Batman
A algum tempo atrás, muito devido à morte do ator Heath Ledger que interpretou magistralmente um dos maiores vilões do homem morcego, o Coringa, iniciou-se um tipo de “culto” à identidade secreta de Bruce Wayne, o Batman, é claro. O herói saído das histórias em quadrinhos da DC Comics nunca esteve tão na moda. É fato que a hábil direção do Christopher Nolan deve também ser exaltada, e graças a ele o “gênero” de filmes de super-heróis atingiu o patamar de pura arte.
Mas eu não estou aqui para falar sobre a nova trilogia do Cavaleiro das Trevas (O último filme fica pronto ano que vem). Vamos voltar no tempo, exatamente ao ano de 1989, para saber como foi a estréia do morcegão na telona.
Batman era uma série televisiva de baixo orçamento durante os anos 60 (Sério, era muito feio. Para se ter ideia, o Batman era gordo. Ainda passa no TCM) e anos antes uma adaptação de Superman tinha colocado bastante dinheiro nos cofres de seus estúdios. O responsável pela direção da adaptação foi o quase novato diretor Tim Burton, que anos depois seria conhecido pela sua excentricidade, de seus personagens e cenários. Como protagonista, os produtores convidaram o já consagrado Jack Nicholson, mas (Pasmem) para o papel do vilão, e não do super herói. A atuação de Nicholson como vilão é lendária, dando ao Coringa uma personalidade sarcástica e cômica, e que nada se parece com a loucura que Ledger viria à empregar a personagem anos mais tarde. Dizem que Nicholson recebeu cerca de 40 milhões de dólares somente com direitos de venda de bonecos do personagem.
![](http://www.baconfrito.com/wp-content/uploads/2011/12/BM3.jpg)
Mas se por uma lado os produtores acertaram em cheio na escolha do Coringa, o mesmo não pode se dizer da escolha de Michael Keaton para o papel do Batman. Keaton não é carismático, atlético, não inspira coragem; enfim, péssima escolha. Quem também se adaptou muito bem ao papel foi a estonteante Kim Basinger, no papel do par romântico do morcegão, a jornalista Vick Vale.
Sobre os aspectos técnicos do filme, posso dizer que Burton foi bem autoral. A construção de Gotham City é visivelmente inspirada em Metropolis, do diretor expressionista alemão Fritz Lang. O ritmo e a direção lentos dão ao filme uma cara de filme B, juntamente com os cenários um tanto quanto pouco detalhados e a trilha sonora composta pelo Prince. Como eu disse, a junção de tudo isso dá um tom bem autoral ao filme, e que o salva do fracasso na construção dos personagens (Exceto o Coringa), no roteiro completamente confuso e na má atuação de Keaton. O resultado final de tudo isso é um bom cinema pipoca, e o melhor filme do homem morcego antes de Nolan assumir os dois últimos filmes.
Batman
Batman (126 minutos – Ação)
Lançamento: Estados Unidos/Inglaterra, 1989
Direção: Tim Burton
Roteiro: Bob Kane, Sam Hamm
Elenco: Michael Keaton, Kim Basinger, Jack Nicholson, Michael Gough, Jack Palance, Pat Hingle
Leia mais em: Ação, Batman, Coringa, Jack Nicholson, Kim Basinger, Michael Keaton, Resenhas - Filmes, Tim Burton