Existem Heróis em Watchmen? – Parte I

Clássico é Clássico segunda-feira, 06 de dezembro de 2010

Obs. Se você não sabe do que se trata a série, recomendo o suicídio, a leitura dos quadrinhos. Segue o artigo do Wikipédia.

Antes que os puristas se exaltem: estou ciente que Watchmen é uma obra pertencente ao mundo dos quadrinhos. Mas houve uma (Boa) adaptação para o cinema, e isso me permite falar sobre ela. Então morram.

Watchmen é possivelmente uma das histórias mais complexas já escritas, e parte disso se deve ao aprofundamento que se dá sobre os seis protagonistas. Afinal, como imaginar uma obra que nos apresenta o ser mais poderoso que já existiu (Chupa Super Homem), e isto não estragar a história (Chupa de novo Super Homem)?

O ponto é – mesmo uma breve exposição, como farei aqui, desses personagens, nos permite um belíssimo estudo de caso da questão do herói de mil faces. Uma vez que devido a essa complexidade presente em cada um, é difícil definir heróis e vilões. Vamos a eles.

Dr. Manhattan

O ser mais poderoso concebível. Onipresente, onipotente e onisciente (Tendo essa última característica afetada em apenas um momento). Um deus em forma de super herói (Chupa Thor). Calmaí, eu disse herói? Apesar de ter ajudado os EUA no Vietnã, Manhattan tem o poder de acabar com diversos problemas do mundo com apenas um estalo de dedos. Mas ele não faz. Quando você é eterno e onipotente, aquilo que significa tudo para você (A Terra, os relacionamentos, etc) passa a não significar mais nada. O porque de fazer se torna inexistente. E essa discussão acaba sendo muito interessante para o conceito de herói – não existe o caráter heróico, se não existem obstáculos. Quando nada ou ninguém ter pertuba – você não tem o por que agir. O interessante é que a sua existência, apesar de se mostrar uma fonte de medo constante para o homem, também não é um obstáculo para a humanidade – é mais como o medo de um apocalipse: Algo que pode acontecer a qualquer momento e você não pode fazer nada a respeito.
Veredito: (Infinitamente e perfeitamente) Neutro.

Rorschach

Desajustado, sociopata e com um senso fortíssimo de moral própria. Se assemelha a heróis como o Batman, mas se o principal “poder” do homem morcego é o auto-controle, em seguir sua regra de não matar, em Rorschach, é a falta de uma cláusula que o faça se encaixar, mesmo marginalmente, nas leis da sociedade que é o grande diferencial. Para ele (Daí sua visão pessimista), a sociedade é incorrigível, sendo uma perda de tempo ter esperanças nela para alcançar a justiça. Rorschach representa o justiceiro negro (Lembrando muito nesse aspecto o Dexter) – aquele que por não se encaixar, pode ver o que está de errado.
Veredito: Herói do Código de Conduta.

Espectral II

É o melhor exemplo de heróina por acaso. Herdando o cargo de sua mãe (Essa sim, heróina por conta própria) e sendo vista como útil, devido ao seu relacionamento amoroso com Dr. Manhattan, Espectral II peca pela falta de proatividade. Tudo que ela faz no mundo de Watchmen é reagir – e ser levada pela corrente. Não no sentido de não saber o que está fazendo, ou não ter vontade própria – mas por estar sempre no meio do fogo cruzado, sem ter tempo de afirmar sua identidade e definir metas. Mas sejamos justos – não é todo mundo que consegue transar com o pica das galáxias.
Veredito: Heroína Clássica (Com ressalvas).

Semana que vem eu continuo com os outros três personagens de Watchmen. Inclusive com aquele cuja visão de heroísmo é a mais única e deturpada. Vocês sabem de quem eu estou falando.
Até.

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