Top 10 diretores fodões

Cinema quarta-feira, 20 de junho de 2012

Muitos diretores são considerados maiores que seus filmes. Suas obras não superam sua fama. Quando estão pra lançar um novo trabalho, ficamos loucos pra ver como será seu novo filme. Ou como será sua visão sobre algum game, quadrinho ou livro. São os diretores que arrastam multidões pros cinemas, independente do filme e dos atores que estão na tela. Os diretores que fazem ou não um filme dar certo. Pelo menos na maioria das vezes…

 Spilberg e George Lucas estão aí só enchendo linguça.

10) Christopher Nolan

O cara que fez Amnésia, Insônia, os novos filmes do Batman e ainda por cima O Grande Truque e Inception não poderia deixar de estar nessa lista. Ter feito poucos filmes não tira dele a moral e o status de grande promessa da já não tão nova assim geração. Agora é só esperar pra ver o que esse cara vai tirar da manga depois de ter criado os filmes mais densos dos anos 00. E após o esperado final de sua trilogia do morcego.

9) Danny Boyle

Depois que o cara fez Cova Rasa e logo em seguida o estonteante Trainspotting, todo mundo torceu o nariz para seus filmes seguintes, Por Uma Vida Menos Ordinária e A Praia. Mas o cara deu a volta por cima e implementou seu estilo em Extermínio, Caiu do céu e Sunshine. Tudo isso culminou num Oscar por Quem quer ser um milionário? e no excelente 127 Horas (Que quase ganhou e deveria ter ganho do discurso daquele rei gago). Tem que ser um diretor muito foda pra conseguir fazer de uma história que tinha tudo pra ser monótona um grande thriller psicológico e ainda por cima fazer o James Fraco Franco ser indicado ao prêmio de melhor ator.

8) David Fincher

Pra muita gente, ele é apenas o diretor de O Clube da Luta. Pra outros, o diretor de Seven. Pra mim, ele é um cara que sabe fazer filmes taciturnos como ninguém, da melhor escola do cinema. Seus últimos três filmes (O Curioso Caso de Benjamim Button, A Rede Social e Os homens qe não gostavam das mulheres) figuraram em ótimas posições nas listas de indicados ao maiores prêmios de cada ano, inclusive do Oscar. Me parece que se o cara não levar logo o prêmio, vai se tornar um sério candidato a grande diretor esquecido pela academia (Tá vendo, Scorcese?).

7) Ethan e Joel Coen

Talvez a dupla mais inventiva do cinema norte-americano. A estética invejável e o senso de humor bizarro e peculiar, são com certeza autores de algumas das cenas mais impagáveis da história recente do cinema. Tudo começou quando Joel chamou seu irmão Ethan pra ajudar num roteiro, e assim surgiu o primeiro filme deles, o clássico Gosto de Sangue (1984). Usando um estilo com as câmeras atuando como se fossem voyeurs e com uma estética focada em personagens suburbanos norte-americana (Praticamente qualquer tipo de caipira imbecil que possa surgir por lá) imersos em histórias noir, como em O Homem que não Estava lá, eles fizeram filmes encharcados pelas cores negra (Como podemos perceber em seu senso de humor negro peculiar e transgressor) e vermelha (Fruto do sangue da violência). Dividem duplamente em todos os seus trabalhos o roteiro, a direção e a edição de seus filmes, sendo que na verdade eles se alternavam na hora de assinar cada um deles (Roteiro e direção) e assinavam em conjunto a edição de seus filmes por meio do personagem Roderick Jaynes (Na verdade, esse cara nem existe, foi criado pelos dois apenas pra assinar a edição de seus filmes).

Graças a essa duplinha podemos ver e rever Arizona Nunca Mais, Ajuste Final, Barton Fink, A Roda da Fortuna, Fargo, O Grande Lebowski, E aí meu Irmão, Cadê você?, O Homem que não Estava Lá, O Amor Custa Caro, Os Matadores de Velhinhas, Paris, Te Amo, Onde os Francos não tem Vez, Queime Depois de Ler e Bravura Indômita. Só não os coloquei mais acima na lista por serem dois diretores fodões e não um só (Covardia!).

