O nome já diz tudo. Rage Against the Machine é pura fúria. O melhor do punk, do funk, do heavy metal e do hip hop misturados, como um molotov na cara da política. O vocal raivoso de Zack de la Rocha junto aos efeitos sensacionais da guitarra de Tom Morello, o baixo marcante de Tim Commerford e a bateria furiosa de Brad Wilk funcionam muito bem com as letras revolucionárias e políticas da banda. É a prova irrefutável de que a revolução raivosa pode ser bem mais do que aqueles “odeie o sistema” vazios que se ouve em tudo o que é buraco por aí. É a fúria sonora mirando no coração da política do controle de massas. Uma bota na cara dos porcos no poder. E um som do caralho! Come wit it now, motherfuckers!
Bulls on Parade, do segundo disco dos caras, Evil Empire
Vou lhes contar como tudo começou. Em meados de 1991, lá estava Morello, pouco depois de sair de sua banda, Lock Up, ouvindo um chicano louco pirar tudo no rap freestyle. Depois de dar uma olhada nas letras do cara, Morello pensou “maluco! é ISSO que eu tava procurando!”, e chamou o cidadão pra formar uma banda. Esse era Zack de la Rocha, que havia começado com o freestyle depois que sua antiga banda de hardcore punk, Inside Out, terminou.
Zack passou por uma vida complicada, se irritando primeiro com seu pai, Roberto, um fanático religioso que sofreu um colapso nervoso, levando seu fanatismo ao extremo. O cara resolveu que devia destruir toda a arte que tinha feito, e quando o filho o visitava, o fazia ficar de jejum, sentado, com portas e janelas fechadas pelo fim de semana todo, destruindo quadros. Piração total pra cabeça de qualquer um, mas se mudar com sua mãe para Irvine não ajudou em muito. Lá, no meio de um monte de brancos racistas, Zack sentiu na pele o preconceito. E foi cantando que o cara conseguiu expulsar toda a sua raiva. E, convenhamos, o cara sabe encaminhar sua raiva melhor do que muitos dos furiosos mais ilustres que já se viu, como G.G. Allin, por exemplo.
Pra completar a coisa toda, Zack convenceu Tim Commerford, seu amigo de infância, a tocar baixo, enquanto Morello trouxe Brad Wilk, que tinha tentado ser baterista da Lock Up, sem sucesso. A combinação dos caras deu tão bem que a banda só teve uma formação. E eles conseguiram chamar a atenção das gravadoras bem rápido. Foi com a Epic Records que os caras assinaram contrato, e, pra felicidade de muita gente hoje em dia, os caras da gravadora não podaram em absolutamente nada a banda. Com liberdade total pra chutar o balde, os caras mandaram ver e fizeram esse som do caralho que todo mundo conhece hoje. E desde o começo os caras já caíram matando com as letras revolucionárias, como você confere no clássico Killing in the Name, do primeiro álbum dos malucos:
No segundo disco, Evil Empire, a Fúria aumentou ainda mais, bem como as peculiaridades do som do Rage. Morello mudou completamente seu estilo na guitarra, passando dos tappings e palhetadas rápidas pros efeitos completamente bizarrões conhecidos no RatM. Scratches lembrando o trabalho de DJs e sons mais do que completamente distorcidos sempre marcaram os solos do RatM, e fizeram de tom Morello um guitarrista realmente único. O som dos caras continuou assim, empolgante e misturado pra cacete, no terceiro álbum da banda, The Battle of Los Angeles.
“Me queimo mesmo, maluco! Tô puto!”
