Ressurgindo das cinzas: Musicais

Primeira Fila sexta-feira, 21 de setembro de 2007 – 4 comentários

Nesta semana entrou em cartaz nos cinemas Hairspray – Em Busca da Fama, refilmagem de um obscuro filme dos anos 80, que agora recebeu um investimento de superprodução e grande elenco. Apesar de se comentar a presença de John Travolta (eterno Tony Manero, de Embalos de Sábado á Noite) que volta aos musicais e ainda interpretando uma mulher (Edna Turnblad, mãe da protagonista), Hairspray é mais uma tentativa de retificar a volta, nesta década, deste gênero tão caro ao cinema americano, os musicais.

“Cantando e dançando com John Tra…, Edna Turnbald!”

Este gênero é o legítimo representante do ame-o ou deixe-o cinematográfico. A maioria das pessoas odeia esta história de uma conversa que daqui a pouco se transforma num dueto, num solo ou numa ópera, no entanto, os musicais possuem apreciadores fanáticos. Tanto isto é verdade que a Broadway possui toda uma estrutura milionária em Nova York somente em função de peças teatrais musicais.

Nos cinemas já foi assim também; nos anos 50 era a época de artistas (atores+cantores+dançarinos) como Gene Kelly e Fred Astaire faturando alto para os grandes estúdios de Hollywood, porém desde os anos 80 (época de Flashdance e Footloose) diminuiu-se em muito a produção de musicais e quase nenhum filme conseguiu ganhar notoriedade. Esporadicamente surgiam filmes como Todos Dizem eu Te Amo de Woody Allen, em 1996.

No entanto, em 2001, o australiano Baz Luhrmann (que já havia flertado com o gênero em Vem Dançar Comigo e Romeu + Julieta, dramas musicados) realizou um verdadeiro musical moderno, sucesso de público e crítica: Moulin Rouge – Amor em Vermelho, o filme tem romance proibido, bons coadjuvantes, uma reconstituição de época brilhante e números musicais originais e releituras de músicas já conhecidas de David Bowie, U2 e Sting. Abaixo o vídeo de uns dos melhores momentos do filme: Elephant Love Medley, com os protagonistas Nicole Kidman e Ewan McGregor.

Após o sucesso de Moulin Rouge houve a consagração de Chicago, que inclusive recebeu o Oscar de melhor filme do ano em 2003. Na verdade, Chicago é um musical mais clássico que Moulin Rouge, tanto pela temática -a busca pela fama a qualquer preço- quanto pelo estilo musical onde músicas soam como diálogos cantados. No elenco, Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones e Richard Gere. No video abaixo Catherine canta All That Jazz.

Assim, os produtores americanos observaram que existia, novamente, uma faixa de mercado a ser trabalhada (isto é dinheiro a ser ganho). Desde então, foram lançados inúmeros musicais, principalmente adaptações de peças da broadway (mais cômodo) como o clássico O Fantasma da ópera, Rent – Os Boêmios, Os Produtores. Além disso, se apostou em dramas com temática musical como 8 Mile – Rua das Ilusões (do rapper Eminem), Ray (biografia de Ray Charles), Johnny & June (biografia de Johnny Cash e June Turner) e O Ritmo de um Sonho (este original sobre um cafetão, Djay, que quer fazer sucesso com suas composições de hip-hop).

Não vá ao banheiro antes do filme começar!

Primeira Fila sexta-feira, 14 de setembro de 2007 – 8 comentários

A lei de Murphy diz que tudo o que tem a mínima probabilidade de dar errado, pode E VAI dar errado. As vezes você sai de casa atrasado, briga com a namorada, o pneu do seu carro fura, a bilheteria do cinema não aceita sua carteirinha falsa que daria direito a meia entrada, você entra na sala de cinema atrasado, o filme que você se esforçou tanto pra ver era uma bomba e pra coroar seu dia com uma coroa de espinhos as pessoas saem falando que o filme é muito ruim, mas pelo menos a seqüência inicial foi memorável.

Calma. Não mate ninguém ainda. Seu dia já está ruim e você não precisa ser preso e virar a mocinha da cela na delegacia. Compre sua pipoca com 3 horas de antecedência, enfie uma sonda na sua bexiga e senta a bunda aí, que a gente vai mostrar algumas das melhores cenas de abertura que você perdeu porque sua namorada estava tentando te convencer que o novo da Meg Ryan era legalzinho.

