Um pouquinho sobre o Rock in Rio

Música sexta-feira, 07 de outubro de 2011

Se eu tivesse uma arma e muita munição… Se eu tivesse uma arma e apenas uma bala, essa bala seria de titânio puro, desfragmentadora e teria “Ivete” gravada nela.

 Bem por aí.

Há mais de um ano atrás, quando confirmaram que o Rock in Rio voltaria ao Brasil, imediatamente informei família e amigos que eu não quereria nada de presente que não fosse um ingresso. E então foram divulgadas as primeiras atrações e porra, não dá pra não ficar feliz ao ver nomes como Metallica, Sepultura, Red Hot Chili Peppers e Skank, mesmo vendo coisas como Nx Zero alí no meio. Mas como tudo na vida, isso também estava bom demais pra ser verdade.

E pouco tempo depois surgiram nomes como Rihanna, Katy Perry, Claudia Leitte, Shakira, Marcelo Camelo, Jay-Z e Ivete Sangalo, e creio que falo por muitos quando digo que isso foi uma apunhalada pelas costas. Sim, todos sabemos que o Rock in Rio nunca foi totalmente para o rock, e que gostemos ou não, fazer um evento desses é caro pra caralho, o que significa que tem de ter bandas populares (No sentido popular-colegial-americano) na programação, mas nunca antes no festival o outro sentido de “popular” foi usado, ao menos não com tanta intensidade.

E a coisa foi piorando conforme as atrações iam sendo apresentandas, uma ou outra que davam uma freada na constante descida que a tal da “esperança” ia percorrendo, mas nada que impedisse que o carrinho da montanha-russa de quebrar os trilhos e chegar próximo ao centro da Terra (E sim, fui dramático de propósito). E assim como eu, muita gente desistiu de ir ao festival (Para alegria da minha família e amigos), e assim como eu, muita gente xingou muito no Twitter (Vide aqui e aqui) toda a equipe de produção, os artistas e qualquer um que ousasse dizer algo como “mais vai ter Iveti!”.

É claro que estávamos irritados e que exageramos muito várias vezes, mas só posso chamar isso de “decepção”. Queríamos o Rock in Rio, queríamos atrações diversificadas, queríamos qualidade técnica e acima de tudo queríamos rock. Fosse alternativo, metal, gótico, punk, progressivo, glam, hard, heavy, pop, slow, rockabilly e, claro, rock and roll, e não, o RiR não nos deu isso. As bandas sim (Ao menos algumas delas), mas o evento não, e o RiR só funcionou esse ano por causa das bandas.

 “Mas porra, que cê esperava num festival de MÚSICA?!”

Eu (E todo mundo) esperava uma programação decente (Mesmo com outros estilos de música, mas com gente competente), banheiros de qualidade, os preços abusivos de sempre (Entenda isso como “pagar ‘só’ 10 reais num lanche e 5 no refri”), planejamento para o trânsito (E todos os meios de transporte), segurança, quantidade de pontos de apoio (E lanchonetes e lojas), limpeza (Sim, eu culpo os fãs da Ivete por isso também), planejamento pro “vai que chove” e (Principalmente) a demonstração sincera de que a organização se importa ao menos um pouco com quem (Literalmente) paga o salário de TODO MUNDO que trabalhou lá.

Sim, eu sou um velho chato e resmungão que não se contenta com nada, e também sou ingênuo (Ou seria “burro”?) e idealista (Ou seria “otário”?) que não colocaria o dinheiro acima do cu de 700 mil (Vou escrever pra ficar mais claro: SETECENTAS MIL) pessoas. E com tudo isso, com toda a revolta, a decepção, os problemas técnicos, a programação de merda e a cobertura incrivelmente incompetente por parte da Globo e do Multishow (E de milhares de outros portais, blogs e sites), eu (E muita gente) ainda sim assisti à grande maioria os shows, principais dos últimos 3 dias… E se o Roberto Medina visse isso provavelmente estaria rindo pra caralho.

