Qualquer especial sobre zumbis ficaria incompleto se não se falasse um pouco sobre Rob Zombie. O cara, fã de bandas como Ramones, Misfits e Black Sabbath, teve a idéia de montar uma banda com Sean Yseult, sua namorada, nos meados de 1985. Chamando Peter Landau para tocar a bateria, Sean no baixo e Ena Kostabi na guitarra, Rob formou o White Zombie. O nome veio do filme de 1932 de mesmo nome, estrelado por Bela Lugosi. Com letras fortemente influenciadas por filmes de horror, sempre sobre fantasias de terror insanas, a banda sempre manteve um som pesado com distorções macabras. É difícil não se empolgar com o som dos caras, a não ser que você seja um zumbi. O vocal carregado de Rob e os riffs viciantes provavelmente vão te fazer gritar por miolos enquanto ataca seus familiares. Claro, nada melhor pra mostrar a evolução da banda do que começar mostrando pra vocês King of Souls, do primeiro EP do White Zombie, Gods on the Voodoo Moon. Da época em que a banda não era mais que um bocado de punks sujos de Nova Iorque. Empolgante, agressivo e sujo pra carái!
Em 86, Tim Jeffs substituiu Kostabi e Ivan de Prume entrou no lugar de Landau. O segundo EP dos caras, Pig Heaven, foi lançado no mesmo ano. Com apenas duas músicas – duas a menos que o anterior -, a banda ainda continuava com o mesmo som. Jeffs foi demitido depois de poucos shows, e Tom Guay entrou em seu lugar. O terceiro EP, Psycho-Head Blowout, saiu pouco tempo depois, mas foi só em 1987 que o primeiro álbum completo, Soul-Crusher, foi lançado. Foi nesse álbum que apareceram pela primeira vez partes do som de filmes nas músicas da banda. Coisa que virou não só costume, mas marca registrada dos caras. Depois de assinar contrato com a Caroline Records, a banda ganhou mais reconhecimento, passando a tocar fora de NY também. Pouco depois do lançamento de Soul-Crusher, mais uma mudança na banda: John Ricci entra no lugar de Tom Guay.
Em 1989, foi lançado o segundo LP da banda: Make Them Die Slowly. O álbum marcou uma transformação no som da banda, que deixou de ser voltado pro punk, ficando mais encorpado, se aproximando mais do Heavy Metal. O vocal de Rob também mudou bastante, se transformando na voz conhecida de hoje. Me lembra bastante o James Hetfield, aliás. ó lá como a coisa mudou:
A última substituição na guitarra do White Zombie aconteceu quando Ricci foi gravemente prejudicado pela Síndrome do Túnel Carpal, que afetou bastante sua capacidade de tocar guitarra. Jay Yuenger assumiu a guitarra, puxando a banda um pouco mais pro lado do groove e do metal. Coisa que dá pra reparar bastante em Thunder Kiss ’65, do terceiro LP dos caras, La Sexorcisto: Devil Music, Vol. 1. A música você provavelmente já ouviu em Guitar Hero, mas o clipe é simplesmente sensacional demais pra ser deixado de fora. Zumbis, groove e mulé rebolando, véi! Foi “La Sexorcisto” que arrastou o White Zombie pra fora do underground e trouxe bastante popularidade pros caras. Pra começar, na turnê do álbum – que durou dois anos e meio – os caras conseguiram um verdadeiro culto de fãs alucinados. Além disso, os clipes da banda começaram a ganhar reviews em Beavis and Butthead. Pra ilustrar essa fase dos caras, nada melhor do que Black Sunshine:
O último álbum original dos caras, Astro Creep: 2000 – Songs of Love, Destruction and Other Synthetic Delusions of the Electric Head, foi bastante aguardado, graças ao sucesso do Sexorcisto. Em 1996 foi lançado o Super Sexy Swingin’ Sounds, que não passava de um remix do Astro Creep. Um ano antes do lançamento do álbum – que saiu em 1995 -, Rob e Sean haviam rompido o namoro, sem que isso tirasse a moça do baixo da banda. O álbum se aproximava mais do thrash metal, uma maravilha. Tanto o som quanto as letras da banda ficaram mais sombrios, falando ainda mais sobre assassinatos, mortos-vivos, blasfêmia, satanismo, sanguinolência e mais dessas coisas que o povo gosta. Completamente empolgante. E, claro, os clipes bizarros continuaram. Dá uma sacada em Electric Head pt 2 (The Ecstasy), por exemplo:
Empolgante pra carái. Mas como tudo o que é bom dura pouco, o White Zombie não passou de 1998. Rob continuou na música, claro, com uma carreira solo de bastante sucesso, sendo provavelmente o zumbi mais famoso do roquenrôu. Quanto ao White Zombie, o que nos resta é aproveitar os riffs completamente pirantes que os caras deixaram pra trás antes da banda morrer… cara, Black Sunshine é viciante pra cacete!