X Men 2
O ataque do Noturno a Casa Branca está entre as poucas cenas de filmes adaptados de quadrinhos onde não houve um único chiste de nenhum nerd no mundo inteiro reclamando que aquilo era uma afronta as origens, características ou qualquer outra coisa pela qual somente fanboys perdem o sono.

O Plano Perfeito
Não tem explosões, porrada, tiros, bundas, nada. Apenas Clive Owen fazendo um pequeno monólogo bastante contundente a respeito de como, quando, onde e porque ele pode e vai executar um crime perfeito. Não preciso nem dizer se ele consegue ou não.

Kill Bill Vol.1
Uma Thurman totalmente estropiada, passos, uma mão limpando o sangue do rosto dela e fazendo um pequeno discurso com gosto de quero mais. De repente, a revelação e um tiro. Depois desses dois primeiros minutos, você amldiçoa até a oitava geração de Quentin Tarantino por separar os dois filmes e deixar você esperando seis meses até a resolução da vendetta mais sangrenta dos últimos anos.

Encontros e Desencontros
Não é todo filme que tem direito a um close na bunda da Scarlet Johansson. O filme é um porre, entretanto o ingresso já valeu a pena só por essa cena, além de apresentar a beiçudinha mais bonita de Holywood.

Os Simpsons
“Chaaaaato. Porque estou aqui perdendo meu tempo pagando por uma coisa que eu posso assistir de graça na TV? Todos vocês nesse cinema são otários. Especialmente VOCÊ!”. Ora essa, se isso não é um início promissor, então eu não sei o que é. Não é a toa que todas as resenhas a respeito do filme citam essa passagem.

A Vida de Brian
Infelizmente, foi a única seqüência que eu procurei e não achei.
Se você acha que nós somos idiotas e sem noção, nunca deve ter assistido nada do Monty Python. A Vida de Brian é uma paródia aos filmes bíblicos (aqueles mesmos que você assiste na Record na semana santa) e a primeira cena conta a viagem dos 3 reis magos até um certo bebê numa certa manjedoura. Como os 3 magos eram homens e não pararam pra perguntar onde estavam, acabaram por achar o recém-nascido Brian e sua mãe completamente insana. Depois de tomar um susto com 3 barbudos estranhos, ela decide expulsar aqueles covers do Los Hermanos dali, não sem antes ficar com o ouro, o incenso e aquele terceiro negócio que ninguém nunca sabe o que é.

– O que vocês fazem aqui?
– Somos sábios.
– O que?
– Somos sábios!
– E o que querem num estábulo as duas da manhã? Isso não me parece muito sábio.

Agora corre pro banheiro e volta aqui pra falar pra gente qual é sua seqüência inesquecível.

Temporada 2007 – Temporada das Trilogias

Primeira Fila sexta-feira, 07 de setembro de 2007 – 5 comentários

O ano de 2007, principalmente o verão americano, vai ser reconhecido como o ano das trilogias, nada mais, nada menos que seis filmes foram lançados num curto período de quatro meses, que eram o terceiro filme da série. Alguns foram planejados como uma trilogia desde o princípio, outros chegaram a este número pelos sucesso nas bilheterias ($$$). No entanto, um fator os une: o desgate da trama e dos personagens é inquestionável, salvo raras exceções.

Das trilogias desta temporada já passaram nos cinemas Homem-Aranha 3, Piratas do Caribe – No Fim do Mundo, Shrek Terceiro, Treze Homens e um Novo Segredo e O Ultimato Bourne. Neste final-de-semana estréia A Hora do Rush 3 (com um orçamento absurdo de 140 milhões de dólares, onde colocaram todo este dinheiro?) e em outubro (dia 5) estréia Resident Evil 3 – A Extinção. Aos detratores destes filmes uma notícia: em sua maioria os filmes acima são fracos e pouco apresentam novidades, mas nada que incomode o grande público que lotou as salas de cinema ávidos por novas aventuras de Peter Park, Jack Sparrow, entre outros.

“Meninas, não contém a ninguém, mas pode ser que eu apareça em outra trilogia”.