Ser fã é uma merda. Mas não uma merda qualquer, é uma merda de proporções jamais vista até mesmo pelos crocodilos do esgoto de NY (E pelas Tartarugas Ninja). Meus caros, eu tentei resistir, juro que tentei (“Afinal, não vou dar audiência pra esse bando de capitalista de merda”), não vi absolutamente nada dos 3 primeiros dias do evento (Mesmo sabendo de Elton John, RHCP, Motörhead e Slipknot), mas chegou Metallica, e eu estava no Tuíter vendo toda minha timelime GRITANDO (Notem a metaliguagem do “gritando”) como se o mundo fosse acabar. Num último esforço aguentei sem ver Fuel, Cyanide, All Nightmare Long e Sad But True, mas aí anunciaram um pequeno nome, a música que estragou Guitar Hero 2 para mim: One.

Eu TIVE que correr pra TV (A tela de meras 15 polegadas do computador não daria conta), e “cara, é ONE!!!”, e depois veio Master of Puppets e Blackened, Nothing Else Matters e Enter Sandman e luzes apagadas. Porra, assim, sem beijo de despedida? E Am I Evil?, Whiplash e Seek and Destroy vieram e depois mais luzes apagadas, mas por pouco tempo, porque o Metallica ficou quase 10 minutos agradecendo. Infelizmente tinha acabado, o público sabia disso e a banda sabia disso, mas ninguém queria sair dalí (E eu, de forma quase natalícia, não consegui sequer sentar no sofá), só que tiveram de sair, para o pesar de ambos. Era o último dia – por enquanto – e “amanhã” era segunda-feira, o que significa que eu passaria o próximo fim de semana sem fazer nenhum post (Dos dois que eu teria que fazer), bem como significava que eu iria me foder pra acordar cedo.

E de fato passei. Quero dizer, era quinta-feira de madrugada, a horrível homenagem ao Legião Urbana já tinha passado, bem como Janelle Monáe, a gigantesca merda nomeada Ke$ha também, junto com Jamiroquai (E aquele maldito cocar…) e a grande maioria do show do Steve Wonder. Mas eu não tinha nada para fazer tipo dormir então resolvi assistir os últimos minutos da coisa, e como previsto, o cara é foda pra caralho, fez um show foda (E olha que eu só assisti uns 20 minutos) mas como eu já tinha dito antes, nem mesmo ele salvaria aquele dia. Um show, desde mesmo dia, que eu não vi mas que falaram muito bem (E me fizeram querer ter assistido – peguem esse tempo verbal) foi o da Joss Stone, sendo que faço as palavras do Regis Tadeu como minhas:

“Não é preciso mostrar a bunda para chamar a atenção das pessoas. Basta ter um repertório legal, uma boa banda de apoio e uma voz espetacular.”

Na sexta foi quase a mesma coisa, só vi dois show: Lenny Kravitz e Shakira. Como falei desde o começo, Lenny é foda e o show foi igualmente foda, mas graças ao bando de filho da puta que estava lá só pela Shakira e pela Ivete Sangalo foderam tudo. Porra, o show foi do caralho, cheio de músicas fodas, com direito à passeio do Lenny pelo público, bandeira do Brasil e uma das melhores bandas de apoio que já vi na minha vida, com destaque (Óbvio) pro guitarrista Craig Ross e pra baixista (Principalmente pra ela) Gail Ann Dorsey: Em poucas palavras, foi simplesmente sensacional, e galera toda pouco se fodendo pro show (Fato que eu fiz questão de me lembrar de 30 em 30 segundos enquanto assistia).

Pouco depois entrou a Shakira, e devo dizer que o show dela foi perfeito (CALMA!) em relação à própria carreira: Demonstrou como ir de algo bom para algo horrível em menos de 20 músicas. Há muitos anos atrás, quando a Shakira ainda não tingia o cabelo, era autêntica e tinha costelas, Estoy Aqui fez um sucesso enorme no Brasil:

E foi assim que ela começou o show no RiR, e devo admitir que fiquei supreso, afinal “ela só tem feito merda” e vem com algo antigo e decente assim? E pouco depois veio Whenever, Wherever, que também é foda e várias outras músicas em espanhol, dos primeiros álbuns, antes da fama internacional, incluindo uma versão (Ruim, devo dizer) de Nothing Else Matters (Porra, os caras tocaram tem alguns dias, cê acha que ia ser melhor que a deles?). E o show foi indo, progredindo de algo que eu gostava (E ainda gosto na verdade), para a porcaria que é hoje, até que chegou Loca e minha reação foi a clássica “tava demorando” (E de fato demorou 12 músicas), seguida por She Wolf e pouco depois País Tropical com a Ivete Sangalo, assassinando a música do Ben Jor e creditando oficialmente a Ivete como integrante do Top 5 Maiores Desgraças Que a Bahia Já Criou (Como se já não fosse membro honorário – e sim, o português está correto, acreditem ou não).