Terceiro dos cinco filmes da série de George A. Romero, Dia dos Mortos, lançado em 1985, é provavelmente o mais sangrento deles. Sendo o preferido do próprio diretor, que o define como seu “épico zumbi”, o filme parece se passar algum tempo depois de seu predecessor, Despertar dos Mortos (o Dawn of the Dead original). A infestação zumbi já não é mais o centro do filme – o mundo já foi infestado e a idéia de conter o avanço da “epidemia” zumbi simplesmente não faz mais nenhum sentido. O cenário é uma base militar em algum lugar na Flórida, onde algumas pessoas tentam ainda sobreviver no meio do caos que o mundo virou. Um grupo de militares, comandado pelo autoritário e abusivo Capitão Rhodes (interpretado por Joseph Pilato, que participou da versão estendida de Despertar dos Mortos), é encarregado de cuidar da segurança de uma equipe de cientistas que tentam arrumar uma solução para a catástrofe que atingiu o mundo. O desespero e a tensão crescem a cada dia, e as diferenças entre as três equipes – os militares, os cientistas e o terceiro “grupo”, formado por dois civis – tornam a vida na base complicada. Enquanto Rhodes quer um jeito rápido de eliminar os zumbis, mesmo sabendo que não há recursos para tal na base, cientistas como Dr. Logan, conhecido como Frankenstein pelos sobreviventes e Sarah, personagem principal do filme, tentam descobrir mais sobre os zumbis. Sarah quer descobrir o que causou o problema, enquanto o Dr. Frankenstein procura um meio de socializar os mortos-vivos, partindo da teoria de que eles ainda podem ser o que eram em vida. Os civis, formado pelo piloto de helicóptero John e seu amigo, William, acreditam que é perda de tempo fazer as tais pesquisas, e que o que eles devem fazer é aproveitar o pouco de vida que ainda resta pra se aproveitar.
A sanguinolência de verdade só acontece no fim do filme, e não durante toda a história, como nas outras obras de Romero, mas mesmo assim, Dia dos Mortos consegue ser o mais sangrento deles. O mago da maquiagem, Tom Savini, fez um trabalho genial com os zumbis, as tripas, o sangue e os desmembramentos. Cenas como o desmembramento do capitão Rhodes ou os experimentos do dr. Frankenstein – especialmente o corpo do antigo comandante dos militares e a cabeça zumbi – são o tipo de coisa que deixa um filme marcado pra sempre. O curioso é que o excesso de violência foi justamente um dos maiores motivos de briga na produção do filme. O orçamento inicial era de sete milhões de dólares, e o roteiro, claro, bem mais ambicioso, mas os produtores queriam que boa parte da MOEÇÃO fosse cortada, pra que a classificação da censura diminuísse e os adolescentes fossem ao cinema, aumentando a bilheteria e dando mais dinheiro. Mas tripas são tripas, e nenhum dinheiro compra a sangreira de Romero. Ou pelo menos não comprava, na época. O cara bateu o pé e disseram que diminuiriam o orçamento pra 3,5 milhões. Provavelmente foi o sangue mais caro da história dos filmes. Pode ter “custado” metade da verba, mas cada glóbulo vermelho e cada pedaço de tripa vale o sacrifício. Dia dos Mortos não seria a mesma coisa sem as tripas. E vocês sabem do que eu tô falando: Terra dos Mortos seria uma verdadeira obra de arte com algumas mutilações a mais.
