Crítica – Spider-Man: One More Day

Bíblia Nerd domingo, 30 de dezembro de 2007 – 10 comentários

No início de minha vida de leitor de quadrinhos eu tive a infelicidade de passar os olhos em muito lixo. Como todos devem lembrar, a década de 90 foi marcada por desenhistas ruins (dos quais se destaca Rob Liefeld), que destruiam os personagens com traços grotescos e desproporcionalidade. Com o tempo esses desenhistas foram sumindo (exceto Liefeld e Madureira, que me dão nojo até hoje), e as técnicas de desenhos se tornando cada vez melhores. Parecia que o mundo dos quadrinhos estava se aproximando da utopia, até que roteiros abomináveis começaram a surgir e se espalhar entre as editoras. Em exemplos recentes, posso citar Infinite Crisis e Countdown, da DC Comics, e o patético One More Day, da Marvel.

Tudo começou em Back in Black, onde vimos a Tia May ser baleada por um dos capangas do Rei do Crime. Isso foi o suficiente para que Peter Parker voltasse a usar seu uniforme negro, e mudasse um pouco sua atitude com os criminosos. Apesar de ser obviamente uma jogada de marketing para aproveitar o sucesso de Spider-Man 3, Back in Black foi até divertido. Ver o Rei do Crime ser humilhado na frente de seus “colegas” na Ilha Ryker foi impagável. A meu ver, a única coisa ruim em Back in Black foi o fato de que é um prelúdio para One More Day.

Para salvar a sua Tia May da morte, Peter se dispôs a tudo. Quer dizer, tudo menos se aliar a Tony Stark, o Homem de Ferro (coisa que ele já tinha feito no começo de Civil War). Sem resultados, o pobre Peter tentou a sorte com o Doutor Stephen Strange, também sem resultado. Então, ele aceitou a proposta de Stark e deixou que ele usasse alguns de seus milhões para salvar sua Tia em troca de uma aliança na Iniciativa? Haha, claro que não, isso seria lógico demais. Como se as três primeiras edições não fossem ruins o suficiente, Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, resolveu intervir para piorar ainda mais. Sem outras opções (ignoremos Stark por um tempo), Peter decide fazer um pacto com MEPHISTO. SIm, vocês acabaram de ver “Peter”, “pacto” e “Mephisto” na mesma frase. O demônio estava disposto a salvar a vida de May, se Peter aceitasse ter alguns anos de sua vida apagados. Peter e Mary Jane nunca seriam casados, nem teriam lembranças desse acontecimento. Peter aceita com o consentimento de Mary Jane, e assim acontece. Peter acorda em seu apartamento, toma café com May, e se dirige até um prédio. Lá ele se encontra com Harry Osborn (não é erro de digitação, é o Harry mesmo), que estava dando uma festa em comemoração á sua volta da Europa. Eles então brindam e assim acaba One More Day. Os 6 anos que J. Michael Straczynski passou como roteirista de Amazing Spider-Man acabam de ser ignorados.

Esta imagem diz tudo

Sinto em dizer que One More Day é provavelmente a publicação mais desrespeitosa da Marvel. E não digo isso porque meus 10 anos de leitura das revistas do Aranha foram negados, mas porque é a mais pura verdade. Já houveram outras tentativas de acabar com o casamento de Peter e MJ (casamento que para mim sempre foi um dos pontos fortes da revista), mas isso foi golpe baixo. Não consigo expressar o quanto estou decepcionado. Me sinto pior ainda quanto tenho que admitir que One More Day não é inteiramente ofensiva. A arte está impecável, se aproveitando das sombras para dar um toque de tristeza á história. O diálogo de despedida entre Peter e MJ é decente se você desconsiderar a porcaria que vem depois. E as três primeiras edições.

Tenho certeza de que isto vai se reverter (afinal, esta decisão não agradou NINGUÉM), mas tenho medo de quanto tempo irá levar. E por mais que eu queira deixar de ler Amazing Spider-Man, não posso. Não só pelo respeito que tenho pelo personagem (empatado com Deadpool no topo da minha lista de favoritos), mas também pelo fato de que Steve McNiven será o novo desenhista. De qualquer forma, meu fim de ano acaba de ser prejudicado. E antes deu ir suprimir minha tristeza com Halo 3, uma pergunta: Sou só eu que não vê sentido em trocar sua bela, sempre presente e fiel esposa por alguém que vai morrer de velhice cedo ou tarde?

O sonho recomeça (Captain America 33)

Bíblia Nerd sábado, 29 de dezembro de 2007 – 1 comentário

Tudo começou com uma ação irresponsável dos Novos Guerreiros. Eles iniciaram uma briga com um grupo de super-vilões (entre eles Nitro, o ex-arquiinimigo do Capitão Marvel), o que acabou resultando na morte de centenas de crianças e de todos os integrantes do grupo, exceto Speedball (que se tornou o conflituoso Penance). Isto foi a gota d’água para o governo dos Estados Unidos da América, que decidiu criar uma nova lei: Todos os heróis deveriam se registrar no banco de dados do governo, e após passar por um treinamento, seriam um tipo de força policial com super-poderes.

Os uniformizados se dividiram em dois grupos: Os que são á favor da Lei de Registro, liderados pelo Homem de Ferro, e os que não vão se registrar nem a pau, ironicamente liderados pelo Capitão América. Os dois grupos se enfrentaram num combate feroz, e houveram perdas em ambos os lados. Mas nenhuma perda foi tão significativa quanto á do próprio Capitão América. Na vigésima quinta edição do quinto volume de sua revista, no arco “The Death of the Dream”, o Sentinela da Liberdade foi baleado pelo vilão nazista conhecido como Crossbones (Ossos Cruzados). Fãs ficaram abalados. Leitores não conseguiam acreditar no que seus olhos mostravam. A IGN considerou este como sendo o Melhor Momento dos Quadrinhos de 2007.

Bucky, o ex-parceiro do Capitão e ex-Soldado Invernal jurou vingar a morte de seu amigo. E na lista de culpados estava incluso o Homem de Ferro, responsável indireto pelo acontecimento. O “jovem” Bucky conseguiu recuperar o famoso escudo, e após passar por um bucado de problemas terminou por enfrentar Stark. Os dois estiverem próximos de se matar, até que Stark revelou um último pedido do Capitão. O bom Steve queria que Bucky fosse seu sucessor. E assim aconteceu. É isso aí pessoal, James Buchanan Barnes será o novo Capitão América, e apssará a usar o novo uniforme a partir do mês que vem, quando ele irá acertar as contas com o Caveira Vermelha (a mente criminosa por trás do assassinato). Ou não, quem sabe Brubaker está preparando uma reviravolta ainda maior… Ação constante, roteiro cheio de reviravoltas e excelente arte fazem desta revista uma das melhores séries continuas dos dias de hoje. Ou segundo a IGN, a MELHOR.