É incrível a diferença entre o começo da carreira da Shakira e agora… Sem falar na “expressão corporal” dela, que também é uma bosta, e que demonstrou muito bem porque tem artista que odeia ver os próprios trabalhos… E teve o figurino também… E um grande “vai tomar no cu” para quem ouve música de gente que só sabe empinar a bunda (Por incrível que pareça, eu fico genuinamente irritado com isso!), fato que a Pitty ironizou no show dela (Calma que eu chego lá). Por fim, a Shakira encerrou o show (Já com a Ivete fora do palco) com Hips Don’t Lie (Que até é aguentável, da época em que ela estava começando a fazer sucesso internacional) e a tal de Waka Waka, provando que tintura tem ácido na composição básica… Infelizmente.

 E você aí achando que era pacto com o capeta, tsc tsc.

Sabadão, dia em que eu deveria digitar até meus dedos ficarem em carne viva, e lá estava eu, acordando cedo (Após ter ido dormir de madrugada) e deixando do lado minhas responsabilidades blogúisticas (Menos o último Jogaí, que eu esqueci mesmo). A programação era uma das melhores do festival, mas não assisti nada do Palco Sunset (Incluindo o show do Erasmo com o Arnaldo Antunes, que dizem, como quase sempre, que foi bom), o que voltou minha atenção para o palco principal… Agora que notei: Perdi vários shows bons do palco Sunset.

Não assisti o show do Frejat, mas falam muito bem deste aqui também, e pelo pouco que vi, ele ensinou o filho (Que chama Rafael) com maestria, porque o garoto toca bem pra caralho (Principalmente considerando que ele tem só 15 anos). Em seguida foi a vez do Skank, e os caras são fodas, tem boas letras, ótima parte instrumental, sabem fazer o show e tudo mais, tanto que fizeram TODO MUNDO cantar praticamente TODAS as canções que eles tocaram, que aliás, foram poucas (Só 13). O Skank é, de forma um tanto quanto simplista, uma das melhoras bandas brasileiras dos últimos 20 anos, fizeram um show do caralho, com os maiores sucessos da banda e coisas antigas, mostrando pra Shakira que é assim que se faz uma carreira de verdade… O único “porém” é que não cantaram Saidera (Que seria o bis), mas depois de 100 mil pessoas cantando Vamos Fugir na íntegra, acho que é uma reclamação nula.

Depois do Skank veio o Maná, que eu curto muito (Tenho inclusive o CD, e paguei por ele!), mas que não fez um show tão bom quanto poderia ter feito. Digo, os grandes hits, como Labios Compartidos e En El Muelle de San Blas, estavam lá, bem como músicas do novo CD, Drama Y Luz também, mas a coisa estava ensaiadas demais. Houve momentos em que a galera pulou e cantou junto, e momentos fodas no palco, tipo quando o vocalista desenrolou as bandeiras do Brasil e do México, mas sei lá porque o show foi meio sem graça, mesmo pra mim (Ou “principalmente pra mim”), que sei quase todas as músicas de cabeça (Notem o orgulho aqui)… Sei lá, eu não deixaria de assistir um show da banda, mesmo sabendo que seria nesse mesmo nível, mas já vi os caras fazendo coisa infinitamente melhor:

E com fãs mais bonitas.