6) Quentin Tarantino

O novo compilador e remixador do cinema, papel que foi dos babacas Steven Spielberg e George Lucas (Refazer cenas conta como remixagem de filmes?), que durante os anos 70 e 80 remixaram tudo que havia sido feito de melhor na época de ouro do cinema e jogaram tudo isso em Indiana Jones e Star Wars. Tarantino, diferentemente de Spielberg (Que passou a carreira tentando ser o melhor diretor de todos os tempos) e Lucas (Que só tem no curriculo Star Wars), sabe do que seus fãs gostam e homenageia com primor tudo que fez parte da sua formação cinéfila. O que foi bom no cinema pode ser facilmente encontrado em seus filmes. Ele é o mais perto de um diretor perfeito que Hollywood pôde chegar depois da morte de Hitchcock.

5) Stanley Kubrick

Esta figura poderia figurar em qualquer lista de melhores diretores de todos os tempos em primeirão, mas nesta, não passa da quinta posição. Por que? Kubrick foi tudo o que Spielberg não conseguiu ser. Filmou muito menos do que ele, mas filmou todos os estilos possíveis, desde o épico (Spartacus), os filmes de guerra (Nascido para matar), ficção científica (2001), comédia (Dr. Fantástico), o terror (O Iluminado), o drama (Lolita), e até gângster (O Grande Golpe). E isso tudo sem citar seu maior clássico: Laranja Mecânica. Infelizmente filmou pouco e cometeu deslizes (Como De olhos bem fechados), mas sem sombra de dúvidas, foi um dos maiores diretores de todos os tempos. Qualquer filme do cara é uma aula de como fazer cinema. Simplesmente foda.

4) Martin Scorsese

O cara que nos trouxe Taxi Driver, Touro Indomável, A cor do Dinheiro, Cabo do Medo, Os bons companheiros, Cassino, Os infiltrados e A Ilha do medo. Um dos diretores mais injustiçados de Hollywood. E um dos mais competentes. Sem firulas e sem deslizes, a filmografia de Scorsese o transformou numa lenda. Um grande diretor de atores, arrancou performances incríveis de todos os que trabalharam com ele. Mesmo em seus filmes mais fracos, como O Rei da Comédia, O Aviador e Gangues de Nova Yorque, ele está sempre acima da média de qualquer diretor. Um dos maiores diretores de todos os tempos. E que ainda vai nos dar muitas alegrias (Como vimos recentemente em Hugo).

3) Francis Ford Coppola

Coppola dirigiu, no inicio da carreira, um dos maiores clássicos do cinema (O Poderoso Chefão). Mas fora os filmes da trilogia (A maior de todos os tempos, superando até mesmo O Senhor dos Anéis e Star Wars), ele filmou muito pouco (Mas sempre com qualidade). Filmes geniais como O Selvagem da Motocicleta e Tetro são bons exemplos da genialidade deste célebre diretor, conhecido pela mão firme com que filma suas grandes produções, quase sempre épicas, como Vidas sem Rumo, onde revelava diversos atores da nova geração (Pelo menos da época). Aliás, essa é uma das suas grandes características: Garimpar novos talentos. Assim, Francis lutou com unhas e dentes para ter como protagonistas um até então desconhecido Al Pacino como Michael Corleone e também mostrou ao mundo o talento de atores como Ralph Macchio, Mickey Rourke, Matt Dillon, Nicholas Cage (Esse ainda ganha um post aqui somente sobre o seu “talento”), Tom Cruise, Rob Lowe, Patrick Swayse

2) Sergio Leone

Sem ele, o gênero faroeste (Que hoje em dia se resume a homenagens, como no inevitável Django Livre, próximo filme do Tarantino) teria morrido antes dos anos 70. O que nasceu como uma singela homenagem ao gênero acabou se tornando muito mais do que isso, mas simplesmente sua versão definitiva. Nunca mais poderia se filmar faroeste de uma outra maneira depois que Sergio Leone filmou os desertos da Espanha em sua Trilogia dos dólares. Nunca haverá outro estranho-sem-nome como Leone nos mostrou em seu avatar personificado por Clint Eastwood. Não somente pela trilogia, mas também no não menos grandioso Era uma vez no oeste, Leone mostrou que uma boa estoria não precisava de um roteiro tão grandiloquente assim. Seus cenários falavam por si. É só ver o roteiro de Era uma vez…, que tinha poucas páginas (E quase nenhuma diálogo enchendo linguiça), mas acabou sendo um filme com mais de duas horas que não cansa a vista. E tudo isso fora os outros filmes presentes em sua obra, como Era uma vez na América, mas aí já é uma outra trilogia…