O que rola nos cinemas em 2008

Primeira Fila sexta-feira, 28 de dezembro de 2007 – 12 comentários

Última semana do ano, quem sobreviveu a ele pode começar a planejar o que fazer em 2008. Como a coluna é de cinema, nada como comentar que está pra rolar na telona, alguns filmes já despontam como destaques, sempre preconizando que as estréias estão previstas para este ano nos cinemas mas, pode ser que hajam adiamentos conforme a vontade das distribuidoras.

Separei os destaques em 3 categorias com 5 filmes em cada uma delas (se não ficaria até amanhã comentando os inúmeros lançamentos): Filmes do Oscar, aqueles que provavelmente ganharam alguma indicação ao prêmio e, que, começam a estrear por aqui já em janeiro e tem seu ápice em fevereiro; Blockbusters do ano, os filmes de grande orçamento que povoam os cinemas americanos no início do verão deles (apartir de maio até agosto), normalmente, têm estréia mundial; Sucesso ou Fracasso?, os demais filmes, que podem se tornar uma grata surpresa ou um fracasso retumbante;

FILMES DO OSCAR

Onde os Fracos Não Têm Vez, um dos grandes favoritos, projeto dos irmãos Coen (de Fargo e O Amor Custa Caro), com Tommy Lee Jones, Javier Bardem e Josh Brolin. A trama se passa no oeste do Texas, na década de 80, um jovem veterano do Vietnã aproveita uma venda mal feita de drogas para fugir com US$ 2 milhões. Porém, ele será perseguido por dois assassinos indignados e extremamente interessedos no dinheiro.

O Gângster, dos prováveis candidatos foi o que atingiu uma excelente bilheteria, seria o “filme de máfia” do ano com grande produção (direção de Ridley Scott), boa história (baseada em fatos reais) e excelente elenco (Denzel Washington e Russell Crowe). Porém, como Os Infiltrados levou o prêmio ano passado, acredito que isto não se repita neste ano. Na trama, Frank Lucas (Washington) é um motorista de um dos mais poderosos chefes do crime na cidade nos anos 70. Após a súbita morte de seu chefe, Lucas entra na brecha deixada pelo seu ex-empregador e então começa sua escalada até o topo no mundo do crime e das drogas fazendo com que o instintivo policial Ritchie Roberts (Crowe) note uma perigosa mudança de comando no submundo.

Juno, candidato a vaga dos filmes pequenos e independentes (assim como ocorreu com Pequena Miss Sunshine no ano passado), dirigido por Jason Reitman (de Obrigado por Fumar), esta comédia dramática vem ganhando elogios ao contar a história de Juno, uma adolescente que engravida de seu colega de classe. Com a ajuda de sua melhor amiga e o apoio de seus pais, Juno conhece um casal que está disposto a adotar seu filho, que ainda nem nasceu. No elenco, a talentosa Ellen Page (Kitty Pride, de X Men 3 e, MeninaMá.com), Michael Cera (Superbad – É Hoje), Jennifer Garner (da série Alias e do filme O Reino).

Na Natureza Selvagem, Sean Penn volta a assumir a cadeira de diretor (anteriormente, no suspense A Promessa), num drama claramente apoiado no excelente elenco, protagonizado pelo competente Emile Hirsch (de Alpha Dog e do futuro, Speed Racer) e nomes como Marcia Gay Harden, William Hurt, Jane Malone e Vince Vaughn como coadjuvantes. Na trama, o brilhante aluno e atleta Christopher McCandless abre mão de tudo o que tem e de sua carreira promissora. O jovem doa todas as suas economias para caridade, coloca uma mochila nas costas e parte para o Alasca a fim de viver uma verdadeira aventura. Ao longo do caminho, Christopher se depara com uma série de personagens que irão moldar sua vida para sempre.

Desejo e Reparação, candidato á moda antiga, baseado em literatura inglesa, de época e com a direção de Joe Wright (do ótimo Orgulho & Preconceito) repetindo o trabalho com Keira Knightley (Piratas do Caribe) como protagonista. O filme acontece em 1935, em uma mansão inglesa, e gira em torno de uma petulante e solitária adolescente, Briony, que quer ser escritora e que, depois de surpreender sua irmã com o jardineiro, inventa uma história que lhes transformará a vida. A redenção de um acontecimento terrível do passado e o caso da guerra em que se transforma a vida dos personagens é o tema central de sua obra, considerada uma das mais importantes de sua bibliografia.

Blockbusters do Ano

Homem de Ferro
Um dos melhores trailers exibidos neste ano, promete ser uma adaptação de respeito para os fãs do HQ. A produção com direção de Jon Favreau, pelo menos, conta com um elenco que já vale o ingresso, Robert Downey Jr. arrasa já no trailer, Jeff Bridges, Terrence Howard, Hillary Swank, Gwyneth Paltrow e Samuel L. Jackson (como Nick Fury). Para quem não conhece este herói dos HQ, á primeira vista Tony Stark é apenas um playboy bilionário e alcóolatra. No entanto, sob esta aparência esconde-se o Homem de Ferro, um herói capaz de enfrentar o mal espalhado pelo mundo.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
Depois de mais de duas décadas de projetos tentando ressuscitar a franquia, Spielberg (direção), George Lucas (produção) e Harrison Ford conseguiram acertar suas agendas e definiram o roteiro (outro grande problema deste retorno) de David Koepp (responsável pelo roteiro de Homem Aranha). Além de Ford, retorna Karen Allen, mocinha de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida, e estréiam na franquia Cate Blanchett (vilã russa), John Hurt e o novo astro de Hollywood, Shia LeBeouf (Transformers e Paranóia). Sobre a trama, história se passará em 1957, durante o auge da Guerra Fria, e trará o herói vivido por Harrison Ford em uma aventura que incluirá passagens pelo Novo México, Connecticut, México e as selvas do Peru. Já a “caveira de cristal” do título se refere a um artefato inspirado em esculturas de quartzo reais cujos designs supostamente seriam incompatíveis com a estrutura dos cristais, tornando suas origens um mistério.

Speed Racer
Depois de um longo tempo afastados de direção os Irmãos Wachowski, retornam dirigindo esta adaptação dos desenhos. Também chama atenção na produção o elenco com nomes como Susan Sarandon, John Goodman, Matthew Fox (Jack, de Lost) e Emile Hirsch como protagonista. Na trama, Speed Racer é um jovem que sonha em se tornar campeão mundial de automobilismo. Para isso, ele compete em perigosas corridas com seu carro Mach 5, equipado com a mais alta tecnologia.

O Acontecimento
Depois do decepcionante A Dama Da Ígua, M. Night Shyamalan (um dos meus diretores atuais prediletos) volta a investir num suspense intimista que desencadeia eventos maiores. Aqui, o filme é descrito como um “thriller paranóico” sobre uma família tentando sobreviver a uma crise ambiental que representa um enorme risco para a humanidade. No elenco, Mark Wahlberg, Zooey Deschanel e John Leguizamo.

