SABRE DE LUZ no Wii, mano!

Nerd-O-Matic quinta-feira, 25 de setembro de 2008 – 8 comentários

Bom, como eu sempre digo, essa coluna não é espaço pra fazer review de jogo. Mas no caso de Star Wars: The Force Unleashed para o Wii, eu simplesmente TINHA que falar sobre o jogo já que citei ele tantas vezes anteriormente nesta mesma coluna, e a gente vem falando disso aqui desde o ano passado. Afinal, este é o jogo que pode apresentar uma forma de jogabilidade e imersão nunca antes alcançada em nenhum outro console, realizando a fantasia nerd de vários gamers fissurados em fazer UÓN com um lightsaber, ainda que seja apenas um wiimote. Este é o jogo que pode provar de uma vez por todas que o Wii é a plataforma mais DIVERTIDA disponível no mercado atualmente. Né?

Nem.

Star Wars: The Force Unleashed (Wii)

Infelizmente não foi dessa vez. O Leef já tinha dado a letra nos comentários da minha coluna anterior:

Porra Leef, resumiu perfeitamente o jogo. Eu não dei muita atenção pra notícia em primeira mão do cara porque, sabem como é, nossos leitores são todos motherfuckers e eu nunca deixaria um de vocês estragar minha diversão antecipadamente. Além do mais, eu ainda acreditava que isso:

podia virar realidade. Tsc. Jogadores hardcore podem ser muito ingênuos mesmo.

Mas eu tinha direito de acreditar, porra. Se tem um console que poderia realizar esse sonho, esse console é o Wii. Mas… sei lá… FALTOU alguma coisa, manjam? Faltou o feeling de estar realmente manejando um lightsaber, de se sentir um jedi. O cara que tava esperando o jogo, na fissura, esperava pegar o wiimote e se sentir assim:

Mas do jeito que o jogo foi implementado, o cara acaba assim:

Porra, isso vai contra o espírito de fantasia dos vídeo-games, cara. Eu quero ser colocado em outra realidade quando jogo meus jogos. Não quero ser lembrado a todo momento pelo jogo que eu sou só um retardado balançando um wiimote. Pqp, Guitar Hero vibrations.

Creio que o principal culpado por Force Unleashed ser um jogo meia-boca é a maldita falta de IMERSÃO no jogo. A imersão, essa qualidade que faz um jogo te envolver de forma tão profunda que você esquece do ambiente em volta e se concentra totalmente naquela atividade, incorporando o personagem do jogo e tornando-o uma extensão de si mesmo. É o que te faz parecer um imbecil jogando Guitar Hero, mas você não tá nem aí, porque tá curtindo o lance todo pra cacete.

Isso simplesmente não rola em Force Unleashed. Apesar de toda utilização de poderes, de jogar stormtroopers longe, de estrangular os caras com um gesto, de EXPLODIR com a FORÇA e jogar tudo pelos ares, apesar disso tudo, você nunca se empolga realmente com a experiência. E eu acho que isso poderia ser resolvido com um recurso muito simples: ter produzido o jogo todo como uma experiência em primeira pessoa. Vejam, isso funcionou bem no Metroid do Wii. Imersão total no mundo alienígena de Samus. DAVA PRA TER FEITO, Lucas Arts.

Metroid Prime. ERA SÓ COPIAR, caralho.

Além do mais, Star Wars já teve VÁRIOS jogos bons em primeira pessoa, desde Dark Forces de fucking 1995. Não era tão difícil supor que a gente preferia estar na pele de um jedi do que ficar vendo um jedi novo e esquisito na tela. Puta saco, meu.

ERA SÓ COPIAR, caralho!

Mas vou ser justo: o jogo não é ruim, de forma nenhuma. Admito que a Força foi bem implementada, ainda que você perca toda a empolgação depois de uma meia-hora de jogo. Dá uma olhada aí no gameplay do modo de duelo:

Tá vendo? Não é ruim. Só enche o saco. E se enche o saco no modo duelo, imagine na campanha do jogo. Simplesmente não existe variação suficiente pra transformar o jogo num beat em’ up razoável.

Force Unleashed poderia ter sido razoável, mas por mais duas razões, ele ficou manco. A primeira razão – uma praga que assola o Wii – é que o jogo é FEIO. Os caras tiveram preguiça mesmo de fazer um lance decente. Na semana passada eu tava jogando a versão do PSP e quase arrisco dizer que tá pau-a-pau com a do Wii. O que é um absurdo. De novo me vem à cabeça Metroid Prime, que apresenta gráficos maravilhosos, e foi um dos primeiros jogos do Wii. Ô preguiça de caprichar, hein Lucas Arts?

A segunda razão é a maldita câmera. Ela tá sempre correndo pra trás de você, pra te dar uma visão ampla do que tá à sua frente. E você não controla ela. O que acontece é que às vezes (o tempo todo, na verdade) você se vira rápido demais e a câmera demora pra se posicionar atrás de você novamente e te mostrar o que tá acontecendo. E aí você apanha. Apanha pra caralho. Você toma tiro e nem sabe de onde, é uma merda.

Cara, eu juro pra vocês que eu fiz um esforço sincero pra gostar desse jogo. Fazia quase um ano que eu tava na expectativa com ele. Eu tentei deixar de lado as questões de jogabilidade e feiúra mas, mesmo assim, não dá pra ignorar que ele simplesmente não diverte. Não o suficiente.

Estou tendo uma paciência do caralho com o Wii. Mas realmente não lembro do último jogo BOM MESMO que joguei nele. Acho que foi o No More Heroes, e isso foi em fevereiro. Fevereiro, cara. É muito tempo de intervalo entre os jogos decentes.

