Bob Esponja: Um Herói Fora d’Água (The SpongeBob Movie: Sponge Out of Water)

Cinema quarta-feira, 01 de março de 2017

 Incomodado com o sucesso do Siri Cascudo, a lanchonete do Sr. Sirigueijo que tem a exclusividade na produção do hambúrguer de siri, Plankton, o dono da lanchonete Balde de Lixo, resolve traçar uma verdadeira estratégia de guerra para roubar a fórmula da iguaria, que é a base da alimentação da população da Fenda do Biquíni. Mas alguma coisa sai errado e a fórmula desaparece, deixando a uma vez pacata comunidade à beira do apocalipse. Agora, Bob Esponja, o funcionário padrão do Siri Cascudo, vai ter que unir forças com o ambicioso Plankton em uma viagem no tempo e no espaço para tentar recuperar a receita, contando com a ajuda da leal estrela-do-mar Patrick, do sarcástico Lula Molusco, da esquilo cientista Sandy e também o mercenário Sr. Sirigueijo. Outro interessado na fórmula é o malvado pirata Barba Burguer (Antonio Banderas), que os heróis terão de enfrentar em uma batalha fora da água.

Diferente do Pizurkito (E do Jo) eu não sou grande fã de non sense, principalmente em desenho animado: É conveniente demais dizer que o treco é feito pra não fazer sentido mesmo.

Aliás, isto aqui era um texto do Pizurk e ele deu nota 7 pro filme… Vamos ver se isso se mantém. E ainda diferente dele, eu assisti sim o primeiro filme, então se preparem que vai ter comparação nisso aqui.

A história é uma fuzarca, mas considerando-se que qualquer episódio de Bob Esponja é assim, isso não é necessariamente um problema. Mas acho que o mais bizarro é a participação do Antonio Banderas como o vilão Barba Burguer [Em partes por eu não ter reconhecido o cabra], ou talvez o enredo, que parte do clássico “vou roubar o hambúrguer de siri” pra uma improvável equipe formada inicialmente entre Plankton e Bob Esponja, que acabam por incluir o Sr. Sirigueijo, Patrick, Lula Molusco e Sandy [Não confundir com aquele cantor, o Sandyjunior]. Sem contar as viagens no tempo. Viagens no tempo sempre aumentam o nível de bizarrice.

Onze anos separam o primeiro filme do segundo, de 2004 à 2015. Enquanto o primeiro tem animação tradicional e live action, Herói Fora d’Água ainda mistura animação 3D, stop motion e umas parada loka que eu nem sei exatamente o que são. Isso não é ruim, só é estranho: Olha pro poster alí em cima. A animação 3D não faz questão nenhuma de ser a melhor possível, nem a mais realista, abraçando mesmo essa ideia de ser boneco-de-massinha. O tanto que esse filme alterna entre os estilos de animação (Principalmente por conta da viagem no tempo) deixa a coisa toda muito bagunçada.

E já que estamos falando em bagunça: O orçamento desse filme foi de 74 milhões, sendo que o primeiro teve um orçamento de 30 milhões de dólares. E puta que pariu, esse filme parece muito mais barato que o primeiro. O roteiro é uma bagunça da porra, a participação do Antonio Bandeiras parece mais desesperada que a do David Hasselhoff (Que, dentre os dois, é muito mais legal), e ainda por cima tem a porra do golfinho gênio do espaço. Você não leu isso errado. Eu sei que isso provavelmente é uma homenagem tanto ao Guia do Mochileiro das Galáxias quanto ao Lobo, mas cara, essa porra desse golfinho tem tempo pra caralho de tela e é um dos principais elementos que fazem a história andar, mas todas as piadas com ele foram um saco. É extremamente previsível e completamente não relacionado com todo o resto.

 “Caralho, tio. Já me perdi nessa história ae.”

E sim, o filme tem um “quê” de bad trip, mas considerando que isso era o que atraia no desenho quando ele saiu, é uma boa coisa [Ou não, tem gente que não gosta do bizarro]. Tem as piadas pra criança, levando em conta as crianças de hoje em dia; tem as piadas pra adulto [E eu ouso dizer que elas são maioria no filme] e tem as piadas idiotas, que são sempre um show a parte.

Segundo a tia Wikipedia este filme foi melhor que o primeiro nos cinemas e no box office, mas cara, ele não parece um filme. O primeiro filme é um filme: Tem um evento principal importante, os personagens tem que resolver a parada, tem novos personagens… O primeiro te dá uma história que vale à pena ver no cinema, este segundo aqui parece um episódio muito, muito mais longo do que deveria ser. Alguém roubou a fórmula do Hambúrguer de Siri, e não foi o Plâncton, então ele faz parte dos mocinhos agora (E não tem nenhum carisma fazendo isso), mas o filme não resolve essa parada: Ao invés disso o filme te mostra um golfinho mágico, viagem no tempo, um livro mágico que escreve o filme, umas gaivotas-personagens-terciários-que-deveriam-ser-legais-mas-não-são, joga a Sandy (E absolutamente todos os outros personagens que não os principais) pra escanteio e passa a maior parte do filme não resolvendo a treta do Hambúrguer de Siri. Esse filme te conta a história que você não quer saber, e quando a conta a faz de forma tão previsível que te faz querer voltar pro non sense.

Aparentemente já tem uma continuação sendo feita… Não sei se uma continuação direta ou simplesmente um terceiro filme, mas deve estrear em 2019. Pra falar a verdade eu já acho incrível que Bob Esponja tenha dois filmes: Das animações, só Os Simpsons tem um filme (Sim, South Park também tem, mas é filme pra TV), e mesmo tendo sido um sucesso não deu em mais nada. Muita gente reclama que Bob Esponja, a série mesmo, vem decaindo em qualidade, e definitivamente o treco é muito mais pra criança agora do que jamais foi… O que eu quero dizer é, eu não sei se um terceiro filme se garante. Eu não sei nem mesmo se a série se garante. Só sei que, de todos os filmes em animação, Um Herói Fora d’Água passa longe de ser um marco, pro cinema, pro personagem e pra qualquer um que tenha assistido.

Bob Esponja: Um Herói Fora d’Água

The SpongeBob Movie: Sponge Out of Water (92 minutos – Animação)
Lançamento: EUA, 2015
Direção: Paul Tibbitt
Roteiro: Glenn Berger, Jonathan Aibel, Stephen Hillenburg e Paul Tibbitt
Elenco: Antonio Banderas, Slash, Clancy Brown, Jesica Ahlberg, Bill Fagerbakke, Carolyn Lawrence, Kaitlyn Ervin, Rodger Bumpass, Sirena Irwin, Tom Kenny e Veronica Alicino

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