Os Bons Companheiros (Goodfellas)

Bogart é TANGA! terça-feira, 24 de agosto de 2010

Se tem uma coisa que é praticamente obrigatório para todo cinéfilo que se diz macho, é gostar de filmes sobre máfia. Os gângster sempre são caras durões, ambiciosos e que (Dependendo de seus negócios) matam até mesmo a galera da família. E o melhor de tudo, quase sempre o assunto máfia rende ótimos filmes. Só para vocês verem o tanto de clássicos: Trilogia do Poderoso Chefão, Scarface, Os Intocáveis e Era Uma Vez Na América são alguns dos melhores, juntamente com o que vou falar hoje, um dos melhores filmes do Martin Scorsese.

Sinopse: A Máfia através dos olhos de Henry Hill (Ray Liotta), norte americano meio italiano, meio irlandês, e como ele se desenvolveu dentro da Máfia desde que foi criança. Um retrato extremamente violento da organização.

Henry é um jovem nova-iorquino que sempre sonhou ser um gângster, pelo menos é isso que ele mesmo nos conta, através de sua narração em off. Isso fez com que ele, ainda adolescente, largasse a escola para trabalhar como “aprendiz” de uma família da máfia italiana, na década de 60. É nessa época que ele conhece seus amigos: O esquentado Tommy (Joe Pesci, em seu melhor papel na carreira, que lhe rendeu o Oscar de Ator Coadjuvante) e o violento Jimmy (Robert DeNiro, que parece ter nascido para filmes desse tipo). Os três juntos integram o que poderíamos chamar de “baixo escalão do crime”, os caras que realmente metem a mão na massa, ao contrário de Michael e Vito Corleone, a nível de comparação. Juntos, eles cometem roubos e assaltos a cargas de cigarros, de aeroportos e etc. Mas um belo dia, Henry acaba na cadeia, e ao sair condenado do julgamento é recebido com festa por seus amigos, afinal, todos eles já haviam passado por aquilo e agora ele seria um adulto.

O Tommy é um cara mulherengo, que nunca consegui sossegar com uma garota, e um dia ele pede para o Henry fazer companhia a ele em um jantar, e de quebra o Henry poderia dar uns pegas na Karen (Lorraine Bracco), a judia amiga da pretendente dele. Só que o Henry não se entusiasmou muito com a ideia e durante todo o jantar ficou lá, calado, só escutando o papo furado da Karen até o ponto de sair de lá e deixá-la falando sozinha. Ela, que não é de levar desaforo para casa, vai atrás do cara e faz o maior barraco perto de todos os amigos dele. Essa atitude dela, por incrível que pareça, fez o bad boy ver a moça com outros olhos, e então eles passam a sair juntos.

 Apaixonei na hora que você me chamou de FDP

Certo dia, Henry e Jimmy vão cobrar uma dívida, e aí a Karen liga chorando, dizendo que um de seus vizinhos tentou abusar dela. Não dá outra, Henry saí atrás do cara e enche o panaca de coronhadas e entrega o revolver ensaguentado para a namorada, para ela se proteger no caso de uma nova tentativa. Contado pela Karen, também em uma narração em off, ela diz que qualquer garota se sentiria assustada recebendo uma arma do namorado, mas ela se sentiu excitada. Foi o passo para o romance engrenar de vez.

O tempo vai passando, e os bons companheiros vão ficando cada vez mais unidos e respeitados dentro do mundo do crime, o que faz o padrão de vida mudar deles mudar totalmente. Mas com grandes poderes vem grandes responsabilidades, e a cada novo trabalhinho, Henry parece duvidar de suas próprias convicções, ainda mais após o assalto da Lufthansa, onde cada integrante do roubo, passo-a-passo é assassinado, até restarem apenas Jimmy, Tommy e Henry.

 Aí mano, sobraram só nóis três

Um dia no bar, os três se desentendem com um cara que insulta Tommy, e eles batem no cara até ele morrer. Como eles mesmos dizem, o único problema de um assassinato é o “onde esconder o corpo”. É nesse ponto que a história começa a ser contada, da mesma maneira em que Cidade de Deus e Tropa de Elite: a partir de um ponto presente, se volta ao passado e a narrativa tem início.

Tudo iria bem. Se Henry não traísse sua esposa, se ele e Jimmy não começassem a traficar cocaína escondidos, e se, claro, os três não tivessem matado o cara do bar, que era integrante genuíno da máfia. Com a casa caindo, a amizade dos três começa a ruir, afinal, amigos, amigos, negócios à parte.

Scorsese consegue dirigir o filme de uma maneira bastante boa, apesar de achar que ele se passe de uma maneira arrastada em alguns dos 145 minutos do filme. Como destaques, gosto de citar a trilha sonora, que é composta de músicas que poderiam ser ouvidas no rádio durante as décadas de 60, 70 e 80, e o ponto principal: A já citada atuação de Joe Pesci como Tommy. Joe encarnou tão bem o personagem e conseguiu dar a ele ao mesmo tempo um tom violento e cômico. Scorsese voltaria a dirigir um filme sobre máfia em 1994, em Casino, mas não tão bem como em Os Bons Companheiros.

 Eu vou ganhar com par de dois sim, ouviu?

Como eu disse anteriormente, Os Bons Companheiros mostra a máfia sem todo aquele glamour e charme que fez de O Poderoso Chefão a lenda que é. Mostra o lado sujo, violento e cruel de um modo de vida que pode levar um zé ninguém a algum lugar na vida. Além do mais, é baseado na história real do personagem protagonista do filme, ou seja, é uma cine-biografia. Claro que a história é muito mais que só isso, mas é bastante difícil falar de um filme de quase 3 horas, sendo que o último terço do filme é o mais movimentado, sem fazer spoiler. Então eu jogo a responsabilidade de ver o filme para vocês.

Os Bons Companheiros

Goodfellas (145 minutos – Drama)
Lançamento: Estados Unidos, 1990
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Nicholas Pileggi, Martin Scorsese
Elenco: Robert De Niro, Ray Liotta, Joe Pesci, Lorraine Bracco, Samuel L. Jackson, Paul Sorvino

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