Manual de Quarentena: Como sobreviver ao Corona Vírus em casa – Centésimo quinquagésimo dia

baconfrito domingo, 16 de agosto de 2020

150 dias. Ou cinco meses. Eu sabia que esse dia ia chegar já há um tempo, mas na boa? Estar aqui é muito estranho. Nesses meses fomos de uma certa seriadade na quarentena pra essa desculpa fajuta que temos hoje… Não sei onde vocês moram, mas aqui é o último dia antes da volta de todos os serviços, ainda que com restrições… Não acho que a quarentena dure até o fim do mês que vem. Não que faça grandes diferenças à esta altura. Estamos quase em 3.3 milhões de casos e 107 mil mortos. CENTO E SETE MIL, cara… Eu sei que isso é 0,05% da população do país, mas cento e sete MIL pessoas… Em CINCO meses. Das 5570 cidades brasileiras só 294 não teriam sido varridas do mapa com esse número.

Olha só ontem aqui.

Dia 150

Estamos numa época estranha. E digo estranha não por causa da pandemia, mas sim uma época estranha durante a pandemia: Tem lugares em péssimo estado, tem lugares normalizados, tem lugares que sequer sentiram a coisa toda. Ao mesmo tempo temos que lidar com o fato de que só estamos começando a sentir os efeitos “posteriores” dessa crise toda, tanto em relação à saúde quanto outros setores da sociedade. É meio que uma fase intermediária, e o que exacerba, pra mim, essa visão é ir pesquisar os documentários acerca da pandemia. Não precisa de muito, mesmo os do YouTube estão exatamente no mesmo molde: Todos eles já tem alguns meses e monstram situações que já conhecemos – quarentena, falta de recursos, consequências econômicas, perda de familiares – mas… Não estamos mais neste lugar, neste momento. A pandemia andou. E não digo como surpresa, afinal é claro que eventualmente as condições mudariam e as chances reais de algo do tipo de fato dizimar a população mundial são muito, muito baixas.

O documentário Vida após a Covid-19 da TV Justiça é um dos mais recentes, e ele exemplifica bem várias das mudanças que vemos nesse tempo, tanto por sua temática quanto pelo próprio documentário: câmera de notebook, fones de ouvido, cômodos da casa como plano de fundo…

Para além dos impactos da pandemia e da quarentena, começamos a falar mais seriamente também acerca das consequências positivas da coisa toda: Desenvolvimento tecnológico, maior precaução em saúde, mudanças nos hábitos e formas de trabalho, maior investimento na “socialização pela internet” além do básico “converse com qualquer um em qualquer lugar instantaneamente”… E, ainda assim, cá estamos tendo que lidar com o aqui e agora, que, claro não tá nada bem.

Vira e mexe eu me impressiono como o UOL passou de discador de internet pra produzir um conteúdo muito, muito bom em diversas áreas. MOV.doc é um canal deles, e semana passada mesmo lançou o documentário O antes e o depois.

Sempre que temos situações como a atual, de crise, de dificuldades, de problemas, a gente passa pelas mesmas conversas… Não é uma crítica, apesar de poder ser: “Como vamos passar por isso?”, “a situação não pode piorar”, “a situação só piora”, “a gente vai superar”, “não dá pra contar com o governo”. Acabamos por rodear a mesma questão de ver, ao mesmo tempo, o distanciamento entre as pessoas e também a aproximação entre elas. Talvez seja um reflexo, uma adaptação “moderna” de uma estratégia de sobrevivência, talvez seja só medo.

Tem mais pandemia amanhã. Tem mais quarentena amanhã. Nenhuma das duas é, de fato, a mesma que era cinco meses atrás. Enquanto falamos do “novo normal” é interessante notar que estamos num momento que definitivamente será contado no futuro… Sou só eu? Esse questionamento de certa forma rotineiro de “será que vamos lembrar disto aqui que está acontecendo em 30, 50, 100 anos?”… Bem, vamos lembrar dessa pandemia sim, certeza. Talvez seja assim que as pessoas se sentiam durante as as Grandes Guerras ou a Guerra do Vietnã ou a queda da União Soviética… Não “desmerecendo” outros acontecimentos, mas sendo sincero, 11 de Setembro não se comparada à COVID-19. Nem de longe. E tem mais amanhã.

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