Batman – O Cavaleiro das Trevas
Depois de um recomeço genial, o diretor Christopher Nolan promete uma nova aventura fantástica com o Cavaleiro das Trevas, para isto, volta a contar com Christian Bale e grande elenco, o que promete ser uma grata surpresa é Heath Ledger (o cowboy menos gay de Brokeback Mountain) como o enlouquecido Coringa (as fotos da caracterização são excelentes).Também já se nota no elenco Aaron Eckhart (Obrigado por Fumar) como Harvey Dent, futuro vilão Duas Caras. Na trama, Batman consolida sua luta contra o crime e, com a ajuda do Tenente Jim Gordon e do promotor Harvey Dent, acaba com diversas organizações criminosas de Gotham City. A parceria se mostra eficaz, mas eles logo se deparam com um reino de caos que aterroriza a cidade, gerado pelo genial criminoso conhecido como O Coringa.

Sucesso ou Fracasso?

A Lenda do Tesouro Perdido – O Livro dos Segredos
Esta continuação está aqui nesta lista mais para satisfazer a ânsia fanática do boss, Théo, do que pela dúvida quanto ao sucesso do filme. A Lenda do Tesouro 2 já estreiou nos Eua com uma bilheteria superior ao primeiro, que mostra que a franquia deu certo e virou sucesso. Particularmente, adoro filmes pipoca do estilo “caça ao tesouro” e espero que esta continuação que tem a mesma equipe que o primeiro, com as adições importantes de Helen Mirren (ganhadora do Oscar por A Rainha) e Ed Harris (O Segredo de Beethoven e Show de Truman), seja tão boa quanto o primeiro. Na trama, quando uma página perdida do diário de John Wilkes Booth aparece, o bisavô do caçador de tesouros Ben Gates se vê subitamente implicado como o principal conspirador da morte de Abraham Lincoln. Determinado a provar a inocência de seu antepassado, Ben segue uma série de pistas internacionais que o leva em uma caçada de Paris a Londres e, por fim, de volta aos EUA. Esta jornada leva Ben e sua equipe não apenas a revelações surpreendentes, mas também á trilha dos mais bem guardados segredos do mundo.

Cloverfield – Monstro
Um dos filmes mais comentados deste fim de ano e do qual menos se sabe, graças a uma divulgação diferenciada na internet, quando trailers eram mostrados somente através de personagens utilizando filmagens de câmeras digitais. O que começou sendo conhecido como projeto de monstro de J.J.Abrahms (criador de Lost, na verdade, somente produtor aqui), virou Cloverfield, por aqui ainda ganhou o subtítulo Monstro (damn it), e promete ser o que Godzilla americano, não conseguiu. Na trama, cinco jovens novaiorquinos dão uma festa de despedida para um amigo na noite em que um monstro do tamanho de um arranha-céu ataca a cidade. Contado do ponto de vista da câmera de vídeo deles, o filme é um documento de suas tentativas de sobreviver ao mais surreal e aterrorizador evento de suas vidas.

Jumper
Aventura com cara de Sessão da Tarde e toques de ficção científica conta com a direção do competente Doug Liman (A Identidade Bourne) e um elenco com nomes como Samuel L. Jackson, Jamie Bell (Billy Elliot), Hayden Christensen (o jovem Darth Vader) e a gatinha Rachel Bilson (da série The O.C.). Na trama, um jovem descobre ter o poder de se teletransportar quando foge de seu pai abusivo. Ele parte em busca do responsável pela morte de sua mãe e, no caminho, se apaixona por uma garota e conhece um rapaz com o mesmo poder.

10.000 AC
Filme de ação com incontáveis efeitos especiais, obra do diretor Roland Emmerich (Independence Day), no elenco poucos nomes conhecidos, no máximo o veterano Omar Shariff. A trama se passa na época do título, um jovem que vive em uma tribo primitiva se apaixona por uma princesa que está bem acima de sua “escala social”. Quando os caçadores da tribo são escravizados e a princesa é seqüestrada, cabe ao rapaz entrar em ação para que seu povo não seja extinto. Convenhamos tem cheiro de bomba no ar!

Rambo
Se Stallone foi capaz de ressuscitar Rocky Balboa, conseguirá ele fazer o mesmo por John Rambo (lembrando que as continuações de Rambo conseguem ser piores que as de Rocky)?Pois bem, Stallone tenta a sorte em recriar sua outra franquia, os trailers prometem um filme com bastante ação e pedaços de corpos, mas seria isto o suficiente, o que era interessante em Balboa (o último filme) era o contexto decadente do personagem mas, será que como Rambo, Stallone conseguirá o mesmo efeito. Na trama (se alguém se importa com isto), Rambo está vivendo em Bangkok, onde age como um monge e trabalha consertando tanques e barcos de guerra. Sua rotina muda quando um grupo de voluntários que leva suprimentos para Burma desaparece. Um parente de um dos desaparecidos implora a Rambo que o encontre. Para atender ao pedido, o herói reúne jovens guerrilheiros e inicia a missão.

Crítica – Esquadrão Supremo

Bíblia Nerd quinta-feira, 27 de dezembro de 2007 – 0 comentários
Da Esquerda para a Direita: Nuke, Blur, Zarda, Shape, Hyperion, Emil Burbank, Dr. Spectrum, Inertia, Arcanna, Kingsley e Nighthawk ao fundo.

Continuação de Poder Supremo, Esquadrão Supremo sai de área de desenvolvimento psicológico dos personagens e passar a focar mais a crítica aos EUA. Assim como em Poder Supremo, a revista tem o roteiro escrito por Straczynski e os desenhos feitos por Gary Frank.

Esquadrão Supremo é publicado sob o selo “Marvel Knights”, o que deveria significar que ele é menos violento que seu antecessor. Felizmente, isso não procede. Porém, não espere encontrar conteúdo chulo ou cenas de sexo.

Com Blur, Dr. Spectrum, Power Princess, Inertia e o resto dos novos super-seres da América chamados para o serviço, o governo está pronto para dividí-los em duas equipes, uma pública e uma secreta. Mas Mark Milton, a.k.a. Hyperion, estraga tudo ao entregar os nomes dos super-agentes para o repórter Jason Scott, do Washington Herald (Arauto de Washington). Isso resulta na criação do Esquadrão Supremo, uma desconfortável combinação de heróis públicos e privados, com idéias distintas de como o mundo deve ser salvo.

Quando atividades super-humanas começam a se espalhar pelo mundo, o Esquadrão entra em ação na Ífrica e no Oriente Médio, travando batalhas sangrentas contra seus inimigos e sua próprias emoções. A disputa pelo status de verdadeira Super-Potência começou, e uma nova ordem mundial está por vir.