A polêmica, sempre presente em toda a história da banda, certamente continuou. Por exemplo, a apresentação de duas músicas da banda no Saturday Night Live, em abril de 1996, foi reduzida a uma, graças á “homenagem” ao candidato Republicano á presidência, Steve Forbes, que foi o anfitrião do show naquela noite: Bandeiras americanas penduradas de cabeça pra baixo nos amplificadores do Rage. Em 97, a banda abriu os shows da turnê do U2, e todo o lucro dos caras foi mandado pra organizações como a Women Alive e o EZLN. Várias vezes a polícia quis, sem sucesso, cancelar os shows da turnê do RatM com o Wu-Tang Clan. Rally ‘round the family, pocket full of shells. Mas eu creio que seja bom dar um destaque á gravação do clipe de Sleep Now in the Fire, dirigida por Michael Moore e feita na frente da Bolsa de Valores de Nova York, que fez com que as portas da Bolsa fossem fechadas no meio da tarde. Moore sofreu uma ameaça de prisão e o RatM foi retirado do local por seguranças. Agora, presta atenção nos funcionários da bolsa pirando no som dos caras:
A banda se separou em 2000, pouco antes do lançamento de Renegades, um álbum de covers da banda, com músicas de gente como Bob Dylan, Minor Threat, Rolling Stones e Cypress Hill. A separação aconteceu porque o RatM não vinha conseguindo trabalhar em grupo, segundo Zack. Em suas próprias palavras: “Sinto que é necessário abandonar os Rage pois não estamos a conseguir tomar decisões em conjunto. “Já não funcionamos como um grupo e eu acredito que esta situação está a destruir os nossos ideais políticos e artísticos. Estou muito orgulhoso do nosso trabalho, quer como activistas quer como músicos, e também grato a cada pessoa que expressou solidariedade e partilhou esta incrível experiência conosco”. E assim os caras se separaram, sem ressentimentos, nem brigas espalhafatosas. Os covers dos caras realmente ficaram empolgantes. Claro que você vai conferir não só um, mas DOIS exemplos logo abaixo:
Renegades of Funk, de Afrika Bambaataa & the Soulsonic Force
How I Could Just Kill a Man, do Cypress Hill.
Você provavelmente já sabe que todos da banda, exceto Zack, formaram o Audioslave, com Chris Cornell, saído do Soundgarden, no vocal. A banda ficou boa, até. Cochise é muito bacana, mas Rage é Rage. Do outro lado, Zack passou a trabalhar em projetos solo por algum tempo, mas eu realmente não saberia falar muito sobre isso pra vocês.
No fim das contas, você pensa “puxa vida, esse pirata imundo só me recomenda coisa que eu já não posso mais ver”. Terrível engano, caro leitor. A banda se reuniu em 2007, no festival Coachella, pouco antes de Cornell largar o Audioslave. Claro que os fãs já começaram a ficar espertos, aguardando uma possível volta do RatM. Segundo os músicos da banda, a reunião aconteceu porque o som do Rage aparentemente foi feito para o momento. Os caras ficaram muito putos com o governo de George W. Bush, aparentemente. E com a Fúria de volta, talvez não seja esperar demais que os caras resolvam voltar de vez a tocar.
Ah, claro!Dizem os boatos que o RatM vai fazer turnê pela américa do sul ainda esse ano, e, possivelmente, virá para o Brasil. O que seria muito do caralho, eu devo dizer.
Por fim, acho qu o melhor modo de me despedir dessa vez é com mais um vídeo. Dessa vez, vocês ficam com o clipe genial de Testify, também dirigido por Michael Moore. A sacada dos caras foi simplesmente do caralho! Now testify!
Agora, o que realmente me deixa puto é saber que vocês deixam uma maravilha dessa passar batida e ainda tentam me dizer que veados como esse é que são parte do “cenário alternativo hardcore de protesto do roquenrôu”. Tá bom. Vocês são punks, e eu sou o Barba Negra. Frangos.
Não, eu não me canso de divulgar essa banda por aqui. Ela é do caraleo, e eu sou MACHO o bastante pra admitir isso. Noobs.
Clique aqui ou aqui para baixar o som Hot Corner, que estará no novo álbum da banda, Funplex. O lançamento é no dia 24 (sugestivo?) deste mês.
Incrível, o som é MUITO tradicional. Pura nostalgia. E vale dar os créditos do furo para o Zona Punk, além de pararmos por aqui antes que mais uma piada sem graça de duplo sentido apareça.
Bom, cê já tá sabendo que o Pennywise vai lançar um álbum novo, o Reason To Believe, que será lançado via MySpace no dia 25 deste mês (se você tiver um cadastro no MySpace, terá que virar amigo da Textango caso queira baixar o álbum gratuitamente na íntegra).
O site KROQ disponibilizou a faixa The Western World para download gratuito aqui, pode baixar. O som é bacana, bem tradicional. E aí, quem vai pegar as MP3 pra gente? :teehee:
Que música muda o humor de todo mundo qualquer um sabe. Desde que nasceu. Porém, para algumas pessoas (como o vosso tão amado théo), a música vai além dos nervos, assim digamos. A música se torna um estilo de vida, mas não estamos falando de vestir uma bermuda de flanela e sair por aí cantando Nirvana – não, não estamos falando de estilo musical, moda ou algo do tipo. Digo, EU não estou falando disso; vocês não estão falando nada. Provavelmente, vocês estão ouvindo música.