Porra Nintendo: não me foda com lightsaber mole.

Zoado por um jogo. E gostando.

Nerd-O-Matic quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008 – 11 comentários

Vocês sabem, eu não escrevo pra nego burro, embora a maioria dos nossos leitores o seja.

“O seja” o quê?

Burro. Viu? Vocês não sabem entender nem a porra da colocação de um pronome e a quem ou a quê ele se refere.

Mas como eu ia dizendo, espero que ao ler uma coluna sobre games, vocês estejam pelo menos acompanhando alguns deles. No mínimo, os principais lançamentos dos consoles que lhes interessam.

Sendo assim, creio que No More Heroes dispensa maiores apresentações. Se você não sabe que jogo é esse, vai ver notícias em outro lugar. Agora vamos ás minhas impressões sobre essa produção vídeo-gamística de grosso calibre.

No More Heores: jóia gamística do Wii

Há muito tempo eu não via um jogo que me zoasse tanto. Esse jogo me zoa pra caralho. Esse jogo me zoa desde o boot até o save antes de desligar. Esse jogo me zoa mais do que a Gabi num restaurante vegan. Esse jogo me zoa de uma forma que eu fico olhando pros lados enquanto jogo, pra ver quem mais tá tirando uma com a minha cara.

Eu preciso da ajuda de vocês agora. Qual é a história desse jogo? Alguém sabe? Qual a linha principal que segura a história do início ao fim? Pelo que eu entendi tem lá o Travis Touchdown:

…que deveria ser o herói do jogo. Quer dizer, é o carinha que você controla, mas tá longe de ser “herói”. O cara é um otaku, pelamor… O quarto de hotel barato dele é cheio de quinquilharias de anime e ele tem um ROBÔ GIGANTE como item de decoração:

… e o cara venera um pôster de alguma personagem feminina infantil de algum anime que eu não sei qual é. Tô te falando: ele acaricia o pôster e geme alguma expressão nipônica que eu nem quero descobrir o que quer dizer. WTF? Como eu vou me identificar com um otaku num jogo? O pior que eu já fiz foi assistir Evangelion duas vezes, e eu nem quis ler o manga depois.

Mas o cara usa uma jaqueta de couro, isso é legal. E ele tem uma porra de um sabre de luz como arma, que é basicamente A fantasia sexual de todo jovem que viveu na década de 80. Ah, sim, isso deveria fazer parte do enredo inclusive. E faz, é mesmo, esqueci. Eu já falei que você faz movimentos masturbatórios com o wiimote para recarregar a bateria do seu sabre de luz? Pois é.

Parece confuso? Ah, sério? Então vamos recapitular: Travis Touchdown, um otaku, compra um sabre de luz em um leilão na internet. YA. Eu juro pra vocês que é isso que o jogo diz. Aí ele conhece uma GOSTOSA:

Que dá as dicas pra ele subir num ranking de um clube da luta ou algo que o valha. São dez posições com dez negos diferentes pra ele passar o cerol neles tudim. Conforme ele vai tesourando os caras, vai subindo no ranking. O que ele ganha no fim? Não sei, mas conforme ele sobe a loira lá vai dando mais mole pra ele. Então suponho que a real motivação pra continuar lutando é levar a loirinha sexy pra moita.

É ou não é uma história do caralho? É.

Ou seja, o jogo não se leva á sério. “Ah, mas será um belo jogo de bosta esse No More Heroes” – pensei ingenuamente eu, ao ler o enredo. De certa forma é mesmo um jogo de bosta; quando você salva o jogo, Travis Touchdown senta na privada pra largar um barro:

Hora de… salvar o jogo.

Demais cara, simplesmente demais.

É como se o jogo dissesse que tudo que você fez ali realmente não importa, e que seus esforços valem menos que um cocô. Eu me sinto assim cada vez que vou salvar o jogo. Tem até o som dele fazendo “Ahhhh” ao sentar para realizar o serviço. Eu me sinto extremamente zoado.

Então, o jogo é de matar gente. Legal, ponto a favor. Mas pra matar os caras, você tem que entrar num esquema meio que de pirâmide, onde você paga pra subir e ter a chance de matar quem está acima de você. Então você precisa de GRANA. E num jogo glamouroso como esse, como você consegue grana?

Cortando grama, claro:

…e catando cocos em coqueiros.

Eternamente zoado.

Então, recapitulando de novo. Cê é um baita dum ASSASSINO, que mata nego pra comer mulher. Você tem um SABRE DE LUZ. Mas você é um otaku e precisa cortar grama pra arranjar dinheiro.

Troféu joinha pra esse jogo hein? Jogador zoado do início ao fim. Nunca me senti tão zoado.

Mas não imaginem que o jogo é ruim. Eu só quis passar pra vocês um pouco da confusão mental que ele provoca. E eu acho isso um espetáculo, caso contrário não tiraria minha coluna pra falar de apenas um jogo.

Eu não vou entrar em detalhes sobre os chefes ou sobre o sistema de jogo, porque o mais legal é vocês experimentarem tudo isso em primeira mão, sem nenhum tipo de expectativa criada por algo que vocês leram aqui.

Esse é o tipo de jogo que vai salvar o Wii da sua reputação de console de jogos boiolas e casuais. Sabe Cooking Mama? Isso aqui é o EXTREMO OPOSTO de Cooking Mama. Com sabres de luz. Vocês deviam jogar. Noobs.

confira

quem?

baconfrito