Enquanto a equipe se ocupa com seus inimigos e consigo mesma, Mark continua avançando em seus planos de dominação global, e pode decidir tomar controle da situação a qualquer momento. Mas seu próximo passo pode ser justamente o que o vigilante humano Nighthawk está esperando…

Assim como Poder Supremo, Esquadrão Supremo também deu luz á uma mini-série, sendo esta “Supreme Power: Hyperion vs Nighthawk”. Ao ler a frase anterior, você provavelmente pensou “Se a mini faz parte da cronologia do Esquadrão, porque tem Poder no título?”. Confesso que eu não faço idéia. Independente do título, Hyperion vs Nighthawk se passa após a quinta edição de Squadron Supreme, e mostra um detalhe interessante sobre os poderes de Mark.

A revista está parada na sétima edição, e os fãs aguardam sua continuação desde o ano passado. Não se sabe o motivo do atraso, mas creio que JMS e Frank voltem á ativa no começo de 2008. A edição oito estava prevista para Novembro deste ano (segundo o catálogo oficial da Marvel), mas… Vocês sabem.

Gostou de Poder Supremo? Está curioso para saber como e quando Hyperion irá se rebelar contra a humanidade? Então acho que você tem como obrigação ler as histórias do Esquadrão. A publicação brasileira também foi na Marvel MAX, da Panini.

Momento Cultural: Capa do Esquadrão original de Roy Thomas

A vergonha de mostrar livros

Analfabetismo Funcional quinta-feira, 27 de dezembro de 2007 – 11 comentários

Pessoas carregando livros por aí é algo difícil de se ver, a não ser que você me veja todo dia. :heh: Leitura é algo desde muito cedo ensinado as pessoas que é algo chato, difícil de entender, mas como disse na semana anterior, é só por questão de costume que você acha a sua própria literatura, o gênero que você goste.
Seja por vergonha, ou por medo de que vejam, os livros em uma casa nunca tem o destaque que merecem. me diga quantas casas que você visitou que tinham livros espalhados por todo canto, ou arrumados em uma prateleira? É claro, a bíblia não conta todo mundo tem uma. se respondeu pelo menos uma, pelo menos você conhece alguém que sabe apreciar o que tem. Livros tem todas as suas peculiaridades, como aqueles de vários volumes. Até mesmo enciclopédias tem suas lombadas padronizadas para que, se colocadas lado a lado, possam ser decorativas. Não estou falando pra usar livros para decoração, pois não há nada mais frustrante do que chegar numa casa, ver que tem na prateleira um volume de Contos Inacabados, perguntar se a pessoa gostou, e ela revelar que nunca o abriu. Foi assim que consegui bons livros, afinal, se ela nem tinha lido o livro, não iria sentir falta se eu pegasse ele da prateleira sem ela ver, e nunca devolvesse.
Enfim, voltando a se focar no assunto do texto. Parece que pessoas não mostram os livros que possuem porque acham que eles não combinam com ela. ninguém vê um marceneiro andando por aí com um O Estranho no Espelho debaixo do braço, mas não quer dizer que ele não tenha lido esse livro.
Nas sebos que freqüento, a maioria das pessoas ficam nas seções de revistas e de gibis, somente alguns poucos é que se arriscam a ir pro lado dos livros, mas porque estão procurando algo barato. Eu vou toda semana a pelo menos 5 dessas livrarias, pra ver se encontro algo interessante, e sempre acho alguma coisa que não estava lá em minha última visita.
E como estou percebendo que está difícil de se focar no assunto dessa coluna, tentarei ser o mais breve possível daqui em diante.
Perguntando pra algumas pessoas, descobri que as que lêem não carregam os volumes por aí por um simples motivo: o peso. Ok, alguns livros chegam a pesar até 800 gramas, e se for carregar por aí é realmente cansativo, mas já que é esse o problema, porque não escolher alguma literatura mais leve? Vou me repetir dizendo isso, mas o que há de melhor pra se carregar por aí são os Pocket books, aqueles pequenos, que se encaixam perfeitamente em seu bolso, com duplo sentido.
se você não tem como fazer uma prateleira pra seus poucos livros, improvise. Nada de empilhar tábuas em cima de tijolos, é pra improvisar, mas vamos fazer algo que presta. Se seu problema é espaço para deixar eles, Só deixar eles empilhados em uma mesa, fica um coisa legal até. se quiser fazer mais bonito, vários sites mostram diferentes projetos de como “empilhar” seus livros de maneira artística. Aqui temos um bom exemplo, que ficaria legal em qualquer canto da casa:

fica até que legal, e se olharem, pode ser até que tentem imitar. outra maneira interessante para guardar livros é essa aqui, que pretendo fazer a algum tempo, mas me falta coragem pra estragar algum volume:

Resumindo bem por cima tudo o que eu disse: se o seu problema é revelar a todo mundo que você tem livros, e correr o risco de que te chamem de Nerd, a melhor maneira é mostrar que os possui de uma maneira diferente, como as demonstradas acima. Agora é com você, vai continuar a deixar eles mofando no fundo de uma gaveta, ou irá mostrar a todo mundo sua pequena coleção? fica aí a sugestão.

Mais do que um jogo

Nerd-O-Matic quinta-feira, 27 de dezembro de 2007 – 14 comentários

“Por que o nome dessa semana para a coluna?”, você se pergunta; por que “mais do que um jogo”?

Porque de vez em quando, muito de vez em quando mesmo, nos deparamos com algumas coisas nos vídeo-games que são exatamente isso: mais do que um jogo. Chama-los de “obra de arte” é exagerado em alguns casos, e ainda se discute o status dos jogos como criações realmente artísticas, então não quero tocar nesse assunto agora.

Mas o fato é que muitas vezes botamos lá um cartucho, cd ou dvd pra rodar, e acabamos envolvidos por uma seqüência de acontecimentos na tela, por uma narrativa, por uma experiência, que fazem a gente se desgrudar do mundo por um tempo, que nos absorvem, que propõem uma realidade diferente daquela que conhecemos. Certos jogos nos pegam de surpresa: você olha a capa, dá uma sacada em uns screenshots, mas quando pega o negócio pra jogar mesmo, vê que nada poderia te preparar para aquilo que você jogou.

Bom, vou começar a exemplificar agora, para as coisas ficarem mais claras e pra vocês não acharem que eu SEMPRE escrevo bêbado. Vamos pegar um jogo relativamente conhecido, e que já citei por aqui.

Shadow of the Colossus

Faz dois anos que joguei Shadow of the Colossus, e ainda continuo surpreso por um jogo desses ter sido lançado no mercado. Vejam, é um jogo praticamente sem história, sem um personagem super-poderoso, sem power-ups, sem vídeos alucinantes, sem música arrebatadora, sem NADA quase, porra. Shadow of the Colossus não se utiliza de nenhum dos recursos que normalmente fazem o apelo comercial de um jogo, e não sei como os executivos com o rabo cheio de dinheiro da Sony aprovaram o lançamento dessa parada.

