“TOP 100 FILMES BACON FRITO” 75 – 71

Cinema sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

75) O Exorcista

(William Friedkin, 1973)

Uiara: Você pode até dar uma de gostoso e dizer pros seus amigos que não se assustou com esse filme mas a sua mãe sabe que não foi bem assim, já que teve que te deixar dormir na cama dela por semanas depois disso. Com uma história simples e razoavelmente original pra época, Linda Blair habitou o pesadelo de gerações. Particularmente, não brinco mais com aquele jogo de fazer perguntas pros zumbis desde que vi pela primeira vez. Verde nunca foi minha cor e não acho crucifixos lá muito atraentes.

Pedro: Acreditem se quiser mas durante a década de 60 e o começo da década de 70, o cinema de horror era agraciado com obras conceituadas, com bom elenco e grandes roteiros. Inclusive arrisco dizer que O Exorcista marca o fim dessa era – logo antes de surgir os primeiros “slashers” movies (filmes que mostram matanças de icônicos serial killers como Leatherface, Jason, Mike Myers, Fred…). Um filme macabro (lotando de lendas e causos nos bastidores) em que os sustos dão lugar a horrorização. Clássico de virar a cabeça.

.Veredito Final:
Uiara diz:
foi um dos poucos filmes de terror que realmente me assustou. Aliás, um dos DOIS (e o outro também estará nesse top 100. Aguardem). E eu ainda acho que todo mundo que diz que nunca teve medo só tá pentelhando.
PA diz:
Bem… pra mim perdeu um pouco do seu impacto com o passar do tempo. Mas isso é o mínimo que se espera de um filme de terror da década de 70.
Ainda assim tem uma execução magistral – tanto que foi um dos pouquíssimos filmes de terror que foram indicados ao Oscar de melhor filme (gênero que mais sofre preconceito no academy awards)

Uiara diz:
isso porque até os membros da academia borraram as calças ao ver aquela menininha fofa virando o pescoço pra trás, certeza.
PA diz:
e se masturbando com um crucifixo
clássico

Uiara diz:
nunca mais as mocinhas setentistas viram um crucifixo da mesma forma

74) Aconteceu Aquela Noite

(Frank Capra, 1934)

Uiara: Esse é um filme pra relaxar um pouco a cabeça, mas que passa longe de ser um filme cerebroless. Aconteceu Aquela Noite é um clássico de Frank Capra que conta a história de Peter e Ellie, um casal não tão clássico, numa comédia romântica que não é fresca. Clark Gable é o macho alpha dos anos 30 e prova isso mais uma vez nessa obra.

Pedro: Acreditem se quiser, mas existiu uma época em que as comédias românticas não eram proibidas para diabéticos e os galãs não eram mocinhas afetadas. E isso há 80 anos atrás. Quando penso nisso até fico em dúvida se a espécie humana realmente evolui. Basta dizer que o Big Five (Oscars de melhor filme, ator, atriz, roteiro e direção) não foi a toa – Aconteceu Aquela Noite é um filme leve, divertido e diferente de tudo que a gente vê hoje em dia.

Veredito Final:
PA diz:
Uma das melhores comédias românticas já feitas. Com Clark Gable fazendo o papel que ele sabe fazer, anos antes de ser eternizado em …E o vento levou
Uiara diz:
o Clark Gable faz muito bem o papel de… Clark Gable, isso é indiscutível. É uma das raras comédias românticas que não agradam só mulherzinhas em início de namoro. E nem só de Kubrick vive um cinéfilo
PA diz:
E é um filme que justifica o Big Five do Oscar – dois protagonistas carismáticos, roteiro bem feito (com a cena lendária de Claudette Colbert mostrando a perna na estrada) e direção idem.

73) Era uma Vez no Oeste

(Sergio Leone, 1968)

Uiara: Não torça o nariz ainda, leitor amado. É faroeste sim, mas até quem não é chegado no gênero – como eu – gosta. Todo mundo ali quer se matar, como não gostar disso? Não fosse o detalhe que cê tem que assistir o filme com um ventilador, porque dá calor só de ver tanta areia, poderia facilmente ser ambientado nos dias de hoje em qualquer canto. Tarantella que o diga. Atenção pra Claudia Cardinale, que tem a boca que eu queria ter quando crescer.

Pedro: Se em 1992 Os Imperdoáveis fechou a tampa do caixão dos faroestes, isso só foi possível porque 25 anos antes Sérgio Leone (o melhor diretor do gênero) tinha apresentado uma despedida a altura. Com um grande elenco, um fenomenal compositor por trás (Enio Morricone) e a abordagem mais madura que o western já fez sobre seu tema favorito – a vingança – Era uma Vez no Oeste se mostra obrigatório até por aqueles que viram a cara para o bang bang. Garanto que vocês nunca mais vão esquecer o som da gaita de Charles Bronson.