Maroon 5 foi o próximo, e devo dizer que também foi uma supresa: Tocaram bem, com uma boa setlist e foram seguidos pela platéia um monte de vezes, principalmente quando o vocalista rebolava ou dava uns gritinhos (Interessante como o Michael Jackson não parecia gay fazendo isso… Vai ver é porque o resto era mais estranho ainda). Outra coisa que me chamou atenção foi a quantidade de hits que a banda tem. Eu, que nem ouço e nem sou fã, reconheci ao menos 7 das 15 que eles tocaram, como Sunday Morning, Misery, Won’t Go Home Without You e She Will Be Loved. A música que abriu o show, Moves Like Jagger, é mais um desses hits (Ela foi lançada como single tem uns meses), e exemplifica o que é o Maroon 5: Musiquinhas legais de ouvir mas sem grandes coisas. Não sei se a banda se apoia completamente na aparência do Adam Levine (Que é lindo né gente) pra fazer sucesso, mas o fato é que recebe muito mais atenção do que merece (Digo, a banda, não o Adam). Fizeram um bom show, alegraram a platéia e tudo mais, mas continua sendo uma daquelas bandas pra se ouvir bebendo whisky (“Uísque” é tão feio… Tipo “suingue” ou “xampú”), pensando em tudo menos música.

O encerramento ficou por parte do Coldplay e (Preparem suas tochas e foices) foi um saco. Até o momento do show eu gostava da banda, mas conforme a coisa foi passando, foi ficando cada vez mais chato, não que o show não foi bem feito, muito pelo contrário, eles tocam bem, o vocalista é bom, e a parte técnica foi incrível (Principalmente a iluminação), mas quero dizer, eu não era o fã que ouvia os álbuns e tudo mais, mas se tocasse na rádio eu ouviria com certo prazer (Principalmente considerando o resto da programação musical das rádios atualmente), mas o show foi parado e com as músicas soando todas iguais. Eles (Assim como muitos outros) estavam divulgando o novo álbum (Que tem um nome horrível), Mylo Xyloto, que também é nome da música que abriu o show. Claro que eles também desfilaram uma grande quantidade de sucessos, como Yellow (Que fez a galera sacudir bexigas amarelas, roupas e o caralho a quatro), Lost!, Viva La Vida (Que, só para lembrar, foi acusada como plágio do fodão Joe Satriani), Charlie Brown, Clocks e encerrando com Fix You e Every Teardrop Is A Waterfall, e todas me pareceram como uma versão extendida de Free Bird, mas com uma letra parada, sem solos fodas de guitarra e com músicos mais gays (E menos estilosos… Porém, devo admitir, com cabelo de homem). E sim, podem ressaltar a minha óbvia inveja para com o Chris, Jon, Guy e o Will e que eu nunca serei tão legal, bonito e rico quanto eles… Ou quanto o Lynyrd Skynyrd.

 Vai dizer que cê não queria um sapato desses?

Chegou então o domingo, último dia do Rock in Rio, com grandes nomes na programação e tudo mais, mas vamos por partes. A única coisa que eu vi do Palco Sunset foi neste dia, e nem vi por inteiro: Titãs e Xutos & Pontapés (A.K.A o Titãs português, apesar de ter sido formada 2 anos antes), e o motivo pelo qual eu não desfrutei disso foi graças à péssima programação do evento, que também não prestou para organizar os horários de um palco com o outro (Sepultura que o diga, aliás). Titãs (Quase) sempre faz coisas boas e aqui não é excessão: O show foi legal, a platéia gostou, pediu bis várias vezes (E conseguiu ao menos duas) e por já terem tocado juntos antes, a integração entre as bandas foi foda (Mesmo sendo meio estranho vendo os caras do Titãs fazendo sotaque português), o que explica porque eu perdi as 4 primeiras músicas do Evanescence.

No Palco Mundo, a coisa começou com Detonautas (Com direito à máscara do V de V de Vingançaaqui e aqui – e a galera sacou!), que, como todos esperavam, tocaram as músicas antigas e o o Tico Santa Cruz falou só o que sabe falar nos últimos anos: Política. Concordo com praticamente tudo que ele falou sobre corrupção, crime e política, mas não sei porquê, com ele falando a coisa parece muito… Superficial, muito “discurso-comunista-que-bebe-coca-cola-e-lê-veja”… Enfim, soa falso pra caralho, mesmo sabendo que é algo válido e até mesmo legítimo. Detonautas é, assim como CPM 22 e Charlie Brown Jr., uma banda que vive dos “bons tempos”, lá entre 2003 e 2004, quando fazia sucesso com a molecada… E sim, eu gostava na época (E ainda gosto daquelas músicas…), e não, eu não me envergonho por isso (Mesmo sabendo que deveria), mas o que a banda faz hoje, para mim, é simplesmente dispensável. Sim, eu sou um saudosista, gostei de ver o Sarney ser xingado de novo (Mesmo que a primeira vez tenha sido mais legal), me impressionei pela mudança visual da banda (Porra, e aquele guitarrista?!) e gostei de ouvir as mesmas músicas (De novo), mas foi só… Mentira, teve o coro generalizado de Smells Like Teen Spirit que foi simplesmente sensacional e que fez eu me orgulhar de saber cantar Olhos Certos, Quando o Sol se For, Só por Hoje, Outro Lugar e de ser brasileiro (E digo isso sem exagero algum).