O jogo começa e você vê que tem uma mulherzinha desmaiada ou morta, sei lá. Aí vem uma luz, e uma voz te diz que você tem que matar um monte de colossus. TEM QUE MATAR, não pergunta por quê. Você tem uma espada de hobbit, um arco vagabundo e é isso aí. Te vira, maluco. Seja um McGyver.

Tu tem um cavalo também. Um dos cavalos mais realistas que já vi num jogo. Melhor que a Epona do Zelda, é impressionante. E tu vai depender muito desse cavalo, porque cê vai andar pra cacete até achar alguns dos colossus, então nem pense em ir a pé.

Cada colosso mora lá na casa do caralho.

Mas então, tu tem que passar o cerol num colosso, que a essa altura você não tem a menor idéia do que seja. Beleza. Aí tu sai do templo, levanta sua espadinha vagabunda em direção ao sol, e o reflexo vai te dar uma direção genérica de onde o bicho tá. Quando você sai do templo, você vê um MUNDO inteiro á tua volta; o jogo só tem um cenário, e ele é gigantesco. Pra cada lado diferente vai ter um colosso, e tu vai ter que ir atrás de um por um.

Foi aqui que eu comecei a sacar que esse jogo era meio diferente; subi no cavalo, fui pro lado que a luz indicava, mas na prática eu não tinha a menor idéia de pra onde estava indo. Lógico que eu já joguei vários títulos onde eu tinha que andar num mapa procurando alguma coisa, mas aqui é diferente. Pra começar, você não tem um mapa com as localizações de cidades, pontos de interesse, cavernas e etc. Eu confesso que foi foda lidar com uma busca de algo sem ter um mapinha com uma flecha apontando pra onde você tem que ir, como Grand Theft Auto ou Medal of Honor. A gente realmente se acostuma a ser tratado como um imbecil pelos jogos.

Ok, sobe no cavalo e segue pra direção genérica. Me diga qual foi o último jogo que você jogou onde você passa MINUTOS INTEIROS cavalgando sem porra nenhuma acontecendo á sua volta? Sem um inimigo pra matar, sem uma árvore pra escalar, sem um baú pra abrir? Sem uma porra dum passarinho assobiando, cara? Lembro de ir cavalgando, olhando pro cenário e pensando se tava fazendo alguma coisa errada, porque nada acontecia no jogo.

Pra que lado mesmo?

Fui indo, indo, e dei de cara com uma parede de rochas. Show. E agora, motherfucker? Dá-lhe descer do cavalo e ver qual é. Aí o jogo te ensina uns comandozinhos básicos de como escalar paredes, pular entre rochas, se pendurar em brechas de penhascos e essas coisas. Nesse ponto tu começa ver o esforço dos desenvolvedores para montar um personagem realista, sem nada de sobre-humano. O protagonista do jogo é o que a gente chama aqui no sul de “um guri de bosta”. Esqueça Kratos do God of War, aqui você é um adolescente com o preparo físico de qualquer colegial que só faz aula de educação física e joga um futeba no fim-de-semana. É como se você estivesse dentro do jogo. Você tem que admirar a inteligência dos desenvolvedores, porque o protagonista faz pouco mais do que você mesmo conseguiria fazer na situação dele. O guri tropeça, cansa, ofega quando corre demais, cai de lado e tudo o mais. Genial, cara. Identificação imediata com o bando de jogadores sedentários que compõem o público do jogo.

Bom, depois que você se acostuma com os comandos e termina de escalar o rochedo, você chega num platô, onde você finalmente tem o encontro com o seu primeiro colosso. É um bicho humanóide, enorme, feito de pedra e mato. O bicho é totalmente NEUTRO, não tenta te atacar nem faz gestos ameaçadores em sua direção, se você ficar na tua. Como assim, não vai me atacar? Ainda por cima, ele não tem cara de mau. Como disse o Piratão:

Agora, Shadow of the Colossus é uma ode ao sadismo. O colosso tá lá, quieto, na dele, aí cê sobe no bicho e começa a FURÍ-LO. Que é que ele faz? NADA.
Tá certo, tem uns dois ou três que tentam te furar de volta, mas a maioria é DóCIL demais pra tentar qualquer coisa. São só pobres almas sendo atacadas cruelmente pelo moleque e seu cavalo.

E é mais ou menos assim que você se sente durante o jogo todo. Você fica pensando se precisa mesmo matar o bando de bichos, que não fizeram nada pra você além de existir. Já pensou nisso? Sobre como você, que se considera tão civilizado e cristão não precisa de um mísero motivo pra matar, a não ser uma voz que te diz pra fazer isso? Porra, em Metroid, em Call of Duty, até nos jogos do Mario, você SABE por que está passando fogo em geral: porque eles SÃO DO MAL, mano. Mas e aqui? Como que você faz pra justificar pra você mesmo os seus atos?

Vou te furar só porque você é grande e feio, mano.

Na verdade a sensação vai piorando durante o jogo, porque vai fazendo cada vez menos sentido ir detonando os bichos. Lá pelo quarto ou quinto você já tá com pena dos desgraçados. Eu nunca tinha sentido isso num jogo. Mas pode ser só a idade que está me deixando mole, não sei.

Mas o que importa é que o jogo desperta esses sentimentos, entende? Ele te faz pensar, e considerar seus atos. Porra, isso é mais do que um jogo. Ou vai dizer que você fica pensando sobre cada soldadinho nazista que cai no Medal of Honor?

Mas ok, continuando. Você tem que acabar com a raça do colosso. Levanta a espada de brinquedo de novo, e ela vai iluminar um ponto frágil no bicho, onde você vai ter que enfiar sua espada repetidas vezes, até o bicho dar um puta gemido e cair. As batalhas são intensas, pra contrastar com a tranqüilidade até chegar nelas. O bichão se contorce, balança e tenta te tirar das costas dele de qualquer jeito. Você fica lá feito uma pulga num cachorro, se segurando e sacudindo de um lado pra outro. Chega uma hora que você finalmente derruba o bicho, e é quase inacreditável que um bosta como você tenha conseguido derrubar um negócio daquele tamanho. Aí você desmaia e vai parar no templo de novo. Tu acorda e logo fica sabendo que tá na hora de ir matar o próximo colosso, enquanto a sua mina continua meio morta lá.

Bichos cada vez maiores pra você furar o bucho.

O jogo inteiro é isso. Sem reviravoltas mirabolantes, sem pegar novas espadas ou armaduras, sem conhecer personagens novos, sem trocar uma idéia com o carinha do item shop. E sem saves, o jogo salva automaticamente pra você, depois de cada colosso morto.

