Tron: O Legado (Tron Legacy)

Cinema quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

 Continuação do filme de 1982. Agora aos 27 anos de idade, Sam Flynn entra no mundo virtual, que seu pai (Kevin Flynn) criou, e está preso há 21 anos, para tentar resgatá-lo. Lá, participará das mesmas lutas e jogos que o pai participou quando entrou no mundo pela primeira vez (No primeiro filme) e enfrentará o vilão Clu, que agora comanda o mundo virtual e deseja invadir o nosso mundo.

Esse filme vinha sendo comparado à Avatar, por algumas razões: Época de lançamento, uso do 3D, visual completamente diferente, custo (Diz-se que o custo desse filme ultrapassou os 200 milhões de dólares), hype, nerds e o próprio Avatar, né? Com o sucesso que fez, todo ano as pessoas procurarão um substituto, um novo Avatar. E conseguiram, Tron: O Legado é o Avatar de 2010. Igual: Enche os olhos, mas, como filme, não é lá grandes coisas. Decepção? Não, eu já esperava por isso (O mesmo com Avatar, ano passado).

Antes de continuar, uma coisa: Tron supera Avatar por um simples motivo, o filme de James Cameron não tem o cara mais foda do planeta: Jeff Bridges. Nada do que você diga me convencerá que Majake (Sic) é mais legal que o Big Jeff. E, convenhamos, qualquer filme pode ter uma personagem coadjuvante melhor que a Neytiri, de Avatar, e não é diferente aqui: Olivia Wilde, casa comigo?

Algo que você precisa saber, também: Ver o filme original é necessário. E eu tenho certeza que vocês todos já viram… Certo? Pô, o filme é de 1982, vocês têm obrigação de terem assistido. Além das referências básicas (E algumas piadas, que eu não contarei), conhecendo o filme orginal, você entende muitas ideias desse segundo filme, entende melhor como funciona aquele mundo e o laser não vai soar tão absurdo pra você (Mentira, vai, mas já conhecendo de antes, você só o re-encontra… É, não deixa de ser absurdo). Qual é o melhor? Ambos se equivalem: Belos efeitos especiais (Os do primeiro são datados, por favor, né?) e sem alma.

 Te dou casa, comida e roupa lavada

É, sem alma. Não disse que era como Avatar? Você assiste ao filme pensando muito mais na ideia de alcançar a perfeição, de unir o mundo virtual com o real, vendo os efeitos de luzes, a bela fotografia, a Olivia Wilde, as batalhas e tudo mais, do que por se importar com os personagens. Digo, os personagens, no masculino, porque você não quer que estraguem a Olivia Wilde. Mas isso é o filme. Se você esperava mais que isso, você foi ingênuo.

E se você não se importa tanto com os personagens, a culpa é única e exclusiva do roteiro e da proposta do filme, já que os atores principais tocam o filme muito bem, todos à vontade. Olivia Wilde não precisa se esforçar, ela está ali pra representar a… Quase soltei um spoiler agora. Garret Hedlund, como Sam Flynn, se diverte fazendo um aventureiro, tal qual fez Chris Pine, em Star Trek: Não precisa se esforçar, apenas se divertir; e o Michael Sheen? Esse é o que mais se diverte, podendo fazer humor com voz e com o corpo.

 Let the show begin

Faltou alguém? Claro que faltou. O principal: Jeff Bridges. Já falei que é o cara mais foda do universo, né? E confirma isso nesse filme, faz dois personagens diferentes com sobriedade. Enquanto um, Kevin, começa agitado (Quem assistiu ao primeiro filme, sabe) e no segundo ato já está mais reservado, aceitando seu destino (Não falei que o roteiro sabota os atores? Mas Jeff faz milagres) e o ator mostra essa mudança usando expressões corporais que poucos atores lembram que existem; o outro, o vilão Clu, faz Bridges se divertir em poder fazer um personagem criado digitalmente, a partir das feições que ele tinha à época do primeiro filme.

Mas as boas atuações não disfarçam o roteiro fraco, o que não deixa o filme se tornar um clássico. Quer dizer… Se tem gente que considera o primeiro Tron um clássico e Avatar também, é capaz que surja gente dizendo que esse também é. Fazer o quê, né? Mas se forem denominá-lo como clássico, que o façam pelos efeitos especiais e não pela história.

 Veículos do Black Eyed Peas

Mirou nas categorias técnicas do Oscar. Inegável. E deve conseguir. Pelo menos indicações. Efeitos Especiais, Mixagem de Som, Efeitos sonoros, Maquiagem e deve beliscar ainda uma indicação à Melhor Trilha Sonora, já que o Daft Punk (Eles aparecem no filme!) consegue criar uma ótima trilha, para o filme todo. E apesar da trilha ser muito boa, permito-me dizer uma coisa: O estilo das músicas e todo aquele neon me lembrou demais um show do Black Eyed Peas.

Por quê alguns filmes miram apenas essas categorias e não as principais? Não é impossível estar em ambos os lados. Temos um exemplo recente: A Origem, que deve ser indicado a basicamente todas as categorias possíveis do Oscar (Talvez fique de fora apenas para Melhor Atriz). Não é impossível ir pelos dois lados. É difícil, eu sei, mas não impossível. E lembrei de mais uma semelhança de Tron: O Legado com Avatar: Querer flertar com questões filosóficas, religiosas e existencialistas. Falha, assim como o dos ETs azuis. É, temos um “novo Avatar”.

Tron: O Legado

Tron Legacy (127 minutos – Ficção Científica)
Lançamento: EUA, 2010
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Adam Horowitz e Eddy Kitsis
Elenco: Olivia Wilde, Jeff Bridges, Garret Hedlund, Bruce Boxleitner, Michael Sheen

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