Sobre a beleza da punheta

Televisão terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Em algum momento, uns milhares de anos atrás, o cerumano descobriu que além de encoxar as hominídeas gatinhas e passar vara na pepeca delas, eles podiam fechar a mão sobre seus pêneses e, num frenético e desembalado movimento rítmico, chegar à mesma realização da procriação, mas sem o incoveniente de precisar correr atrás das piranhas ou se esconder do caçador chefe da tribo, e assim nasceram os fillers.

 Quem sabe, sabe.

Puta que me pariu véi, é foda. Porra, tu se dedica, tu acompanha, tu dá spoiler pra quem ainda não viu, tu conta os meses até a próxima temporada e pra quê?! Porra, eu podia tá robando, eu podia tá matando, eu podia até estar me imaginando fazendo sexo, mas não, eu tô me fodendo nessa merda, junto com um monte de outros otários. E por que? Porque eu sou um verme, como você, como sua mãe, como sua irmã e como mais um monte de gente.

Felizmente aqui não é o Sake com Sal e eu já larguei mão de assistir Naruto há muito tempo, porque senão eu taria puto pra caralho, falando um monte de palavrão e xingando o puto do Kishimoto até a vigésima sétima geração. Não, ao invés de perder tempo com as japonices perderei tempo com a TV.

Eu, diferentemente de algumas pessoas, não perco meu tempo assistindo The Walking Dead, mas cometi o erro de assistir mais novelas do que gostaria. Quero dizer, Kubanacan e Gang Bang Bang foram maneiras, mas porra, a primeira é uma enrolação gigante e sem sentido, e a segunda tinha um potencial foda mas não foi aproveitada. Chocolate com Pimenta enrolou pra caralho, e ainda teve o porra do Jorge Fernando com aquela merda de balão. Mulheres Apaixonas tinha a piranha que cavalava os véio lá e depois tomava raquetada na fuça e porra, dá uma bola pro maluco e pronto, ele fica feliz. E Celebridade então, com a Laura fazendo tudo que é plano infalível só pro escritor daquela merda tocar o foda-se pra uma solução decente e botar a piranha levando tapa no banheiro. E nem vou falar de de A Favorita naquele vai e volta do caralho de “é boazinha” ou “é DUMAL”.

Só pra constar, eu não assisto mais novela, e quando assistia era só duas ou três vezes por semana… Acreditem ou não.

E não adianta você ficar putinho e dizer que quem assiste novela tem mais é que se foder mesmo porque com as séries é EXATAMENTE A MESMA COISA. Com diferença que há temporadas, e não meses seguidos com episódios… É ainda mais estúpido: Pelo menos com a novela cê começa e termina de uma vez só, com as séries você ESPERA PRA TOMAR NO CU. A prova de que, apesar de tudo, eu ainda sou um otário é eu ter dito que House ainda tinha uma chance de ter um final decente.

Vamos esclarecer uma coisa aqui: Simpsons é muito melhor que Family Guy/American Dad/The Cleveland Show (Que são todos a mesma coisa) e mesmo assim deveria ter acabado na vigésima quinta temporada. Aliás, todas as séries adultas de desenho deveriam acabar, TODAS. Menos Futurama, que tem que acabar na décima temporada [Nota: O Pizurk vai reclamar por causa disso, mas desde já: FODA-SE PORRA, FODA-SEEEEEEEEEE].

Nota do editor: Porque eu reclamaria?

 Quem sabe, sabe.

É claro que a enrolação se alastra por todas as outras mídias além da TV, mas não costuma ser tão gritante assim… O pior é que sempre dão uma desculpa vagabundíssima pra encher o rabo da galera de episódios que ninguém quer ver. Alguém me explica porque caralhos uma série tem que atrasar em meses o cronograma só pra “manter distância” da mídia original? Aliás, taí um grande problema: A falta de material próprio para TV ao invés de adaptações meia boca. Não que alguém espere grandes merdas de algo original pra TV, mas porra, não vejo vantagem alguma em fazer uma adaptação, pelo menos não para a própria adaptação.

Se você reparar bem, nem mesmo a desculpa da audiência faz sentido. Quero dizer, numa novela faz mais sentido, já que em menos de dois meses já tem mais episódios que uma temporada de série, mas puta que pariu, chega um momento que o troço fica mais repetitivo que Malhação (Que, há boatos, deve acabar ano que vem – OREMOS). Porra cara, eu sei que as pessoas gostam de drama, o separa-volta-separa dos casais, os “quem matou a tia Francisquinha?” (Que, todos sabemos, foi o Coronel Mostarda) e os “qual vilão está por trás desses outros vilões mais merdas?”, mas manter o status quo até esgotar o saco do público é estúpido. Tudo bem que as pessoas vão assistir do mesmo jeito pra ver o que acontece, mas minar o próprio trabalho pra, depois, ter de reconstruir a coisa toda (E repetir o processo até algum produtor ligeiramente menos babaca dar o basta) não faz sentido nenhum… É tipo o Ivo Pitanguy enfinar o nariz num liquidificador e reconstruí-lo a cada mês. Com grandes poderes vem grandes responsabilidades, não só para com tua tia imortal, mas para com você próprio.

 Quem sabe, sabe.

Eu sei que parte é implicância minha, mas, tratando-se de TV, não há absolutamente nenhuma vantagem em estender o que quer que seja: Isso só deixa o público irritado, e por mais otário que um público seja, chega um ponto em que a casa cai. Porra, quantos programas fodas já não foram pro saco por algum motivo absurdamente esdrúxulo… Séries e novelas já acabam por conta própria, mas tem nego que insiste em pisar em cima das que não afundam sozinhas.

E o pior de tudo é que essa enrolação toda não é boa. Quero dizer, como episódios mesmo. Eles são uma merda, tem personagens chatos, história irrelevante. Talvez essa seja a grande questão: A falta de qualidade quase inerente à esse tipo de episódio. É claro que é puramente pra encher linguiça, então ninguém se incomoda em fazer algo de qualidade… Exceto os fãs, o público. Por isso que, normalmente, sitcoms não me irritam tanto: Apesar da quantidade de episódios irrelevante pra história ser ainda maior que nas outras séries, pelo menos é algo bem feito dentro da proposta, que é, no fim das contas, contar piada. É por isso que Community é foda… E mesmo assim escapou por pouco…

Acaba que, por mais que se faça, a série/novela perde o sentido. Pro público, quero dizer. Não há porque continuar a assistir alguma coisa que é ruim por si mesma e (Em alguns casos) é ruim como adaptação: Ninguém fica feliz do lado de cá da TV, e pouco tempo depois, ninguém do lado de lá ficará também. A grande questão é que tudo tem um limite, e isso vale pro saco do público tanto quanto vale para o que um programa pode fazer: Programa de TV nenhum é o Guia, nunca será, e para seu próprio bem não pode ser. Quer maior exemplo que Lost?

No fim o que fica é a sensação (E a realidade) de tempo inutilmente gasto. Passa-se horas e mais horas assistindo o que quer que seja, pra de uma hora pra outra tocarem o foda-se pra tudo que foi construído até alí e focar numa coisa que ninguém quer assistir. Dá primeira vez passa, mas depois é espiral em decadência. Eu sei que sou um otário, mas mesmo assim não quero ver algo que dediquei tanto tempo da minha vida indo pra merda; se eu quiser jogar minha vida na merda há várias maneiras melhores de fazer isso… Algumas delas até incluem sexo.

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