Quando eu entendi que o jogo era só isso, foi quando eu entendi que o jogo não era pra ser jogado, numa sucessão de desafios a serem vencidos pra chegar ao fim. Eu entendi que cerne do jogo era a experiência de jogar. Por isso o cenário sem distrações, as longas cavalgadas até achar cada colosso, o tempo de reflexão para decidir como chegar em cada bicho, o dilema moral de matar uma criatura que não fez nada pra você. E a incerteza do que acontece no fim do jogo.

Isso é mais do que um jogo, é um filme, um drama, um épico que você vai fazendo acontecer com o seu joystick e com suas ações. O ritmo de jogo é diferente do que estamos acostumados. É contemplativo, te dá tempo pra pensar e escolher o que fazer. Não existem estatísticas, barrinhas de tempo, level, xp ou qualquer outra coisa que te distraia ou estabeleça outros objetivos. Tudo é muito simples. Um jogo pra ser sentido.

Sinto que esse aqui que tá voando vai ser um pouco mais difícil de abater.

E é por causa desse tipo de jogo que eu continuo jogando, e agüentando os Need for Speed e os Fifa que tem por aí. No meio de uma caralhada de jogos repetitivos, aparecem essas jóias de vez em quando, que imediatamente se elevam sobre os demais jogos, e se tornam o que eu falei lá no começo: mais do que um jogo, uma experiência.

Crítica – Poder Supremo

Bíblia Nerd quarta-feira, 26 de dezembro de 2007 – 1 comentário

Um bom número de nerds deve conhecer o roteirista J. Michael Straczynski por causa de seu trabalho no seriado de ficção científica Babylon 5. Outros devem conhecê-lo pelo seu trabalho na Marvel (Fantastic Four, Silver Surfer, Amazing Spider-Man, entre outros), como é o meu caso. Gary Frank, desenhista, fez seu currículo na Marvel desenhando o Incrível Hulk, os Vingadores e alguns títulos dos X-Men. Straczynski e Gary Frank já trabalharam juntos antes em Midnight Nation (título de autoria de Michael) pela Image Comics. Mas esqueça tudo isso, pois Poder Supremo (Supreme Power) é sem dúvida a obra-prima da dupla. Publicado pela Marvel com o selo MAX, está entre as emlhores hqs que já li.

Basicamente, este é um remake do Esquedrão Supremo clássico, criado por Roy Thomas para ser a versão Marvel da Liga da Justiça. Mas não se engane. Fora os poderes dos personagens, Poder Supremo não lembra em nada o grupo da DC. Eu nunca tinha visto super-seres sendo abordados de forma tão adulta e realista (isso levando em conta que Watchmen só tinha um personagem com poderes), sendo claramente uma crítica á supremacia yankee. “Nip, e quanto á Heroes?”. Heroes é chato, e Jeph Loeb é um imbecil.

A hq se passa no Supremeverse, ou Terra-31916 se preferir. A trama se inicia com uma nova versão do que seria a origem do Superman. Após cair na Terra, a nave em que o bebê alienígina estava foi encontrada por um casal incapaz de ter filhos. Eles levam o bebê e a nave para casa, mas logo são abordados por agentes do exército americano. A criança e a nava são levadas até um laboratório militar, onde passam por uma série de teste para se descobrir de onde eles vieram. Nada é descoberto. Nada além da incrível resistência e força do bebê. O presidente dos EUA enxerga a criança como uma oportunidade de aumentar o poderio do exército, e dá início ao projeto “Hyperion” (homenagem ao Titã grego).

O bebê é levado a uma base militar especialmente construída para simular uma fazenda, e um casal de agentes do FBI é chamado para a difícil missão de criar o garoto. Hyperion, agora batizado de Mark Milton, cresce sob a ilusão de que aqueles eram seus pais verdadeiros. Com o tempo, Mark descobre que não possui apenas super-força e invulnerabilidade, mas também visão de raio-x, super-velocidade, visão e audição extremamente aguçadas, voar e disparar um tipo de laser pelos olhos, poder que acabou sendo chamado de “visão de calor”, por causa de sua aparência e efeito. Mark é o “americano” perfeito, e é virtualmente imbatível.

Mas Hyperion não é o único com super-poderes. Novos super-seres vão sendo descobertos ao redor do mundo, e todos eles parecem misteriosamente relacionados á chegada de Hyperion na Terra. Serão eles amigos ou inimigos? E a situação se complica ainda mais quando Hyperion se cansa de ser o fantoche dos EUA…

Poder Supremo é composto de 3 arcos de 6 edições cada (totalizando 18 edições), e desembocou em três mini-séries e um novo título, continuando de onde Poder Supremo acaba. Cada mini é protagonizada por um dos personagens-chave (Hyperion, Dr. Spectrum e Nighthawk). A de Dr. Spectrum se passa entre os eventos de Poder Supremo, enquanto a de Nighthawk é apenas uma aventura extra, mostrando a versão “Supreme” do Coringa. Já a de Hyperion é continuação direta de Poder Supremo, e prelúdio para Esquadrão Supremo (Squadron Supreme), ainda em andamento. Ah, não confundam o Esquadrão de agora com o que eu citei no começo do texto, ok?

Os desenhos de Gary Frank são muito bons e retratam com excelência os uniformes e personagens. Fazendo uma comparação, é como Bryan Hitch em The Ultimates 1 e 2. Mas a arte não irá parecer tão incrível se você já leu Midnight Nation (o protagonista parece muito com Spectrum).

Poder Supremo é uma ótima revista, e se tornou uma ótima série. Quem gosta de super-heróis DEVE ler esta revista. Quem não curte ver homens usando spandex enquanto se espancam, pode mudar de idéia caso dê uma chance á revista. Aqui no Brasil, Poder Supremo foi publicado na mensal Marvel MAX, da Panini e pode ser encontrado em sebos ou na internet. A saga de Hyperion continua amanhã, quando resenharei Squadron Supreme.

Por que New Emo?

New Emo quarta-feira, 26 de dezembro de 2007 – 9 comentários

Acho que ninguém fez essa pergunta ainda. Pelo menos pra mim. Bom, só acharam o nome feio. Enfim, ele tem uma explicação.

Quando o AOE era blog, o movimento emo estava em alta. Então, aproveitando o fato de que sempre um estilo novo surge, com um “new” na frente, decidi ser mais rápido e chutei o balde, satirizando o que estava por vir. Até então não veio, tudo que conseguimos foi usar o nome pra essa coluna. A sátira você pode ler aqui, mas eu vou reviver ela AGORA.

Ei, você. Sim, você mesmo. Tá cansado de apanhar? Tá cansado de usar maquiagem, ou de ter que fazer chapinha todos os dias? Que BOM que você veio parar aqui, rapaz. Chega de tudo isso, é hora de inovação.