1) Alfred Hitchcock

O modo como Alfred Hitchcock (O diretor de Psicose) era visto por críticos e cineastas até os anos 1950 e 1960 chega a ser impressionante. Diziam que ele fazia filmes apenas para divertir o público. E para que mais alguém faria filmes?

 Hitch, conselheiro amoroso.

Diziam também que Psicose era um filme que não podia ser analisado, pois foi baseado apenas em truques para prender os espectadores. Apesar dele ter feito alguns dos maiores filmes da história, sua maior qualidade foi enganar (E assim agradar) o público. Da mesma forma que Tarantino, que se esforça em contar uma boa história, da forma certa, ao invés de parecer apenas crível. Assim pudemos ver Hitler morrer com uma centena de balas na cara em Bastardos Inglorios. Só há um tema na obra inteira de Hitchcock: Uma alma envolvida com o mal. O falso culpado, que está, portanto, envolvido indiretamente com o mal (Iniciado em O Inquilino e aperfeiçoado sobretudo em Jovem e Inocente, Sabotador, A Tortura do Silêncio, O Homem Errado e Intriga Internacional). E a espetacularização da morte. Este fato, ligado à célebre frase de autoria do próprio Hitchcock, de que forma é conteúdo (“A morte ganha peso se for filmada como um espetáculo, fazendo jus ao evento extraordinário que provoca e que vai mexer com todos ao redor“), e também à ideia de que o próprio diretor teria sua alma envolvida, de alguma forma, com o mal, já que existe o lado sádico (Também do espectador) na hora de filmar (E ver) essas mortes. As ideias nada usuais perpetradas pelo cinema do mestre do suspense se tornaram para sempre marcantes. Em todos os seus filmes, temos longos momentos de cinema mudo, sem que se façam necessários quaisquer diálogos ou narrações, e toda a informação de que precisamos está nos planos, escorrendo pelas engrenagens cinematográficas que somente Hitchcock conhecia. Em todos os clássicos, como Psicose, Disque M para Matar, Cortina Rasgada, Os Pássaros, Um Corpo que Cai, Janela Indiscreta e Pacto Sinistro, a morte de uma pessoa, normalmente assassinada ou por um acidente incomum, é levada ao limite. Para nos mostrar essas mortes, o diretor usava ângulos bizarros, filmava por reflexos ou através de vidros ou qualquer outro obstáculo entre a lente e a cena, criava inúmeros cortes dentro de uma cena aparentemente simples, ou qualquer outra exploração das possibilidades do cinema, tudo isso sem se repetir.

Não eram poucos os que o consideravam um manipulador barato das emoções humanas. Por isso Hitchcock demorou tanto para se tornar uma unanimidade. Ele só conseguiu ser um grande êxito após fazer sua grande sequencia de filmes, no final dos anos 50 e inicio dos 60. Festim Diabólico, Intriga Internacional, Um corpo que caí, Janela Indiscreta, Psicose, Os Pássaros… Não faltam filmes na filmografia dele, pois o cara filmava muito (E quase sempre de maneira fodastica). Mesmo em seus primeiros filmes, da época do cinema mudo, não faltava qualidade. E dessa limitação que Hitchcock tirava tanta competência. Na falta do som, era preciso capturar a atenção do público de qualquer maneira, usando apenas os truques da imagem. E isso Hitch aprendeu com seus primeiros filmes, todos mudos, feitos na Inglaterra. Essa experiência ele trouxe para seus filmes falados, que o tornaram o mito do cinema que ele foi, em sua sequencia de filmes americanos. Com certeza o diretor de cinema mais badass de todos os tempos.

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