Creed: Nascido para Lutar (Creed)

Cinema quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

 Adonis Johnson (Jordan) nunca conheceu seu famoso pai, o campeão mundial peso-pesado Apollo Creed, que morreu antes dele nascer. Ainda assim, é inegável que o boxe está em seu sangue, então Adonis vai para Philadelphia, o local da lendária luta de Apollo Creed contra um aguerrido novato chamado Rocky Balboa. Já na Cidade do Amor Fraternal, Adonis encontra Rocky (Stallone) e pede para que ele seja seu treinador. Apesar de sua insistência em se afastar do mundo das lutas por bons motivos, Rocky enxerga em Adonis a força e a determinação que ele conheceu em Apollo – seu feroz rival que acabou se tornando seu melhor amigo. Concordando em ajuda-lo, Rocky treina o jovem lutador, mesmo que para isso o antigo campeão tenha que desafiar um oponente mais mortal do que qualquer um que ele já tenha enfrentado no ringue. Com Rocky em seu corner, não demora muito para que Adonis tenha sua chance de disputar o título… mas será que ele pode desenvolver não somente o jeito, mas também o coração de um verdadeiro lutador a tempo de entrar no ringue?

Como boa parte dos meus três leitores deve saber, eu sou um herege. Não tinha visto nenhum Star Wars até pouco tempo atrás [E ainda acho que não é tudo isso], e nunca vi nenhum dos Rocky inteiro. Mas, nesse caso, eu sei o tamanho do pecado que eu estou cometendo: Meu irmão, que alegria ver nego trocando soco no cinema. Melhor até que ver luta de verdade, já que em luta cê não tem umas câmeras tão bem posicionadas.

O filme começa mostrando uns moleque trocando sopapo no reformatório, já que é óbvio que o filho de Apolo Creed ia ser bom de muqueta. E ele não decepciona, já que Adonis consegue [Aparentemente] ganhar de um moleque muito maior que ele. Mas é óbvio que ter fúria e vontade de socar as pessoas não quer dizer que você vai ser bom de boxe, efetivamente. E aqui entra o fator melodramático inicial: A esposa de Apolo, Mary Anne, mesmo não sendo mãe de Adonis, vai tirar o remelento do reformatório, onde ele foi enfiado justamente pelo fato da mãe ter morrido e não ter ninguém pra ficar com ele, já que o pai morreu antes dele nascer [Sem contar o fato de Adonis ser filho de um caso extraconjugal]. Mas ela quer educar Adonis pra ser um intelectual, não pra trocar murro por dinheiro. Agora, eu te pergunto: Adianta?

 Se filmes são fonte fidedigna de informação, claro que não adianta.

A herança é sempre um fator relevante em filmes, e como você já deve imaginar que o pequeno Creed treina com o rival/amigão de seu pai, vamos falar de outras coisas: Tipo fotografia. Meu caralho de asa, as imagens das lutas são sensacionais. A câmera, por ser uma obra de ficção, pode se enfiar em locais que uma câmera de luta não poderia sem atrapalhar o embate, o que gera umas cenas foda. Como por exemplo uma das cenas em que o Adonis cai, e a câmera acompanha o movimento de 90° dele. Mas a sequência, em que ele levanta parecendo possuído, é melhor ainda: É o tipo de coisa que só quem realmente gosta do esporte vai entender [Por gostar eu não quero dizer praticar, ser fodão das regras ou nada disso, tou falando de quem tato pra apreciar uma troca de bordoada entre dois gentlemans ou não tão gentleman assim]. Outra coisa muito relevante é a trilha sonora, que não precisa recorrer aos clichês da cinessérie, mas relembra de tais clássicos só pra atiçar a nostalgia da galera. E convenhamos, cê não precisa ter assistido nenhum Rocky pra conhecer a música-tema.

Não é Eye of the Tiger, seu mentecapto.

Aliás, a quantidade de referências é absurda, já que é o Rocky treinando o pirralho, e como ele mesmo especifica, é um treinamento old school. E mesmo as referências não se dão só no treinamento, é um legado sendo passado [Ou formado], mesmo que de forma indireta, e não do jeito que se esperaria. E, de certa forma, o realismo do treinamento e das lutas se dá pelo fato de que os adversários de Michael B. Jordan são boxeadores na vida real, sendo que o próprio Jordan pegou a manha do boxe de forma satisfatória, segundo esses mesmos boxeadores. Ou seja, dá até pra acreditar na veracidade das lutas. Ou pelo menos ter uma suspensão de descrença mais fácil.

Agora, o que me impediu de achar o filme sem falhas foi a quantidade de draminhas feitos pra ter história. Tudo bem, não dá pra fazer o filme só de treinamento e luta [Mas bem que poderia], agora tem alguns conflitos que me pareceram extremamente desnecessários, que poderiam ter sido resolvidos com uma boa conversa. O problema disso é que, além de acabar com um terço do filme, não demonstraria a famosa burrice crônica de personagem, onde mesmo pessoas que deveriam utilizar a cabeça acabam fazendo cagada apenas para fazer o roteiro rodar. Mas considerando que as duas ideias centrais do filme são a) fazer dinheiro com uma franquia, ao mesmo tempo que b) homenageia essa franquia, acredito que foi um filme bem executado.

Olha só, até me deu vontade de ver os outros quatro [Cinco? Seis? Sete?] filmes do garanhão italiano epa, pareceu até que eu tou falando de pornô.

Creed: Nascido para Lutar

Creed (133 minutos – Drama)
Lançamento: EUA, 2015
Direção: Diretor
Roteiro: Ryan Coogler e Aaron Covington, baseados nos personagens de Sylvester Stallone
Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Graham McTavish, Tessa Thompson e Phylicia Rashad

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