O que é NEW EMO?
Não sei. Bom, New Emo se trata de uma EVOLUÇÃO do “movimento” emo. E quando eu falo de EVOLUÇÃO (repare nas maiúsculas), eu falo de evolução MESMO (mas uma vez, maiúsculas). Ser New Emo é poder abrir o zíper, bater o pau na mesa e falar bem alto: UMA RODADA DE SALAME PRA GALERAAA!!!

Já explico.

Como se veste um New Emo?
Quem aqui falou em roupas? Porra, roupa só serve pra dar mais trabalho pra brincar de papai new emo e mamãe new emo. É só um acessório, mais nada. Você não reconhece um New Emo pela roupa, não tem jeito. Um executivo, ou até mesmo um mendigo pode ser um New Emo, você nunca saberá ao certo. Aliás, saberá se você também for um New Emo, e eu não sei por que você ainda não é.

Nem o Bin Laden sabe. Ou…?

O que os New Emo fazem?
Qualquer coisa, ué. O que você esperava? Que eles praticassem passeatas a favor da castidade em cd’s virgens e excursões para churrascarias light? Não, New Emo não têm obrigação alguma em fazer algo. Aliás, têm sim: New Emo sempre se diverte, cês precisam ver.

E não tem nenhuma obrigação MESMO?
Bom, na verdade tem sim. New Emo não vota no Lula.

– New Emos sabem como aproveitar uma praia. Hihihi.

O que um New Emo escuta?
Caraleo, que merda de pergunta é essa? Escutam o que gostam, po. Se um gosta de Calypso e o outro gosta de… Led Zeppelin, infelizes sejam eles. A maioria, pelo lado “sentimental”, escutam músicas mais “tocantes”. Exemplos? Bom, podemos citar músicas como One, do Metallica; Chop Suey!, do System Of A Down; Mercedez Benz, da Janis Joplin (quem nunca se comoveu de RAIVA ouvindo essa música?); Cemetery Gates, do Pantera; Chico Mineiro, do Tonico E Tinoco… essas coisas nas quais você até pode se identificar, conhecer alguém que se identifique ou até mesmo ficar com pena do ocorrido, contado na música. É, New Emo gosta de música, tanto que acabam “participando” delas. É como ler um livro e mergulhar na história, mas isso é perca de tempo. Ouvir música e pegar alguém sim, é interessante.

O que eu preciso ter/fazer pra ser um New Emo?
Primeiro você precisa ser quente. Depois, você deve ter um pingo de sentimentalismo, olha só que coisa meiga. Mas nada de parar de comer carne porque os bichinhos sofrem, parar de cagar porque seu cu dói ou deixar seu vizinho ouvir Funk todos os dias só porque ele tá se divertindo. Acredite, é mentira. NINGUÉM se diverte ouvindo Funk. Mas enfim, o “Emo” não tá no nome só pra enfeitar. Como vocês sabem, Emo é uma abreviação para “Emotional”, o que significaria “Emocional”. Então, seria “New Emotional”, “Emocional Novo”? Nah, New Emo algum se importa com traduções. É só um nome bonitinho, mas tem seu significado sim: New Emo que é New Emo fica bem só de fazer alguém rir, por mais que a piada seja uma bosta, veja só você. E nem que seja matando uma barata ou comprando a camisinha certa; New Emo liga para certos valores sentimentais deixados de lado hoje em dia. New Emo é o que o mundo precisa pra ser salvo. Nem que nos mudemos pra Marte.

De onde surgiu tudo isso?
De uma mente corrompida e doentia como a minha. Aliás, da minha mente. Como não tem graça nenhuma chorar o dia inteiro, vi mais graça em criar algo engraçado pra fazer alguém rir, o que é bom pra mim. Emo gosta de chorar, Punk gosta de reclamar, Metaleiro gosta de usar calças apertadas… New Emo só não é funcionário público porque já inventaram esse nome antes de mim, então deixa pra lá.

Resumindo, qual é a ideologia?
Porra, ainda não entendeu? Todo mundo reclama que Emo só sabe chorar, né? Então, New Emo não é de chorar. Se alguma coisa dá errado, o New Emo conserta. Ou parte pra outra, é simples. Procês que dizem que Emo é uma “apologia a tristeza”, New Emo não tem nada a ver com isso, já que emoção não remete a tristeza. Eu poderia dizer que Jerry Seinfeld é New Emo, mas ele não tá nem aí pra isso. E isso tudo aqui já tá me comovendo, vou ler um gibi do Cascão. Aliás, New Emo toma banho, que fique bem claro.

E o lance do salame?
Salame é uma boa pra acompanhar uma cervejinha, não acham? Então, se vocês preferem azeitona, que seja. Eu prefiro salame. E com um limãozinho, por favor.

Isso é um limão.

Ser New Emo é ser amigo dos cobradores e motoristas de ônibus, afinal, New Emo nunca sabe qual é o ponto de ônibus certo pra se parar. Também não sabe qual ônibus pegar e nem explicar pra onde vai, mas isso é outra história. Enfim, New Emo é como Matrix: Liberte sua mente e seja mais criativo que eu, que não consegui fazer uma comparação decente e to enrolando até então. Todo mundo quer ser New Emo, mas poucos conseguem ser. E você, já tentou ser New Emo hoje?

É isso. É claro que hoje em dia eu mudaria boa parte do que foi dito, mas não me envergonho do texto. Muita gente levou a sério e até se revoltou. Mas o que fazer com essa gente, né?

O Que Assisitir Durante a Greve?

Sit.Com terça-feira, 25 de dezembro de 2007 – 2 comentários

A situação dos série maníacos é delicada, no início de janeiro a greve dos roteiristas irá completar dois meses, com isto a maioria das séries americanas que se encontra parada desde então, estarão exibindo seus últimos episódios produzidos. Digo isto, tendo como parâmetro a temporada americana, por aqui sentiremos as conseqüências da greve um pouco mais adiante. Das séries que já não possuem mais episódios para serem exibidos se encontra: The Office, Private Practice, Pushing Daisies, só para citar algumas.

Em janeiro algumas séries retornam para exibirem seus últimos episódios inéditos, entre elas, CSI (dois episódios), Desperate Housewives (um episódio), Grey’s Anatomy (um episódio), House (três episódios), entre outras.

Então desde este momento até meados de janeiro, ou em caso da greve não terminar, de janeiro em diante, há tempo de sobra para conhecer ou recuperar o tempo perdido com outras séries, ou então vai ler um livro, assistir filmes, sair com os amigos, etc. Os série maníacos com certeza escolherão a primeira opção, buscar séries para ocuparem este tempo vago. Abaixo algumas das minhas opções para este período, que se não acabar logo, estarei assistindo todas as temporadas de Smallville ou Ghost Whisperer.