Veredito Final:
PA diz:
Sergio Leone fazendo o que ele sabe fazer de melhor: um filmaço de faroeste – que mesmo quem não é fã do gênero deve assistir. Uma fábula magistral sobre a vingança – inspiração máxima do Tarantino. E nem preciso falar do elenco: Henry Fonda, Jason Robards, Claudia Cardinale e Charles Bronson.
Uiara diz:
bom, disse tudo. Um elenco espetacular, numa história sobre um dos temas favoritos da humanidade, que agrada até quem não gosta de homens sacando armas e gritando bang bang e… esquece.
E é escrita pelo Bernardo Bertolucci, diga-se de passagem

72) Taxi Driver

(Martin Scorsese, 1976)

Uiara: Parte da beleza desse filme pra mim foi que eu não fazia ideia do que falava antes de assistir. Se soubesse, talvez não tivesse a mesma graça. Ainda assim é válido contar pra vocês que a atuação de Jodie Foster novinha como puta é memorável e a cena do de Niro se olhando no espelho com uma arma na mão é sensacional. No mais, é um Scorsese. Isso termina qualquer discussão.

Pedro: Taxi Driver foi o aceno de Scorsese para o mundo, mostrando que ali não estava apenas um bom diretor – mas uma futura lenda. Seguindo a ideia da Uiara não vou contar muito sobre a história do filme para não estragar a diversão dos hereges que não sabem do que se trata. Basta dizer que a tal cena do espelho é um dos melhores exercícios de atuação da história do cinema – e foi completamente improvisada por ninguém menos que um dos maiores atores da década, o monstro Robert De Niro.

Veredito Final:
PA diz:
Eu tenho uma implicância com esse filme. Mas ainda sim ele é tão bom que eu não conseguiria deixar de fora do Top 100.
A dobradinha Martin Scorsese e De Niro é sempre bem vinda

Uiara diz:
a atuação do de Niro me lembra muito a do Pacino no primeiro Poderoso Chefão. Começa como um sonso irreconhecível e termina o como o chuta bundas que todo mundo conhece
E por que a implicância?

PA diz:
A música que todo mundo paga pau e eu acho insuportável e aquele “sub plot” da loirinha que eu acho irritante.
Uiara diz:
cinéfilo metido… pff
Hiauhaiuhaiha
Eu deveria começar a te entregar nesse bloco

PA diz:
ehuheuehuehuehueh
Tenta

Uiara diz:
só não faço isso agora porque já foi pro ar que eu tenho a discografia completa dos beatles e não fui despedida

71) Sindicato de Ladrões

(Elia Kazan, 1954)

Uiara: Hierarquia tá aí pra ser obedecida, certo? Claro que não. Marlon Brando nos mostra que o que tem mesmo que prevalecer é o amor óun o que cê acredita do fundo das suas tripas que está certo.

Pedro: Eu falei que Taxi Driver tinha uma das cenas de melhor atuação da história do cinema, né? Poisé, para muita gente é nesse filme que se encontra a melhor. No “pré-clímax” da história desse carregador portuário, na qual ele lembra que poderia ter sido um lutador profissional se não houvesse aceitado suborno em uma época de sua vida, Marlon Brando nos presenteia com uma das atuações mais espetaculares já presenciadas pela sétima arte. E coincidiu com o auge de um dos maiores diretores que já passaram por Hollywood. Obrigatório para quem diz gostar de clássicos.

Veredito Final:
PA diz:
Atuação espetacular do Marlon Brando. Mas mais uma vez um sub plot feminino arrasta o filme.
Uiara diz:
Marlon Brando prova (de novo) que nasceu pro papel do brutamontes que acha sempre uma mulher que gosta de ser jogada na parede e chamada de lagartixa.
meninices a parte, o filme fala do medo que as pessoas tem de confrontar uma hierarquia, ainda que todos saibam o que está errado.

PA diz:
O roteiro é muito efetivo nisso, diga-se de passagem. E a cena final é magnífica.
Uiara diz:
meninices voltando, é incrível como o Marlon conseguiu ficar TÃO feio desde Um bonde chamado desejo
são só três anos de diferença, mas o cara sai de galã pra urubu.

PA diz:
É vero. Apocalipse Now foi o fundo do poço.

Este texto faz parte de um TOP 100. Veja o índice aqui.

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