Romero soube trabalhar muito bem com a crescente tensão entre os sobreviventes, também. O estresse de Rhodes, a loucura de Miguel Salazar e a crescente euforia dos soldados – especialmente Steel, braço direito de Rhodes – com a presença de Sarah como única mulher no complexo, bem como os constantes pesadelos da própria cientista, retratam bem o estado de desespero dos sobreviventes. Também é feita pela primeira vez uma análise mais amigável dos mortos-vivos. Eles estão ficando mais inteligentes, reaprendendo as coisas. O destaque do filme vai pra Bub – grandiosamente interpretado por Howard Sherman-, o zumbi mais carismático que já passou pelo cinema, e provavelmente um dos personagens mais agradáveis do filme, se não o mais. É impossível não simpatizar com esse ex-militar camarada, que é um marco na história dos zumbis. Bub é o primeiro zumbi a ganhar uma fala (“Olá, tia Alicia”) nos filmes de Romero, por exemplo. É também o primeiro zumbi a usar uma arma, e talvez seja o primeiro a ser retratado como mocinho, com direito a um “duelo final” com o bandido – Rhodes -, inclusive. Em Terra dos Mortos, a demonstração de inteligência se repete, tendo como “protagonista zumbi” o frentista que arma o ataque á cidade dos vivos.
O Dia dos Mortos foi o filme da série “dos mortos” que menos arrecadou nas bilheterias, provavelmente por causa da censura. Apesar de não ter vendido bem nos cinemas, os fãs de Romero geralmente consideram esse um de seus maiores filmes, dando geralmente mais destaque para A Noite dos Mortos-Vivos, por seu status de clássico, sendo o pioneiro dos filmes de “apocalipse zumbi”. Vale lembrar que o primeiro filme de zumbis é White Zombie, dos anos 40. A Noite dos Mortos-Vivos é o filme que iniciou a onda dos filmes com hordas de zumbis dominando a cidade, o estado ou o mundo. Um remake do filme foi lançado esse ano, sem passar pelas telonas. Não cheguei a botar as mãos nele, mas não duvido que tenham aboiolado o filme todo. O jeito é torcer pra que mantenham as tripas no lugar. Ou melhor, fora dele.
Se o que você quer ver são tripas, mutilações, desmembramentos e toda aquela nojeira que os filmes de FRANGO de hoje em dia não tem colhões de mostrar, O Dia dos Mortos é o filme. E eu, pessoalmente, concordo com a opinião do diretor: é o melhor de todos os cinco da série.
O Dia dos Mortos
Day of the Dead (102 minutos – Terror) Lançamento: 1985 Direção: George A. Romero Roteiro: George A. Romero Elenco: Lori Cardille, Joe Pilato, Terry Alexander, Gary Klar, Ralph Marerro, Howard Sherman, Richard Liberty.
Uma pequena correção: No artigo anterior sobre o filme, com as fotos e tudo mais, eu disse que o filme iria estrear no dia 1º de Julho e… só. Ficou parecendo que a estréia já é neste ano. Acalmem-se: O filme só estréia no ano que vem, e é no dia 4 de Julho. Erro técnico e de fonte, então eu só fico devendo meia caixa de cerveja.
Clique aqui para acessar o site oficial do filme, que foi lançado nesses dias. Por lá não tem muita coisa além do que você já viu por aqui. A pena é que nem o trailer eles divulgam, mas foi um marketing inteligente: O trailer está passando no cinema, na seção do filme Horton e o Mundo dos Quem, que bombou. Mas logo os caras lançam o trailer oficialmente por aqui.
Após uma reunião para a comemoração do aniversário de 30 anos do álbum Never Mind The Bollocks, Here’s The Sex Pistols, os caras do Sex Pistols estão cogitando um novo álbum. Sex Pistols com sons novos? Não dá pra imaginar a versão contemporânea dos caras, definitivamente.