Última opção para satisfazer o vício

The Sopranos

Série mais do que consagrada, eleita uma das melhores da televisão de todos os tempos, mas como era exibida pelo canal HBO, sempre ficou afastada das minhas prioridades. Com seu término neste ano, sexta temporada, resolvi buscar a série (tinha assistido algum episódio aleatório dublado no SBT), desde o princípio, a maratona vai ser grande, porém promete, pelo pouco que pude ver. Para quem não conhece, The Sopranos, ou Família Soprano, tem como referência os filmes de gângsters (Os Bons Companheiros, por exemplo), mostra a vida e os dramas existenciais de Tony Soprano (James Gandolfini, fantástico), um poderoso chefão da máfia contemporânea de Nova Jersey. Com tantas pressões, nos negócios e em casa, e sofrendo com a presença marcante sua mãe, decide que precisa de ajuda médica e procura a psiquiatra Jennifer Melfi (Lorraine Bracco) para sessões de terapia. Tony Soprano é casado com Carmela (Edie Falco, outro destaque) e pai de Meadow e do problemático adolescente Anthony Jr.

Considerada imperdível pela crítica

Mad Men

Esta é a primeira série do canal á cabo AMC, vai ganhar minha atenção devido ás inúmeras indicações que recebeu no Globo de Ouro e no SAG (prêmio anual do sindicato dos atores). Dizem que a série é muito bem produzida, no entanto, demora um pouco a engrenar, vamos conferir qualquer coisa, dou um toque aqui no SitCom. Para quem nunca ouviu falar em Mad Men ela se passa nos anos 60, onde o universo publicitário estava uma loucura, você irá conhecer a história de Don Draper que trabalha para uma das principais agências publicitárias da Madison Avenue. Ele tem que lutar dia-a-dia contra seus companheiros da agência Sterling Cooper Advertising vendendo e convendo seus principais clientes de que suas idéias são as melhores e mais bem elaboradas. Um de seus clientes a companhia de cigarros Lucky Strike vive uma intensa crise de vendas já que os primeiros casos de câncer pulmonar estavam acabando com a imagem dos cigarros. Don então tem que encarar o problema e criar uma nova idéia algo para converser o publico de que os cigarros trazem algo a mais para a vida das pessoas.

Vamos ver a série convence

Entourage

Na verdade, esta série estou assistindo há alguns meses, estou terminando a segunda temporada (a série em 2008 exibe sua quinta temporada), é uma comédia divertida e bastante curiosa para quem conhece os bastidores de Hollywood. A série mostra a vida de um ator nova-iorquino em ascensão que se muda para Hollywood ao lado de sua “entourage”, seu grupo de amigos de infância atrás de fama, festas e mulheres. Um dos destaques desta série são as participações muito especiais de personalidades interpretando elas mesmos, como James Cameron, Jessica Alba e Mandy Moore.

Diversão garantida

Saving Grace

Série recente, estreiou em setembro, também, na tevê a cabo americana, apesar de ser um drama criminal, com direito a fórmula semanal, Saving Grace é curiosa pois gira em torno de uma detetive de Oklahoma de comportamento autodestrutivo, que vê sua vida mudar quando recebe a visita de um anjo de verdade. Além da presença de Holly Hunter, vencedora de um Oscar por O Piano, a série tem no elenco Leon Rippy (Deadwood), Laura San Giacomo (Just Shoot Me) e Kenny Johnson (The Shield).

Série que só pela protagonista já vale uma espiada

ReGenesis

Esta é única e, exclusivamente, uma curiosidade minha devido a minha formação na faculdade (a quem possa interessar, sou farmacêutico-bioquímico). ReGenesis é uma série canadense (sim, eles também fazem séries), tem seu foco principal no Dr David Sandstrom, renomado geneticista e chefe dos cientistas do NorBAC, laboratório Canadense de pesquisa médica. Ele é aficcionado pelo vírus da gripe espanhola, doença que matou milhares de pessoas em 1918, na primeira temporada há a presença da, ainda, desconhecida Ellen Page (provável candidata ao Oscar de melhor atriz neste ano pelo filme Juno, e com participaçõs em MeninaMá.com e X-men 3, como Kitty Pride). A série já está em sua terceira temporada e pode, também, agradar os fãs de filmes como Epidemia.

Curiosidade profissional

Como última coluna do ano, desejo que 2008 seja um ano com séries excepcionais para todos leitores do SitCom.

Resenha – O Sobrevivente

Cinema domingo, 23 de dezembro de 2007 – 2 comentários

Olha! Se tem um ator que, atualmente, se entrega fisicamente aos personagens como ninguém, este é Christian Bale. Deve ter estudo na mesma escola de Robert DeNiro e Tom Hanks, o rapaz, que atualmente, é o héroi mascarado Batman (inclusive do filme que saíra em 2008), surge esquelético, mais uma vez, em O Sobrevivente, drama baseado em fatos reais dirigido pelo famoso documentarista Werner Herzog (ok, você não deve conhecê-lo mas, este cineasta alemão é super reconhecido mundialmente). Herzog, inclusive, já realizou um documentário desta mesma história na década passada, seu último filme foi o excelente documentário O Homem Urso, aqui o cineasta aposta num clima mais intimista e contemplativo, lembrando o trabalho de Terrence Mallick em Além da Linha Vermelha.

O filme conta a história do piloto Dieter Diegler (Bale), um germano-americano que é abatido e capturado no Laos durante a Guerra do Vietnã. Aprisionado junto a outros americanos, Dengler organiza uma fuga suicida para um pequeno grupo de prisioneiros. Pode até parecer um daqueles filmes sobre fuga e perseguições, no entanto, Herzog realiza sim, um filme que mostra o conflito Homem e Natureza, em momento algum os eventos da Guerra propriamente dita são relevantes na trama, muito pelo contrário, além do desgaste de Diegler e seus colegas aprisionados, a trama retrata o abandono no qual se encontram os cárceres, incluindo a falta de comida e as poucas condições de sobrevivência dos mesmos.

Bale e Zahn escondidos na mata

O que mais chama a atenção é o retrato da região, o filme foi realizado na Tailândia, e em todos os momentos, a selva parece ser a verdadeira prisão para os personagens por toda a sua grandiosidade e densidade. Além disso, Herzog é muito cuidadoso, junto com os atores, na construção dos personagens, Christian Bale, que parece adorar desafios físicos, cria um figura de Dieter na selva quase tão cadavérica quanto o insone personagem de O Operário. Os coadjuvantes Jeremy Davies (na foto abaixo, ator em breve estará na quarta temporada de Lost) e Steven Zahn (na foto acima, para mim a grande surpresa, este ator de comédias idiotas sendo muito bem aproveitado), são uma exemplificação do desgaste psicológico, além do físico, dos prisioneiros. Uma pena o filme se entregar a uma ladainha militar, claramente emotiva, no momento de resgate do personagem, destoando do que vinha sendo exibido até então.

Davies: Amor pela Arte

confira

quem?

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