Parece mas não é – Parte II

Cinema quarta-feira, 02 de junho de 2010

A-HÁ! Acharam que eu tinha esquecido a continuação do TOP 10 dos filmes que enganam pela capa, nénão? Relaxa, filho. Impossível esquecer os exatos 1.103 minutos de vida que eu perdi assistindo a tanto lixo. Vamos aproveitar que o Bacon voltou ao ar e dar uma exorcizada nesses exús. Quem perdeu, pode conferir a primeira parte aqui. E se quiser conferir os vencedores (Ou seriam os perdedores?), é só clicar:

5° lugar: A Era da Escuridão (The Mutant Chronicles) – 2008

Por que é ruim? A Era da Escuridão é todo baseado num famoso RPG que se passa no ano de 2707. A história conta o caos que se instala na Terra após a escassez dos recursos naturais. Isso acaba dividindo o mundo em quatro grandes corporações que vivem em guerra entre si. O problema é quando mutantes adormecidos desde a Era do Gelo são acidentalmente libertados e passam a vencer os exércitos das quatro corporações. Com a água batendo na bunda, as corporações unem-se, mandando sete combatentes liderados por um religioso que diz saber como destruir as criaturas. Tudo muito bem, tudo muito bom… quando você LÊ a sinopse. Agora assistir a isso tudo é quase traumático. O filme começa lento e se arrasta até o final. Mas na verdade o que pesa mesmo é o baixo orçamento do filme. Os defeitos especiais são péssimos, o roteiro é todo cheio de problemas e mais da metade do elenco é ruim. Ainda tem salvação, se você encarar com leveza e achar graça, afinal, só pode ser piada que em 2707 as pessoas usarão telégrafo!

4° lugar: Antes Que Termine o Dia (If Only) – 2004

 Romântico até demais.

Por que é ruim? Antes que venham os protestos, eu digo logo: Eu sou apaixonada por filmes “mulherzinha”. Adoro um romance, comédia-romântica e essas coisinhas. E acho que eu não conheço ninguém que não tenha gostado desse filme (O mais chinfrim da categoria, na minha opinião). Gente, para com isso! Que filme mais enfadonho! Se eu pudesse resumir esse filme em uma palavra, seria, sem dúvidas, CHATO. Tudo bem, é até interessante você pensar na situação de acordar num dia em que você já viveu (E sabe que vai acabar mal) tendo a chance de fazer tudo diferente. Mas pô, esse filme é sem tempero algum. Jennifer Love-Hewitt tem naturalmente um ar de meiga, fazendo papel de mocinha então, é uma melação que só. Sem contar que colocaram ela pra cantar! Na época, Jennifer tentava alavancar uma carreira de cantora e aproveitou a brecha pra dar uma palinha. Ultra desnecessário. O filme força muito as situações de drama e tenta até o fim arrancar uma lágrima do expectador. É um dos únicos filmes que eu assisti até o final só pra poder falar mal depois. Hehe

3° lugar: Tá Rindo do Quê? (Funny People) – 2009

 Ninguém riu, nem o Adam Sandler.

Por que é ruim? Adam Sandler tinha realmente me animado depois de Click. Colocar algumas pequenas doses de drama em suas comédias foi um ponto muito positivo na carreira cheia de filmes bons e ruins. Nessa produção, no entanto, o resultado é desastroso. Adam Sandler interpreta um famoso comediante de stand up que se descobre com uma doença incurável, lhe restando apenas mais um ano de vida. Depois de se apresentar no mesmo lugar que um jovem comediante do ramo, decide contratar o novato como seu assistente. Ao longo do filme os dois vão se envolvendo em situações cada vez mais complicadas. Mas isso não tem nada de engraçado. Quem classificou o filme como comédia cometeu um tremendo erro. E é muito provável que ele esteja na prateleira de comédias da locadora do seu bairro. Acontece que as confusões são de cunho psicológico e emocional, o que deixou o filme totalmente morto e sem a malemolência tradicional de Sandler. Vale pensar que o ator vem tentando investir em outros gêneros, afinal, seu talento é inegável. Porém, filmes como esse, ao invés de despertar o interesse de seu público para outros trabalhos, só reforçam a ideia de que Adam Sandler deveria continuar onde estava. A impressão que dá é de um filme totalmente apático, beirando a depressão. Medalha de bronze, sem dúvidas!

2° lugar: Fim Dos Tempos (The Happening) – 2008

 E o Mark Wahlberg continua fazendo a MESMA careta em todos os filmes.

