Dylan Dog e as Criaturas da Noite (Dylan Dog: Dead of Night)

Cinema segunda-feira, 15 de agosto de 2011

 O detetive Dylan Dog (Brandon Routh) está habituado a lidar com criaturas sobrenaturais ao executar seu trabalho. Quando o pai de uma moça é assassinado por um lobisomem, ele é contratado para desvendar o mistério em torno do ocorrido. Para tanto ele conta com a ajuda de Marcus (Sam Huntington), seu fiel assistente.

Eu nunca tinha ouvido falar de Dylan Dog até semana passada, através das Estreias da Semana. Estava certa que seria uma merda oportunista pegando carona no roteiro de Constantine. Mas, um querido leitor veio alertar que Dylan Dog e As Criaturas da Noite era baseado numa HQ, com uma história bastante original e até anterior ao outro. Bastou uma googleada pra eu me interessar, imaginar um filme foda, tão bom quanto Constantine (Gente eu até tento, mas sempre rola um link com essa resenha). E olha, vôticontá, minhas expectativas estavam corretas. A da merda, é claro.

Meus olhos ardiam ao final do longa, juro. Dylan Dog é o cúmulo do absurdo dos filmes ruins. O negócio é que algumas produções nascem para ser de segunda, pendem naturalmente para o trash, o escrachado. Mas o grande problema são os filmes que se levam à sério demais e não conseguem atingir o que foi proposto, se tornado assim um #FAIL maior ainda. E é esse o caso, um filme pretensioso que nem de longe consegue ser bom.

Dylan Dog tem um péssimo roteiro (Tudo é MUITO clichê), uma adaptação ruim de um material que tinha potencial. No meio do caminho deixaram pra trás personagens principais e incluíram referências moderninhas (True Blood, por exemplo). Eu senti vergonha alheia uma porção de vezes, me revirava cada vez que escutava uma frase de “efeito” e não deu pra segurar o bom humor, o filme vai perdendo a dignidade minuto a minuto.

Além do problema do roteiro, fica óbvia a falta de recursos. Os monstros são putamente mal feitos, uma espécie de lobisomem de Thriller cruzados com mais meia dúzia de demônios trazidos diretamente dos anos 80. Não, nada contra os anos 80. Aliás, sou realmente muito fã dessa década, mas porrãn, uma adaptação moderna utilizar efeitos especiais de antigamente é no mínimo um retrocesso sem explicação, beirando o ridículo, o tosco.

As tomadas mal feitas, as transições mal encaixadas das cenas também me incomodaram muito. Quase dá pra escutar o diretor gritando “Ação!” entre uma cena e outra. E putz, o que é aquele elenco? Brandon Routh, pra quem não lembra, interpretou o último Super-Homem no cinema (Que eu, particularmente, acho um lixo). Aqui ele mantém as expressões duras, sem vida, o que ajuda a tornar Dylan Dog um banana. Em parceria com o roteiro bão, o cara apanha o filme todo (Até a mocinha bate melhor que ele) e nunca consegue ter as soluções para os conflitos, o maior exemplo é o desfecho final onde ele não faz absolutamente nada, uma sorte incrível é que põe fim ao caso.

 Uma das poucas cenas que valem à pena.

A minha pontuação para o filme vem de algumas poucas cenas do parceiro de Dog, Marcus. O amigo zumbi do protagonista, embora escorregando por causa de um roteiro cretino, conseguiu arrancar algumas risadas e tem umas cenas bacanas. Senti uma vibe de Um Vampiro no Brooklyn (Filme 80 do Eddie Murphy) que tem um motorista que também apodrece. Mas, pra mim foi só mais uma afirmação do retrocesso brutal abraçado pelo filme.

Sinceramente, fazia muito tempo que não assistia um filme tão ruim. Depois de certo tempo resenhando longas, você até reconhece ciladas pelo trailler, sinopse e atores (Ou não). Mas como sempre, pra poder esculachar é preciso assistir. Não recomendo Dylan Dog e As Criaturas da Noite, principalmente se você conhece os quadrinhos (Gente, a HQ faz um sucesso absurdo lá fora!). Aqui tudo é uma ofensa enorme: Aos quadrinhos, ao cinema e à sua dignidade intelectual.

Dylan Dog e as Criaturas da Noite

Dylan Dog: Dead of Night (107 minutos – Comédia)
Lançamento: EUA, 2011
Direção: Kevin Munroe
Roteiro: Thomas D. Donnelly e Joshua Oppenheimer
Elenco: Brandon Routh, Anita Briem, Sam Huntington, Peter Stormare

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