A exceção neste grupo atende pelo nome O Ultimato Bourne, dirigido pelo competente Paul Greengrass (indicado ao Oscar por Vôo United 93), que havia dirigido A Supremacia Bourne, finaliza os mistérios, adiciona novos personagens e muita ação num filme nervoso e tenso que une uma trama adulta com divertimento nas ótimas sequências de ação em lugares exôticos como Marrocos e Rússia.

Não só a melhor trilogia citada acima, como um dos melhores filmes do ano

No entanto, a temporada não se conteve em apenas fechar (espero eu) estas trilogias citadas, houve uma nova enxurrada de continuações e refilmagens, prática bastante difundida nestes últimos anos para garantir retorno financeiro sem muito risco. Fiz um levantamento destes últimos meses e fiquei surpreso com o número de lançamentos nos cinemas que reflete esta prática, independente da qualidade do filme. Somente para citar alguns: Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (fraco), A Volta do Todo Poderoso (fraquinho), Harry Potter e a Ordem da Fênix, Duro de Matar 4.0 (diverte se não levado a sério, assim como seu protagonista), Luzes do Além (nem deveria esta nesta lista, pois é uma produção realizada diretamente para dvd, que por aqui foi exibida nos cinemas), Espíritos 2 (não é uma continuação, mas a distribuidora resolveu trabalhar com ele desta maneira) e Extermínio 2 (exceção, consegue ser tão bom quanto o original). No caso das refilmagens, foram A Morte pede Carona (mediano) e Sem Reservas (refilmagem do alemão Simplesmente Martha).

Luzes do Além, um legítimo caso de continuação picareta

Além disso, no próximo mês estão prometidos Jogos Mortais IV e os remakes Invasores e Halloween, e para 2008 já estão prometidas as continuações de A Lenda do Tesouro Perdido, Alien vs. Predador, As Crônicas de Nárnia e do Indiana Jones. Como podemos perceber continuações, refilmagens e trilogias não vão deixar de ser moda em Hollywood durante uns bons anos, claro, que isso se modificará somente quando as bilheterias não corresponderem ás expectativas dos estúdios e produtores, até lá, haja imaginação para nomear e enumerar os filmes.

Se for divertido como o primeiro, tá valendo

Descaso das distribuidoras incentiva pirataria?

Primeira Fila sexta-feira, 31 de agosto de 2007 – 4 comentários

Nas últimas semanas correu a notícia que os camêlos do Rio de Janeiro já possuíam em seu “acervo de venda” o filme nacional Tropa de Elite, de Eliseu Padilha (diretor do ótimo documentário ԝnibus 174). Padilha comentou que esta seria uma das primeiras montagens suas para o filme que acabou vazando, no entanto já foram presos os responsáveis pelo vazamento da cópia. Tropa de Elite é um filme policial sobre o B.O.P.E. (Batalhão de Operações Especiais), que combate o tráfico de drogas nos morros do Rio de Janeiro. No elenco, Wagner Moura e Caio Junqueira. Com esta notícia, a distribuidora Paramount resolveu antecipar o lançamento comercial do filme para 12 de outubro nos cinemas e o filme irá abrir o Festival do Rio.

Cena do filme Tropa de Elite.

Esta notícia me inspirou a comentar alguns descasos que as distribuidoras, detentoras dos direitos de exibição dos filmes no país, poderiam evitar para diminuir o impacto desta contravenção, que acumula perdas para eles, os cinemas, as videolocadoras e, até mesmo, os fãs de cinema.

A demora dos lançamentos dos filmes nos cinemas é um exemplo que, com certeza, facilita a procura por “meios alternativos” para assistir o filme. Um exemplo simples é Infância Roubada, filme ganhador do Oscar de filme estrangeiro em 2006, o que normalmente, em função da exposição na mídia ocasiona uma rápida exibição do filme. O que ocorreu, a distribuidora Europa Filmes lançou o filme somente há poucos meses em circuito restrito, isto é, quase um ano e meio depois da premiação, sendo que o filme ainda não foi lançado em DVD, acredito que deve ocorrer em novembro. Outro caso recente, A Vida dos Outros, também ganhador do Oscar de filme estrangeiro deste ano, ainda não foi lançado e está previsto sua chegada aos cinemas somente em novembro (provavelmente em circuito restrito), também pela Europa Filmes.

