Segurando as Pontas (Pineapple Express)

Filmes bons que passam batidos segunda-feira, 08 de agosto de 2011

Cá estava eu, pronto pra começar uma resenha do clássico Easy Rider, quando descobri que praticamente tudo o que eu ia escrever já estava devidamente documentado aqui. Ok, informação inútil do dia. Só que então eu precisava de outra coisa pra ocupar esse espaço. E de repente, meu senso de justiça falou mais alto e eu decidi aproveitar a oportunidade de finalmente dar algum destaque a um dos filmes mais engraçados dos últimos anos (Não que isso seja muito difícil, também): O Pineapple Express. Ou, numa tradução brasileira surpreendentemente perspicaz, Segurando as Pontas.

Pra mim, uma comédia tem que ser avaliada pelo simples fato de ser engraçada ou não. E o Segurando as Pontas consegue ir ainda além: Ser engraçado com o Seth Rogen. Tudo bem vai, ele até que tava bacana no Superbad e n’O Virgem de Quarenta Anos, mas como protagonista ele simplesmente não funciona. E pra vocês verem a qualidade do troço, o filme é foda mesmo com o cara no papel principal. Mas vamos a história.

Dale (Seth Rogen), é um cara que trabalha fodendo com a vida dos outros entregando intimações judiciais, namora uma estudante do ensino médio e passa o tempo livre fumando maconha. O sonho americano em pessoa, até que no meio de uma entrega ele acaba presenciando um assassinato. Que envolve ninguém menos do que um chefão do tráfico de drogas e uma policial corrupta. Nervoso, ele derruba seu baseado no local e resolve que a coisa mais sensata a fazer é correr pra casa de seu próprio traficante, Saul (James Franco). Só que o criminoso-mor acha o baseado e logo detecta que se trata da tal Pineapple Express, que só é vendida na cidade pelo próprio Saul.

 Resultado da melhor briga da história do cinema, certeza.

Até aí, é o roteiro padrão de pessoas comuns que acabam no meio de uma situação muito maior e agora precisam sair vivos da parada. E isso já valeria a pena, graças aos diálogos nonsense entre Dale, Saul, e mais adiante Red (Danny Mcbride). Principalmente pela atuação do James Franco. Porra, o cara nasceu pro papel de… Bem, alguém sob o efeito de substâncias ilícitas. É só lembrar da apresentação dele no Oscar. Enfim, ele podia carregar o filme nas costas, se precisasse.

Conforme a trama segue, Dale e Saul percebem que não estão apenas paranóicos, mas alguém realmente está atrás deles. Acabam confrontando a polícia, organizações criminosas e descobrindo uma conspiração. E é aí que o filme revela suas maiores qualidades. Em meio a tiroteios, perseguições em alta velocidade, lutas, explosões e frases de efeito, o filme desconstrói todos, TODOS os clichês sagrados dos filmes de ação. E passa de uma comediazinha padrão pra uma paródia sensacional dos blockbusters hollywoodianos.

 Quebrar o para-brisa com o pé não é uma ideia tão boa quanto parece.

Por incrível que pareça, as cenas de ação são simplesmente geniais… Mesmo. E é por isso, por uma história bacana, mais a presença de uma caralhada de coadjuvantes legais, que o Segurando as Pontas acaba sendo a melhor empreitada da Apatow Productions (Depois d’O Âncora, claro). E de quebra consegue ser melhor sucedido que Os Mercenários como homenagem aos gloriosos filmes de ação dos anos 80. Porra, Stallone!

Segurando as Pontas

Pineapple Express (111 minutos – Comédia, Ação)
Lançamento: EUA, 2008
Direção: David Gordon Green
Roteiro: Seth Rogen, Evan Goldberg, Judd Apatow
Elenco: Seth Rogen, James Franco, Gary Cole, Rosie Perez, Danny Mcbride

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