Mãe, posso ser um supervilão?

Nona Arte quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Caro leitor.

Caso, algum dia, você se torne extremamente poderoso, seja por possuir uma inteligência absurda, força sobre-humana, um anel que lhe confere habilidades escalofodéticas ou qualquer coisa nesse sentido, não seja um tanga. Não venha com aquela historinha de Peter Parker, de que “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, não se torne um herói. É a pior escolha que você pode fazer se tratando de obtenção de poderes. Siga o caminho dos grandes e torne-se um Vilão!

Sim, caro leitor, eu estou dizendo para você se tornar um vilão, não é engano. Ser um herói é um pé no saco, e basta ler qualquer HQ para saber disso. Heróis têm uma vida horrível: vivem alertas para qualquer periguinho, deixam de pegar uma gordinha para prender um assaltante, têm que pagar contas, ralar muito para esconder sua identidade verdadeira, fugir da polícia e desfazer os enganos do público (todo herói já passou por uma fase em que alguém fez uma merda, ele chega no lugar errado na hora errada e é acusado de fazer a merda, passando várias edições tentando provar sua inocência).

Mas, e os vilões, o que eles fazem? Vivem a vida boa! Vilões têm haréns particulares. Vilões não precisam se preocupar com nada (afinal, eles têm milhares de lacaios pra isso), seja com contas, seja com os outros. As únicas preocupações de um vilão são: matar o herói, dominar o mundo e melhorar sua risada diabólica, não necessariamente nessa ordem. Eles se divertem enquanto o circo pega fogo e o herói se ferra pra salvar os outros. Vilões matam, roubam, destroem, estupram, falam com a boca cheia e raramente são punidos por isso, pois geralmente conseguem fugir debaixo do nariz do herói enquanto este faz seu tedioso discurso idealista. Nas raras vezes em que são presos, passam um tempo minúsculo na cadeia, fugindo facilmente da Super-Hiper-Ultra-Megaboga Prisão Lunar de Segurança Máxima Vigiada por Uruk-Hais Inteligentes Armados de Bazucas com Mísseis Nucleares Teleguiados e voltando para sua mansão para ler Nietzsche enquanto bebe um Romanné-Conti de 1932.

Você já viu o Lex Luthor ou o Caveira Vermelha se preocupando com a conta de luz? O Bizarro com culpinha/crise de consciência antes de descer a porrada em alguém? Claro que não, problema é coisa de herói. Quem nasce para ser herói, nasce para ser um fodido na vida. Você pode comprovar isso facilmente: pergunte a um moleque qual personagem (não necessariamente de HQs) ele gostaria de ser. A resposta, com quase toda a certeza, vai ser “Batimã”, “Superomi” ou um eventual “Homiaranha”. Note que estamos trabalhando com a possibilidade de ser um guri normal, e não um Stewie Griffin. Agora, pergunte a qualquer adolescente ou jovem a mesma coisa. Você provavelmente vai ouvir Darth Vader, algum vilão genérico do James Bond (esses caras sabem viver MUITO bem) ou até mesmo o Sideshow Bob. Você cresce, você nota que não quer ser um fodido,você nota que os vilões é que são os caras que você quer ser. É uma progressão mental natural dos seres humanos (exceto para fanboys).

Se você discorda de tudo dito acima, saiba que seu futuro lhe guarda inimigos que você nunca consegue destruir, stress permanente e pêlos nas mãos, seu tanga (afinal, heróis não têm tempo para besteiras fúteis como fazer aquilo que é abordado nos textos da Bel).

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