Sobre lealdade musical

Música quarta-feira, 01 de agosto de 2012

Após três décadas de isolamento nos picos tibetanos emergi, barbudo, magrelo e fedendo, mas cheguei por fim à uma conclusão que mudará suas vidas e os rumos do mundo. Senhores, eu TENHO a pergunta definitiva para a vida, o universo e tudo mais!

Mentira, nem tenho, mas as três décadas são verdade.

Apesar do que possa parecer, este não é um post sobre o Guia, mas sim sobre música (Como diz o título). Todos nós já nos deparamos com a seguinte situação: Alguma criança e/ou adolescente idiota, ouvindo uma música de merda, e achando isso incrível. Pois é, cada geração teve uma, de Grupo Polegar até Billy Ventura, passando por tantos outros “ídolos teen”, e após ver tal cena, você pensa que “daqui uns 5 anos ela vai ter vergonha disso”.

E você acertou, porque como podemos comprovar, todos esses “ídolos máximos”, sequer existem mais. Sério, qual foi a última vez que você ouviu falar de Rouge, Br’oz, Kelly Key, Jonas Brothers, RBD e Avril Lavigne? Até mesmo Cine e Restart que tavam aí até uns meses atrás já foram pro saco, e o mesmo acontecerá com todos os outros, sejam atuais, como o Bieber, Manu Gavassi, Taylor Swift e Gustavo Lima, sejam os futuros.

E é aqui que mora o problema. “Na minha época”, quando você dizia que gostava de um cantor/cantora/banda/grupo, isso significava que você realmente gostava daquilo. Não é questão de ser bom ou ruim, afinal, todo mundo gosta de algo que sabe que é uma merda, mas gosta mesmo assim. Porra, até hoje eu ouço CPM22, Detonautas e Capital Inicial, e sim, eu sei que eles passam muito longe de serem bons (Mas não são o que há de pior também).

 Gosto mesmo, foda-se.

E acreditem, eu gosto de coisas piores, sei que são ruins e não incentivo ninguém à ouví-las também, e aqui entra o tema do post: Lealdade. Gostar de uma banda não é decorar letras, fazer cartazes e dar gritinhos histéricos para cada “eu amo vocês” nos shows: É um pacto, e pode até não ser para a vida toda, mas não acaba quando outro ídolo idiota surge e nem quando você fica mais velho.

Conheço (Literais) dezenas de pessoas que tem vergonha de dizer que gostavam de algo, que dizem que era realmente ruim, e o que é pior: Simplesmente varrem isso para debaixo do tapete, como se não fosse nada de mais. E nada que te faz agir feito um imbecil, comprar CDs e chorar por um autógrafo é algo dispensável, absolutamente nada. Eu nunca fui esse tipo de fã, mas se você foi, tenha o mínimo de orgulho e respeito. Seja fiel àquela merda que, goste ou não, mudou a sua vida.

Ah, mas você só fala isso porque você ainda gosta de ouvir essas coisas, se não gostasse faria o mesmo.

Não, simplesmente não. Querem mais uma das minhas vergonhas musicais? Claudinho e Buchecha. Aquilo era uma merda gigantesca, mas nunca neguei que gostava e que ouvia, e sim, por pior que seja (E é), ouço sem o menor problema, e ainda canto a porcaria da música inteira. Caras, eu não só sei as músicas, como tenho o CD e já fui no show do Jorge Vercilo. Cês tem noção do que é isso?

E ainda sim, dia após dia, algum ídolo é esquecido e três vezes negados por seus “eternos fãs”, que eles tanto amaram. E entra uma questão que só deixarei “no ar”, já que serve para outro post: Isso não é ser fã. Porque alguém que não só tem vergonha da coisa, como ainda a chuta, definitivamente não gostava de verdade daquilo, ou seja, ou o bom e velho “maria-vai-com-os-outroismo” ou é só pra zonear mesmo.

Já perdi a conta (Na verdade, nunca contei) de quantas vezes ouvi um “nossa, eu nunca gostei daquela merda” e quantas vezes fui obrigado a esfregar fotos, álbuns e fatos na cara das pessoas. O mínimo que se faz é admitir que gostava e ouvia, já que aquilo já foi realmente importante para você e provavelmente seus familiares passaram horas e horas tendo de ouvir todo esse lixo em looping. De novo, é uma questão de lealdade, de respeito próprio e respeito por o que quer que seja que você ouvia, afinal, pode ser que um dia você note que estava errado.

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