O Pequeno Nicolau (Le Petit Nicolas)

Cinema segunda-feira, 11 de maio de 2015

 Nicolau tem uma boa via, pais amorosos, grandes amigos com quem se diverte e tudo que ele quer é que nada mude. Entretanto, um dia ele ouve uma conversa que pode mudar sua vida para sempre: Sua mãe está grávida! E assim Nicolau tem que achar um jeito de manter as coisas como elas já estão.

Esse é um daqueles felizes acontecimentos na vida: Peguei o filme sem querer, não sabia sequer que existia e, no fim, foi uma grata surpresa.

E agora, como eu tenho que enrolar nesse começo, toma esses spoilers de Vingadores: O Visão é o Jarvis do Tony Pinga, criado com a Jóia da Mente, e que mata o Ultron. O Hulk some pro espaço e o Mercúrio se fode no meio da luta. Tony volta a ser o Downey Junior de sempre, o Gavião Arqueiro encontra sua família e o Capitão, Viúva Negra e a Feiticeira Escarlate vão fazer o trabalho do Homaranha… Se ele não fosse da Fox. E não tem cena pós créditos. E não chora, o troço já saiu tem mais de semana, se você quisesse, já tinha visto, seu pobre.

Le Petit Nicolas é baseado nos livros infantis de mesmo nome, criados por René Goscinny e ilustrados por Jean-Jacques Sempé. Se você conhece, é isso mesmo: Do mesmo criador de Asterix que, inclusive, tem algumas aparições no filme (Os quadrinhos, não o Christian Clavier e o Gérard Depardieu). Como eu disse alí em cima, sequer sabia da existência desse filme, muito menos dos livros originais, mas Asterix é foda e isso já é um ponto à favor. Como nunca li os livros não posso dizer se foi uma boa adaptação, mas ao que vi de outras resenhas (A maioria positivas) é que, no filme, as crianças são muito certinhas, ao passo que nos livros é o contrário… Enfim.

Cara, a história do filme é essa: Nicolau (É muito estranho usar os nomes traduzidos tendo visto o filme legendado…) um dia descobre que um de seus amigos acabou de ganhar um irmão, e que o amigo odeia esse irmão naquele velho clichê de o bebê ter toda a atenção dos adultos. Uma série de situações leva Nicolau a achar que ele também terá um irmão em breve, e não querendo ficar pra trás resolve sumir com o bebê que sequer nasceu: Absolutamente cada clichê “velho” sobre infância é verdade: A história se passa nos anos 50, na França, então a retratação é a típica de crianças que não sabem nada da vida. Em suma, aquele estereótipo de criança que simplesmente não existe mais. E isso não é uma crítica, é uma característica do filme, herdado dos livros, que começaram a ser publicados em 1959.

É um filme bem sincero: Se você esperar algo dele, provavelmente vai acabar de decepcionando. Ele tem um visual próprio, tudo muito… Limpo. Pro filme eu gostei, mas como disse, é um dos pontos apresentados como conflitante com os livros. Não tem o que se falar das atuações: O filme é sobre as crianças e como elas veem os adultos, e o que posse dizer é que em momento nenhum algum dos atores parece fora de lugar, mesmo as crianças. Aliás, apesar de os pais de Nicolau (Maxime Godart) mandarem bem pra caralho, são os amigos de Nicolau o grande ponto do alto do filme, principalmente Clotário (Victor Carles) e Agnaldo (Damien Ferdel).

Fora isso, não há muito o que se dizer: É um daqueles filmes que a história gira em torno de algo muito pequeno e que a graça toda está nas consequências desse ponto central, ou seja, contar alguma coisa é estragar o filme. Se posso dizer algumas coisas por cima é que não só ri bastante o filme todo como é interessante ver a grande diferença entre uma infância (Ainda que idealizada) de cinquenta anos atrás com a de hoje em dia: Uma história como a do filme não aconteceria nos dias atuais nem mesmo com a mais ignorante das crianças.

O filme ganhou uma continuação em 2014, Les Vacances du Petit Nicolas (As Férias do Pequeno Nicolau), que trocou todo o elenco infantil mas manteve os pais dele (Valérie Lemercier e Kad Merad). Não assisti e a verdade é que gostei desse primeiro filme à ponto de estar considerando seriamente não assistir o segundo: Pra mim, os personagens são esses atores, e eu não quero estragar isso. Além do segundo filme, os livros também ganharam uma série em animação 3D.

Não é um filme longo, então se você não tiver mais nada de bom pra fazer recomendo seriamente que assista esse filme: Tem excelentes atuações, piadas realmente boas e os créditos de abertura são um troço à parte. Se você cansou um pouco de Hollywood e quer pagar de entendido de cinema francês e quadrinhos europeus, esta é a sua chance: Você não só vai se divertir bastante como ainda vai aumentar suas chances com as menininhas… Ou não; esse filme é sobre uma fase da vida antes da putaria chamada sexo amor.

O Pequeno Nicolau

Le Petit Nicolas (91 minutos – Comédia)
Lançamento: França, 2009
Direção: Laurent Tirard
Roteiro: Laurent Tirard, Grégoire Vigneron e Alain Chabat (Baseado na obra de René Goscinny e Jean-Jacques Sempé)
Elenco: Maxime Godart, Valérie Lemercier, Kad Merad, Sandrine Kiberlain, François-Xavier Demaison, Vincent Claude, Charles Vaillant, Victor Carles, Benjamin Averty, Germain Petit Damico, Damien Ferdel, Virgile Tirard e Elisa Heusch

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