O que seria um estilo de vida á partir de uma música? É complexo, talvez eu não saiba explicar. Então, vamos citar uns exemplos que chegam perto disso.
Quando uma pessoa é deprimida por natureza, como o vosso querido membro do site mais quente da galáxia Santhyago, ela acaba ouvindo músicas mais deprimentes ainda no auge de sua deprimência. Isso é clássico: Você está depressivo e vai ouvir algo… depressivo. Perdi minha namorada. Vou ouvir Mr Brightside do The Killers! Ou então, você está alegre – mas este exemplo dificilmente acontece: Perdi o cabaço! Vou ouvir Sexo do Ultraje a Rigor! Aí você me perg…
– COOOOOOOOMO ASSIM DIFICILMENTE ACONTECE????
Caramba, o Tanguinha cresceu. Enfim, as pessoas procuram se identificar com as músicas, e os casos mais óbvios são dor de cotovelo ou apaixonite. Eu digo que dificilmente alguém ouve uma música “alegre” quando se está alegre porque eu sou deprimido, mesmo. Então, brincadeiras á parte: É por isso que essas músicas iguais fazem tanto sucesso por aqui. Zezé di Camargo & Luciano e afins. Dor de cotovelo E apaixonite; só podia dar certo. Afinal, geralmente, uma coisa acompanha a outra. E eu acho besteira seguir esses dois padrões, principalmente o depressivo. Se a música tem o dom de mudar o seu humor, pra quê se afundar mais ainda? Vira homem e vai ouvir uma música decente, véi.
Eu não sou tão deprimido quanto pareço, e acho que o fato de eu gostar de Metal diz algo sobre o meu… temperamento, por exemplo. Eu vivo com mau humor, e o irônico disso é que basta colocar uma PEDRADA que meu humor muda. Ao contrário das pessoas que escutam My Chemical Romance para ficarem MAIS deprimidos ou Lenny Kravitz para ficarem MAIS apaixonados, eu não escuto Metal pra ficar MAIS revoltado ou MAIS ateu. Eu ouço Metal porque é bom pra carái. É empolgante. Meu cérebro traduz toda aquela revolta para pura empolgação. Não vou mentir: Religiosos me param na rua pra falarem como o Slayer é uma banda do Capeta, mas… e daí? Primeiro que, na maior parte das vezes, o vocalista pra mim é mais um instrumento – tanto que eu já gostei de muita merda, inclusive bandas Emo. Eu não ligo pra letra. Segundo que os caras só estão ganhando o dinheiro deles. Eles não se levam a sério, só adolescentes revoltadinhos acham que há uma filosofia ali. Não, véi. Aquilo é música. E música é pra se ESCUTAR.
Então, são dois caminhos: Entender a filosofia de uma música ou simplismente usá-la ao seu favor. Eu apóio a segunda escolha, e acho que muita gente caminha pelos dois lados. Recaídas, essas coisas. Frangos. Bom, na equipe do AOE já ficou bem claro que o Piratão e eu somos completamente apaixonados pela música, tanto que ambos já tocamos em uma banda. Eu aposentei minha guitarra porque, definitivamente, eu estava envergonhando os deuses do Rock. Acho que quando você está em uma banda, definitivamente, você está mais perto da música. Você não só faz a maldita acontecer; você a vive. E isso é do carái.
Mas chega de enrolação: E você, como se comporta ao ouvir suas bandas de cabeceira?
Por diversas vezes eu já visitei outros mundos ouvindo For Those About to Rock (We Salute You) do AC/DC, por exemplo. Aliás, já deixei bem claro aqui como o Rock é IMPORTANTE pra mim. Sou daqueles que leva o Rock tão a sério quanto um relacionamento ou uma amizade – e olha que essas três características são raríssimas, então eu sou um bom partido. Eu me considero um fanático, não me considero um Rockeiro. O que é ser um Rockeiro? Nhé. Não que eu odeie rótulos, pelo contrário: Rótulos são bons para separar sensações diferentes. Como seria um mundo sem rótulos onde as pessoas escutam Dead Kennedys e Metallica, duas bandas de… Rock? Eu vejo os rótulos como “Essa é a loira, essa é a morena, essa é a ruiva de óculos e essa é a gordinha… morena.”, ou algo do tipo. Mas chega de falar de mim.
