O mau uso do poder

Nona Arte quarta-feira, 03 de setembro de 2008 – 14 comentários

Cara, se tem algo que me deixa puto quando to lendo HQ’s são os super-poderes. Sim, os super-poderes. Por que inventam poderes e mutações para serem mal usados? Os poderes são super bem detalhados, mas nunca bem usados.

O clássico exemplo é o Super-Homem. Meu, é ridículo a quantidade de poder que ele tem. Ele voa, é super rápido, tem super força, seus olhos soltam raios, ele pode ficar sem respirar, ele sopra gelo e tudo o que tu pode imaginar. Eu acho genial quando o Super-Homem voa até Gotham em menos de um segundo para ver o Batman. Até mesmo quando ele voa pro espaço em menos de um segundo. O cara é animal, ele é super rápido, ele é o Super-Homem, essa é a idéia que nos passam. Mas e quando ele luta?
O cara consegue ir até o espaço em menos de um segundo e não consegue aparecer de surpresa por de trás do inimigo e bater nele. Ele apanha muito, ele sangra, ele não consegue dar um soco decente. Parece que todo inimigo tem um carregamento de Kryptonita. A Supergirl também é outro caso perdido. Ela chega a ser mais poderosa que o Super-Homem, mas também faz as mesmas bat-cagadas.

Outro ser irritante é o Lanterna Verde. O que você faria com a arma mais poderosa do universo? Bom, o Lanterna faz lanternas gigantes, luvas de boxes, tesouras, tartarugas espinhosas. Ainda me lembro de um comentário do Batman sobre o Lanterna (Grandes Astros Batman & Robin 8):

“O Palhaço faz batedeiras de ovos, ratoeiras e aspiradores gigantes, quando poderia consertar o mundo todo com aquele anel. Que RETARDADO”.

O poder do Flash não é só mal utilizado como é mal explicado. Não lembro ao certo a edição, mas teve uma vez em que um míssil foi lançado e explodiu em uma cidade. Ninguém morreu, pois em questão de segundos o Flash tirou 500 mil habitantes da cidade e os salvou. Uau. Agora como um cara desse consegue tomar um espadada do Exterminador?
Isso vale pra toda a família Flash.
Ainda na DC temos a Zatanna. Praticamente tudo o que ela fala ao contrário se realiza. E ela não fala nada que preste.

Fugindo pro Universo Marvel, temos o ser mais irritante de todos, o Professor Xavier. Sério, esse cara me incomoda. Não só pelo mau uso dos seus poderes, mas também pelos discursos que ele vomita o tempo todo. Magneto também não fica pra trás não. O cara pode controlar o ferro no sangue de qualquer pessoa, mas fica sempre na mesma. Porra, ele matou o Apocalipse assim, partiu o cara no meio (na saga A Era do Apocalipse), mas nunca matou os X-men.
Tínhamos também a Fênix. Ela era tão poderosa, mas tão poderosa, quem não sabiam o que fazer com os poderes, ai resolveram matar ela.
E é claro, temos a Feiticeira Escarlate. Ela pode manipular as probabilidades. Ela pode fazer seu coração explodir, ou apenas desacordar você, mas ela não faz. Ela apenas aumenta a probabilidade de uma caixa de lápis cair no chão e fazer você escorregar.

A explicação para isso é óbvia. Se todos os heróis saírem por ai fazendo tudo o que podem, vai ficar tudo sem graça. As revistas do Super-Homem nem teriam lutas. O Universo Marvel seria paz e amor através da telepatia do Xavier, e por aí vai. Os personagens ficam bocões justamente por isso, para darem emoções às histórias. Tudo começa quando algum roteirista besta faz a cagada de dar poder demais à alguém. Depois todas as histórias são tentativas de consertar essa cagada.
Existem vários outros heróis e vilões que não usam seus poderes. Existem até alguns com poderes meio inexplicáveis e impossíveis. Outros têm seus poderes avacalhados por desenhistas e/ou roteiristas.
Por isso eu prefiro os heróis humanos. Batman, Robin, Asa Noturna, Arqueiro Verde, Justiceiro e etc. Sim, eles fazem coisas impossíveis, mas se limitam apenas pela sua humanidade, não pelo seus poderes mal elaborados.