Infância Roubada

No entanto, isto não ocorre somente com lançamentos “alternativos”, dois filmes bastante comerciais, pelo menos como gênero, estão atrasados há mais de seis meses para serem lançados por aqui. São eles: a aventura épica Os Desbravadores, já disponivel em DVD nos EUA desde o início de agosto, estreia nos cinemas tupiniquins em 12 de outubro; e o suspense americano dos irmãos chineses Pang, Os Mensageiros, que chega aos nossos cinemas em setembro, mas já está disponível em DVD nos EUA desde junho.

Os Desbravadores

Outra maneira de como isto ocorre, é quando a distribuidora agenda uma data para o circuito exibidor e, em função das bilheterias americanas ou mesmo pelos responsáveis da distribuição acharem que o filme não tem perfil de público nos cinemas, alteram diversas vezes a data de lançamento ou cancelam de uma hora para outra o filme nos cinemas e lançam diretamente em DVD. Exemplos deste caso são os recentes cancelados Reine Sobre Mim, drama com Adam Sandler, Temos Vaga, suspense com Luke Wilson e Kate Backinsale, e O Albergue II, continuação do sucesso do ano passado. Todos são produtos comerciais, com atores e gêneros que as pessoas costumam assistir, porém terão seus lançamentos restritos em DVD. Estes três filmes que citei, por acaso, pertencem a distribuidora Sony Pictures.

Reine sobre Mim

Agora digo para vocês, todos estes filmes que eu citei tem fonte para download na internet com legenda e tudo, o quer dizer, pode ser gravado e comercializado ilegalmente como aconteceu com Tropa de Elite. Pergunto: se algum destes filmes vocês quisessem muito assistir esperariam uma solução da distribuidora ou apelariam para o download e/ou a compra do mesmo em câmelo?

Temos Vaga

Este é só um ponto da complexa discussão sobre pirataria, claro que não se pode esquecer que o nosso circuito exibidor é restrito e, normalmente está tomado de meia dúzia de blockbusters, o que impede a entrada de outros títulos estrangeiros e nacionais, mas do jeito que a coisa está, as distribuidoras deveriam tentar encontrar uma saída alternativa para este problema.

O Albergue II

Nem só de assustadoras meninas cabeludas vive o cinema oriental

Primeira Fila sexta-feira, 24 de agosto de 2007 – 9 comentários

Com a estréia de Espíritos 2 neste fim-de-semana, uma produção tailandesa, lembrei que o cinema oriental é, atualmente, o mais reconhecido em Festivais e Mostras pelo mundo. Obviamente, o gênero fantástico é o mais lembrado pelo grande público, mas já mostra sinais de cansaço há um bom tempo, até porque foi incorporado por Hollywood e as histórias não fogem á regra onde um espiríto (normalmente uma assustadora menina cabeluda) busca vingança contra seus malfeitores. No entanto, os bons diretores orientais conseguem garantir uma safra de filmes excelentes quase todos lançados nos cinemas (mesmo que em pequeno circuito) ou em DVD. Há uma diversidade imensa de gêneros, desde suspense, policial, filme de monstro até os consagrados dramas humanistas.

“Socorro! Lá vem outra assustadora menina cabeluda

O cinema do coreano Joon-Ho Bong estorou este ano com o lançamento de O Hospedeiro (que chega em DVD em setembro), um misto de aventura, monstro, comédia e drama, é uma releitura de diversos clichês muito bem armados pelo roteiro e dirigidos com maestria por Joon-Ho, que no Brasil também possui o suspense Memórias de um Assassino, já lançado em DVD.

Um dos melhores filmes de 2007

Outro diretor coreano bastante divulgado aqui no Brasil é Chan-Wook Park, do excelente Oldboy, que faz parte de uma trilogia sobre vingança, os outros dois são Mr. Vingança (o primeiro, inédito nos cinemas com lançamento previsto para Outubro) e Lady Vingança (o último filme da trilogia, lançado nos cinemas e com chegada prevista agora em setembro em DVD). Em comum, são filmes com uma estética bastante moderna e diversas cenas de ação espetaculares, não esquecendo os roteiros surpreendentes.

