E aí ele disse: “NÃO! Essa é minha SOGRA!!!”

Livros quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Nunca gostei de comédia stand-up. Pois é. Sempre achei algo sem graça, tosco, principalmente quando o comediante conta uma piada sem graça e fica com cara de bosta em cima do palco. O legal do stand-up é a criatividade temática dos shows. Atire a primeira pedra aquele que já viu um stand-up sobre, sei lá, bufadores de chifres enrugados.

Consigo assistir isso sem esboçar um sorriso sequer. Alguém quer apostar?

Sempre que vejo um stand-up, me pergunto se o comendiante tá falando tudo aquilo na hora, de improviso ou se ele escreve tudo antes, fazendo um tipo de resumo com as piadas e tals. E quando meu pensamento vai mais afundo nessas duas possibilidades, surge um impasse: Por um lado, eu acho que ele escreve tudo antes, porque tem sacadas que eu acho difícil de pensar alí na hora, mas por outro lado, eu acho o troço todo tão sem graça, que só pode ser feito de improviso.

Quero dizer, qual o processo de escrita de uma piada?

Ahhh, vô falá sobre sogra e casamento na minha piada, então se eu falá que sogra é filha da puta e casamento é coisa de gay, vai ser engraçado

Tem muito livro que é ruim, tem muita crônica que é ruim, tem muitas matérias jornalísticas que são ruins, mas eu não consigo imaginar um escritor, um cronista e um jornalista subindo num palco, com um texto pronto, pra contar piadas minimamente interessantes e que provavelmente já foram contadas por outros comediantes.

E o mais interessante é que o comediante provavelmente lançará um livro “bibliográfico com humor”, no melhor estilo

Quando eu era criança, eu adorava jogar futebol. Tinha uns caras que também gostavam de jogar futebol, eles viviam pegando nas bolas dos outros

E basicamente todo o trabalho de fazer os shows e posteriormente lançar o livro serão praticamente inúteis, porque, sejamos sinceros, ou esse cara vai virar “ator” ou vai acabar sendo escritor do Zorra Total. Em toda a história da comédia no Brasil, creio que não passam de 10 os comediantes que são lembrados até os dias de hoje. Os que são lembrados hoje, tem 80% de chances de serem esquecidos assim que morrerem. Sim, eu incluo o Rafinha Bastos nisso, mas não só ele: Tô incluindo 98% dos comediantes que fazem “comédia” atualmente.

Recentemente os comediantes foram proibidos de fazer piadas com políticos. Do ponto de vista civil, isso é um completo absurdo: Fere todos os direitos de livre expressão que a “democracia” garantia. Mas do ponto de vista crítico, só posso achar que é um alívio: Piada sobre político ser ladrão já era um clichê gigantesco. Mas não se preocupem, caros comediantes, ninguém os proíbe de fazer piadas sobre políticos nos seus livros, tudo que vocês precisam fazer é usar a ironia… Pena que quem entende disso são os escritores… Vocês sabem, os de verdade.

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