 Ahh, os bons tempos…

Depois veio a Pitty, e como eu sempre digo, Pitty é um troço estranho: Não sei classificar o estilo da música, faz coisas excelentes e outras nem tanto, tem influência de bandas que o resto do mundo sequer sabe que existe e ainda por cima canta bem. Esse show (Assim como o do Maroon 5) me fez perceber a quantidade de hits que ela tem: Anacrônico, Admirável Chip Novo, Semana Que Vem, Memórias, Fracasso, Equalize, Na Sua Estante, Pulsos e Me Adora foram cantadas praticamente nessa ordem, com direito à homenagem ao Roberto Carlos com Se Você Pensa (Que também é sucesso). Além disso teve Comum de Dois, que faz parte do novo CD, A Trupe Delirante No Circo Voador e outra homenagem aos 20 anos de Nevermind (Mas a do Detonautas foi muito mais foda). Não consigo entender direito a Pitty, mas qualquer um que prove que não há só desgraça na Bahia já merece respeito (Tá ouvindo, Ivete?)… No fim, acho que ela própria se definiu melhor que todo mundo com Máscara, primeiro sucesso da carreira e última música do show… Só faltou um “gostosa” na letra (Mas isso os marmanjos – e algumas marmanjas – no público fizeram questão de lembrar).

Evanescence foi o próximo e como a própria Amy Lee já tinha dito, haveriam erros, haveriam problemas e não seria o melhor show da carreira da banda (Porra galera, 5 anos sem tocar, dá um desconto), e foi isso mesmo: Vários sucessos cantados (Sendo que uma das quatro que perdi foi Going Under), nada perfeito ou excepcional (Como muitas vezes já foi), mas a banda que sempre foi boa e a Amy Lee também (Hã? Hã? Pegaram??). Também não sou um fã exemplar da banda (“Mas que porra cê tá fazendo o post sobre isso então?”), mas gosto bastante, e ouvir (E ver) as músicas sendo executadas com facilidade foi uma das melhores partes do show…. E gostei da saia da Amy. Infelizmente não foi 100%, mas teve My Immortal, Sober e Bring Me To Life, o que pra mim já foi de bom tamanho.

O penúltimo show ficou por conta de System of a Down, e o que posso falar? As letras são fodas, os caras tocam e cantam bem, foi um show do caralho, a afinação do Serj Tankian (Mesmo parecendo meio esquisito no começo) foi exemplar, a setlist foi bem escolhida (Prison, B.Y.O.B., Psycho, Chop Suey, Lonely Day, Science, Aerials, Cigaro e Sugar, além de outras 21 músicas), nego cantou junto e ainda por cima teve o Daron Malakian dando um tapa na pantera e O MULTISHOW E A GLOBO SENDO OBRIGADOS A MOSTRAR ISSO!!!!!!! Porra, sensacional, simplesmente um dos melhores show de todo o festival!!!

Fiquei até emocionado agora… Mas meus olhos não estão vermelhos.

E por fim chegamos ao final, ou melhor, chegamos à espera pelo final, que veio com quase 1h40min de atraso… Mas é Axl Rose né, amigo? Sim, tava chovendo pra caralho, o Axl não é nem um décimo do que era (Menos no peso, nisso ele melhorou bastante), o DJ Ashba não é o Slash (Porém a energia que o outro guitarrista, o Richard Fortus, teve pra tocar me impressionou), deu um monte de problema técnico, a bexiga do Axl tá uma merda (Tumdum tshh) e as músicas soaram bem diferentes do que deveriam soar, mas é Axl Rose cara. Na real o show foi uma merda, cheio de erros, problemas, escorregões (Literais), desafinações, erros de entrada (E saída), uma platéia quase morta (Com razão, aliás) e a equipe do festival não fez porra alguma pra tentar melhorar nada disso (Rodo numa chuva daquelas? Porra, num fode!), mas é o Axl Rose véi.