Em Junho os caras vão tocar no festival Isle of Wight, da Inglaterra, e provavelmente tocarão sons novos. Até lá, quem sabe, os caras lançam umas demos ou deixam vazar alguma coisa nova.
Enquanto a “coisa nova” não sai, taí um vídeo de 78. O som? Bodies, um dos grandes clássicos e, quem sabe, o melhor som da banda.
Antes de mais nada: Você não viu muita coisa sobre o filme por aqui além de uma matéria antiga, então vou dar uma resumida agora:
Primeiro fiquem com o primeiro teaser do filme.
Agora, a sinopse.
Após a morte de seu irmão, Rex, Speed tenta honrar o nome do cara. Ao recusar uma oferta MILIONÍRIA da Royalton Industries para pilotar para eles, Speed descobre que algumas das maiores corridas do circuitos estão sendo completamente “manjadas”. A Royalton garante que o Mach 5 nunca mais atravesse uma linha de chegada se Speed não correr para eles, então o único jeito é o cara unir-se ao seu rival Corredor X e vencer o rally The Crucible, que atravessa o país e, curiosamente, levou seu irmão á morte.
Trailers, agora?
Os dois acima são os trailers internacionais. Abaixo, o que foi lançado recentemente:
Vou ser sincero: Só fui parar pra ver os trailers nesses dias. Posso até ser suspeito a falar sobre mais um filme dos Irmãos Wachowski, criadores da trilogia Matrix (que eu venero), mas, na boa: Esse filme vai ser ESPETACULAR. Eu mal me lembro do desenho e não sei dizer se tudo o que a gente vê aí respeita o mesmo, mas que é EMPOLGANTE, é. O elenco é composto por Emile Hirsch (Alpha Dog), Matthew Fox (A Última Cartada), Christina Ricci (Família Addams!) entre outros. Enfim, um elenco razoavelmente desconhecido.
Resumo essa coluna em uma frase: O Metallica NÃO vai fazer um álbum sensacional. Afinal, se tratando do Metallica, o álbum não tem que ser “bom” ou “ótimo”. Tem que ser FODA. E, não adianta, eu não confio mais nos caras e acho que NINGUÉM aqui deve confiar. E eu vou provar pra vocês.
Minha PREVISÃO é que o novo álbum dos caras seja mais um filho dos álbuns Load e Reload, os piores álbuns da história da banda E de bandas com o currículo como o do Metallica. Esses dois álbuns contam com uma qualidade negativa e criatividade IDÊNTICA á qualidade, se é que vocês me entendem. Sabe, nunca foi difícil empolgar com um álbum dos caras, mas esses dois são extremamente vergonhosos e repetitivos. Certa vez uma amiga me parou na rua pra dizer que Metallica é uma banda MAIS repetitiva que Ramones, e eu fiquei impressionado com tal comparação. óbvio que, com razão, eu discordei… mas me lembrei desses dois álbuns. Os caras não só repetem a mesma… coisa nos sons, mas repetem o MESMO som no PRóPRIO som. Já ouviu Fuel?
A Avril Lavigne já tocou essa música ao vivo, inclusive, num especial da MTV. A Avril Lavigne. E o som combinou perfeitamente com o trabalho dela. Eu não consigo mais levar esse som a sério depois disso. Enfim, o som é cansativo e extremamente repetitivo.
Hero of The Day é outro exemplo de som que NÃO É Metallica. Antes que vocês pensem que eu estou contradizendo o que eu sempre digo (que a banda evolui e tem o DIREITO de mudar), não é nada disso: Eu estou falando de qualidade, e de uma banda que diz não querer voltar ás origens, mas que vai se basear nos primeiros álbuns. O fato é que, antes do lançamento dos álbuns Load e Reload, os caras praticamente prometeram a mesma coisa. Praticamente, afinal, pelo que eu me lembre, eles prometeram álbuns MENOS agressivos, mas com uma puta qualidade sonora. Realmente, foi menos agressivo, e a piada da qualidade sonora foi boa. Mas… e daí?