Final de cair o queixo

Já o chinês Johnnie To lembra Scorsese pela temática, o submundo de organizações criminosas, policiais e assassinos de aluguel. Seus últimos filmes lançados por aqui foram Eleição, Profissionais do Crime e Exilados (Eleição possui uma continuação, então acredito que em breve deve ser disponibilizado em DVD). Johnnie To faz um cinema policial muito bom, em nada perde para o cinema comercial americano, muito pelo contrário, To adiciona sequencias eletrizantes de ação e tiroteio como há muito não se vê em Hollywood.

Por último, mas não menos importante, está Yimou Zhang, com certeza o mais conhecido destes diretores que estou indicando. Yimou surgiu no contexto mundial com dramas humanistas como Caminho para Casa e Nenhum a Menos, filmes intimistas com questões socias da China que se modificava a uma década atrás. Depois disso, Yimou abraçou o gênero mais popular chinês, wuxia, aqueles filmes de aventura onde os personagens vencem as leis da física e voam, andam em arvóres e utilizam espadas para contar histórias de heroísmo, amores proibidos e, sobretudo, edificar as lendas culturais chinesas. Neste embalo, Yimou dirigiu Herói (fotografia soberba), O Clã das Adagas Voadoras e, por último, A Maldição da Flor Dourada (com estréia prevista para outubro nos cinemas). Nestes filmes há uma grande preocupação com a estética, fotografia, figurinos, por isto são belíssimos filmes.

Um dos filme mais belos do cinema

O mais importante nestas dicas é a procura pela diversidade de diferentes maneiras de uma história ser contada no cinema, atráves de diferentes culturas. Ainda há uma lista enorme de diretores orientais conhecidos que valem uma conferida como, por exemplo, Takeshi Miike (do qual Quentin Tarantino é fã), os irmãos Pang (que depois de Visões e Assombração foram para os EUA realizar Os Mensageiros, com estréia prevista para setembro) e Hideo Nakata (criador de O Chamado e O Grito e seus similares).

Por que devemos ODIAR a Disney?

Primeira Fila sexta-feira, 17 de agosto de 2007 – 7 comentários

Em primeiro lugar: Existem filmes bons na Disney, sem contar nos desenhos. Porém, tudo poderia ser MUITO melhor, não fosse o ar politicamente correto que eles insistem em fazer a gente respirar.

O fato de os vilões da Disney, em 98,51635% das vezes, serem derrotados por uma CACETADA na cabeça, por exemplo. É clichê, já encheu o saco, NUNCA teve graça e nem vai ter. Esse é o clássico da Disney: Contar com pelo menos CINCO cacetadas na cabeça na maioria dos filmes. E nessa maioria também se inclui os filmes infantis, e é essa a resposta que você tanto queria pra velha pergunta em relação ao seu filho: “Onde foi que eu errei?”. Não deixe seu filho ver filmes da Disney se você não quiser ver ele crescendo dando vassouradas na própria cabeça. Ou pulando da sacada com um guarda-chuva.

A Disney fez um PUTA sucesso com os desenhos, e ainda faz. O problema é que ela quer passar o que faz nos desenhos pra filmes live-action (com pessoas, manja?). As comédias da Disney, em sua maioria, são uma porcaria. E são todas iguais. Um vilão burro, uma criança inteligente, os pais preocupados, o vizinho idiota, um animal que fala (ou não fala, mas sempre tem que ter um animal) e uma galera esquisita só pra servir de base pro locutor da Sessão da Tarde poder dizer algo ANIMAL.

Agora, vamos citar um Blockbuster pra “gente grande”: Piratas do Caribe. Gostei do primeiro, dormi no segundo e NÃO QUERO ver o terceiro. Eu disse que gostei do primeiro? Tá, achei o primeiro LEGAL. E perdi a conta de quantas vezes os personagens eram atingidos por cacetadas na cabeça. O segundo foi extremamente cansativo. E outra: Piratas. Desde quando um Pirata vai deixar de te matar porque você disse uma palavra que está no CóDIGO dos Piratas? Era “PARLEY” o que eles diziam? “RÍÍÍ, vamos MATAR GERAL, véi!” “PARLEY, PARLEY!” “DROGA! Ela disse a PALAVRA, não podemos fazer nada agora.” Desde quando existe “figuinha” no mundo dos Piratas? É claro, é uma ficção, tudo pode acontecer. Mas filme de pirata não pede pelo Johnny Depp, Orlando Bloom e histórias bonitinhas. A Disney não inovou, só fez um filme meia boca pra vender.

