Música trash ou trash sem música?

Música sábado, 30 de julho de 2011

A gente acha que as bizarrices musicais vão dar uma acalmada, mas daí a internet tá aí pra nos provar o contrário. Tem hora que eu nem sei o que é música ou o que é uma tentativa de viralizar, virar meme ou sei lá o quê. Tu tá lembrado da Rebecca Black, né? A guria que incansavelmente canta “It’s Friday, Friday, gotta get down on Friday” – e daí tu fica a semana inteira com o hit martelando na tua cabeça. Mas então. Agora a moça ataca novamente, com a música My Moment. E eu já aviso que ela tem tanto efeito chiclé quanto a primeira:

Me explica o que é a forçação de barra pra fazer a guria ser o mais meiga possível no universo. O vídeo é o clichê dos clichês. Tudo bem que é menos pior que Friday, mas né?

Vendo esses novos cantores (Ou seja lá o nome que eles levam), eu só consigo concluir que o que faz essa gente bombar é a repetição – vide A Banda Mais Bonita da Cidade e a sua Oração interminável. Olha o Justin Bieber, que fica umas 3 horas cantando “Baby, baby, baby, ooooh”.

O negócio é que, hoje, as bandas e os cantores estão se lançando pelas redes sociais, e virando mito – mesmo que negativamente. Vitinho Sou Foda, por exemplo, se lançou nas interwebs, junto com seu grupo, Avassaladores, e hoje é super respeitado nas redes sociais. Mas, e musicalmente falando? A que tipo de conteúdo – letra e música – a gente tá se referindo? Ok, é hipocrisia dizer que a gente escuta e não curte, não dá risada, não se diverte às custas dessa musicalidade toda. Mas tem coisa que não sei dizer se é música estranha ou se é o cúmulo do trash.

Tem uma galeeeera que surgiu via Twitter, YouTube, blogs, vlogs ou seja lá que meio for. Aí, a galera fica conhecida na rede, mas quando tu vai falar com gente que não se liga tanto nessa coisa online toda, a pessoa nem sabe quem é – e a gente sabe que reconhecimento é fundamental pra pessoa passar do status de “anônima” pra “celebridade”, ou pseudo.

Aquela vontade de mostrar pro mundo seu trabalho e seu talento é substituída pela vontade de mostrar a cara, sem conteúdo nenhum mesmo, mas ficar famoso, ser um grande artista, como diria a Kelly Key. Essas são as nossas referências: Músicas que estouram por algum motivo bizarro, e não por sua qualidade em si. Você sobe no YouTube uma música (?) tipo essa, e acha que vai conseguir fama e dinheiro. Ok, “fama” até vai, porque alguém vai divulgar essa coisa toda. Mas e aí? Vai fazer o quê? Vai produzir o que depois? Alguma outra bizarrice, que vai ser substituída rapidinho por alguma outra pessoa mais criativa – ou mais bizarra – e pronto.

Agora, me diz: Quando foi a última vez que você viu alguma revelação musical, algum músico de qualidade ganhando espaço e palco nessa área? Sim, gente. Nós temos bons músicos, mas eles perdem lugar e destaque para esses booms que a gente vê estourando por aí. Foi-se o tempo do banquinho e do violão terem o prestígio merecido. Mas já ter uma câmera à mão e uma conta no YouTube nunca bombou tanto.

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