Rio

Cinema quinta-feira, 07 de abril de 2011

 Uma das ultimas Araras-azuis chamada Blu deixa o estado frio do Minnesota para achar o seu par e salvar a espécie no Rio de Janeiro. Diante da beleza da cidade brasileira, Blu vai se aventurar pelo carnaval, conhecer varios amigos e assim aprender a ser independente, a conquistar a garota do seus sonhos e voar.

Quando eu vou ver um filme onde o cenario principal é o Brasil, eu fico um pouco preocupado. Os Simpsons [Nota do editor: Não é o filme, mas vocês entenderam], Bem-vindo à Selva (2003), Austin Powers em o Homem do Membro de Ouro (2002), entre MUITOS outros filmes conseguem fazer o Brasil parecendo uma floresta, onde o samba é uma mistura bizarra de merengue, e no final os brasileiros começam a falar espanhol. É, filme no Brasil costuma me decepcionar. O fato de Rio ter um carioca na direção fez com que eu tivesse MUITO errado tambem assumindo isso, apesar de certos elementos ainda aparecer.

Primeiro precisamos conhecer mais a pessoa que foi o responsável e diretor desse filme, Carlos Saldanha. Não preferenciar, mas sim admitindo quando alguém tem talento, e isso é algo que Carlos Saldanha mostrou ter de sobra principalmente com esse filme. O nome de Saldanha começou a ser escutado depois do filme Era do Gelo (2002) e Robôs (2005), como co-diretor, e depois conseguiu dirigir as animações de Era do Gelo 2 (2006) e Era do Gelo 3 (2009), Rio, seu mais novo grande projeto e trabalhando em Era do Gelo 4 (Previsto para 2012). Seu talento tambem pode ser visto com um dos mascotes de Era do Gelo e estrela de um curta feito pelo próprio Saldanha, o personagem Scrat. Pra quem não se lembra dele é só ver o curta Gone Nutty (2002). Vale a pena, afinal o filme concorreu ao Oscar nesse ano (Dica: Ele só se da mal). Eu admiro o cara, ele criou o nome dele bem e trouxe um pouco de destaque pro Brasil.

 Tinha que ter algo de Era do Gelo no filme.

Na animação, um pouco diferente de todo filme, existe 4 quesitos que são cruciais: Técnica de animação, dublagem, história e som. Eu dei uma prévia sobre a animação quando falei que as do Saldanha tem qualidade, mas não é só isso, acho que Rio mostra a evolução da animação em si. Para escrever esse texto precisei ver o Gone Nutty e percebi a enorme diferença na animação, isso que temos 9 anos de diferença entre os filmes, 9 anos em uma escala cronológica é ridículo, é uma evolução desenfreada de tecnologia que é alimentada pela industria de jogos e cinematografica, e é uma maravilha. Rio tem tomadas que são realmente geniais, com o toque caricato e mesmo assim parece que o fundo é uma filmagem feita antes.

Agora é um ponto meio delicado na imagem brasileira, no filme Rio a gente tá falando do Rio de Janeiro, e quem é brasileiro sabe que tem 2 Rios de Janeiro. O primeiro que aparece no Rio é aquele se vê nos postais ou propagandas da cidade, e que sempre vai atrair turistas. Já o segundo RJ é mais parecido com o que nós vemos no jornal à noite, ou nos filmes que são mais “adultos”, como Tropa de Elite ou Cidade de Deus. Então não se assuste caso tenha algo diferente nas tomadas do Rio.

 Se as pessoas podem ter versões de si mesmas, porque não as cidades?

Eu odeio filme dublado, parece que eu to vendo um episódio de Maria do Bairro, só que numa tela grande. Tem filmes que, surpreendentemente, a dublagem fica boa, isso porque tem alguns dubladores no Brasil que fazem dar certo, e um desses caras é Guilherme Briggs, mas todos devem conhecer ele melhor como a voz do Cosmo (Dos Padrinhos Mágicos). Dizem que esse cara é chato ou pomposo, eu não me importo, ele tem uma jeito de dublar que fica ótimo e já apareceu em varias vezes na tv ou no cinema como dublador. Me disseram que nesse filme (Ele dubla a cacatua Nigel) a dublagem dele se parece com a do Kronk (d’A Nova Onda do Imperador), mas nem percebi.

O som não tem muitas novidades, as únicas coisas que “voltam” estão relacionadas a história. Agora vou explicar esse “voltam”: São os musicais que não se via muito nas animações que não fossem zoando ou em algum filme somente para criança (Que tenha poneis ou algo assim) e que nunca realmente deixaram a industria. Essas paradas musicais até que são boas já que trazem um pouco do clima das animações que alegraram muitos como Aladin ou Rei Leão e isso é sempre bom. Só que como sempre elas não complementam muito a história, que já é meio batida no sentido que os heróis que superam algo para salvar o dia no final.

 Lionel Richie: Sempre funciona.

Vendo a soma dos quatro elementos da pra ver que o filme merece ser visto, ele deve render algumas risadas, é um bom filme pra não ser arrastado(a) para um filme de romance/violência sem sentido, também é útil pra acalmar os pequenos demônios pimpolhos, só não fique muito ofendido quando ver gordos funkeiros, macacos ladrões ou algo que mostre que na verdade o Brasil lá fora não é muito diferente do que eles mostram no episódio dos Simpsons.

Rio

Rio (96 minutos – Animação)
Lançamento: 2011
Direção: Carlos Saldanha
Roteiro: Don Rhymer
Elenco: Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, Will.i.am, Leslie Mann, Karen Disher, Jason Fricchione, Sofia Scarpa Saldanha, Kelly Keaton, Wanda Sykes, Jane Lynch, Rodrigo Santoro, Gracinha Leporance, Jamie Foxx, Phil Miler, Bernardo De Paula

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