Prevendo o futuro (Ou quase)

HQs segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Então, não é segredo pra ninguém que os quadrinhos lá nos States tão na merda. O Ricardo e o Secolo poderiam lhes explicar por horas e horas os motivos disso, dando exemplos, falando dos anos 90, da época de ouro e reclamando do Rob Liefeld, provando que a coisa não está nada boa por lá, principalmente desde o “boom” das adaptações dos quadrinhos pro cinema, mas o assunto aqui é outro.

 Pior que ele genuinamente tem cara de idiota, PQP.

Quadrinhos tem ano menos 100 anos, e há 70 que se tornaram “famosos”, sendo produzidos aos milhares todos os anos. Como tudo na vida, os quadrinhos nasceram, cresceram, chegaram ao auge e entraram numa espiral em rota vertical de colisão com o inferno. Aqui no Brasil a coisa foi bem menor, meio que uma montanha-russa de centopéia comparada com a montanha-russa de um Six Flags qualquer, e nos últimos, sei lá, 5 anos, tem crescido bastante, chegando no estado atual, com centenas de escolas de desenho com curso voltado paras as HQs e com centenas de brasileiros desenhando, colorindo, finalizando e plagiando para fora, principalmente para os EUA.

A questão aqui é simples: do mesmo jeito que o mercado internacional saturou, o mercado aqui no Brasil também vai. Isso se a coisa continuar nesse rítmo. Tivemos o FIQ recentemente, a Rio Comicon e a Gibicon há algum tempo, e vários outros festivais menores, bem como a Flip e a Bienal do Livro, que sempre tem uma coisa ou outra sobre HQs, e em todas elas centenas de artistas foram expor seus trabalhos, desde os que sairam no exterior até os feitos aqui no Brasil, de forma independente.

Esse crescimento é ótimo, tanto para o público quanto para os artistas, já que impulsiona a coisa toda, valoriza o quadrinho nacional e toda aquela lenga-lenga de sempre, que sim, é ótima, mas que tende a durar pouco. Já temos grandes autores/desenhistas, como o Fábio Moon e o Gabriel Bá, Rafael Grampá, Rafael Albuquerque, Cadú Simões, Danilo Beyruth, André Dahmer e vários outros, que tem talento serár…? e já estão publicando seus trabalhos, inclusive com alguns deles já “exportando”, e não tenho dúvida de que surgirá mais gente boa com o tempo, afinal, o troço ainda está crescendo, ainda tem que melhorar bastante, e com o progresso vem mais progresso (Ao menos em tese).

Acontece que chegará um tempo em que estaremos cheios de Mark Millars, Wills Eisners, Warrens Elliss, Johns Romitas Jrs., Johns Byrnes, Eds McGuinness, Garths Ennis, Chris Claremonts, Mikes Mignolas, Neils Gaimans, Grants Morrisons, Franks Millers, Alans Moores, Franks Chos, Alexs Ross, Steves Ditkos e Jack Kirbys (Sim, fui só colocando “s” no final) que chegaremos no ponto em que os EUA estão hoje: Um mercado saturado, cheio de gente ruim (Nas mais diversas funções) e com bons artistas sendo deixados de lado, que passarão à reclamar do mercado editorial e das editoras com pensamento limitado.

 Isso pra não falar das editoras nos moldes da Image.

O quadrinho no Brasil terá sua Era de Prata, Era de Ouro, os anos 90 e entrará em crise, com pouquíssima coisa boa sendo publicada, até que ocorra uma quebra na coisa toda (Como já rolou nos EUA e deve rolar de novo), para rebootar tudo. Larte, Angeli e Glauco (Glauco não, ele morreu, mas deixemos passar dessa vez) tiveram seu auge, fizeram uma geração dos quadrinhos no Brasil (Assim como Joe Shuster, Jerry Siegel, Al Smith, Lee Falk e Bob Kane fizeram uma – Ou várias – geração do quadrinho nos EUA), mas chegaram ao fim. Sim, ainda são reverenciados e ainda estão “na ativa” (Em rítmo lento, mas vá lá…), mas não são mais o que foram, e provavelmente nunca mais serão… Tipo o Maurício de Souza (Que recentemente está nessa ridícula fase de ser louvado por um bando de puxa-sacos).

Sinceramente espero que o Brasil não chegue ao ponto de viver de encadernados, com obras ruins preenchendo as (Poucas) bancas que ainda venderão quadrinhos e artistas desvalorizados, com Liefelds fazendo sucesso por aí. Quero só ver o que faremos quando não tivermos mais nenhum talento crescendo, quando o mercado morrer de fez, tipo como está para acontecer nos Estados Unidos… Até lá ficamos com o MSP.

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