A publicação brasileira.

Nona Arte quarta-feira, 20 de agosto de 2008 – 4 comentários

Olá, eu sou o ricardus. Mas como ninguém quer saber de mim, vamos falar de gibis.

Let’s talk about.

Recentemente eu recebi uns gibis importados aqui em casa. De início você fica muito empolgado com a qualidade dos quadrinhos lá de fora. Capas, organização, efeitos, etc. Mas por coincidência, eu tenho os mesmos quadrinhos na versão brasileira. Depois de fazer uma comparação dos dois a idéia que fica é que a diferença entre os dois não é só a data de publicação (o Brasil tem mais ou menos 1 ano de atraso em relação aos EUA).

A edição X-men Giant-Sized 80 (publicada no Brasil como Os Fabulosos X-men 50) é um exemplo disso. Considerada uma edição especial, ela comemorava o aniversário de 35 anos dos X-men. A capa dela é toda trabalhada com brilho, passando uma percepção de imagem viva. A pele do Colossus tem um efeito metálico assim como partes das roupas do Wolverine e do Noturno. A Tempestade também é lembrada, seus raios são ilustrados com um brilho azul bem intenso. A revista ainda conta com páginas adicionais, mostrando alguns desenhos de comemoração.

A mesma edição publicada no Brasil também é comemorativa. O desenho da capa é igual ao da versão americana só que não é trabalhado, ele apenas tem uma colorização bem sólida. E a grande jogada da editora em relação a edição comemorativa foi botar um “EDIÇÃO COMEMORATIVA COM 80 PÁGINAS!” na capa e juntar duas edições em uma.
A edição The Uncanny X-men 350 (no Brasil Os Fabulosos X-men 43) também apresenta os mesmos traços e também é comemorativa. A capa se abre formando um capa de 3 páginas com vários personagens, sendo a maioria trabalhado com efeitos. Uma atenção especial as cartas do Gambit, elas estão com um efeito muito bom, parecem que estão sendo energizadas ali mesmo.

No Brasil a capa tem o mesmo desenho, mas é uma capa de uma só página com cores sólidas.
Fugindo da arte. Outro ponto forte é que cada revista contém uma única história. Você não vai achar a X-force perdida nas revistas dos X-men.
Aqui eu compro Superman & Batman e tenho que aturar as histórias do Aquaman no meio da revista. Os gibis aqui tem o costume de juntar 3 ou 4 histórias em uma única edição, deixando a revista um pouco mais grossa.
A publicidade americana também é notável. Enquanto lá temos publicidade de jogos, filmes e várias outras coisas bacanas, aqui temos só publicidade de produtos da mesma editora.
Batman the Dark Knight não teve nenhuma divulgação na revista mensal do Batman. Só apareceu como segundo plano numa promoção da Claro.

Mas por fim, não da pra ficar falando de publicação brasileira sem falar da Panini, que hoje manda praticamente em todo o mercado brasileiro de quadrinhos.
Eu não vou culpar a Panini por tudo o que citei acima, até porque, isso não é coisa recente.
Mas a Panini pegou o bonde andando quando comprou a Marvel e a DC e deixou ele andar no mesmo rumo.
As capas continuam mortas e sem nenhum atrativo, as revistas ainda são juntas e editora ela só anuncia ela mesmo.
Claro que tenho que dar o braço a torcer e dizer que as edições comemorativas da Panini são legais, pois geralmente vem um pôster do Alex Ross. Mas fica nisso e só.

Ainda falando da Panini, como a maldita tem a Marvel, a DC e muitos mangás no lado dela, ela pode fazer qualquer serviço de merda que ainda vai estar no lucro.
Já não existe mais guerra de gibis no Brasil, e nem comics x mangas. Com essa publicação horrível, já já os quadrinhos passam a ter menos valor do que já tem hoje em dia, se é que isso é possível.

Té mais.

confira

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