Por que é ruim? Olha, pra quem ainda não sabe, eu detesto muuuito a atuação do Mark Wahlberg. Em qualquer filme. Pra mim ele nunca devia ter deixado de ser rapper putão cantor. O cara só sabe declamar frases decoradas, franzindo a testa como se estivesse eternamente com enxaqueca. Mas, vá lá, eu ainda apostei minha última ficha depois de saber que o filme foi dirigido por Shyamalan – e agora aqui a gente faz uma pequena reflexão. Shyamalan escreveu e dirigiu O Sexto Sentido. Ponto. E por mais que sua carreira tenha se tornado decadente com filmes polêmicos como Sinais, A Vila e A Dama na Água, eu nunca vou recusar ver um filme desse cara. Tudo bem que ele viaja na maionese, mas ok, Tim Burton provavelmente só escreve chapado, e daí? A questão é que o diretor indiano tem roteiros fantásticos e dá pra sentir que ele gosta do que faz (No material especial do DVD de Sinais é possível ver o primeiro curta-metragem caseiro que ele fez na adolescência. É bizarro, mas fica claro o quanto ele realmente se interessava pela arte). Por tudo isso, eu acreditei que Fim dos Tempos, apesar do Marky Mark, poderia ser um filmaço. A história começa com pessoas cometendo suicídio sem nenhuma explicação. O fenômeno aumenta e a onda de mortes começa a se alastrar pelo país. Um professor, sua esposa e um amigo, com a filha, resolvem fugir para as fazendas da Pensilvânia em busca de abrigo. Como qualquer outro filme de Shyamalan você fica doido pra saber o que está acontecendo, mas o diretor repete o que já vinha fazendo em outras produções: Broxa o expectador no final. É até válido ele justificar que as plantas do planeta contra-atacaram os humanos depois de tanta degradação. O que ficou horrível foi a construção dessa explicação. E ele conseguiu cagar mais: Botou o Mark Wahlberg pra interpretar um protagonista com problemas conjugais, ou seja, mais drama. É de uma vergonha alheia a cena onde ele e a mulher resolvem se perdoar quando estão na merda diante do perigo eminente que só vendo! Ou melhor, não veja. Medalha de prata! Mas só porque não fez pior que…

1° lugar: O Quinto Elemento (The Fifth Element) – 1997

 Korben Dallas e suas manguinhas rasgadas.

Por que é ruim? Pra mim é totalmente inacreditável que alguém tenha realmente gostado desse filme. Mas vamos do começo, afinal, não foi por acaso que ele ficou com a medalha de ouro. O Quinto Elemento foi um filme caro, muito caro. Só pra se ter uma ideia, o figurino foi todo desenhado por Jean-Paul Gaultier (O cara que inventou o sutiã em forma de cone da Madonna e tem seus perfumes vendidos por não menos de 300 conto, mano!). O Quinto Elemento foi escrito e dirigido por Luc Besson, outro francês, que pra mim era um completo desconhecido antes desse filme. Uma coisa que me chocou foi o fato do ator Gary Oldman ter aceitado um papel tão cretino quanto o que ele ganhou, tendo uma carreira super sólida. E bom, vamos ler uma sinopse pra entender o tamanho da asneira: “No século XXIII, um motorista de táxi (Bruce Willis) de Nova York se envolve em uma aventura na qual tem de deter um ser demoníaco que percorre a galáxia a cada 5000 anos. Se nada for feito, a Terra será destruída, mas para isto ele precisa encontrar 4 pedras antigas, que representam os elementos, e colocá-las em volta de uma bela mulher (Milla Jovovich), que é o quinto elemento.”. Dá pra acreditar que Luc Besson começou a escrever isso com 16 anos e só foi terminar com 38? Além de a história ser fraca, a execução dela consegue ser pra lá de ruim. Vamos aos fatos que tanto me incomodaram: 1) Os alienígenas do início do filme parecem latas de lixo enormes e douradas 2) A roupa e o cabelo que fizeram no Gary Oldman, o vilão 3) Chris Tucker como uma bicha aloprada e muuuuito cafona 4) A “maquiagem” ridícula (E de borracha) da cantora alienígena Plavalaguna 5) Os erros de sequência, como quando Bruce Willis aparece com uma camisa de manga longa e no segundo seguinte da mesma cena está com as mangas esfarrapadas e com os dois braços musculosos de fora (Detalhe: Sem levar nenhum tiro ou arranhão) 6) Os personagens aparecem do nada, magicamente 7) A cena final onde a quinta elementa e Willis dão umazinha dentro de uma cápsula foi a pior escolha possível para um desfecho. Bom, eu poderia passar um dia falando de todos os defeitos, mas acho que estes já servem de alerta. E nunca se deixem enganar pelos defensores dessa meleca que dizem que o filme é bem humorado e incompreendido! Humor necessariamente tem de ser engraçado e aqui, melbein, a graça passa looonge. Pra mim, O Quinto Elemento é tipo aquele poema ou aquela música tosca que você escreveu quando era um adolescente iradinho. No caso de Luc Besson, ele podia ter deixado o projeto em alguma gaveta de Paris como lembrança da juventude. Teria poupado pelo menos os meus olhos de tamanha vergonha.

E vocês? Quais as suas maiores decepções cinematográficas?

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