Viúva Negra — Review

Cinema segunda-feira, 12 de julho de 2021

Depois de um longo inverno de 2 anos e 4 dias (Desde Homem-Aranha: Longe de Casa, 2019), o MCU está de volta às telonas com Viúva Negra (Também disponível no Disney+, com o Premier Access). O filme é uma midquel que se passa entre Capitão América: Guerra Civil (2016) e Vingadores: Guerra Infinita (2018). Vim aqui fazer hora extra no Bacon para trazer-vos esse nada imparcial review. Lembrando que tem uma (Só 1) cena pós-créditos. Vamo lá (Com spoilers).

Bem, Viúva Negra certamente é um filme da Marvel. Assistindo eu tive a impressão de que tinham dois filmes lá dentro. Por um lado, um thriller espião relativamente realista, à la Jason Bourne. Por outro, um filme de história em quadrinhos, com super-heróis e situações de fim de mundo e coisa e tal. Não que o segundo seja uma coisa ruim, até porque por definição todos os filmes da Marvel são filmes de histórias em quadrinhos. Mas podia ter tido um tom mais consistente.

Os primeiros dois atos em especial (Antes da Sala Vermelha) foram relativamente mais realistas, com exceção do Guardião Vermelho ser um supersoldado (O que nem foi muito explorado) e do controle mental químico. Já o terceiro ato foi um ato final de filme da Marvel mesmo, com uma grande estrutura voadora caindo, quase que espelhando o final de Soldado Invernal (2014). Até o personagem principal lutando contra um vilão sob controle da mente teve.

Pessoalmente, fiquei um pouco decepcionado ao imaginar que com pouquíssimas modificações poderia ter sido um filme mais consistente. Esse foi o primeiro filme do MCU cujo personagem principal era uma pessoa sem poderes, seja próprios ou através de um traje especial. Mas o que acontece foi que tivemos uma Viúva Negra aparentemente invencível. Em dado momento ela cai de uma altura considerável, que nem aquela queda do John Wick 3, e continua lutando de boas, depois de tomar um ibuprofeno.

A TaskMaster (O nome em inglês português é Treinador aparentemente, mas vou ignorar) foi bem pouco utilizada também. Ela só copia movimentos uma vez: Para levantar que nem a Natasha na primeira luta. Fora isso ela utiliza vários movimentos de outros personagens que não estão no filme, o que às vezes é legal (Tipo a giradinha da faca do Bucky), mas no todo pareceu só um gimmick sem muito sentido. Por exemplo, ela dá o quê? Uma flechada o filme inteiro? Aí mostra as garras do Pantera Negra e… Chega a usar? Se sim, nem reparei. Falando sério, ela podia ter sido cortada do filme e não mudaria muita coisa (Por mim aquela história da Natasha não ter de fato matado a menininha não acrescentou em nada).

Porém, tivemos a Florence Pugh como a Yelena Belova, numa atuação e caracterização bem interessante. Achei ela até mais interessante do que a própria Natasha em alguns momentos. O comentário dela sobre a pose (“You’re a poser”) foi bem pertinente, a Natasha sempre foi muito sexualizada de formas pouco orgânicas ao longo da franquia. Ironicamente, tiveram vários shots da bunda da Scarlett Johansson no filme.

Admito que também gostei do humor do Alexei Shostakov/Guardião Vermelho, apesar de também ter um tom bem destoante do resto do filme. Principalmente se compararmos com o humor da Yelena, bem mais orgânico (E melhor de forma geral mesmo). Curioso que ele não usou o escudo, sendo que faz parte do bonequinho dele, no filme e na vida real. Também achei um ponto positivo eles não terem se preocupado em explicar o fato dele ser um supersoldado (No contexto do MCU, porque para uma pessoa que assistisse só esse filme provavelmente a superforça dele pareceria confusa). Sobre um detalhe menor, gostei das tatuagens de “Karl Marx” nos punhos dele. Em relação à Melina, para mim não fez muita diferença, mas foi bem atuada pro que era.

Sobre os outros personagens: As viúvas negras para mim teriam sido mais interessantes sem a ideia do controle mental químico (Quantos filmes com controle mental no MCU precisamos?), ainda mais quando já vimos que o Dreykov conseguiu por anos manter a Natasha sob controle sem esse artifício. Falando nele, também achei meio cartunesco, mas a minha maior crítica é ao negócio do feromônio. Achei bobo. Agora, o personagem mais out of place certamente é o Rick Mason (O nome dele chegou a ser pronunciado no filme?) do O-T Fagbenle. O cara teve um pôster dele e foi só um sidekick que arrumava um monte de coisa. Incluindo… Um jatinho. Tá bom então.

Vamos falar sobre o terceiro ato? Lembra aquela parte que a Yelena vai explodir aquele troço? O CGI tava tão ruim que eu não consegui deixar de notar. Parecia que tinham colado ela no fundo usando o Paint. Outra coisa que não dava para deixar de reparar era a trancinha da Natasha. Quando ela teve tempo de fazer trancinha no cabelo??? Tantas perguntas. Outra coisa, por que ela ficou para encarar o Ross, e não foi com as viúvas negras, que tinham um jatinho? Já que falamos disso, por que a Natasha achou que o Ross iria até lá só para encontrar com ela? E por que ele de fato foi??? O cara é Secretário de Estado dos Estados Unidos! Acabou de fazer uma ponte de safena!

Eu trouxe várias críticas, mas só porque o filme realmente não precisava de muito para ter sido melhor. Sinceramente? Como falei na abertura, é um filme da Marvel, e entregou o que prometeu (Talvez nem tanto com a TaskMaster). A cinematografia me pareceu mais inspirada do que a maioria dos filmes em que a Natasha já apareceu e a coreografia em geral foi boa, com aquele clássico porém do número exagerado de cortes. Falando nisso, é uma esperança que eu tenho para Shang-Chi: lutas com poucos cortes. Ah, também gostei do cover de Smells Like Teen Spirits, mas eu sou do tipo que gosta de covers.

Por incrível que pareça, a cena pós-créditos me deixou um pouco animado para a série do Hawkeye, que para mim de interessante por enquanto só tinha a Hailee Steinfeld mesmo. Pior que eu já sabia como ia ser a cena, mas não que ia ser sobre o Clinton Clint Barton. Parabéns, Disney, seu comercial sem-vergonha me fisgou.

Falou, nos vemos no review do último episódio da terceira série da Disney+, Loki.

P.S.: Saiu o novo trailer do What If…?, corre lá. Dublado aqui e legendado ali.

P.P.S.: Pizurka, me dá um aumento.

O cara não é nem contratado e quer aumento. O único aumento que eu posso te dar é de serviço, Smith. Mas se você, leitor, também quer aumento, faça por merecer.

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