Esses dois álbuns foram os pais do álbum St Anger, uma das maiores cagadas da banda. O fato é que, após perceberem as duas cagadas anteriores, eles prometeram um álbum “pesado como nos velhos tempos”. Pasmem, citaram até System Of A Down na época. Enfim, os fãs antigos obviamente ficaram esperançosos, afinal, era o Metallica de volta! Porém, os caras já perderam boa parte da agressividade no álbum Black, mas a música ainda tinha qualidade ali. Após a fase “o Heavy Metal morreu”, o Metallica se queimou mais uma vez: “solos são apenas enfeites”. Foi assim o álbum St Anger. Mais agressividade, menos criatividade e solos inexistentes. Os caras mataram todas suas principais qualidades nos últimos três álbuns, prometendo coisa boa. Não é uma crítica pessoal, a maioria dos fãs compartilham isso comigo. A pergunta é: Você vai MESMO esperar por um álbum bom?
Frantic, som do último álbum dos caras, aquele que é Só a maior cagada da banda. Sabe, ouvindo esse som eu consigo chegar a uma conclusão: Os caras sempre fizeram sons de, em média, 5 minutos; e isso foi o suficiente para que eles fizessem disso uma obrigação. Este som repete o erro do primeiro som citado aqui: É MUITA repetição. É amador, é uma tremenda falta de criatividade. Cada som poderia ter 2,5 minutos, mas não! Vocês PRECISAM encher linguiça.
Inclusive, “amador” é a descrição do Metallica nos últimos tempos. Já se foi mais de uma década e meia e os caras só mudaram para a pior, não há mais volta. Eles podem até fazer um álbum “ouvível”, mas NÃO vão fazer um álbum á altura do que eles prometem. E se o lance é prometer, então é a minha vez: Se o álbum novo do Metallica for realmente EMPOLGANTE na visão/audição do colunista mais quente do site mais quente da galáxia, eu vou gravar um vídeo cantando Razões e Emoções do NxZero.
Hahahaha, eu sempre dou risada desse vídeo. Ainda mais essa versão; sugiro que vocês assistam o começo para se depararem com uma SURPRESA. Saca os comentários, cara.
Que George A. Romero é o grande nome dos filmes de zumbis, acho que todo mundo aqui já sabe. O que talvez poucos saibam é que em 2004, pouco antes de transformar sua trilogia em uma quadrilogia (com o filme Terra dos Mortos, de 2005), o cara resolveu se aventurar no mundo das HQs. Foi assim que nasceu Toe Tags, série em 6 capítulos lançada pela DC.
Seguindo os filmes do próprio Romero, a história provavelmente se desenrola durante os acontecimentos de Dia dos Mortos ou depois. O estado de apodrecimento dos zumbis e o próprio estado completamente devastado do mundo aponta pra isso. Apesar de ser ótimo pros fãs dos filmes de Romero, que ganham mais um pedaço da história, isso acaba sendo um dos pontos fracos da HQ. Um leitor casual sentiria a falta de informações, já que o apocalipse zumbi já tomou conta desde o início da história. A coisa faz um pouco mais de sentido se os acontecimentos da revista forem encaixados no mesmo universo dos filmes. Por exemplo, a inteligência crescente dos zumbis (alguns certamente pensam mais do que os montes de carne sem cérebro de A Noite dos Mortos-Vivos ou de Despertar dos Mortos) parece dar continuidade á idéia – iniciada em Dia dos Mortos com o carismático Bub e aprofundado em Terra dos Mortos com Big Daddy, o frentista – de que os zumbis também aprendem as coisas.
