enfrentar a algumas semanas. Estava eu lendo Histórias Extraordinárias todo concentrado, quando uma cabeça fica entre eu e o livro e fica olhando por uns 2 segundos. Logo depois, se vira pra mim uma senhora e com um sorriso na cara, pergunta: “o que você está lendo?“. Viro a capa e mostro pra ela, que responde: “ah sim, interessante…” e continua do meu lado. Ela falou algumas coisas que ignorei depois disso, mas essa foi a situação que um curioso me impressionou.
Outra foi em um curso, em que eu estava lendo um livro de português, matéria de colégio mesmo. Estava pra virar a página, quando uma caneta vem do NADA, e me impede de virar a página. Na ponta dela, tem uma mão, e um cara com um par de óculos na ponta do nariz, se inclinando perigosamente em direção ao chão. Eu paro de tentar virar a página, e deixo ele terminar. “Desculpa, é que isso eu não sabia, hehe!” e dá aqueles sorrisos que tenho vontade de arrebentar uma viga só pra tirar ele da cara. No livro, a mancha azul da caneta dele e a marca de onde ele apertou pra impedir que eu virasse a página ainda estão lá, não consegui tirar até hoje. Mas isso é paranóia minha com a conservação de meus livros, assunto pra outra coluna.

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