Te Amarei Pra Sempre (The Time Traveler’s Wife)

Cinema quarta-feira, 16 de outubro de 2013 Aline

Henry DeTamble (Eric Bana) conheceu Clare Abshire (Rachel McAdams) quando tinha apenas 6 anos, em um campo perto da casa de seus pais. Logo eles se tornaram grandes amigos, avançando para confidentes e depois amantes. Só que há um problema: o futuro de Clare é o passado de Henry. Ele é um viajante do tempo, devido a uma modificação genética rara que o faz levar a vida sem saber em que época estará. O fato de Henry conhecer o futuro sempre incomodou Clare, mas agora a situação se inverteu. Quando Henry volta no tempo para encontrar Clare aos 6 anos, é ela que, em sua fase adulta, sabe qual será o futuro de seu amado.

Ele tem uma doença genética fodida, mas não do tipo que faz uma criança nascer com três pernas ou com uma teta no meio da testa. Henry viaja no tempo. Ele pode estar chafurdando a esposa, cozinhando brigadeiro ou tomando esporro do chefe e, de repente, desaparecer, pra então reaparecer nu, pelado e com a mão no bolso, em outra época.

Um dia, o desgramado, numa dessas tretas aí, conhece uma menininha. Depois, conhece a versão adulta dela. Eles se apaixonam.

Dá merda.

Sei lá, eu não sou muito chegada em romance. Não que eu não goste quando dois personagens carismáticos se apaixonem no meio de uma história, só que dedicar uma hora e meia da minha vida pra ver dois indivíduos fazendo cu doce e tentando dar umazinha sempre pareceu meio desperdício.

Mimi, blá blá, pode enfiar sua opinião no rabo. Mas sim, tenho a profundidade emocional de um potinho de Nutela em casa de diabético: Ou seja, nenhuma.

Por que o pote continua cheio. Ninguém come. E tal…

…

Acabo de fazer a pior piada da minha vida. Me processem.

Enfim, esse filme aqui, especificamente, sempre passa ou nas minhas madrugadas de insônia ou no meio da tarde de domingo. Contando os quinze minutinhos aqui, vinte minutinhos acolá vistos enquanto zapeava os canais a procura de algo melhor, acabei vendo tudo. E gostei. Se for parar pra contar direitinho, devo ter assistido a ele, no mínimo, umas três vezes.

O que me atraiu? O ritmo é rápido. Não é lá muito mela-cueca. Acho que é um drama bem balanceado que faz muito sentido. O que eu mais gostei, no entanto, foi o ponto de vista escolhido pra narrativa. Ela é dividida entre o cara e sua esposa. Não que ver Eric Bana pelado seja ruim. Eu topo umas quatro horas só disso. Mas é legal ver o outro lado da moeda: O da mulher que fica em casa e segura a barra. É Clara que fica em casa, espalha roupas pelos lugares que ele pode aparecer e inventa histórias pra livrar a cara dele quando o cara some por duas semanas.

Coincidentemente, hoje reli uma frase do George R. R. Martin que me fez parar pra pensar: No fim da guerra, o último homem de pé é uma mulher. Aqui, não quero entrar em nenhuma questão de gênero, por mais que possa ter parecido. Quero fazer um parágrafo pra lembrar de todo mundo que, apesar de longe do campo de batalha, ajuda a sustentar emocionalmente os soldados. Pensa aí em todos os sidekicks, todas as mães, esposas e maridos, filhos e muito mais, que esperam quietinhos em casa, rezando pra que o protagonista volte são e salvo pra casa.

Pensa em todo mundo que você não poderia viver sem, e você nunca percebeu isso. É. Eu sei que é reflexão demais pra um filminho Sessão da Tarde de um bestseller mela cueca. Mas me deu pano pra manga.

Recomendo pra aqueles dias de TPM. Assista do lado da sua melhor amiga, a panela de brigadeiro.

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