Quadrinhos e Literatura

HQs sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

De um tempo para cá tenho visto que quadrinhos tem sido vistos como uma fora de arte voltada quase que basicamente ao público “nerd” e quase nunca é identificada como um braço da literatura.

Ambas artes estão juntas, já que ambas se baseiam na narrativa escrita e, portanto, são artes co-irmãs. Tanto que é frequente a publicação de adaptação de obras literárias para os quadrinhos.

Essas adaptações, por proporcionarem uma leitura de certo modo mais fácil, permitem que o leitor conheça grandes obras e, inclusive, migre para os livros; e sei disso, pois como professor vejo muito disso acontecer.

É claro que essas adaptações num primeiro plano vieram justamente para desenvolver o gosto da leitura em sala de aula, mesmo muitos e muitos professores sendo contra, tanto que no Brasil, lá pelos idos anos 40 e 50, a Editora Brasil-América contava com uma vasta coleção de clássicos da literatura universal e brasileira, tenho eu inclusive uma dessas edições, a do O Guarani, do José de Alencar, que encontrei por acaso num desses sebos da vida.

 Sim, eu tenho essa.

Atualmente, uma nova leva dessas adaptações vem ganhando força, tanto no mercado brasileiro quanto no mercado internacional. De 2006, quando esse “modismo adaptacional literário” surgiu, várias obras passaram a habitar as páginas da arte sequencial. É claro que, como todas as adaptações, os quadrinhos não são fidedignos aos livros, mas sua essência é bem retratada e as vezes proporcionam um entendimento mais fácil graças aos desenhos e o apelo visual.

No Brasil, uma das editora responsáveis pelas adaptações é a L&PM, com a série Clássicos da Literatura em Quadrinhos (Dã!?) que conta com obras de Charles Dickens, Julio Verne, Robert Stevenson, Agatha Christie, entre outros, sendo possível até (Como dizia meu avô) “dar uma bisoiada” online num trecho da obra; e não, não tô ganhando nada pra falar isso.

E quem acha que as obras literárias tupiniquins não tem chance nestas adaptações estão redondamente enganados, pois o próprio governo se encarregou disso com o Programa Nacional Biblioteca na Escola, que desde 2009 vem incluindo as adaptações em quadrinhos de obras como O Alienista, de Machado de Assis; O Cortiço, de Aluísio de Azevedo; Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antonio de Almeida, entre outras, como material obrigatório nas bibliotecas escolares.

De qualquer forma, a verdade é que, apesar de alguns críticos ainda torcerem o nariz para aceitar a inclusão das HQs como um ramo da literatura, os quadrinhos e a literatura estão cada vez mais caminhando lado a lado.

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