Livros pra uma viagem

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 11 de agosto de 2008 – 7 comentários

Dessa viagem até São Paulo onde conheci todos vocês, um fato não deixou de ser observado por mim. Tudo começou logo que embarquei aqui em Curitiba, já no ônibus. Tá certo que o fato de a viagem ser noturna indica que a maioria dos passageiros iria dormir, o que não é meu caso, é claro, mas o fato de eles distribuírem uma revista a cada um é algo que não pode deixar de ser notado, pois o que foi dado a cada um foi uma revista CARAS. Essa revista logo é colocada sob analise por Atillah e eu, que depois de alguns segundos a folheando, chegamos a uma constatação: A desgraçada não tem índice nem número de páginas, além de ter seu preço de capa abusivo de 6,90, praticamente uma facada na barriga seguido de um giro, pra machucar mais. De tudo isso, só tenho uma coisa mais a adicionar: Espero que o preço dela não tenha sido incluso na passagem.
Dito tudo isso, vamos em frente. Se você é como eu, um cara chato que não consegue dormir durante uma viagem de ônibus, acredite, a viagem vai ser longa. E nada melhor do que aproveitar esse tempo pra colocar a leitura em dia, não é? Para ir a São Paulo, coloquei em minha mochila 4 livros que já estavam a muito tempo esperando ser abertos e por sorte consegui terminar um deles. Aproveito pra agradecer a todos vocês por terem me dado motivo para não ler eles por aí. Um deles, achei perfeito pra ler no ambiente do ônibus, pelo menos a releitura dele ficou ainda melhor ali, sei lá como. H.P Lovecraft é uma boa escolha, com seu livro A tumba, pois suas histórias têm aquele fundo estranho, desconhecido e que combina direito para a viagem. Se além de não conseguir dormir você ainda for medroso, suas idas ao banheiro serão apavorantes, seu cagão.
Agora, um outro que só tive a chance de começar e seu efeito de deixar suas pálpebras pesadas me impediu de continuar foi um livro chamado A imaginação, de Jean-Paul Sartre. A maneira de ele abordar o assunto em seu primeiro capítulo é interessante, mas depois começa a ficar entediante, chata. Acredito que seja pelo mesmo motivo do outro livro ter ficado melhor que ele tenha tido esse feito em mim, pois terminei de o ler há algum tempo e nada disso aconteceu. Então, se querer tentar dormir é seu objetivo, tentar ler esse livro é uma boa tentativa de cumprir seu desejo.
Mas, seja lá qual for sua escolha, não chegue perto das revistas oferecidas pela empresa. Acredito que a única coisa que prestava daquelas revistas eram as palavras cruzadas, das quais não pude fazer pois eu tinha apenas lápis na mochila e o fato de ele não marcar as páginas me decepcionou um pouco.
E agora, pra finalizar, se for observar bem o preço de cada um dessas revistas, dava bem pra comprar um ótimo pocket book, que além de ser bem mais… compacto que uma daquelas paredes de páginas, tem o fator que seria de mais cultura para cada um dos passageiros. A não ser, é claro, que você goste de ler sobre Chiquinho Scarpa dando uma festa para seus convidados para comemorar sua 37ª operação plástica…

Pocket Books

Analfabetismo Funcional quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008 – 4 comentários

Pocket books, como podem perceber só de ver o nome, são aqueles livros de bolso. Pequenos, acessíveis e baratos, eles são a melhor alternativa pra quem quer um livro atual. Ou seja, se você não tem 40 reais pra dispensar em um lançamento, pode com essa mesma quantia comprar 3 pockets, que podem valer mais a pena do que um título mais recente. Livrarias tem sua própria seção com esse tipo de livros, que na realidade é só um pedestal da própria editora que fica escondido no fundo atrás da papelaria.

O objetivo principal desses pockets é serem compactos, fáceis de carregar, ocupando o mínimo espaço possível em locais de armazenamento já pequenos, como bolsas de mulheres e gavetas de repartições públicas. DEVERIA ser ao menos, pois existem aqueles que são um calhamaço de páginas que as vezes chega a ser maior que os livros que chamarei de normais daqui em diante. Pra dar um exemplo vou citar O Poderoso Chefão, da Editora Record. O livrinho, que tem 655 páginas, é tão grande que consegue ficar em pé sozinho. Suas medidas são compactas, capaz de caber em um bolso somente se você usar calças XXL, mas duvido que alguém que use este tipo de calças leria algo, e se fosse pra ler, seria algo como pontos vitais: como atingi-los mais facilmente. Eu até pegaria uma régua pra medi-lo, mas não o farei, pois perdi a minha. Entretanto, fui até a padaria para pesá-lo… 508 gramas, de acordo com a balança de lá. O mais irônico de tudo isso é que na contracapa, logo acima do endereço do site da editora, diz: “Livros que cabem no seu bolso”. Só pode ser pelo quesito preço mesmo, pois paguei nele 19 reais, praticamente de graça comparado ao preço do volume de luxo dele, custando 49 notas de um real.

Mas voltando ao conteúdo deles, que é o que realmente importa, não é? Esse mesmo calhamaço de páginas que poderia ser vendido por um carroceiro pela quantia de 40 centavos pra pagar uma pinga no boteco, e que só depois de um grande esforço poderia caber no bolso, tem uma história que vale a pena ler, não importa se é em um pocket, ou no volume de luxo. Com títulos de autores relativamente conhecidos, essas coleções se apóiam em seu preço baixo, algo que sempre me atraiu me fazendo escolher um desses livros ao invés de outro mais… conhecido, famoso.

É por causa disso que tenho livros de Kurt Vonnegut, Flan O’Brien, Jack Kerouac e outros que normalmente não encontro em meio a prateleiras caóticas e completamente aleatórias, coisa normal de se achar na maioria das livrarias que freqüento, e que comecei a ler exatamente porque são baratos. Se fosse pra comprar os livros normais eu nunca chegaria a conhecer as histórias escritas por eles. Cada um desses não paguei mais do que 20 reais, coisa pouca até.
Também por serem baratos, eles são acessíveis a todo mundo que queira ler algo com conteúdo e não queira gastar muito, pra variar.

Há algum tempo atrás, vi uma matéria sobre uma máquina de venda de livros, a mesma que aparece nessa matéria aqui. De acordo com a matéria, os livros vendidos “são livros sobre auto-ajuda, clássicos da literatura, internet e dicionários.” Livros pequenos, com venda em lugares com grande tráfego, e acima de tudo, baratos, o que é mais importante. Não sei a quantas anda esse negócio, mas é uma boa saída pra venda ao público apressado. Se isso tem em locais conhecidos de vocês, me avisem, pois nunca vi uma dessas.

Olha eu me perdendo de novo. Ok, já chega, vamos ao que define realmente um pocket book: preço baixo, tamanho pequeno, história completa. Três fatores importantes. Poucos tem mais de um volume a não ser que seja um daqueles clássicos épicos, como Guerra e Paz, A Odisséia, Dom Quixote, e outros que não tenho ainda. AINDA. Aceito presentes.

confira

quem?

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