[Botem alguma imagem aqui, cães imundos]
Um ponto interessante de Toe Tags é que a história é mostrada pelo ponto de vista dos mortos-vivos pela primeira vez. De um lado, acompanhamos o protagonista Damien, que, após ser mordido, se tornou um zumbi consciente, e quer entender o motivo. A explicação parece estar nas mãos do Professor Hoffman (talvez uma referência a Os Contos de Hoffman, um dos filmes favoritos de Romero), que desenvolveu uma vacina que age nos zumbis. De outro, está Atila, the Hungry (eu PRECISAVA manter o original em inglês pra manter o trocadilho ridículo), um zumbi com capacidade de se comunicar, que lidera uma legião de mortos-vivos prontos para devorar tudo que estiver vivo pela frente. Como um terceiro ponto de vista, temos o exército, mostrado aqui como um grupo autoritário liderado por um homem ainda mais ditatorial, e, por fim, grupos de humanos sobreviventes, que se recusam a se unir ao exército, sabendo que vai terminar em merda. Toe Tags, como as outras obras de Romero, mostra a humanidade como a principal inimiga de si mesma, se destruindo em disputas pessoais enquanto os zumbis devoram a todos. A mesquinhez humana parece fazer com que os vivos fiquem cada vez mais estúpidos, contrastando ironicamente com a união dos mortos-vivos e a habilidade de aprender.
Talvez, para os críticos, o maior erro da HQ seja a falta de personagens que sejam realmente carismáticos. As pessoas geralmente esperam encontrar nas histórias personagens que atraiam o leitor a ponto deste desejar sua sobrevivência. A grande impressão que se tem ao ler a história é que Romero está completamente do lado dos mortos-vivos. O que pra mim não tem problema nenhum, claro, mas é o alvo da crítica de muitos leitores. De qualquer jeito, mesmo não sendo o melhor trabalho do diretor, nem sendo a melhor HQ existente sobre zumbis (eu sugeriria The Walking Dead), acho que vale á pena dar uma olhada em Toe Tags.
Toe Tags
Toe Tags featuring George A. Romero Lançamento: 2004 Arte: Tommy Castillo Roteiro: George Romero Número de Páginas: 22 Editora:DC Comics
Cara, Guillermo del Toro é DEUS. E se não é, devia ser:
Pensando bem… melhor não.
Ok, foi um exagero. Mas orra, como esse gordo manda bem cara. Já falei desse cara antes, na resenha de El Laberinto del Fauno, que eu sei que vocês ainda não assistiram porque cês são tudo uns puto e preferiram assistir Homem-aranha 3. É como o Théo sempre diz: Vocês têm mau-gosto.
Então, El Orfanato é a produção mais recente do cara a chegar aos cinemas nacionais e pelo menos ESSE filme vocês têm que assistir. Cara, eu IMPLORO pra vocês assistirem, o mundo precisa de mais cinema feito desse jeito.
El Orfanato (2007)
Querem saber a história do filme? WHO FUCKING CARES? Se del Toro fizesse um documentário sobre latas de leite condensado eu pagava pra assistir; isso aqui não é cinema de historinha boba com final feliz. O que o cara faz em todos os filmes é foder com sua mente por mais ou menos 100 minutos e depois te deixar pedindo mais. A história é o de menos, o que importa é a MANEIRA como ela é contada. Se ele fizesse o tal documentário, as latas de leite condensado seriam fantasmas que assombrariam um supermercado, clamando pela vingança de suas mortes, que foram jogadas por engano na lata de lixo orgânico e trituradas junto com as alfaces. A lata de leite condensado principal sairia catando abridores de lata para derrubar as paredes do supermercado atrás da lata de lixo orgânica onde jaziam os cadáveres triturados das latas que não tiveram seu justo fim. Vou mandar esse roteiro pro del Toro.
El Orfanato é um suspense, mas não é um suspense. É uma fábula, mas não é uma fábula. É um filme de horror, mas que não assusta ninguém; como todos os filmes de del Toro, ele transita entre os gêneros, sem se apegar a nenhum de forma rígida. Depois de passar por El Espinazo del Diablo e El Laberinto del Fauno, eu já sabia como tirar o máximo de El Orfanato: Senta na frente da tela e simplesmente deixa o cara fazer o trabalho dele. É como deitar pra uma massagem… No cérebro. Suspenda os seus julgamentos e a necessidade de que tudo que aparece na tela precisa fazer sentido imediatamente. A cena tá meio esquisita, a atriz falou uma coisa estranha, apareceu um personagem novo do nada? Não esquenta, tudo vai ser explicado no final. As coisas vão se encaixando, deixe o filme te levar. Vai vendo tudo com olhos de criança, aprecie as cenas bonitas, a fotografia, os momentos de silêncio, o tempo que as coisas levam pra acontecer. Não tente prever a próxima cena, mas preste atenção quando ela estiver rolando na tela.
