Da interpretação musical

Música segunda-feira, 14 de junho de 2010

Eu vou começar o texto com um pensamento em paralelo com literatura. Ou seja, já peço desculpas pros trutas da parte de livros por, bom, usar essa arte pra falar alguma merda qualquer. Mentira, desculpas é o caralho. Enfim, vamos considerar que todos vocês já tiveram uma aula de literatura na escola, tanto faz se foi no ensino fundamental ou médio. Tente se lembrar dessas aulas e pense na coisa que os professores mais martelavam na sua cabeça. Sabe o que? Interpretação, é claro.

Tudo bem, se você não sabe interpretar algum texto humanamente, você realmente tá ocupando um lugar no planeta que poderia ser de alguém mais útil. Aliás, é por isso que eu recebo tanto comentário cretino nos textos (O que me lembra: Antes de comentar algo idiota, dê uma olhada no final da página). Mas divago. Vamos pegar qualquer nome da literatura. Por exemplo, o Fernando Pessoa. A professora lia certos textos dele e parte das coisas ficavam em evidência pra boa parte da sala, como as metáforas e outras figuras de linguagem. Agora, quando ela realmente se empolgava, ela começava a fazer interpretações que me faziam ficar perguntando: Porra, o cara REALMENTE pensou em algo assim?

Agora, com os anos pesando nas costas (heh), eu cheguei a uma resposta. Não, não é 42. E, pra melhorar ainda mais as coisas, Sheldon, do The Big Bang Theory, disse uma frase em um episódio que simplifica o meu pensamento.

Há uma tênue linha entre o errado e o visionário. Infelizmente para você, é preciso ser um visionário para vê-la.

Pra quem não entendeu, eu explico: Eu não tenho nenhuma obra publicada porque eu simplesmente não sei escrever. Não que eu seja analfabeto, afinal, eu escrevo no Bacon. Esse argumento foi uma merda. De qualquer modo: Eu sou alfabetizado, mas eu não sou um escritor. Eu escrevo quando sinto vontade ou quando tem um FDP buzinando por textos no meu Twitter, e-mail e MSN. Perto do Fernando Pessoa, eu sou um merda. O cara foi um gênio, eu sou uma pessoa normal; eu nunca pensaria em escrever o que ele escreveu e nunca acharia óbvio o que ele quis dizer embaixo de frases e mais frases.

 MAAASSS K OOONDEEEEE VOOOOCEEE QUEEEER CHEEEGAAAAAR????

Certamente quero chegar ao lugar mais longe possível de você, Tanguinha. Mas, passando para a música, agora: Eu fico realmente puto quando uma pessoa paga pau pra uma banda e pensa que as letras das músicas significam tal coisa, mas não se da conta que ela é mais esperta que a banda. Ter uma guitarra, baixo, bateria ou até um triângulo NÃO é atestado de INTELIGÊNCIA. Não que seja uma regra, já que existem lá os artistas educados (Por educados, entenda: Eles saberiam ler este texto bem), mas que isso é verdade, boa parte das vezes, é.

Quase ninguém entendeu ainda que não é preciso se preocupar em escrever uma música com sentido. Os fãs sempre acham sentido, mesmo onde ele nem existe. Já já vou deixar isso mais claro. Antes, porém, bora comentar de outra coisa: O preconceito com as letras em português. E não venham me dizer que isso não existe. Por acaso a letra da música que você coloca no seu MSN é em português? Pois bem, estamos acostumados com o inglês sendo uma coisa mais “bonita” do que a língua-mãe.

Por que caralhos vocês acham que a Tati Quebra Barraco tem letras piores do que as da Lady Gaga? Não tem. E se duvidar, as letras da Barraco são até mais elaboradas, afinal, vocês não cantam Dako é bom, Dako é bom, ou algo assim? Isso não é uma brincadeira com a marca do fogão e o hábito de dar as costas pra trinta estranhos diferentes na mesma balada? Por mais que a letra seja uma bosta, as letras da Lady Gaga também dão na mesma, afinal, bosta não está sujeita a gradação (E as letras dela só parecem mais bem trabalhadas porque, veja só, você não consegue entendê-las).

 Vou deixar isto aqui.

Bora esquecer, então, essa diferença entre as músicas em inglês e em português. O que faz elas serem um poço de metáforas? A pessoa que está ouvindo, CLARO. Eu imagino que deve ser fácil fazer música hoje em dia. Cê pega um monte de palavras recortadas da, sei lá, revista Capricho, taca em um saco de papel, e vai puxando uma a uma, em uma ordem aleatória, pra montar as frases. Pera, isso não era uma vanguarda europeia? GAH

Onde eu realmente quero chegar com tudo isso: Em lugar algum, enganei você até aqui. Ou só falar que existem tanto bandas burras com fãs burros quanto bandas burras com fãs… Ahm, humanos. E ser humano tem uma puta criatividade. Tá, pelo menos até uns nove anos (Por isso que deve ter um monte de fã de Restart achando que eles tão pau a pau com Goethe). Com essa criatividade toda, é fácil interpretar uma letra e enxergar coisas que não existem, porque quem compôs não chegou nem perto de pensar em algo assim, por ser extremamente… Burro. E sortudo, porque ninguém nunca pensa isso: Cês acham que ter uma banda e ter um Ph.D. em Física Quântica é a mesma coisa. NÃO É.

Então bora deixar de pensar que fulano tal é genial; pare de pensar que a música da bicicletinha fala sobre o aquecimento global: Na maior parte das vezes, VOCÊ é mais esperto do que o cara que escreveu a bagaça que cê tá ouvindo. É só largar a mão de ser cabaço e dar valor aos neurônios que você tem, seu animal.

Outras coisas

Então, cês tão sabendo que o Clipe da Semana deu uma mudada, né não? Agora, ao invés de só engolir o que eu meto (heh) no ar, você também pode recomendar seus clipes favoritos. Basta ler este texto que explica tudo o que você precisa saber sobe como fazer sua banda aparecer no quadro.

O chat do Bacon ainda tá vivo. Ou melhor, ele nunca esteve vivo. Mas enfim, você DEVE adicionar group1185561@groupsim.com aos seus contatos do MSN e me enviar logs das conversas. Quem sabe não rola uma SE #50? Claro que não, VSF.

Isso vai valer pra este texto, mas acho que vale pra todos os idiotas trutas que escrevem aqui: Não ligo pra número de comentários no texto. Ou seja: Não vai comentar algo relevante? Não comente. Fiz até um algoritmo pra te ajudar, ó:

Agora cês não vão ter mais desculpa pra comentar coisas sem sentido algum. O que me lembra: A comemoração do aniversário do Bacon já aconteceu, e tivemos um recorde de zero leitores presentes, uma maravilha. Ou seja, pressionem o Pizurk pra que ele escreva um texto contando como foi. E morram, se não for pedir demais.

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