Sim, todos sabemos que o Guns N’ Roses morreu faz tempo, que nem mesmo os 3 guitarristas dão conta do que o Slash fazia (Literalmente) com uma mão só, que as músicas foram quase que assassinadas, que o Axl é um babaca (Fico feliz de dizer que a Rihanna ganha essa), que Chinese Democracy é uma merda e tudo mais, mas ainda é o Guns que tava alí, ainda teve Welcome To The Jungle, teve Live & Let Die, Prostitute, Rocket Queen, Knockin’ on Heaven’s Door, Sweet Child o’ Mine, November Rain (Pausa aqui: Porra, galera praticamente implorou pela música, ele cantou e depois continuaram pedindo, vão ser burros assim na casa do caralho!!!), Patience, Estranged (Tocada ao vivo pela primeira vez em DEZOITO anos!!!) e Paradise City, ainda tiveram os agudos do Axl (Poucos, mas teve), os solos, enfim, a adolescência de muita gente tava lá, não tão legal, não tão alucinante, não tão hormoniosa, mas estava lá, e bem, é o Axl Rose.

 Mas não teve Axl Dance.

De novo: Ser fã é uma merda. Muitos shows foram incríveis (Apesar de a maioria ser totalmente dispensável) e as bandas mostraram que estão as melhores do mundo por merecimento. Aliás, este é justamente o motivo de sucesso do festival: As bandas, ou melhor, as boas bandas. Do monte de gente que tocou no festival, nenhum dessa “nova geração” foi, de fato, bem, o que nos leva à concluir o óbvio: As coisas eram melhores antes. Bandas com 30, 35, 45 anos de carreira confirmaram que não é porque uma qualquer vende uma grande quantidade de discos que realmente presta como artista (Sim, Claudia Leitte, é de você que estou falando), e que 15 anos de carreira ainda é pouco, caso você queira ser realmente bom no que faz, e mesmo que tenha uns poucos com esse tempo na ativa e que fazem um bom trabalho, eles não tomarão conta da música assim tão cedo (Chupem).

Repito o que disse antes, o evento em si foi uma bosta, quase que totalmente incapacitado para receber a quantidade de gente que era esperada, o que resultou em preços ainda mais absurdos, filas para tudo, sujeira, problemas com TODOS os meios de transporte (Tanto para chegar quanto para sair da Cidade do Rock) e MUITA poluição sonora (Que é crime inclusive). Além disso teve a programação de merda, e nem falo (Só) pelas coisas ruins, mas pelas péssimas escolhas comerciais, como o Glória, Nx Zero e o Stone Sour. Tenho que falar também da má organização dos palcos: Como já foi dito várias vezes, Sepultura estava no palco errado (Bem como a Joss Stone), vários problemas com o áudio durante os shows, artistas totalmente diferentes uns dos outros tocando no mesmo dia (O que provavelmente prejudicou – e muito – vários deles) e shows do Palco Mundo e do Sunset coincidindo, o que não só estraga ambos os shows, como fode com o áudio e com o público. Teve também o total e completo despreparo da equipe do evento, que não deu conta da segurança, da limpeza e do atendimento ao público, tanto que todas as áreas tiveram a quantidade de gente aumentada (E, se não me engano, mais de uma vez). Falar dos preços também é bater em tecla quebrada, principalmente considerando que o evento teve exatamente a mesma quantidade de patrocinadores que a quantidade de músicas na setlist do Guns: 39, além do governo, por meio da prefeitura, do governo do estado e do Ministério da Cultura.

 Né não, Pizurk?