Se há um filme em que a Disney merece meu respeito, é A Lenda do Tesouro Perdido. Sou suspeito a falar por ser fã do Nicolas Cage, mas esse filme é sensacional, é uma aventura e não tem humor infantil. Eu diria que a Disney acertou em 80% do filme, o que é uma ótima média pra ela. Esse filme faz parte da minoria da Disney, os filmes realmente bons. É claro que depende de gosto, e eu estou expondo um lado crítico da coisa, afinal, eu sou chato pra cacete. Só não sou mais chato que a Disney.

Quer ver um exemplo que vai fazer você ACHAR que eu tenho razão? A Disney fazendo escola. Veja X-Men 3, como eles derrotam o Fanático. Um cara daquele tamanho, com aquele poder… derrotado após bater a cabeça em uma parede. Quem esperava por isso num filme do X-MEN? É isso que acontece com a Disney: Vexame na hora de derrotar o vilão. Sabe por que eu disse que a Disney acertou só em 80% do filme que eu citei acima? Spoiler, agora. É simples: A polícia disse pro mocinho que alguém tinha que ser preso, então ele dedurou o vilão. Num passe de mágica, a cena mudou pra outro país, já com a polícia pegando o vilão. É claro que teve mais que isso antes, o mocinho mentiu para o vilão pra ele se dar mal, o que é… esperto, porém óbvio. óbvio é uma palavra muito usada pela Disney.

Mês passado saiu uma nota que você viu aqui, no AOE, dizendo que a Disney decidiu proibir o ato de fumar em seus filmes. Eu senti essa notícia como um tapa, dividindo a minha opinião em duas partes.

1. ótimo. Não que eu seja um daqueles chatões que ficam dando sermão em fumantes sobre o mal que o cigarro faz. Que nada, por mim que continuem fumando, desde que não fumem perto de mim (Eu sou alérgico. Sim, TANGA pra cacete.) ou sejam pessoas muito próximas a mim – como minha namorada, que parou de fumar recentemente. Vou poupar vocês de meus comentários bregas, então vamos voltar ao assunto: Eu acho o fato de “destacarem” pessoas fumando em filmes um saco. Dizem que é um charme (O que define o charme como algo que não tem nada a ver com o olfato, e que perfumes com slogans com essa palavra são uma mentira.), mas eu acho idiota toda aquela pose blasé, a fumaça, a ponta do cigarro queimando, etc. Isso vale uma coluna, não vou começar a falar sobre isso aqui senão o assunto principal da coluna vai ficar no vácuo, mas é isso: Eu troco cigarros por uma trilha sonora fantástica. Afinal, música sim faz a diferença em um filme.

2. Cada vez mais politicamente corretos. Daqui a pouco eles vão proibir decotes, tatuagens, piercings, coisas sendo destruídas, pessoas comendo carne e… cacetadas na cabeça.

Pra mim há quatro tipos de filme: Ação, comédia (humor negro, ácido, inteligente), ficção científica e filmes do Hannibal. A Disney não é lá de fazer filmes de ação, eles focam isso em aventuras. Não vamos citar as comédias da Disney. Ficção científica? Eles não sabem fazer. Agora, tente imaginar o Hannibal versão Disney. Ele seria um louco que fugiu do hospital e começou a assustar as pessoas por aí, com seu hábito de morder bochechas. Teria a policial atrapalhada, porém linda (Segundo as maquiagens da Disney, que são as melhores.), que vive correndo atrás desse maluco pra levar ele de volta ao hospital. Então, Hannibal acaba virando amigo de uma turma de vegetarianos, que tenta convencer o povo da cidadezinha (Qualquer uma do interior.) que ele não é maluco, só é carente. Seria exatamente isso.

Então, pra odiar a Disney, eu preciso de motivos. Um já basta: Filmes politicamente corretos. A Disney faz filmes clichês, pra família, e isso é insuportável. Agora, contra os cigarros, imagine as campanhas anti-fumo? A Disney está a um passo de formar um exército de vegetarianos e você nem liga pra isso.