Presta atenção nesse moleque. Ah, sim. Isso é um moleque.
O que me deixa muito confortável nesse filme é que o cara conta uma história em que você sente que ele SABE do que tá falando. O filme se passa num orfanato (Saca o título e tal?) que é um tema recorrente para del Toro. El Orfanato é quase uma refilmagem do El Espinazo del Diablo, onde também se documentava acontecimentos terríveis em um orfanato. Os dois filmes têm uma atmosfera totalmente opressiva, de orfanatos que ficam localizados na puta que o pariu, como se fizessem parte de um outro mundo, afastado do nosso, onde fantasmas realmente existem. Os próprios orfanatos, as casas, são os personagens principais. São como seres vivos que vão sendo abertos, paredes derrubadas, portas que se fecham sozinhas pra guardar segredos, se deixam explorar aos poucos, revidam agressões, derrubam vigas na sua cabeça e fazem todo mundo sangrar. Um tesão.
Mas em El Orfanato o tema segue adiante e fica melhor; não é apenas uma história de fantasmas, onde se desvendam os acontecimentos terríveis do passado de crianças fragilizadas. Aqui as memórias atuam de forma lancinante no presente dos protagonistas, moldam suas vidas, distorcem a realidade e levam todos pra bem perto da beira da loucura. E certamente os levam pra morte. Os fantasmas são palpáveis e arrastam os vivos pros cantos mais obscuros da casa, criando as melhores cenas do filme. É como explorar o sótão de uma casa antiga quando você é criança; os cantos vão ficando cada vez mais escuros e difíceis de entrar, mas você simplesmente PRECISA saber o que tem atrás daquela porta, daquele armário, daquela cortina. Laura, a personagem principal, é a apenas uma extensão de cada um dos telespectadores, o seu “avatar”, dentro do filme.
Laura. MILF.
A identificação com Laura, aliás, é imediata porque, embora ela faça coisas terríveis, nenhum de nós faria diferente no lugar dela. Ela não tem escolha nas suas ações, não existe espaço para optar, mas ainda assim ela o faz por vontade própria. Ela caminha pra sua morte certa, mas com as próprias pernas e sem ninguém empurrar. Fascinante.
Bom, se ainda não te convenci a assistir ao filme, saiba que o SR. BARRIGA está nele. É meu, o Sr. Barriga do Chaves! Se isso não te convenceu, cê é um bosta que não sabe se divertir.
Aí ó: Recomendação FÁCIL esse filme. Certamente um dos 10 melhores que cê vai ver nesse ano. Trailerzinho pros tangas que precisam de trailer pra se convencer:
Assistiu? Tanga.
O Orfanato
El Orfanato (105 minutos) Lançamento: 2007 Direção: Juan Antonio Bayona Roteiro: Sergio G. Sánchez Elenco: Belén Rueda; Sr. Barriga
Sim, um dos filmes mais… loucos dos últimos tempos, Adrenalina (Crank) terá uma continuação – e você SABE disso. Talvez você não saiba o que vai rolar no segundo filme E que vai rolar um TERCEIRO filme. Mas até então nós só sabemos que o terceiro filme contará com os famosos óculos 3D.
Brian Taylor e Mark Neveldine, roteiristas e diretores do filme, falaram ao Omelete que eles só não usam tal tecnologia no segundo filme por estão “esperando até que as câmeras especiais para 3D fiquem menores, mais leves – e mais fáceis de manejar”.
“Nós estamos criando um bullet-time em movimento que nunca foi feito antes. São 15 câmeras em um trilho, presas em patins, que ficam rodando ao redor das pessoas. Teremos aquela imagem vista em Matrix, em que eles congelam a ação e a câmera gira ao redor, exceto pelo fato de que nossas câmeras giram e os atores continuam a se mover.”
