Cinema Mudo – Parte 2

Cinema sexta-feira, 04 de maio de 2012

Continuando na toada do Chinaski e ficando por aqui mesmo, em terras americanas, falarei sobre o início do cinema mudo, suas escolas e movimentos que predominaram por essas terras.

Logo após a invenção do cinematógrafo pelos Irmãos Lumière, no final do século XIX, o cinema ainda buscava uma definição como forma de expressão, e muito disso se deve à difícil adaptação que as pessoas tinham com essa nova tecnologia durante em seus primeiros anos. Pode-se dizer que o período citado foi de puro experimentalismo dos equipamentos, e pouquíssimo desse material ficou para estudos na posteridade.

 Algumas das lendas do texto: Porter, Griffith e von Stroheim, respectivamente.

Foi no início do século XX que o cinema começou a mostrar que poderia ter uma linguagem própria, e dentro de alguns anos se definiria como uma das vertentes da arte. Do outro lado do oceano, na França, um mágico teatral, Georges Meliès (Falarei mais sobre ele na semana que vem) inovou o cinema ao adaptar um livro (Viagem à Lua, de Júlio Verne) para o cinema. O responsável por tal feito em terras americanas foi Edwin S. Porter, que adaptou O Grande Roubo do Trem, em 1903. Esse filme específico é de grande importância para a história do cinema porque esse foi responsável por ser pioneiro na narrativa linear, utilizar algumas técnicas revolucionárias de montagem (Há uma sequência colorida, à mão, mas colorida), utilização de um boneco como dublê, entre outras.

Anos mais tarde, mais precisamente em 1915, D. W. Griffith entraria para a história por definir, com seu O Nascimento de uma Nação a linguagem cinematográfica moderna. Tal filme continua sendo objeto de estudo atualmente, tanto por ser considerado uma apologia ao racismo (Ele retratava a Ku Klux Klan como um grupo de heróis), tanto por inovações como closes dramáticos, movimentos de câmara e planejamento de sequências. D.W. Griffith, tirando Chaplin, é considerado por muitos o maior diretor da era muda, e o pai do cinema.

 A obra-prima de Griffith.

Mas não foram somente os diretores americanos que fizeram o filme do cinema do lado de cá do Atlântico. Com o surgimento de Hollywood, e o surgimento da premiação do Oscar, qualquer diretor que sonhasse ter sucesso comercial se viu obrigado a pegar um navio e vir para o novo mundo. Alguns desses já haviam dirigido filmes na Europa que se tornariam clássicos mundiais mais tarde, como F. W. Murnau, Ernst Lubistch e Fritz Lang dos clássicos Nosferatu, A Múmia e Metrópolis, respectivamente.

Erich von Stroheim é outro que veio do velho mundo, porém fez a carreira de diretor toda em solo americano. Seu Ouro e Maldição é notável por ser o primeiro filme a ser rodado inteiramente em locação, e também por ter sido a primeira vez na qual um estúdio interferia de forma intransigente no trabalho de um artista.

Semana que vem termino a série falando sobre o cinema mudo no velho mundo.

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