Contágio (Contagion)

Cinema quinta-feira, 27 de outubro de 2011

 Contágio narra a disseminação veloz de um vírus transmissível pelo ar que mata em poucos dias. Enquanto a epidemia se espalha cada vez mais rapidamente, médicos de todo o mundo correm contra o tempo para encontrar a cura e controlar o pânico que se espalha mais rápido do que o próprio vírus. Ao mesmo tempo, pessoas comuns lutam para sobreviver diante do desmoronamento da sociedade.

Te juro que, por um instante, pensei que fosse um filme sobre zumbis. Eu tenho essa maldita tendência de achar que as coisas vão ter zumbis. Pois bem, não tem. Mas nem por isso o filme é menos interessante. Basicamente, é um Crash – No Limite com relação à uma doença, mostrando vários focos e pontos de vista e não sei o que e tal. E tem o Jude Law com uma prótese dentária hilária, pagando de blogueiro/vlogueiro, e com aquele sotaque bacana dos britânicos, que dá a impressão de que eles falam com uma batata na boca. E ele nem é o foco principal da história, é só um coadjuvante de luxo.

Mas o importante é que a história é boa. Tudo bem que não é só uma história, são várias, algumas bem aprofundadas, outras que nem mereciam estar no pôster. Porra, Marion Cotillard, cê mal aparece em cena, deixa o pôster pra tia que faturou a vacina que era muito mais macho que você. Aliás, o chinês lá é um vadio de merda. Enfim, tudo gira em torno de uma doença misteriosa, e como ela afeta o mundo em geral, e a vida de uma galerinha esperta em particular. Mas uma das sacadas geniais é começar o filme pelo dia 2 de contágio, ou seja, não esclarece quem foi o primeiro sorteado na loteria da dor incomensurável e morte lenta e agonizante. Mas não se preocupe, isso aparece no final.

 SAI DAE CÊS VÃO MORRE

Mas não importa tanto quem foi o primeiro, o que importa é que o negócio se espalha mais rápido que boato sobre cancelamento do ENEM. E temos todos os estereótipos de filmes de doenças foda: O imune que fica paranóico sobre um ente querido ser contaminado, o médico que avisa um ente querido, a médica que injeta a vacina em si própria pra testar, a funcionária dedicada que morre no cumprimento do dever, o paranóico/sensacionalista que compra uma briga de verdade com os peixes grandes, a refém das circunstâncias, e, é claro, a defunta que tem um papel crítico na porra toda.

 Eu não consigo mais não lembrar da música da Sarah Silverman quando vejo o Matt Damon.

O problema, é claro, é que não tem zumbis algumas mortes são imbecis. E outras pessoas simplesmente desaparecem sem explicação. Assim como a vida real. Porra, custava dizer que o tio que conseguiu cultivar o vírus em laboratório morreu dolorosamente por conta disso? Mas não, nem citam o desgraçado. E a Kate Winslet com um bigodinho mais medonho que muito motoboy, pqp. Ou a cara dela sempre foi assim e eu que não notei?

 Pegava do mesmo jeito.

O que importa é: Pros hipocondríacos, esse filme assusta mais que muito terror vagabundo [Estou olhando pra você, Atividade Paranormal 3]. Mas todo mundo sabe que esse tipo de acontecimento tá ali, esperando você virar a esquina pra acontecer. Só não aconteceu por sorte nossa. Ou dos zumbis.

Contágio

Contagion (106 minutos – Drama)
Lançamento: EUA, Emirados Árabes Unidos, 2011
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Scott Z. Burns
Elenco: Gwyneth Paltrow, Laurence Fishburne, John Hawkes, Matt Damon, Kate Winslet, Marion Cotillard e Jude Law

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