Zumbis – Entre o martelo e a foice.

Primeira Fila sexta-feira, 10 de agosto de 2007 – 3 comentários

Então você sai de casa, entra em seu carro e parte pro cinema, se preparando pra uma das melhores experiências de sua vida. Por meses você aguardou a chegada desse filme, afinal, um filme de zumbis NÃO TEM como ser ruim. Quer dizer, é só colocar a zumbizada DEVORANDO o povão, encher de sangue, decapitações TOSCAS, escopetas e coisas do gênero!

…e é aí que você se ENGANA.

Quer dizer, veja RESIDENT EVIL! Aliás, NÃO veja. Porra, o filme começa até bem. Ce vai assistindo, a coisa vai começando a melhorar, com a cena do negão PICOTADO por lasers, e os zumbis demorando a aparecer direito. E escopetas, claro. Tá tudo lá. Mas você SENTE que falta alguma coisa. Não é como assistir a uma pérola do Romero(não o Curinga, véi. O GEORGE Romero). Você procura, procura e não acha o que falta. Aí chega o DOIS no cinema, e a coisa desanda de vez. Porque o filme começa como um filme sobre zumbis, e você cria uma expectativa.

…aí ele vira MATRIX. A mulher sai lutando kung fu com os zumbis, e tudo termina numa briga TITÂNICA onde ela enfrenta o grande OVERLORD ZUMBI no SOCO. Enfim, uma bosta. Claro, não dá pra esperar nada de um terceiro filme depois disso.

Então você resolve assistir mais uma vez A Volta dos Mortos-Vivos, pra tentar ver o que falta nos filmes novos. Porque pô, até de colocar o negão/caipira com a escopeta/espingarda os caras lembraram! Qual a grande sacada que não se vê mais nos filmes de zumbi de hoje em dia? O foco, claro.

Por exemplo, o que acontece quando você vê um filme do Rambo?

O cara vai lá, é chamado pelo exército, mata hordas incontáveis de figurantes, que nem sequer TOCAM nele, depois briga com alguns coadjuvantes, e, finalmente, tem o confronto final com o antagonista(aquela cena do helicóptero e o tanque se chocando em Rambo 3 é do caralho de tão trash, aliás).

Num filme do Superman? Mesma coisa: Ninguém tá nem aí pros figurantes, o cara briga com um ou outro coadjuvante e no final enche o vilão de cacete.

Variando um pouco, temos filmes como A Hora do Pesadelo, Hellraiser, Hello Kitty, essas coisas assim, onde o centro das atenções acaba sendo o vilão sanguinário e terrível. Ou seja, o antagonista. Claro que se enxergarmos o antagonista como protagonista e vice-versa, não tem tanta diferença assim. É só mais um filme padrão onde os personagens importantes aparecem mais.

O que seria, então, um filme de zumbi? Nada mais que a revolta do proletariado, rapá! O protagonista pode ser quem for, e o antagonista geralmente nem existe. Mas os figurantes estão lá, em marcha, pra eliminar todo aquele que tem um papel dito maior e trazer enfim a igualdade final.

Matar um coadjuvante ou o protagonista não é apenas um homicídio, num filme de zumbis. É o ato de protesto final de um figurante enfurecido. O zumbi não está simplesmente dando uma morte memorável pro mocinho. Não está simplesmente devorando seu corpo e destruindo sua mente e esperança. Ele faz MAIS que isso: Ele transforma o homem em zumbi. O protagonista em figurante. É quase como ver um partidário do PSDB ou do PT convertido pro PCO, rapá! Que mané dar destaque pro protagonista o quê. Porra de mostrar a relação entre os seres humanos em situações extremas, véi. O negócio é botar a zumbizada pra FUMAR a negada toda, pô! George Romero foi praticamente o Lênin do mundo cinematográfico. A grande sacada é essa: As estrelas dos filmes de zumbis são os zumbis, cacete! A grande verdade é essa: Ninguém tá nem aí se o ator principal vai casar com a mocinha. Nego tá pouco se fodendo se o negão tá sendo injustiçado pelo redneck do grupo! Desde que seja todo mundo devorado no final, tá ótimo, pô!

PZO: Quem bate cartão devora o patrão.

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