Terminem suas merdas (Antes de cagar de novo)

baconfrito segunda-feira, 03 de novembro de 2014

Então, tá lá você, de boa, suave, tranquilo, aproveitando aquela parada muito l0k@ que te passaram e você se amarrou. Ou aquela porcaria que você só vê por masoquismo. Ou ainda o troço que você curtia antes, que ficou ruim pra caralho mas que você continua acompanhando, só pra ver qualé que é. Seja como for, cê tá lá, esperando o final, e ele não vem.

 Isso sempre foi uma porcaria; bem feito pra quem gosta.

Não sei vocês, mas quando eu pego alguma coisa pra fazer, eu termino ela. Ao menos na gigantesca maioria das vezes. Não que eu leve tudo que pego para fazer até o final: Se estou só “testando” a parada, vendo se gosto, se me interessa, e a resposta é negativa, largo sem problema nenhum, afinal, não decidi que leria/veria/faria o que quer que seja, meu objetivo era só experimentar. Aquela amostra grátis de supermercado. Mas se decido que vou até o final com algo, normalmente cumpro.

Na vida, há muita coisa que você começa e para: Se você é como eu, como a galera daqui do Bacon, tem vários e vários projetos. Ideias guardadas, coisas interessantes que já pensou, algumas que até já começou a desenvolver um pouco, mas que, por um motivo ou por outro, parou de mexer. Uma mistura de falta de oportunidade com a importância e prioridade de outras coisas. E não estou só falando das contas. Mas tem diferença. Uma coisa é você ter uma ideia, sei lá, pra um livro, escrever cinco capítulos e largá-lo por um motivo qualquer, a outra é ter a ideia do livro, escrevê-lo, publicá-lo (No sentido original, não necessariamente por uma editora) e, no meio do caminho, desistir do livro. Ou, ainda pior, transformá-lo numa série e desistir desta no meio do caminho.

Desistir não significa necessariamente parar totalmente de fazer o que for, pode ser “perder a fé”, deixar de dar importância, fazer de qualquer jeito, mudar totalmente de ideia no meio do caminho… Há várias formas de desistência. Eu entendo perfeitamente que, às vezes, começamos algo de um jeito e, enquanto o fazemos, a coisa toda muda e você, consequentemente, já não enxerga o que estava fazendo da mesma forma. Isto aqui é muito importante: Mudar alguma coisa não é problema nenhum. A mudança pode ser para pior? Claro, mas o problema é o novo “cenário”, não o ato de mudar. O que não se pode (Ou não se deve) fazer é mudar para se adequar à sua nova posição e só terminar o troço porque já começou.

Cansei de ver boas coisas indo para o limbo só porque o autor perdeu (Na falta de palavra melhor) o tesão por fazer aquilo. Cansei de ver boas ideias levando à resultados medíocres por preguiça e falta de dedicação.

Um final ruim é sempre preferível à falta de final.

E “falta de final” não significa literalmente a falta de um final. Pode ser que o autor toque o foda-se e largue a porra toda, mas pode ser também que faça qualquer coisa só pra ter algo alí… Sinceramente, não sei qual o pior. Não é só uma questão de terminar dignamente algo pelo qual você gastou tempo, esforço, dinheiro – enfim, parte da sua vida – mas porque você fez com que outras pessoas fizessem o mesmo. Seja seus amigos próximos que viram os rascunhos e opinaram, seja uma legião de gente que acompanhava o que você fazia. E, acima de tudo, sua obra merece ter seu final. Toda obra merece um final. Até Caverna do Dragão merecia um final os fãs não.

Ninguém sabe o futuro. Não tem como, ao começar algo (Ou antes mesmo disso), saber como ele vai terminar, ou o que você vai passar enquanto o faz: Ninguém sabe o que vai acontecer e quais consequências estas coisas terão; e mesmo que a mudança seja pouca, depois que elas acontecem, você é uma pessoa diferente. Pode ser que aconteça algo que te broxe completamente em relação à sua vida ou à um projeto, então é nesse momento que você tem que se deixar de lado, deixar de lado sua opinião, sua vontade e sua “nova” condição de vida, e terminar o que você se comprometeu, não com você, mas com as outras pessoas (Apesar de que, pro seu próprio bem, sugiro que faça por você também). Se antes era por vontade, inspiração, prazer, alegria ou qualquer outra coisa, agora você tem um dever, e deve cumprir com ele à altura.

Duro? Exigente? Pode ser; e mesmo você não tendo obrigado as pessoas a darem parte da vida delas pelo que você fez, ao fazer aceitou este risco (Conscientemente ou não). E pode ter certeza que vão te cobrar por isso.

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