Uma coisa que chamou minha atenção foram as críticas que vi por aí, várias bem diferentes, com poucas coisas em comum… Acho que já me acostumei com “crítico” falando bem de todo mundo porquê tá sendo pago e esqueci que pessoas tem opiniões diferentes sobres as coisas (Se bem que a grande maioria ficou dividida entre “ah, o show foi morno” e “show incrível”). Aliás, discordei de boa parte da galera “especializada” (E da Aline) em muita coisa. E devo frisar aqui a falta de criatividade e dedicação das pessoas que faziam a cobertura em tempo real: Textinhos curtos, sem falar nada de relevante, dando apenas os nomes das músicas tocadas e com uma foto descaradamente copiada de outro blog/site/portal com o exato mesmo tipo de post… Esse aí é o tipo de “profissional” que se fode na vida e culpa o chefe e depois diz que o emprego era uma merda aí o filha da puta cria um blog.

Outro ponto que não posso deixar de falar (Calma que tá acabando!) foi a cobertura dada pela Rede Globo: A cobertura do Multishow foi ridícula (Como falei lá em cima), mostrando que Didi Wagner, Luisa Micheletti, Dani Monteiro, Fernando Caruso e Beto Lee (Porra Rita, mais essa merda no mundo?!) não sabem porra nenhuma sobre música, jornalismo, entrevista, improvisação e “ao vivo”, coisa que ficou ainda mais clara no segundo fim de semana, quando a produção “de mais de 500 profissionais” (Como a Didi fez questão de ressaltar) deu uma modificada para pior (É claro) na coisa. A da Globo em si foi pior ainda, afinal, de quem caralhos foi a ideia de botar o ZECA CAMARGO falando sobre música?! Aliás, quem caralhos contratou o Zeca Camargo?! O que foi um pouco melhor foi o do G1, mesmo com o comentarista convidado sendo dispensável, a apresentadora (Cujo nome não achei em lugar algum) mandou bem na transmissão. Mas admito que estou reclamando à toa, afinal todos já deveríamos estar acostumandos com coisas do tipo.

E cabe aqui uma (Última) nota: TODOS, absolutamente TODOS os sites brasileiros (Incluindo o G1 e o site do Multishow) são totalmente incapacitados para fazer a transmissão ao vivo e a venda de ingressos de coisas assim. Nenhum deles tem capacidade de servidor e de pessoal para manter a página no ar, sem fazer o público (Pagante) esperar por horas para conseguir um ingresso e/ou ver um trecho da música favorita. Lembro quando fui comprar os ingressos pro show do U2 (Antes de anunciarem o segundo show) que passei cerca de 5 horas tentando acessar o site da Tickets For Fun, só para saber (Como já era previsível) que os ingressos tinham acabado. É dupla falha: Da empresa que faz a cobertura/venda e de quem contrata os serviços, sabendo que estes não dão conta do recado. Acho que seria melhor esse bando de babacas esquecerem da internet e se focarem em fazer uma transmissão e venda do melhor jeito: Pela TV (SEM CORTES) e por ponto de venda físico, mas é claro que algo desse porte não pode ter uma solução tão simples.

 Piada ruim pra acabar o post em grande estilo (Igual o RiR).

Enfim, já programaram o próximo RiR pra 2013, com direito à venda de “exclusividade” desde já. Espero, assim como esperava nesse, que a programação e o planejamento sejam bons, mas duvido que um decreto de merda dê conta disso (Bons tempos aqueles do escambo… 3 sacas de feijão por um ingresso). Simplesmente não me conformo com esse tipo de coisa: Nego tem a oportunidade, o dinheiro e a capacidade de fazer algo bem feito, de aproveitar esse tipo de chance, e vai lá, pensando só nos lucros, e joga tudo pela privada, sem se importar com todo o resto… E não me refiro só aos patrocinadores, organizadores, agentes e produtores, mas aos próprios artistas, mesmo aqui no Bacon estamos sempre falando de bandas boas, que mereciam uma chance dessas e são sumariamente ignoradas… Então, no fim das contas, a resposta é “sim”, eu ainda sou idiota ao ponto de ter esperança, e achar que o Iron Maiden vai voltar, que Queens Of The Stone Age, Aerosmith, Foo Fighters, Deep Purple, The Killers, Creed e Rage Against The Machine virão, que bandas como Os Seminovos, Rinoceronte, Pata de Elefante e Marvin (Que vendo agora, acho que acabou) tenham a oportunidade que merecem, e que todos poderemos gritar por AC/DC novamente, mas isso é surreal demais até mesmo para sonho de adolescente… Felizmente a esperança é a última que morre… Mas se depender dos Rolling Stones a coisa tá quase lá.

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