No primeiro filme, Chev Chelios, interpretado por Jason Statham, é um assassino profissional. Até aí beleza, se não fosse o porém: ele já começa o filme no chão. Depois de se levantar, ele vai até sua TV, onde tem um DVD que, ao colocar no aparelho, aparece ele mesmo e um cara injetando algo em seu pescoço. Depois de descarregar toda sua raiva em uma tv de plasma, ele sai de casa até seu carro, decidido a se vingar. O que injetaram nele? Um composto sintético chinês, que faz com que o coração dele vá diminuindo o ritmo aos poucos até que pare totalmente. Isso deveria matar ele em algumas horas, mas só deveria. Aos poucos, Chelios percebe que, quando faz coisas que aumentam sua adrenalina e que por tabela aumenta seus batimentos cardíacos, ele consegue sobreviver por mais tempo.
Agora, no segundo filme, Chelios encara um chinês mafioso que ROUBOU seu coração e colocou em seu lugar uma máquina movida a bateria. Agora o cara precisa de descargas de eletricidade para não morrer outra vez.
Em Abril as gravações começam, lá em Los Angeles. Atualmente os caras estão filmando o thriller Game, com Gerard Butler.
Sabem que fui completamente favorável á greve dos roteiristas que assolou o universo de entretenimento americano, pois os caras merecem um salário excelente; afinal, a criação e o andamento dos projetos dependem, principalmente, no caso das séries, dos roteiros produzidos. Agora, imaginem que mesmo assim os produtores televisivos vira-e-mexe tentam resgatar um projeto antigo como argumento para uma nova série, ou seja: simplesmente refilmar filmes e séries de antigamente.
Este tema me veio á mente depois de ler sobre o interesse do canal CW (o mais fraquinho dos canais americanos) em refilmar a série teen, febre dos anos 90, Barrados no Baile. Sim, você não leu errado, esta mesmo é a idéia (ou, pelo menos, ambientar a trama neste universo). Como se fosse necessário uma readaptação daquele universo, visto que desde seu encerramento diversas outras séries teens tomaram conta da telinha, como Dawson’s Creek, The OC e, atualmente, Gosssip Girl. Não seria mais fácil criar uma nova série? Está certo que este subgênero é recheado de clichês que, dificilmente, algum roteirista foge, mas… parece tão desnecessário.
Para a próxima temporada também ressurgirá o remake de Super Máquina, aquela do carro que fala e com David Hasselhoff (salva-vidas em S.O.S. Malibu, lembram?) que era exibido nos anos 80. Foi realizado um filme para televisão como teste para a resposta do público, o filme foi bem de audiência e teve seu passaporte carimbado como uma das estréias da temporada 2008/2009.
Não sei como os produtores ainda têm estas idéias. Se nessa temporada uma das séries mais esperadas era Bionic Woman, com alto investimento (aqui no Brasil o canal A&E começa a exibí-la no final do mês) e que acabou não rendendo nem meia temporada – foram somente 8 episódios produzidos (antes da greve). Para piorar, eu assisti a dois episódios e posso confessar que achei a série meio fraca, um misto de ação, ficção e drama que não combinava. Em temporadas anteriores, tivemos remakes como Tarzan (um fiasco), Night Stalker (refilmagem da série homônima dos anos 70 que serviu de inspiração para a criação de Arquivo X – aqui a qualidade era baixa), Flash Gordon (apesar de ter uma temporada completa, esta série da tevê a cabo americana é muito fraquinha, desculpem os fãs).
Como sempre há exceções, aqui (se vocês lembrarem de alguma citem abaixo), lembro da espetacular série de ficção científica Battlestar Gallactica, que está em sua quarta e última temporada (estréia em abril nos Eua, exibida aqui pela TNT). Esta série é um exemplo, pois soube utilizar o argumento inicial de um filme cinematográfico do final dos anos 70 (que bebia na fonte de Star Wars) para criar um grande universo científico acrescido de suspense, reviravoltas, dramas, ação e política; imperdível para os admiradores do gênero. A outra série que lembro é The Dead Zone, baseada no filme e livro homônimo de Stephen King; não é muito reconhecida pelas suas qualidades mas teve seis temporadas interessantes. Pena ter sido cancelada sem ao menos resolver algumas questões pendentes da trama.