Resumindo, é isso: Algumas pessoas vão a igreja, outras vão na academia. Eu faço parte do grupo que ouve música. É a minha religião, eu simplesmente não POSSO ficar sem música; e não é pra aliviar o tédio ou pra me distrair – é pra poder ter certeza ao falar “estou vivo”. Bom, mais uma vez eu me usei como exemplo em uma coluna, mas é pra, talvez, abrir uma pequena discussão ou ver se alguém tem alguma experiência bacana pra contar. Espero que tenham. Então, fechando com o clássico citado acima. Te encontro em outro mundo, puto.
Cara, que clipe depressivo. Aliás, Serj Tankian gosta de coisas depressivas. Honking Antelope é mais um som sensacional do álbum sensacional Elect the Dead.
Ao contrário do que foi dito aqui, as bandas alemãs Gamma Ray e Helloween irão tocar no Abril Pro Rock no dia 27 de Abril. Abaixo segue a programação completa do evento:
Sexta-Feira (11/04)
Banda selecionada pelo site Link Musical
The Sinks (RN)
Project 666 (PE)
Mukeka di Rato (ES)
Zumbis do Espaço (SP)
The New York Dolls (EUA)
Vamoz (PE)
Bad Brains (EUA)
Sábado (12/4)
Banda selecionada pelo site Link Musical
Erro de Transmissão (PE)
Sweet Fanny Adams (PE)
Barbiekill (RN)
Autoramas (RJ)
Violins (GO)
Céu (SP)
Vítor Araújo (PE)
Wander Wildner (RS)
Rockassetes (SE)
Júpiter Maçã (RS)
Superguidis (RS)
The Datsuns (Nova Zelândia)
Pata de Elefante (RS)
Lobão (RJ)
É impressão minha ou os clipes do mestre sofreram uma bela queda de qualidade? Baby é um dos melhores sons do álbum, Elect the Dead, e eu ACHO que merecia um clipe melhor. Acho. Esse aí ficou muito óbvio, queiram me desculpar.
Pra você que não gostou da versão original do som, Serj Tankian colocou em seu MySpace uma versão “alternativa” para o clipe. Dá só uma olhada:
Bem melhor que o original, não? Ou só eu achei a primeira versão totalmente… tosca? Bom, Sky is Over faz parte do álbum Elect the Dead, aqueeele que você não pára de ouvir. Não pára, né?
Lembra de ter ouvido o single aqui? Pois é, agora você verá o CLIPE:
Esse som está no álbum Accelerate, que sai no dia 31 de Março. REM é uma banda deveras legal, creio que teremos um álbum a altura dos outros. Só esperando.
Já comentamos por aqui que as bandas Helloween, Gamma Ray e New York Dolls tocarão no Abril Pro Rock, certo? Agora, além de confirmar a programação completa, vou dar o único motivo pra você ir correndo pra Recife, se é que você já não esteja aí: BAD BRAINS!
Quem DIABOS é esse cara? Bom, ignorem-o. O som é Sailin’ On, um dos mais sensacionais da banda. Mas o mais bacana é o visual dos caras:
O que você pensa quando vê esses caras na rua? “Po, vai rolar um reggae logo ali? Vou seguir esses caras, bróder!” – Aí cê MORRE num bate-cabeça no show. Hardcore Punk de primeira. É claro, com algumas passagens de Ska.
Bom, o fato é que Helloween e Gamma Ray não estão mais na lista da programação do Abril Pro Rock. O que houve? Não faço idéia. Mas creio que a data de seus shows, dia 27 de Abril, continue de pé.
Sexta-Feira (11/04)
Banda selecionada pelo site Link Musical
The Sinks (RN)
Project 666 (PE)
Mukeka di Rato (ES)
Zumbis do Espaço (SP)
The New York Dolls (EUA)
Vamoz (PE)
Bad Brains (EUA)
Sábado (12/4)
Banda selecionada pelo site Link Musical
Erro de Transmissão (PE)
Sweet Fanny Adams (PE)
Barbiekill (RN)
Autoramas (RJ)
Violins (GO)
Céu (SP)
Vítor Araújo (PE)
Wander Wildner (RS)
Rockassetes (SE)
Júpiter Maçã (RS)
Superguidis (RS)
The Datsuns (Nova Zelândia)
Pata de Elefante (RS)
Lobão (RJ)