Nem só de HQs americanas vivem os Quadrinhos IV

HQs sexta-feira, 07 de maio de 2010

Fechando essa viagem turística além dos quadrinhos americanos falarei um pouco de nossos quadrinhos tupiniquim. E não, não vou falar de Maurício de Sousa. O pai da Mônica e sua turma eu vou abordar em uma outra coluna, ou não.

Mas a verdade é que temos bons quadrinhos perdidos no Brasil, apesar da nona arte nacional não ter um grande incentivo, mantendo nossas obras sequenciais lançadas em álbuns direto nas livraria e lojas especializadas.

Um dos personagens mais cults – ou não – dos quadrinhos brasileiros saiu das telonas para o papel em 1969. Quando o roteirista Rubens Lucchetti e o desenhista Nico Rosso transformaram o “alter-ego” de José Mojica Marins, o Zé do Caixão em um personagem de quadrinhos trazendo assim histórias de terror e sobrenatural com um as cores brasileiras.

Uma das coisas que chamam a atenção na série é a mistura entre desenhos e fotonovelas, para aproximar ainda mais o cinema e os quadrinhos como se ambos interagissem entre si.

Ainda dentro dos quadrinhos de terror, o Brasil contou com o talento de Eugênio Colonesse, que nasceu na Itália sendo filho de mãe brasileira e pai italiano, e que posteriormente veio ao Brasil onde fez grande parte de suas obras.

Dentre os personagens de destaques de Colonesse, temos Mirza, a Mulher Vampira e o Morto do Pântano, criados muito antes de Vampirella e Monstro do Pântano, que possuem grandes semelhanças entre si.

Mirza foi sua maior criação e ganhou destaque nos anos 60 pela sensualidade ousada, que até chocava pessoas mais moralistas. Em suas histórias Mirza percorre diversas cidades onde acaba esbarrando em outros seres sobrenaturais.

 A Vampira Mirza

Já outro brasileiro, Wander Antunes, aproveita para retratar o Rio de Janeiro da década de 50 com um tom de A Vida como ela é… de Nelson Rodrigues. No álbum O corno que sabia demais…, Antunes conta as peripécias do detetive Zózimo Barbosa, especialista em investigar casos extra-conjugais. Suas histórias são recheadas da malandragem carioca com uma certa leveza.

Entretanto, Wander Antunes tem uma longa carreira nos quadrinhos, mas seus trabalhos são mais conhecidos no exterior, onde lançou álbuns publicados na França, Espanha e Itália.

Uma outra dupla brasileira dos quadrinhos, bastante conhecida lá fora, são os irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá. Dentre seus trabalhos de destaque estão as séries Daytripper (Vertigo) e A Academia Umbrela (Dark Horse). Mas os irmãos também tem uma série no Brasil, a 10 Pãezinhos.

Inicialmente, 10 Pãezinhos foi um fanzine impresso que chegou a ter 40 números. Mas só em 2000 que a obra começou a ser mais conhecida, após ser publicada em livro pela Via Lettera. Hoje já são 8 títulos da série, que retrata nada mais do que cenas do cotidiano num reflexo familiar da vida diária.

E para falar que o Brasil não criou quadrinhos de heróis podemos citar Raio Negro, Homem-Lua e Hydroman, criados pelo paulista Gedeone Malagola na década de 60. Suas histórias são adaptadas a época tratando inclusive de temas como anticomunismo.

 O herói brasileiro Raio Negro

Também nessa linha de super-heróis, temos a detetive Velta criada por Emir Ribeiro. A personagem é uma loiraça com mais de dois metros e com alguns poderes como disparar raios bio-energéticos, e suas histórias geralmente são recheadas de sensualidade e aventuras. Ribeiro criou outros heróis também como o justiceiro Homem de Preto, Garota de Borracha (São duas personagens, mãe e filha) e a Nova.

 Velta e outras criações de Emir Ribeiro

É claro que temos ainda outros brasileiros de destaque no mundo dos quadrinhos, principalmente trabalhando para editoras americanas, como é o caso de Mike Deodato, os próprios Moon e Bá, o aclamado Ivan Reis, entre tantos outros, mas eles são assuntos para trabalhar futuramente.

Mas e você conhece algum outro quadrinista brasileiro que deveria ter sido citado? Fala ai!

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